História Herdeiros da Magia - Capitulo 29 Ano Decisivo.

Capitulo 29 – Ano Decisivo.

 

 

A sala do trono não estava cheia, mas as pessoas presentes eram as de maior status possível, um grande tapete vermelho se estendia até o tapete que acabava nos degraus do trono, de pé próximo a esses degraus estava o guardião real chamado Kevne e sua esposa Dranas.

Sentado em seu trono majestoso estava o imperador Eldair, a sua esquerda estava a sua esposa Reirena que estava extremamente contente, ela olhava para seu irmão que acenou com um gesto de cabeça, e este deu ordens para a porta dupla ser aberta.

A porta foi aberta e um rapaz muito elegante em trajes nobres caminhava imponente, sua principal característica física distinta era o cabelo vermelho que quase brilhava, seu olhar estava fixo em direção ao trono mas ele também prestava atenção no guardião, se este fizesse um gesto discreto ele deveria parar de andar e se ajoelhar ali mesmo, enquanto este gesto não fosse feito significava que ele podia continuar se aproximando.

Como o gesto não foi feito o rapaz andou até a distância máxima permitida para se aproximar, que era exatamente próximo aos degraus que levavam ao trono, chegando ali ele ajoelhou-se com a cabeça levemente abaixada, agora ele só poderia falar se lhe fosse autorizado.

 

- Fique a vontade, Karl Villent – ordenou o imperador – e seja bem-vindo para a cerimônia.

- Eu estou honrado em estar diante de ti – respondeu o rapaz educadamente – então se me permite...

 

Ele ficou de pé e agora podia fazer contato visual, Karl era o herdeiro da família Villent, uma das 8 famílias reais que governam este reino, a esposa do guardião Kevne era sua tia e por isso ele era primo da Reina, muito embora eles praticamente nunca se viram em toda sua vida.

 

- Embora tenha dito cerimonia isto é uma mera formalidade – dizia o imperador – de hoje em diante você é oficialmente o noivo da minha filha e herdeira do trono, Ryna Brigth.

- Havia três candidatos aptos, mas tenho certeza que você é o melhor – disse Reirena empolgada.

- Sinto muito por minha família não ter algo melhor a oferecer – disse Dranas suspirando decepcionada.

- Tia!! Isso é coisa para se dizer na frente do nosso senhor!? – reclamou ele todo envergonhado.

- Está tudo bem, eu estou acostumado ao humor dela – dizia Eldair – eu tenho certeza que você não me decepcionará.

- De qualquer forma, ser escolhido para futuro marido da imperatriz – dizia ele emocionado – eu juro pela honra da família Villent que não o decepcionarei.

- Agora tudo o que falta é anunciar publicamente! – Reirena já sonhava em ver a filha no vestido de casamento – vamos realizar a cerimonia o quanto antes!

- Quanto a isso eu temo que teremos que esperar, Ryna está em um momento muito importante para ela – disse o imperador.

- Hã? O que poderia ser mais importante para ela do que seu casamento!? – perguntou Reirena bastante chateada.

- É o último ano, ela tem mostrado habilidades e conhecimentos dignos da nossa linhagem – respondeu ele – ela levou até o fim seu capricho e conseguiu tirar algo grande disso, então cumprirei minha parte e adiarei o casamento até ela se formar.

- Meu senhor, eu gostaria de dizer que me impressiona este fato, a herdeira do trono estudando com plebeus – dizia Karl parecendo chateado – nem os herdeiros das 8 famílias reais se prestaram a isso, por que ela quis estudar na academia?

 

A verdade é que Eldair jamais gostou disso, mas ele não podia negar os resultados que a academia vinha trazendo por ela, pesaram bastante a determinação da sua filha e os argumentos do seu amigo Ardof, mas outro ponto crucial foi o desenvolvimento magico da Ryna, sua mãe mesmo com a melhor tutora possível só alcançou o 3º nível, Ryna por outro lado já conseguia conjurar magias do 5º nível no final do 4º ano, ela era um prodígio que estava alcançando o máximo do seu potencial.

 

- Minha filha se formará este ano, e então anunciaremos seu noivado – explicava Eldair – o casamento virá o mais breve possível depois disso.

- Por favor meu senhor, permita que minha família se encarregue de todos os detalhes – pediu Karl – faremos uma cerimônia e uma festa inesquecível.

- Sim, deixarei aos seus cuidados então – respondeu Eldair – mas minha cara Reirena vai auxilia-lo, ela faz questão de cuidar dos detalhes que exigem um toque feminino.

- Pode contar comigo, darei empenho total a isso – dizia ela super animada.

- “A única coisa em que minha pobre irmã é boa” – pensou Kevne decepcionado.

- Os detalhes formais sobre o noivado serão concluídos em breve – explicava Eldair – por enquanto peço que mantenha em segredo, não quero que a noticia se espalhe e atrapalhe os estudos da Ryna.

