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História Hey, Hands Up! - Capítulo 31


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos 157 favoritos e a todos que comentam!!! :D

Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Boa leitura.

Capítulo 31 - Capítulo 31


Oppas, aconteceu alguma coisa… – Haneul se encolheu entre Yugyeom e Bambam no sofá. – Não… faz alguma coisa, por favor… Oppa Yug… por favor…

Haneul começou a chorar baixinho e Bambam olhou espantado para o moreno, que estava com o olhar fixo no nada. O loiro conhecia aquele olhar; o amigo estava vendo algo.

– Querida, calma. – O loiro levantou e pegou a menina no colo. – Vamos, princesa… Está tarde.

O local era a casa de Mark e não estava tão tarde assim, mas o tailandês achou melhor levar a criança para o quarto, pois quem sabe não era um descanso que ela precisava? Mesmo assim aquela situação era estranha e ele realmente não entendeu o porquê de Haneul começar a chorar daquele jeito. Será que era alguma dor? Mas quando questionou a menina, ela falou que era uma dor diferente, que era medo.

Bambam sempre se surpreendia com a garota, que parecia bastante sensitiva e anos cuidando dela o fizeram atentos a toda vez que ela sentia medo, preocupação ou quando confiava em alguém depois de um simples sorriso. Haneul era especial e tudo o que ela fazia ou sentia era digno de atenção.

– Está melhor, minha querida? – perguntou o loiro, após colocá-la na cama, a observando com atenção. – Sente alguma coisa?

– Eu estou muito triste, oppa. Aconteceu alguma coisa… Meu pai está triste.

– Vai passar, Haneul… Daqui a pouco ele chega e você vai ver que estará tudo bem.

O tailandês ficou ao lado da cama, ninando baixinho a menina que em alguns minutos acabou dormindo, afinal Yugyeom havia feito várias brincadeiras e ela estava cansada. Quando a criança respirava em cadência, o loiro saiu do quarto e seguiu para a sala.

– Yug, o que… Oh! – Bambam exclamou assim que viu o moreno com os olhos cheio de água e com um olhar perdido. – Pela divindade! Você está bem? O que aconteceu?

 O loiro sentou ao lado do outro e estalou os dedos em frente ao rosto do moreno, que se virou para o mais baixo. Bambam estava bastante preocupado e por um momento notou que a televisão ainda estava ligada e apertando um dos botões do controle remoto, a desligou.

 – Yug… Fala comigo.  – pediu o tailandês, colocando a mão sobre a da divindade.  – Por favor…

 – O laço rompeu…  – Yugyeom falou para um confuso Bambam.  – Eu destruí o amor verdadeiro deles.

 – Yugyeom…

 – O laço entre Mark, Jinyoung e Jackson se rompeu e é tudo culpa minha!

Bambam finalmente entendeu o problema e sua primeira reação foi levar a mão até a boca e balbuciar alguma coisa, mas logo voltou a atenção para o moreno, que agora batia com os punhos na cabeça.

 – Ei, Ei…  – O tailandês jogou o braço com força sobre a cabeça da divindade, forçando o moreno a olhar para ele e a parar de se machucar.  – Vamos pensar em algo, Yug… Não pode romper e ser para sempre.

 – Mas é… Acabou.

 – Não! Eu não admito que os três vão ficar amargurados o resto da vida deles.  – O loiro bateu com um dos pés no chão, para dar ênfase no que falava. O outro já havia o dito o que acontecia em caso do laço que unia almas fosse rompido, mas o tailandês não podia acreditar que os três amigos ficariam tristes e atormentados até o fim.  – Yug, não vamos dar um jeito nisso; nem que eu tenha que ir falar diretamente com o seu pai!

– Bam… Eu sou uma péssima divindade! Eu deveria ser punido! – O moreno olhou para o teto, mas sabia que não haveria resposta. – Pai, me leva de volta.

– Yugyeom, para com isso!

