1. Spirit Fanfics >
  2. Heróis de Rune-Midgard: Episódio do Aprendiz >
  3. A Conversão

História Heróis de Rune-Midgard: Episódio do Aprendiz - A Conversão


Escrita por: CronistadosMundos

Capítulo 9 - A Conversão


Fanfic / Fanfiction Heróis de Rune-Midgard: Episódio do Aprendiz - A Conversão

Não sabendo o que tinha acontecido direito, sua cabeça doía bastante e os diversos ferimentos em seu corpo estavam cobertos por ataduras. Mesmo com as dores, Rhober se levantou da maca lentamente e logo que se pôs de pé, sentiu tontura e caiu, levando consigo para o chão alguns remédios e comida que estavam na mesa ao lado.

A Treinadora Alice assim que ouviu o barulho e correu para ajudá-lo.

- Você não deveria se esforçar assim, venha – O deitou na maca – Mesmo com magias de cura, certas dores só desaparecem com repouso e com uma boa alimentação – Ela o entregou uma maçã e um copo de leite.

- O que aconteceu? Eu sinto que meu corpo está todo rasgado... – O aprendiz dá uma mordida na maçã sem muita vontade – Como eu vim parar aqui?

- Bem... – Alice desviou o olhar para o lado – Uma pessoa te trouxe nos braços e pediu que nós curássemos seus ferimentos graves.

- Quem era? – Bebeu um gole de leite, porém, com mais ânimo – Eu juro que vi um homem encapuzado me salvar do carniçal que me emboscou.

- Olha, descanse agora, ta bem? – A treinadora mudou de assunto – Assim que for possível, os treinadores e instrutores irão se reunir para definir sobre o exame de graduação, mas até lá repouse e se alimente bem.

A treinadora saiu da sala após sua fala e Rhober tentando obedecê-la, colocou sua refeição na mesa e tentou tirar um cochilo. Mas após alguns segundos ele quase deu um pulo para fora da cama. “Sadinn! Preciso saber como ele está!”. Com dificuldades, chegou à porta da enfermaria e colocou sua cara para fora para saber se tinha alguém de vigia. Por sorte, não havia ninguém naquele corredor. Tentando se espreitar entre as colunas das paredes do corredor, procurou por todo o canto pelo seu amigo, mas não o achava.

Até que em certo momento, passou perto de uma das salas de aula e acabou escutando a seguinte frase saindo da boca do Instrutor Brade: “Não podemos formá-los ainda, pois já perdemos um!”. Rhober imediatamente se esgueirou perto da porta para tentar escutar o resto da conversa.

- Infelizmente para ressuscitar alguém é preciso muito poder – Disse uma voz familiar – Mesmo que um sacerdote formidável saiba essa técnica, aquele garoto teve sua nuca perfurada por uma arma envenenada e infelizmente passou tempo demais sem o espírito. Não tem como trazermos sua vida de volta!

- Mas Vossa Reverendíssima... – Disse uma voz feminina.

- Não há como, Mayssel. Desista! Temos que graduar os aprendizes logo, Morroc fugiu ontem para alguma dimensão e a Sombra de Bafomé continua causando transtornos nos arredores de Prontera! Precisamos de mais aventureiros – Retrucou o homem de um jeito autoritário – Essas são ordens diretas da Catedral!

- E como vamos informar aos amigos de Sadinn que ele faleceu? – Perguntou o Instrutor Brade.

Essa ultima fala acabou com Rhober. Seu amigo estava morto de fato e nada poderia ser feito para trazê-lo de volta. Com lagrimas escorrendo livremente pelo rosto, ele não conseguia falar, soluçar e nem gritar. Encostou-se na parede e foi deslizando até ficar sentado no chão, desamparado.

<><><><><><>

Após alguns minutos, a porta se abre e um homem maduro de cabelos castanhos e amarrados por uma trança, trajado com vestes de sumo-sacerdote sai de dentro e se depara com Rhober abraçando seus joelhos, cabisbaixo. O sumo-sacerdote fica de frente para ele e o olha com seriedade.

- Levante-se!

- Me deixa! – Gritou revoltado, se levantando bruscamente – Você não fez nada para salvar meu amigo!

O religioso surpreendentemente deu um tapa no rosto de Rhober, o que o deixou sem palavras.

- Pare de choramingar, garoto! Não é hora de ficar se lamentando. Pessoas morrem todos os dias e a todo momento por conta de monstros. Aceite esse fato!

- Mas... – Tentou argumentar, cabisbaixo.

- Se gradue primeiro e então vingue seu amigo expurgando os demônios deste mundo! E se for para ficar de choro, volte para a saia dos seus pais!

- Eles estão mortos há muito tempo – Não agüentando, Rhober começou a chorar.

O sumo-sacerdote suspirou com pesar. Diante daquele jovem desolado e com diversos machucados no corpo, o homem o puxou para si e lhe deu um abraço aconchegante. Rhober abraçou de forma recípocra e chorou mais alto ainda. Liberou toda a tristeza que podia nos mantos daquele devoto de Odin que sequer sabia o nome, mas que de alguma forma se sentia bem por estar perto dele.