- Sim senhor, mas terei que informar aos meus pais – avisou Karl.

- Quanto a isso deixe que eu me encarrego dessa parte – avisou Dranas – eu sei lidar com o meu irmão.

- Você só vai ameaça-lo como sempre fez não é? – perguntou seu marido Kevne.

- Você me conhece muito bem – ela tinha um sorriso assustador que fez todos terem calafrios.

- Quando avisaremos a Ryna? – perguntou Reirena.

- Eu já disse não foi? Não quero atrapalhar os estudos dela – respondeu Eldair – além disso ela está perfeitamente ciente de suas responsabilidades.

 

Era algo que ele não a deixava esquecer, sempre que Ryna voltava pra casa seu pai fazia questão de lembra-la de seus deveres como princesa e revisar tudo o que ela tinha que aprender em tal posição, no momento ele só estava tranquilo porque Ryna não mostrava nenhuma falha como princesa até agora, mesmo assim ele estava ansioso pela formatura dela, para que de uma vez por todas Ryna saísse do convívio com os plebeus.

 

******************************

 

- ohohohoho como é bom ver todos vocês reunidos aqui – dizia Ardof mostrando um sorriso muito animado.

 

A sala de audiência estava cheia com os quase 500 alunos do 5º ano, estes representavam a elite da academia, aqueles que estavam a um passo do reconhecimento.

Os alunos da academia de magia eram especiais, enquanto muitas escolas de magia só iam até o 3º nível este iam até quase o limite do especial, alunos do 5º ano seriam professores em outras escolas, por isso a academia se gabava deles e dos resultados que traziam.

 

- Hoje teremos a tão aguardada cerimônia de abertura, acredito que vocês se lembram quando foi a vez de vocês – dizia Ardof – agora teremos uma nova safra de aluno no lugar que um dia foi de vocês.

 

Todos lembravam mesmo, a emoção de estarem enfileirados e aguardando a chamada, serem guiados para seus dormitórios e iniciar o primeiro dia de aula, alguns é claro tinha memorias melhores que outros.

 

- De agora em diante como alunos do 5º ano, vocês terão bem menos aulas e mais pratica – explicava Ardof – quando necessário vocês serão chamados para cumprir missões especiais, aqueles escolhidos para cumpri-las terão como base suas habilidades conquistadas ao longo dos anos.

- Outra atribuição para vocês é que serão auxiliares aqui na academia – continuava Brenda – vocês serão monitores e ajudantes, terão alguns privilégios mas também muitos deveres.

- Mal posso esperar pra brincar com as novatas – dizia um rapaz empolgado ao lado do Darch.

- Oh? Só assim pra pegar alguém? – perguntou Darch maldosamente.

- Você só diz isso porque tem esse charme das trevas – respondeu ele fazendo bico – as garotas fazem fila pra ir pra cama com você!

 

Quando ele disse isso outros rapazes emitiram olhares ameaçadores para Darch, ele se sentia oprimido pela raiva e inveja dos rapazes, alguns até perguntavam se podiam andar mais com ele ou se ele podia ajudar a pegar algumas garotas, ele respondia que não fazia esforço especial, era simplesmente elas que gostavam.

 

- Mas a fofoca que tá rolando por aí é que você é a Ryna... – o rapaz ao seu lado deu um olhar bem safado.

- Você tá louco? Ryna é da realeza, eu não poderia ter algo com ela mesmo que quisesse – disse Darch nervoso – somos apenas bons amigos, e nada mais.

 

Mas os olhares desconfiados não cessavam, para bons amigos eles andavam juntos, saíam juntos e comiam juntos muitas vezes, a própria Ryna já desmentiu os boatos, mas quando as garotas faziam perguntas ela se esquivava, uma vez perguntaram se Ryna ficaria com o Darch se não fosse o seu título e posição social, ela disse que ela é o tipo de homem que qualquer garota gostaria de ter ao seu lado.

 

- Muito em breve será a cerimônia de abertura, eu conto com vocês para ajudar – pedia Ardof – agora vão se preparar, o primeiro trabalho de vocês é ajudar com a seleção dos alunos.

 

Todos os alunos responderam e foram se organizar, no caminho Darch encontrou com alguns velhos amigos, incluindo Varatane que veio cumprimenta-lo, no ano passado ela foi visitar o reino élfico num sistema de intercâmbio e só voltou hoje após 5 meses.

 

- Ah Darch, que bom te ver de novo! – dizia ela abraçando-o – quando organizaram a turma acabei ficando de fora.

- Eu estava me perguntando onde você estava, que bom que você voltou – disse ele feliz – gostou de reino élfico? Teve algum problema?

- Os elfos são frustrantes, eles são muito serenos e isolados – respondeu ela fazendo uma expressão de entediada – é difícil fazer amizade com eles.

- Quem você pensa que é pra falar assim? Você praticamente só falava com a Ryna no primeiro ano! – repreendeu ele apertando a cabeça dela com a mão – você é metade elfa, era bem estranha no começo!