– É, para com isso!

A nova voz no recinto fez Bambam gritar e se encolher ainda para mais perto de Yugyeom, que não sabia se sorria ou chorava ainda mais com a surpresa.

– Jungkook…

– Cara, já falei para parar de chorar tão alto! – Jungkook olhou em volta e fez um aceno positivo com a cabeça, logo voltando a atenção para o sofá. – Hum… um gatinho assustado.

O tailandês escondeu o rosto no peitoral de Yugyeom enquanto segurava o braço do moreno com força. Jungkook sorriu ao observar o ato.

– Bam, ele é meu irmão… Não fique com medo.

– Oh… – O loiro olhou para o amigo por um momento e depois encarou o outro rapaz. – Me desculpe. – falou, curvando a cabeça em respeito.

– Yug, Yug… Então você contou para o seu favorito. – O mais velho comentou, piscando para o loiro. – Não precisa se curvar para mim, fofo.

– O nome dele é Bambam. – afirmou secamente a divindade mais nova. – O que você está fazendo aqui, JK?

– Vim escutar o seu chororô e tentar ajudar… Mas talvez você não queira minha ajuda.

– Senhor divindade, ele quer sim. – disse o tailandês, olhando sério para Yugyeom que parecia prestes a recusar a proposta. – Não seja teimoso. Precisamos de ajuda.

– Precisamos? – O mais velho riu por um momento e logo foi se sentar ao lado de Bambam. – Gostei de você… Entendo o porquê você ser o favorito do meu maninho.

– Eu não sou o favorito…

– Ah, mas é sim. É Bambam pra cá, Bambam pra lá…

– É? – O loiro sorriu na direção de Yugyeom, que tentou parecer irritado, mas logo sorriu de volta. Era simplesmente impossível negar algo ao mais baixo. – Por isso tenho tantas regalias?

– Regalias? – Jungkook estava amando aquilo. Era ótimo tirar uma com a cara do irmão. – Que regalias são essas, Bam?

– Bambam… Você pode nos deixar sozinhos? – Yugyeom olhou com a expressão fechada para o irmão que simplesmente revirou os olhos. – Ou se quiser, podemos ir embora…

– Não… Vou ficar com Haneul. – O loiro se inclinou e depositou um beijo na bochecha de Yugyeom, para logo depois se levantar. – Escute o seu irmão, hein. – Bambam se virou para Jungkook e novamente se inclinou para frente. – Obrigado por nos ajudar.

– Sem problemas. – O moreno mais velho balançou uma das mãos, pedindo para o outro parar com o gesto. – Pode me chamar de Kookie, se quiser.

– Ah… Okay…

Bambam sorriu novamente e seguiu para o quarto da menina. Em pouco tempo de vida, ele conhecia duas divindades! Uau, que experiência!

– Para de flertar com ele, JK!

– Por acaso você já achou a cara metade dele? – Jungkook perguntou displicentemente e quando o outro balançou a cabeça negativamente, ele continuou. – Então não vejo o problema de me divertir um pouco com ele!

Antes que Jungkook processasse o que estava acontecendo, Yugyeom já estava praticamente em cima dele, com o antebraço pressionado na garganta do mais baixo, com um olhar que o mais velho nunca vira no irmão.

– Se você encostar seus dedos nele, eu te mato.

O que estava acontecendo ali? Era o que Jungkook se perguntava. Vasculhando rapidamente os pensamentos do irmão, ele viu diversas imagens dele próprio com Bambam e a divindade percebeu que o irmão estava imaginando possíveis cenários e nenhum era do seu agrado.

– Sai de cima de mim, seu idiota! – Jungkook empurrou o outro, que voltou a sentar no sofá, ainda irritado. – Eu vim ajudar e você me trata assim? Pode deixar, não vou encostar no seu precioso humano.

– Não vai mesmo! Bambam não vai ser corrompido por você.

