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História Herdeiros do Trono - Discussão


Escrita por: Loryflyer

Notas do Autor


Olá,este é particularmente o meu capítulo preferido até agora.A partir dele dá para vcs teremos uma base de como é a vida familiar dela.Espero que gostem.
Capítulo betado por @souhamucek

Capítulo 4 - Discussão


     Hazel's P.O.V.
   É estranho como Justin já estava se tornando uma pessoa importante para mim. Diria até que estávamos nos tornando amigos.Para mim, sempre foi difícil fazer amigos, não que ninguém quisesse sê-los,pelo contrário,todos queriam ser meus amigos. Mas,não era porque eu sou legal ou coisas do tipo,e,sim, porque eu sou uma princesa. 
É impressionante como Verde Escuro está cheio de interesseiros.Acho que foi por isso que gostei de Justin, ele me trata bem sem saber que sou uma princesa. Gostaria que ninguém daqui soubesse quem eu sou, assim eu veria quem realmente gosta de mim, o que garanto que seriam poucos. O mundo seria tão melhor se não houvesse tanta falsidade. Será que do outro lado da muralha era melhor? Acho pouco provável. 
   Foram com esses pensamentos que adormeci. 
Acordei com uma batida na porta. 
  — Entre! — gritei. 
  — Com licença, senhorita. Seu pai me mandou te acordar para que desças e tomes café com ele — disse James, o mordomo. 
   Era até engraçado o modo como ele me tratava, com tanta formalidade. Chegava à ser cômico. Ele não era má pessoa, porém era muito ligado em rebuscamento para o meu gosto. Claro que isto o fazia ser um ótimo funcionário, entretanto não era a pessoa ideal para se ter uma conversa agradável. Ele prezava muito às boas maneiras. Claro que ele não se atreveria a me repreender por não me comportar adequadamente, por isso era tão divertido me comportar mal diante dele. Vê-lo se segurando para não me repreender me causava boas gargalhadas. 
  — Diga ao meu pai que descerei em alguns minutos. 
  — Com licença, princesa. — dito isto, ele se retirou do meu quarto. 
   Tomei um banho rápido, escolhi uma roupa simples — quero dizer, o mais simples que achei no meu guarda-roupa—, e, como de costume, peguei meu arco e flecha. Hoje era dia de treinar com meu pai. Sem mais, desci para o salão de refeições. 
  — Bom dia, pai. — um sorriso estampava meu rosto, afinal disparar flechas é uma das minhas atividades favoritas. Quando fiz 15 anos, o meu pai começou a me ensinar a dispará-las, agora, com 17 anos, já me considero uma arqueira formidável. 
  — Bom dia, filha. — respondeu, com uma expressão séria no rosto. Para mim, isto era normal, raramente meu pai demostrava suas emoções.  Todavia, isto não fazia dele um pai ruim. Ele era excelente.  Graças a ele, não me tornei uma princesinha mimada e frágil, e, sim, uma mulher forte e destemida. Meu pai sempre foi muito rígido, contudo sempre que eu precisei ele estava ao meu lado. 
   Tomei um copo de suco de maracujá, comi algumas torradas com geleia de damasco e uma saborosa maçã.
  — Já acabou? — perguntou-me. 
  — Já sim.Iremos agora? 
  — Sim. — afirmou, levantando-se e eu o segui. 
   Pude perceber que ele também já estava com seu arco. Saímos do castelo e nos dirigimos à floresta escura. Lá era o melhor lugar para se treinar, os troncos das árvores eram ótimos alvos. 
  — Mire no centro daquela árvore que está à uns quinze metros à sua direita. — escutei meu pai me orientar. 
   Posicionei meu arco e mirei na árvore que ele tinha dito. Soltei a flecha e ela acertou o canto direito da árvore. Merda! Mil vezes merda!  Encarei o meu pai e ele estava com um evidente olhar de reprovação no rosto. 
   Ele atirou sua flecha e a acertou bem onde eu deveria. 
  — É fácil, Hazel. Apenas faça como eu fiz. Se você tiver foco e concentração, acertará. 
   Tentei ao máximo me focar para que a flecha pousasse no lugar certo. E, dessa vez, consegui. Fiquei tão empolgada que meu pai teve que me repreender. 
  — Não se esqueça que um animal feroz não lhe dará uma segunda chance. 
   O meu pai tinha razão, eu deveria treinar muito para que nunca mais errasse uma flecha. De nada adiantaria acertar a segunda, pois se eu errasse a primeira, provavelmente já estaria morta, antes de sequer tentar a segunda. Foi esse pensamento que me deu determinação para acertar o centro de praticamente todas as outras árvores que meu pai me indicava. Eu estava feliz com o meu desempenho, no entanto, o que me deixava mais feliz ainda era o olhar de orgulho que meu pai tinha no rosto. 
  — Bom trabalho, Hazel! — ele disse enquanto me abraçava, o que era raro, e isto tornava aquele momento mais especial ainda. 
  — Obrigado, pai. Você é o melhor pai do mundo. Tudo o que eu sou hoje eu devo a você. 
  — Você também é uma filha maravilhosa, mas não se esqueça da sua mãe. — repreendeu-me. 
  — Ah, pai! Você sabe que eu não tenho nada a ver com ela, somos pessoas completamente diferentes. 
  — Já está escurecendo, está na hora de irmos embora. — disse meu pai, não querendo começar uma discussão.O caminho de volta foi silencioso.
   Entramos no castelo e meu pai foi direto para o escritório resolver os problemas do reino. Já eu fui para a sala e encontrei minha mãe lendo um livro clássico, suponho que seja de Shakespeare.  Cumprimentei-a e já ia subindo para o meu quarto quando ela disse em tom de desgosto: 
  — Seu pai parece que quer te transformar em um moleque. Nunca vi uma princesa andar nesses trajes e nesse estado, pingando suor. Você deveria estar aprendendo boas maneiras e se preparando para casar, e não treinando como um homem qualquer. 
   Juro que tentei me segurar, mas as palavras simplesmente saltaram da minha boca. 
  — E assim me tornar uma pessoa fútil como você, quem só pensa em comprar vestidos elegantes, jóias caras, cosméticos e outras futilidades? Não, mãe. Você sabe que eu nunca fui e nem serei como você. Eu não quero ser protegida pelo meu marido ou por qualquer outra pessoa. Quero saber me defender. Esses treinos de arco e flecha são a melhor parte da minha vida. Eu não deixarei de fazê-los apenas para lhe agradar. — disparei essas palavras e vi sua expressão calma se tornar furiosa de novo, assim como a minha provavelmente estava.   Subi correndo para meu quarto antes que a discussão tomasse proporções maiores. 
   Não adiantava discutir com a minha mãe, ela nunca me entendia. A rainha sempre quis que eu fosse uma bonequinha de porcelana como ela, com o vestido impecável, sem nenhum mísero amasso, com os fios do cabelo perfeitamente alinhados e um andar admirável. Porém, estava claro que eu nunca seria. 
Aceitar os filhos como eles são não é o papel de uma mãe?


Notas Finais


E aí,oq acharam?Caso tenham gostado,não deixem de comentar.


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