 

Eles pareciam estar brigando, mas era uma relação muito amigável, Varatane ficara bem mais social e animada desde o ano passado, além disso ela parecia determinada a conquistar o Darch, até ele notava que sua amiga estava bem mais ousada, e assim ele ficava se perguntando se conseguiria separar uma coisa da outra.

 

- Enfim, eu aprendi algumas magias élficas – comentou ela – eu sinto que estou bem mais forte que antes, por isso eu gostaria de desafia-lo para um duelo.

- Um duelo comigo? É verdade que você nunca lutou antes, mas se está tão confiante... – dizia ele com a mão no queixo – tudo bem, eu aceito seu desafio, vamos ver do que você é capaz.

- Oh? Então o duelo de abertura do ano já vai ser o nosso grande astro? – perguntou Emílio aproximando-se – isso definitivamente vai ser um show inesquecível!

 

Os dois olharam para Emílio e logo Varatane foi cumprimenta-lo também, Emílio agora tinha o cabelo um pouco mais longo e muitos o achavam mais afeminado, mas na verdade ele era um dos mais populares da academia, um ídolo que as garotas cobiçavam ardentemente.

 

- O grande astro, aquele que pode interpretar qualquer papel – dizia Darch batendo no ombro dele.

- O que? Ele já virou um astro? – perguntou Varatane.

- É verdade, você esteve fora nos últimos 5 meses – dizia Emílio – eu escrevi e produzi minha própria peça de teatro, e usei a magia de inspiração para criar os efeitos especiais.

- Ele até aprendeu algumas ilusões, fazendo o papel de herói ele criou dois vilões para enfrentar em combate – dizia Darch rindo – alguns dos seus irmãos vieram assistir, principalmente o mais novo.

- Oh? Então você já resolveu o seu assunto com sua família? – perguntou ela.

- Mais ou menos, minha apresentação foi vista por muita gente, então foi um sucesso – explicou ele – mesmo o meu pai considerou a possibilidade, o caminho do heroísmo pode ser a salvação da família.

- Eu espero que tudo dê certo para você daqui pra frente – dizia Varatane feliz.

- Parece que já está dando certo pra você, seu busto deu uma aumentadinha – brincou ele tocando de leve com a ponta do dedo no peito dela.

- O que você pensa que está fazendo!? – gritou ela cobrindo os peitos e dando um pulo pra trás – além do mais só aumentou um ou dois centímetros...

 

Ela resmungava isso com uma cara depressiva, Darch riu e deu um abraço reconfortante nela, Emílio também se divertiu com a expressão que ela fez, era divertido reunir todos após as férias.

 

- Este é o ultimo ano, vamos fazer valer a pena – disse Darch com um olhar sério e determinado.

- Não poderia ser de outro jeito – disse Emílio estendendo a mão para ele.

 

Os dois apertaram as mãos como camaradas, olhando aquela cena Varatane entendia bem o que falavam sobre amizade masculina, embora fosse um contraste bem interessante entre o sombrio Darch e o reluzente Emílio.

Após algum tempo Brenda chamou a todos através de magia, era hora da cerimônia de abertura, muito empolgados a turma inteira se reuniu para ir até o pátio central.

 

********************************

 

A cerimônia de abertura era praticamente igual todos os anos, até mesmo parte do discurso do reitor era ensaiado.

Mas Ardof fazia questão de mudar partes do discurso para cada ano, ele utilizava a situação atual, o contexto histórico ou as expectativas para essa geração, atualmente ele falava sobre a grande invasão que estava por vir, está geração em especial teria o dever de reerguer o reino após a guerra que se aproximava, eles seriam os magos que deveriam passar adiante tudo o que as gerações anteriores criaram e construíram.

 

- Assim como há 200 anos atrás, a grande invasão virá e destruirá tudo em seu caminho – dizia Ardof – mas contanto que estejamos aqui as pessoas serão protegidas, e o reino será reerguido.

- Eu também preciso me preparar – dizia Ryna apertando o punho – como futura imperatriz é meu dever guiar a todos após a guerra.

- Não se preocupe, vamos vencer mais rápido que a última vez – disse Reina ao seu lado – a reconstrução será mais fácil e você vai ter um governo bem tranquilo.

 

Ryna estava determinada sobre isso, sua buscar por poder, conhecimento e sabedoria era para ter todo o necessário para reerguer este reino, ainda mais forte e bonito do que antes, para que 200 anos depois ele estivesse tão forte que os demônios não seriam um problema, mas antes de pensar no futuro ela já estava de olho no presente, garantir a felicidade até dos mais humildes, ela queria criar um legado maravilhoso para este reino.

 

- Vamos deixar os problemas de lado por enquanto – disse Ryna – você viu os outros na reunião?

- Vi sim, o Darch estava do outro lado da sala, a Varatane ainda não tinha chegado – respondeu Reina – e quanto a Emadora...