Passado um tempo, alguns instrutores saíram da sala e viram o jovem garoto sendo consolado pelo sumo-sacerdote. Tristes pelas atuais circunstâncias os instrutores apenas passaram por perto e fizeram um carinho nos cabelos do garoto que chorava dessa vez em silencio. Apenas a Treinadora Alice e o Instrutor Brade permaneceram no local e esperaram Rhober se recompor. Depois de limpar o rosto, o Instrutor Brade se aproximou:

- Sinto muito pelo seu amigo, Rhober. Prometo que vamos fazer um funeral após resolvermos essa bagunça.

- Isso mesmo, sei que é um momento difícil, mas precisamos que você mantenha foco nos estudos e se preparar para o teste final do exame de graduação que vamos preparar em breve – Comentou Alice.

Rhober já um pouco melhor, olhou para sua treinadora e disse:

- Me ensine a ser um noviço, treinadora – Seu olhar agora tinha um brilho que transmitia determinação – Quero ser que nem o senhor – Disse olhando agora para o sumo-sacerdote que deu um sorriso de canto.

A treinadora ficou surpresa com a escolha e o instrutor Brade sorriu satisfeito.

- O que o motivou a fazer essa escolha, rapaz? – Perguntou o sumo-sacerdote.

- Bem... Meus pais eram devotos de Odin e sempre me ensinaram a proteger os mais fracos e a ajudar as pessoas – Disse tirando de dentro da camisa o rosário herdado do pai – Eu não pude curar meu amigo na hora que ele caiu diante de mim... E, além disso, eu quero banir os demônios desse mundo! Então acho que o melhor é me tornar um sacerdote!

- Que bom que você quer escolher o nosso caminho, querido. Eu posso te ajudar sim a trilhar o caminho do poder divino, mas se recupere primeiro. Amanhã compareça na aula e te ensinarei algumas habilidades de noviço!

- Certo, treinadora! – Rhober começou a correr de volta para a enfermaria, e a esse ponto ele já não sentia mais tantas dores no corpo – Ah! E qual o nome do senhor? – Parou por um instante, se dirigindo ao sumo-sacerdote.

- Meu nome é Denzel Murdock.

<><><><><><>

No dia seguinte, Rhober se levantou da cama, já recuperado dos ferimentos mais graves. Depois de banhar e comer sua refeição matinal no refeitório da academia, partiu para a sala de aula dos noviços. Ao entrar lá, todos os aprendizes voltaram suas atenções para ele.

- Seja bem-vindo, Rhober! Por favor, sente-se – Saudou a Treinadora Alice.

Ele se sentia incomodado com o olhar de todos e se perguntava do porque de estarem o encarando. Talvez fosse pelo luto de seu amigo, mas a treinadora chamou a atenção da turma para falar sobre a classe de noviço.

A aula durou o dia todo praticamente, com intervalos apenas para as refeições. O Sumo-sacerdote Denzel havia ordenado aos treinadores e instrutores darem um intensivão sobre as classes antes dos aprendizes escolherem quais caminhos irão seguir quando se tornarem aventureiros e isso precisava ser feito o mais rápido possível. Apesar do dia exaustivo, Rhober fez amizade com muitos aprendizes que ele não tinha contato antes, e notou que Sadinn havia feito amigos em praticamente toda a academia, mas que andava sempre com Rhober, pois o considerava como um irmão, de acordo com os aprendizes de noviço.

Rhober aprendeu algumas habilidades básicas de noviço, sentiu uma grande afinidade com as magias dessa classe, e por conta disso, não demorou muito até conseguir conjurar a magia de Cura e de Aumentar Agilidade. Até mesmo a Treinadora Alice se sentiu impressionada e deu os parabéns para ele. Porém, aquelas técnicas eram bastante simplificadas, um mero aprendiz não conseguiria conjurar uma magia com a mesma proficiência que um aventureiro formado.

Ao menos ele já sabia que aquele era de fato o caminho que queria trilhar. Ao final do dia, Rhober se despediu dos aprendizes e se dirigiu até sua cama no dormitório masculino. Deitado na cama se lembrou dos bons momentos com seu amigo. Com certeza a academia e as aventuras mais adiante não seriam tão legais sem Sadinn por perto. Com uma triste lágrima escorrendo em seu rosto, fechou os olhos e adormeceu.

<><><><><><>

No meio da madrugada, ele acordou com um susto. Havia escutado um barulho de metal caindo. Ao olhar para os lados, viu que todos os aprendizes do dormitório estavam dormindo tranquilamente. Em alerta, pegou a adaga debaixo de seu travesseiro e foi até a quina da porta para entender o que estava acontecendo.

Apesar da penumbra no corredor, ele avistou um guarda e o Instrutor Brade caminhando apressadamente em uma direção. Furtivamente, Rhober os seguiu até a entrada da academia. Alguns treinadores estavam debatendo com os guardas, e pela conversa todos estavam bastante preocupados e tensos. O Instrutor Brade então deu uma última ordem antes de partir com o grupo:

- Fiquem e protejam os aprendizes, não permitam que nenhum deles saia! Encontramos a Sombra de Bafomé, iremos por um fim na invasão descontrolada de monstros debaixo de Prontera!



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...