– Olha aqui, Yug… Acho que sei qual a porra do seu problema! – Jungkook suspirou alto, sacudindo a cabeça negativamente. – Você está dando muita atenção para ele e esquecendo dos outros. Inverteu os papéis, foi isso?

– Nada disso, estou dando atenção para todos. – Yugyeom suspirou, cruzando os braços. – Só fiz merda com três…

– Deixa eu adivinhar: Mark, Jinyoung e Jackson são almas gêmeas.

– Sim…

– E você os separou, não foi?

–  Sim… Mas aconteceu algo pior… – O moreno mais novo esfregou a testa e passou a língua pelos lábios. – Quando percebi que tinha feito besteira, tentei reverter, mas o laço acabou de romper.

–  Porra, tem certeza?

– Infelizmente, sim.

Jungkook estalou a língua no céu da boca e pareceu pensar por um momento nas possibilidades e quanto mais demorava para falar alguma coisa, Yugyeom foi perdendo a esperança. Então seria assim? Seus protegidos seriam punidos por ele ser um idiota?

– Hum… É raro, mas… Já aconteceu do laço ser reconstruído.

– Eu sei, mas não sei se será possível e eu nunca vi acontecer, só li sobre… – O mais novo suspirou. – Precisa de um grande poder ou algo do tipo…

– Você tem razão Yug, mas… um dos envolvidos é Jackson.

–  Acha que tem alguma diferença, JK?

–  Eu tenho quase certeza que sim. – Jungkook mordeu o lábio inferior e logo depois mordeu o interior da bochecha. –  Mas você vai ter que ajudar… Vai ter que ser um trabalho intensivo.

–  Hum… Eu consigo? –  Yugyeom sabia que a fala saiu mais como uma pergunta e logo suspirou. – Eu consigo!

– Claro que consegue… Não sou irmão de incompetentes.

Yugyeom se sentiu um pouco mais relaxado, mesmo sabendo que tinha um grande trabalho pela frente. Como Jungkook havia dito, seria algo intenso e que seria difícil de conseguir, mas ele não desistiria. Iria conseguir com que Jackson, Mark e Jinyoung estivessem novamente juntos, felizes e formando uma família com Haneul.

– Posso dar minha opinião em algo? – Quando o mais novo concordou, Jungkook continuou. – Acho que você está agindo errado com Bambam.

– Como assim?

– Você o está prendendo… Sendo super protetor, sem necessidade. Ele é seu protegido… não seu.

– Eu sei o que estou fazendo, tá?

– Não, não sabe e essa choradeira é a prova disso.

– Olha, eu não faço nada demais, okay? Só somos… unidos.

– Yug, eu não sou idiota. Acha que eu não vejo lá de cima? – Jungkook revirou os olhos antes de continuar. – Você apagou a cidade!

– Foi um exemplo.

– Você estava se amostrando! Por quê?

– Eu tinha que explicar para ele…

– Não se faça de bobo. Você sabe muito bem que poderia ter dado a visão a ele por uns segundos e Bambam ia entender rapidamente.

– Pensei que poderia assustá-lo.

– Vou fingir que acredito. – O moreno mais novo suspirou, se levantando. – Olha, você tá chamando atenção lá em cima… Papai não está gostando. Eu vim porquê se você não resolver isso, vai ser punido e não será bonito, Yug.

– Punido? Que tipo de punição?

As duas divindades olharam para a escada, da onde o som da voz de Bambam se fez presente. O loiro desceu os dois degraus restantes e se colocou ao lado de Yugyeom, em uma atitude defensiva.

– Ele está fazendo o possível! Vocês não podem puni-lo. – Bambam que antes parecia com medo da nova divindade, agora crescera, não se importando de parecer rude para defender Yugyeom. O loiro deu um passo para frente, quase apontando um dedo no rosto de Jungkook. – Acham que é fácil cuidar de seis pessoas? Sete, se contar Haneul… Nove, contando Nora e Coco! Nove! Vocês jogaram ele aqui, sem nenhuma ajuda, com instruções erradas e querem que ele não erre? Isso é um absurdo!