- Eu estou aqui – respondeu ela satisfeita atrás das duas – sentiu minha falta?

- Não tive tempo o suficiente pra isso – disse Reina com uma cara contrariada.

- Ora, você ainda está chateada com aquilo? – perguntou Emadora fingindo-se de triste.

- Você fica testando suas magias em mim, e me fez pagar um mico dos infernos naquela apresentação! – reclamou Reina apertando a bochecha da outra com força.

- Mas eu só te ajudei a decorar as falas, não fiz nada demais – disse a outra com a voz afetada pelos puxões.

- Você me fez pensar exatamente como a personagem, isso não é decorar as falas! – Reina parecia prestes a esganar a outra – todos estavam rindo de mim na peça!

 

O fato é que Emadora usou suas magias mentais na Reina mudando um pouco a personalidade dela, ao mesmo tempo ela colocou toda a história da peça na cabeça dela, isso resultou num efeito que até o professor achou interessante e inovador, Reina foi praticamente possuída pela personagem da história enquanto durou o efeito da magia.

 

- Parabéns por ter ganho uma aprovação extra – parabenizou Ryna – descobrir uma combinação de magias é algo raro.

- Por favor permita-me continuar com meus experimentos – pedia Emadora.

- Nem morta! – respondeu Reina furiosa.

 

Um dos professores chegou trazendo algumas esferas de cristal, ao pegar nelas Ryna imediatamente lembrou do primeiro ano e de como se sentiu ao confirmar que tinha magia da luz, relembrar o começo trouxe todo tipo de memória pra ela, algumas ruins mas que a ajudaram a crescer mais.

 

- Está na hora de confirmarem qual caminho da magia vocês possuem – dizia Ardof – cada um de vocês pegue esta bola de cristal, coloque um pouco de Mana nela e o resto é automático.

 

Ryna e os outros começaram a distribuir as bolas de cristal para os novos alunos, por onde ela passava os alunos ficavam encantados com sua beleza e pureza, ela dava a bola de cristal e junto presenteava com um sorriso, ao final todos os mil novos alunos receberam sua bola de cristal e aguardavam o sinal.

 

- Quantos magos brancos vamos ter este ano? – se perguntava Ryna empolgada.

- Na nossa época quase metade dos alunos eram magos de combate – dizia Reina.

- E tivemos uma bela surpresa não foi? – ela se lembrava do Darch bem ao seu lado quando descobriu a magia negra.

- Bom, o Darch teria sido mais feliz com qualquer outro tipo de magia – comentava Reina olhando indiferente – na verdade se ele tivesse sido um mago branco seria perfeito.

- Mas ele ser o primeiro mago negro bondoso abriu uma nova perspectiva para mim – disse Ryna – o que precisamos é tentar encontrar outros como ele, ou recuperar aqueles que caíram no mal caminho, se fosse possível...

 

A fala dela foi interrompida quando uma comoção começou no meio dos alunos, ao prestar atenção Ryna viu algumas pessoas se afastando de alguém como se algo terrível tivesse acontecido, na verdade todos estavam olhando para a bola de cristal na mão daquela pessoa, e a bola estava negra como piche.

 

- Ora ora, parece que alguém estava te ouvindo Ryna – comentou Reina.

 

*************************************

 

- Finalmente um quarto próprio pra mim – dizia Darch respirando profundamente.

- O que? Estava infeliz morando comigo? – perguntou Emílio brincando.

- Ah foi muito legal, a companhia e a diversão foram ótimas – respondeu ele – mas algumas noites eu tinha medo de acordar com você na minha cama.

 

Os dois riram bastante disso, de forma alguma Darch discriminava Emílio pelas suas preferências, mas eles levavam esse relacionamento numa boa e ficavam a vontade pra fazer piadinhas assim.

 

- Mas e pensar que alunos do 5º ano ganham seu próprio quarto, me sinto um pouco privilegiado – dizia Darch.

- Bem, são poucos em comparação com as outras turmas, então podem nos dar esse luxo – dizia Emílio – além disso ter privilégios é uma forma de estimulo, aqueles que estão abaixo vão cobiçar essa posição.

- Essa é uma forma de estimulo mesmo, até os uniformes deste ano são bem legais, parecem quase militares – dizia Darch – bem, vamos dar uma olhada nos novatos?

- O que acha de impor um pouco de moral e medo neles? – perguntou Emílio com um sorriso malvado.

- Nada poderia me deixar mais feliz agora – respondeu Darch igualmente malvado.

 

Como alunos do 5º ano Emílio e Darch recebem a tarefa de monitorar os outros alunos abaixo deles, isso significava inspecionar os quartos uma vez por semana, patrulhar os corredores e ajudar nas atividades internas.

Os dois juntos começaram a andar pelo andar dos alunos do 4º ano, eles em especial pegaram no pé dos ex-alunos do 5º ano que reprovaram e foram rebaixados, estes costumavam importuna-los várias vezes ano passado.

 

- espero que vocês se deem bem com seus novos colegas de quarto – provocava Darch para um deles.

- sim, os quartos que vocês deixaram pra nós são excelentes – provocou Emílio.

 

Deixando os companheiros pra trás com raiva eles seguiram rindo, depois foram inspecionar os novos alunos do 3º ano e em seguida os alunos do 2º ano, estes que ano passado eram novatos pareciam já ter se acostumado com tudo, incluindo alguns alunos de magia da luz que implicavam com Darch, após um ano eles já não se importavam mais com a presença de um mago negro.

 

- Eu estarei disponível para tirar quaisquer duvidas – dizia Jinshu sério – além disso eu posso dar instruções a vocês, fiquem a vontade para me chamarem quando precisarem.

- Sim senhor! – responderam 5 alunos do 1º ano quase como soldados.

- Vejo que já causou uma boa primeira impressão – comentou Darch aproximando-se.

- O senhor Ardof está montando um comitê disciplinar – respondeu ele – e me nomeou como líder, disse também para escolher outros 10 membros do 5º ano e mais dois de cada ano a partir do segundo.

- No que o velho tá pensando agora? – perguntou-se Darch estranhando essa ideia.

 

Ardof sempre gostou de testar ideias novas, formar um comitê disciplinar era uma forma de testar a capacidade dos alunos de assumirem papeis de autoridades, além disso baseado nos incidentes dos outros anos ele achou que seria bom ter uma outra forma de ver as coisas, alunos com um pouco mais de autoridade e liberdade talvez pudessem fazer coisas que os outros não pudessem.

 

- Eu fique sabendo que há um comitê igual para as garotas – comentou Jinshu – e que a Ryna fora nomeada líder.

- Bem, é simplesmente a escolha ideal – respondeu Emílio – ela tem um senso de honra e justiça inabaláveis, fora que ela sabe como resolver problemas de forma pratica.

- Então ela com certeza vai escolher a Reina para seu comitê – dizia Darch – a “general rubra” vai finalmente ocupar o lugar que sempre quis.

 

Enquanto andavam juntos os três viram um grupo de novos alunos reunidos, eles pareciam estar discutindo sobre algo, Jinshu logo foi saber o que era o motivo da discussão e ficou sabendo da história que eles contaram.

 

- Isso é sério? Um aluno com magia das trevas? – perguntou Darch surpreso.

- 8 anos antes de você teve um cara, e agora 4 anos depois chegou mais um? – Emílio estava surpreso – isso vai dar o que falar por um bom tempo.

 

Mas Darch estava preocupado, ele sabia bem o que essa chegada poderia causar, além disso tinha o problema de como essa pessoa estudaria com a Misty, não era qualquer um que poderia resistir a ela e não se corromper, pensando em tudo isso Darch foi ver pessoalmente esse novo aluno.

 

**************************

 

- O que eu vou fazer? Eu nem posso mais voltar pra casa assim! – dizia uma garota nervosa.

 

A garota de pele escura e cabelo purpura estava sentada em um dos vários bancos na praça da academia, após a cerimônia de abertura todos a evitavam como uma leprosa, depois de ser levada ao seu quarto no dormitório feminino sua colega a expulsou de lá, agora ela estava pensando em voltar pra casa.

Mas como contar pra sua família que ela era uma maga negra? Seus pais e seus dois irmãos estavam cheios de orgulho dela, a primeira maga da família, e agora ela voltaria para desgraçar tudo isso.

 

- Eu não poderei voltar pra casa e vou virar uma desabrigada – ela tinha uma espécie de sorriso de desespero no rosto – se eu quiser sobreviver vou ter que virar criminosa ou prostituta.

 

Isso tudo já seria bem ruim se não fosse sua cor de pele, de acordo com dados oficiais só 8% da população do reinado tinha pele escura, esses eram sobreviventes das tribos barbaras que viviam nos territórios de fronteira e foram anexados, séculos depois houve miscigenação e de sobreviventes passaram a ser parte da população, mas ainda era raro encontra-los, ela nem de longe era feia mas as pessoas simplesmente a achavam esquisita, isso pra dizer o mínimo.

A garota enquanto limpava as lagrimas viu um grupo aproximando-se dela, eram 3 rapazes e duas garotas, todos com olhar de hostilidade, como ela demorou a notar já se viu praticamente cercada e sem escapatória.

 

- Então você é a maga negra? É pior do que pensei – disse um dos rapazes – você já traz a corrupção na pele!

- Essa academia imaculada não é lugar para você – disse uma das garotas.

- Eu... eu... eu não quero problemas – disse a garota nervosa.

- Enquanto você estiver aqui problemas é a única coisa que vai trazer – disse outro rapaz.