– Bambam, não é bem assim… – falou Yugyeom.

– Que direito você tem de vir aqui e dizer que ele vai ser punido? Punido com o que? Como?

– Gatinho, você não vai querer saber. – afirmou Jungkook, com um suspiro.

– Que ultraje! Como entro em contato com o pai de vocês? – Yugyeom quase riu, mas sabia que o loiro estava querendo provar um ponto e mesmo sendo uma atitude inútil, o moreno mais novo sentiu algo diferente dentro dele; uma alegria que ele não conseguia explicar. – Rezando?

– Bam, deixa disso… – O moreno mais alto se aproximou do loiro, o afastando de Jungkook que estava com uma expressão divertida no rosto. – Já disse que só vou apresentar meu pai para você daqui muitos e muitos anos…

– Mas eles não podem te punir. Suas missões são bem difíceis.

– É, o garoto tem razão sobre as missões…

– Sim, claro que tenho. O pai de vocês tem que dar um desconto!

– Bam, ele vai dar, okay? – Yugyeom disse, sem querer colocando uma das mãos na cintura do loiro, que lhe olhou com uma mistura de preocupação e alívio. – Eu vou fazer tudo direito de agora em diante, JK...

Jungkook não respondeu, chocado demais com o que estava vendo. Como aquilo havia fugido da sua visão antes? No momento em que o irmão colocara a mão no humano, o laço vermelho existente entre os dois corpos, começou a brilhar, com força. Ali estava o motivo pelo qual Yugyeom ainda não havia encontrado ninguém para Bambam; o motivo era que eles eram destinados e o mais velho começou a entender o porquê do outro estar tão perdido e cometendo erros: seu irmão estava apaixonado e provavelmente não sabia o que fazer com o sentimento. Se a divindade estivesse correta, era certo que o mais novo nem havia dado conta do fato ainda.

Yugyeom notou algo errado no irmão e Jungkook percebeu isso e logo bloqueou os pensamentos. O outro não podia descobrir daquela maneira.

– Hum… é… Eu vou indo, Yug. – informou o mais velho, sorrindo. – Eu tenho certeza que dará tudo certo e qualquer coisa, é só chorar que eu volto.

– Nossa, que engraçado ele é. – brincou Yugyeom, se aproximando para abraçar o irmão. – Obrigado, mais uma vez, por tudo.

– Esquece tudo o que eu falei sobre Bambam. – sussurrou Jungkook no ouvido do outro. – Se grude a ele… Fique com ele.

Hn?

– Sério, faça isso. – O mais velho deu uma batida no ombro do irmão e se virou para o tailandês, que estava olhando a cena com um sorriso. – Tchau, gatinho medroso.

– Tchau, senhor divindade.

– Me chame de Jungkook, por favor.

– Okay… Tchau, Jungkook. – concluiu o loiro, fazendo uma pequena reverência. – Não deixe ele ser punido, por favor.

– Farei o possível.

Jungkook viu o irmão se separar dele e voltar para o lado de Bambam, parecendo pensativo. A divindade mais velha ainda olhou para os dois e acenou antes de desaparecer, pensando que o pai havia enlouquecido de vez, pois nunca havia escutado ou lido sobre uma divindade e um humano serem almas-gêmeas. O Cupido, como sempre, estava sendo irresponsável, tanto que chegava no âmbito da maldade, já que um era imortal e o outro não. Ah, ele teria uma conversa dura com o pai e pediria explicações para aquilo.

– Yug, você se dá bem com todos os seus irmãos? – perguntou Bambam, depois de um tempo, quando sentiu toda a energia da divindade que fora embora, se esvair do local. – Assim… todos têm a mesma idade?