 

Um deles a pegou pelo ombro pra puxa-la, ela implorava pra que não fizessem isso, uma das garotas do grupo simplesmente lhe deu um tapa na cara enquanto outra a puxava pelo cabelo.

 

- Vamos joga-la pra fora, a academia não precisa de tipos como ela – disse um dos rapazes.

- O que não precisamos é de tipos como vocês – disse uma voz atrás deles.

 

Eles olharam para trás assustados, Ryna estava de pé com os braços cruzados encarando-os severamente, Reina estava uns 12m atrás encostada numa árvore observando, e apesar de serem novatos na academia dois deles a reconheceram, Ryna tinha o apelido de anjo da academia e já era reconhecida na cidade em volta.

 

- Ela é uma maga negra, é uma criminosa perigosa! – argumentou um deles nervoso.

- Você é um mago da luz não é? Eu me lembro de tê-lo visto na cerimonia – dizia Ryna – eu lhe digo por experiência própria que seu julgamento está errado.

- Mas...

- Caiam fora daqui e nunca mais façam isso, se o fizerem eu não serei mais tão boazinha – ordenou ela – eu digo isso para o próprio bem de vocês.

 

Diante do olhar severo dela todos correram, a garota que estava sendo maltratada estava chorando com a mão no lugar onde levou o tapa, ela parecia prestes a entrar em colapso quando Ryna simplesmente a abraçou.

 

- Não tenha medo, vai ficar tudo bem agora – disse Ryna para conforta-la.

 

A garota chorou mais descarregando tudo que estava sentindo, Ryna apenas continuou abraçando-a e permitindo que ela chorasse, quando a garota finalmente se acalmou Ryna pediu para conversar com ela.

 

- Obrigada – agradeceu a garota limpando as lagrimas.

- Acho que pulamos uma parte importante, que tal nos apresentarmos? – sugeriu Ryna – o meu nome é Ryna Bright, e o seu?

- É Mastela, por causa da cor do meu cabelo – disse ela quase rindo – foi minha mãe que escolheu.

 

Mastela era uma flor com um fruto no meio, de cor purpura brilhante e usada para produzir poções magicas, o nome era apropriado para alguém com essa tonalidade de cabelo, e combinava ainda mais com o fato dela ter nascido com habilidades magicas.

 

- Muito bem Mastela, você sabe o que aconteceu aqui não sabe? – perguntou Ryna para iniciar a conversa.

- Isso porque eu sou uma maga negra – respondeu ela triste – mas eu não pedi por isso!

- Eu sei, ninguém pede pra nascer com magia negra, e se alguém quisesse ela não seria uma pessoa normal – disse Ryna – mas você não precisa sofrer por isso, essa é apenas a magia com a qual nasceu, ela não define quem você é.

- Isso... mas a magia negra é o poder dos demônios – ela não conseguia acreditar que havia escolha – todos os magos negros são do mal, eles matam e torturam os outros!

- Bom, isso pode ser verdade lá fora, mas aqui dentro é outra história – dizia Ryna sorrindo satisfeita – a prova disso é que temos um excelente mago negro aqui, uma ótima pessoa que já salvou minha vida inclusive.

 

A expressão de espanto dela era engraçada, Ryna entendia perfeitamente que Darch era uma exceção à regra e por isso o entendimento de Mastela não estava errado, mas Ryna queria quebrar esse estereótipo com a ajuda dela e do Darch, se mais aspirantes a mago negro surgissem na academia poderia ser um novo começo, ensina-los a usar suas habilidades para o bem podia significar acabar com um grande mal no futuro.

 

- Eu posso ver que você é uma boa garota, estava sofrendo com o que acreditava ser uma maldição – dizia Ryna – mas não se desespere, siga em frente e mude esse destino inconveniente.

- Mas como eu posso fazer isso? – perguntou ela – e as pessoas não vão me aceitar!

- No começo sempre é difícil, a pessoa de quem falei passou pelos mesmos problemas – dizia Ryna – mas hoje ele recebe a aceitação de todos, por isso apenas aguente firme e siga em frente.

 

Ryna segurou sua mão e mostrou o caminho a ela, no caminho elas iam conversando sobre vários assuntos, Mastela contou que vem de família humilde da região sudeste, ela soube que podia usar magia três anos atrás e desde então vinha juntando dinheiro para viajar e estudar na academia, ela ficou encantada em saber que os alunos aceitos podiam estudar de graça aqui.

 

- Então você é uma maga da luz? – perguntou Mastela.

- Sim, estou no 5º ano desde que cheguei aqui – explicou Ryna – você vai adorar este lugar, com certeza.

 

Ryna levou Mastela para o dormitório masculino, no caminho todos os rapazes olhavam pra elas, cochichavam ou assobiavam, sem se importar com a multidão encarando-as elas foram até a área central, lá viram Darch e Emílio.

 

- Você não tem muita noção mesmo não é? – perguntou Darch – como é que você entra abertamente no dormitório masculino? É como um coelho entrando no meio de uma alcateia.

- Nem parece que você já se infiltrou no dormitório feminino – disse ela olhando torto – deixando isso de lado, eu vim lhe apresentar uma pessoa.

 

Darch já tinha reparado na garota ao lado dela, a garota em questão olhava pra ele como se estivesse tentando entende-lo, não havia nenhum sinal evidente, mas Darch por algum motivo sentia que ela era igual a ele, além disso os boatos que se espalharam faziam ele ter certeza do que pensava.

 

- É a novata? – perguntou ele – é mais bonita do que pensei.

 

Mastela num instante corou e parecia querer se esconder atrás da Ryna, vendo como ela era tímida Darch logo entendeu que a garota tinha bom coração, no mínimo era tão amável quanto Varatane.

 

- Eu vou deixa-la em suas mãos, por favor cuide dela – pedia Ryna – mas não faça nada estranho ok?

- Eu vou tentar não pensar no significado disso – disse ele suspirando – muito bem, eu vou cuidar dela.

 

Ryna agradeceu e tomou a direção da saída, Darch pediu ao Emílio pra cobri-lo um pouco enquanto ele ia resolver isso, então ele e Mastela também saíram do dormitório antes que os homens se amontoassem ao redor dela, procurando um lugar discreto os dois foram conversar, sentados num banco Mastela estava muito nervosa.

 

- “Agora como eu faço isso? Normalmente as garotas é que vem atrás de mim” – pensava ele nervoso por dentro.

- O meu nome é Mastela – apresentou-se a garota após um longo silêncio.

- Ah sim! Bonito nome – elogiou Darch nervoso – o meu nome é Darch, prazer em conhece-la!

- Você é mesmo um mago negro? – perguntou ela em dúvida.

- Claro que sou, eu vou lhe mostrar – disse ele levantando.

 

Darch tomou uma pequena distância e começou a conjurar uma magia de 4º nível, quando a conjuração foi completada a sombra do Darch se expandiu e dela saiu uma cópia negra dele mesmo, a cópia era tão negra que não se podia ver nenhum traço fácil fora os olhos vermelhos, era a magia que Misty usava para ter acesso ao mundo exterior à masmorra.

 

- Isso é assustador – disse a outra observando a sombra.

- Ah não se preocupe, eu tenho pleno controle dele – disse Darch rindo meio sem graça – embora a minha mestra faça melhor.

- Então é verdade que você estuda com um demônio? – perguntou ela com medo da resposta.

- É verdade sim, tem um demônio no subsolo da academia, é lá que eu tenho as minhas aulas – respondeu ele voltando a sentar ao lado dela.

 

Ao lembrar da Misty Darch começou a se preocupar, ela o considerava um desafio e ao mesmo tempo um brinquedo para sua diversão, ela vinha tentando corrompe-lo aos poucos mas nunca realmente se empenhou nisso.

Mas o que ela faria com Mastela? Misty não ligava pro sexo, idade ou raça quando se tratava dos seus prazeres, mas ela tinha uma predileção por garotas inocentes, Mastela seria como uma ovelha diante de um lobo nessa situação.

 

- Eu também vou ter que estudar com esse demônio? – ela temia essa possibilidade.

- Não se preocupe, eu vou lhe proteger – disse ele – já sei! Eu posso lhe dar aulas, eu não sou nenhum professor mas estou confiante que posso lhe ensinar o básico!

- Vai mesmo!? – ela finalmente mostrou um brilho no olhar.

- Claro, eu vou falar com o reitor sobre isso e amanhã começamos – respondeu ele.

 

Mastela agradeceu por tudo, Darch ao ver a felicidade dela ficou encantado com a jovem garota, internamente ele prometeu cuidar muito bem dela e evitar que ela sofresse.

Depois de se conhecerem melhor Darch a levou de volta ao dormitório feminino, ele teve sorte de encontrar Varatane que estava indo pra lá, rapidamente a chamou e apresentou Mastela a ela.

 

- Você poderia fazer alguma coisa por ela? A Mastela teve problemas com sua colega de quarto anterior – pediu Darch – acho que é contra as regras mas...

- Eu vou procurar alguém que a aceite, pode deixar comigo – pediu Varatane confiante.

- Valeu, por favor cuide dela – pediu Darch agradecido – acho que não vai demorar muito pra ela ser aceita.

- Claro, afinal temos você aqui tornando mais fácil – disse ela – então até amanhã.

 

Darch despediu-se das duas e foi para o dormitório masculino, Varatane então ficou a cargo de cuidar de Mastela, no caminho elas conversavam bastante e acabaram se conhecendo melhor, Mastela ficou surpresa por saber que Varatane também era alvo de preconceito.

 

- Mesmo sendo tão bonita assim? – perguntou ela.

- Eu sou meio-elfa, uma mestiça – respondeu ela – neste reino mestiços não são bem vistos não é?

- Eu entendo, muita gente sempre pegou no meu pé por causa da minha pele – dizia a outra – e agora que eu sou uma maga negra...

- O Darch também sofreu muito quando chegou aqui, até mesmo a Ryna tinha problemas com ele – dizia Varatane triste – mas ela foi a primeira a reconhece-lo, e depois pouco a pouco as pessoas foram se acostumando.

- Ele parece tão legal... – ela ruborizou uma pouco.

- “Que ótimo, vou ganhar mais uma rival?” – pensou Varatane tremendo por dentro.

 

Após procurarem bastante as duas encontraram uma candidata a colega de quarto, uma garota do curso de magia da criação, após se apresentar Mastela percebeu que a outra era indiferente a sua existência, pelo menos era melhor do que ser hostil, após se certificar que ela ficaria bem instalada Varatane se despediu e foi para seu próprio quarto, e antes de chegar lá encontrou Ryna.

 

- Eu já conheci a nova celebridade da academia – brincou Varatane.

- O que você acha dela? – perguntou Ryna.

- Acho que é uma garota honesta e gentil – respondeu Varatane – é tão incompreensível que ela tenha nascido com magia das trevas...

- Eu tenho a mesma opinião, mas ela também é ingênua e sensível – dizia Ryna – eu sinto que diferente do Darch ela não tem a força para resistir, ela pode acabar se corrompendo.

- Você pensa que ela é perigosa? – Varatane não conseguia ver essa possibilidade.

- Eu penso que ela pode não suportar a pressão, por isso temos que ficar de olho nela – respondeu Ryna – mas ao mesmo tempo temos que ajudá-la a permanecer no caminho correto, se ela permanecer pura até o fim provará que não é a magia negra que torna as pessoas más.

- Mas a professora do Darch...

- Ela pode tentar corromper a garota, na verdade é certo que ela vai – dizia Misty – mas eu confio que o Darch vai protege-la.

 

Varatane confiou no julgamento da Ryna e foi para seu quarto, Ryna pensou e, visitar Mastela mais tarde para saber como estava se saindo, era importante ela saber que tinha amigos e pessoas que se importavam com ela, mesmo assim era certo que os alunos do 1º ano iriam encrencar com ela o tempo todo.

Enquanto isso Darch chegava à masmorra, ele passara o mês inteiro fora num treinamento especial e agora retornava, ao chegar Inuka pulou sobre ele jogando-o no chão, ela o beijava alegremente assim como lambia o rosto dele.

 

- Chega Inuka, vai me sujar todo – dizia ele rindo – que diabos, o uniforme é novo sabia?

- Mestre, eu fiz como mandou e estudei direitinho – dizia ela toda empolgada.

- Oh? Então já está conseguindo ler as letras? – perguntou ele.

 

Nos últimos meses Darch decidiu ensinar Inuka a ler, para isso comprou livros infantis que ele mesmo conhecia da sua infância, se dedicava a ensina-la pouco a pouco e durante as férias insistiu para que ela continuasse treinando, como ela era bem esperta já conseguia identificar todas as letras, silabas e números, só faltava juntar tudo.

 

- Olha só quem voltou, e nem me trouxe uma lembrancinha – dizia Misty aproximando-se.

- Desculpe, eu não tive tempo pra turismo – respondeu ele – o time de supressão estava muito ocupado.

 

A missão especial do Darch foi para seu próprio treinamento, ele juntou-se a um time especializado em caçar magos negros e demônios inferiores, tudo arranjado pelo Ardof.

Neste time Darch teve a chance de lutar contra outros magos negros, e conseguiu matar os demônios da classe mais baixa, a melhor confirmação de todas é que mesmo que a magia negra não servisse para a ofensiva servia para a defensiva, então ele só precisava encontrar a maneira certa de lutar.

 

- Mas não fique se achando porque conseguiu matar demônios inferiores – dizia Misty – até você matar um de alta classe vai continuar apenas sendo um menino.

 

Os demônios eram divididos em classes, os mais fracos sendo chamados de demônios inferiores, não muito diferente de animais corrompidos, em seguida vinham os demônios de baixa classe que eram como soldados na vasta horda, os demônios de alta classe eram como capitães ou elites, e por último vinham os arquidemônios, os verdadeiros reis da espécie demoníaca.

 

- Vou trabalhar nisso este ano, quero sair daqui capaz de matar pelo menos um de classe baixa – respondeu Darch.

- Que bom ver você empenhado, eu vou me esforçar também – dizia Misty – e falando nisso parece que teremos uma pessoa nova aqui não é?

 

Darch congelou ao ouvir isso, tudo indicava que Misty já sabia sobre a Mastela e estava de olho nela, ao olhar para Misty ele viu o sorriso que ela sempre dava quando planejava algo, talvez já estivesse fantasiando o que fazer com a garota.

 

- Uma menina jovem e virgem, isso vai ser interessante – dizia ela lambendo os lábios.

 

 

Continua.