– Não… Jungkook e eu temos idades parecidas, por isso nos damos tão bem. Claro que tenho uma boa relação com todos, mas sou mais próximo de JK.

– Ele também tem alguma missão?

– Não agora, a dele ele já realizou. Hum… Sabe Namjoon e Seokjin, os amigos de Jackson?

– Oh! Sério? Só eles?

– Não… Sabe aquele cantor famoso, o Park Jimin? – Bambam balançou a cabeça em afirmação. – E o ator… Kim Taehyung? Então…

– Ah! Eles estão juntos? Isso é tão lindo! – O tailandês sorriu, se escorando na divindade. – Eu sempre shippei...

– Teve mais dois… O rapper e produtor, Min Yoongi e o dançarino, Jung Hoseok.

– Eles são da equipe do Jimin, né?

– Sim, mas… nem sempre foi assim… Ah, é uma longa história.

– Hum… eu tenho tempo sobrando.

– Sério que você vai me fazer contar? É enorme…

– Precisarei de pipoca?

Yugyeom riu, balançando a cabeça negativamente. Ainda faltava algumas horas para Mark voltar, ele se garantiu disso, fazendo uma pequena modificação necessária no caminho do jovem pai. E então, a divindade narrou as histórias de amor de seis outras pessoas para o loiro e Bambam se viu mais do que feliz em ter a chance de ouvi-las.

 

***

 

Mark deveria estar procurando um emprego, mas lá estava ele, andando por uma rua qualquer, sem saber o que fazer. Sua vida estava desmoronando e o moreno não sabia como prosseguir sem que tudo caísse de uma vez. Talvez a divindade que o jovem sempre achou que estava ao seu lado, o tivesse abandonado a própria sorte e, para completar, ele ainda estava chorando. Que bosta de vida.

O moreno estava tão distraído que só reparou que outras pessoas também estavam na rua quando se chocou contra uma delas.

– Ah… me desculpe... Youngjae? – proferiu, logo reconhecendo a figura do conhecido, talvez amizade fosse muito forte para a relação que eles tinham no momento.

– Oi, Mark. Tudo bem com você? Parece meio pálido… – O sorriso largo do policial foi morrendo assim que ele notou os olhos do outro avermelhados pelo acúmulo de lágrimas e então ele se alarmou. O que fazer? O que fazer? Ele era péssimo naquilo, mas não podia simplesmente fingir que não notara nada. – Hm… Vem, vamos tomar um café.

Mark não concordou verbalmente, mas também não tinha forças para seguir sozinho, então deixou ser guiado até a cafeteria. O local era morno e aconchegante, com poucos visitantes pela hora do dia, mas o aroma era magnífico. Youngjae guiou o mais velho até uma mesa, em um canto mais afastado, afinal se Mark precisasse chorar com vontade, poderia fazê-lo sem chamar muita atenção.

– Você pode conversar comigo sobre o que aconteceu ou só continuar sentado até se sentir melhor para voltar para casa, tudo bem?

– Minha vida tá uma merda. – comentou, rindo sarcasticamente, em uma tentativa de mandar a vontade de chorar embora. – Está dando tudo errado.

– Você não resolveu com Jackson, não é?  Ah… Um ice americano e… Mark? – Indicou a chegada da atendente ao outro que encarou desmotivado o cardápio por algum tempo.

– Um capuccino com creme, por favor. – concluiu. Talvez algo doce pudesse aliviar o amargor que estava sendo aquele dia. A atendente se afastou e ele suspirou alto, apoiando os braços na mesa e deitando a cabeça por cima deles. Se sentia tão cansado, tão cansado. – Eu não vou me resolver com Jackson… ou com Jinyoung. Acabou, Youngjae. 

– Como assim acabou? Não! – Mark levantou a cabeça e quase riu da expressão do outro. – Mas… O que aconteceu? Posso ajudar de alguma forma?

– Obrigado, mas não… – O moreno esfregou os olhos por um momento e suspirou. – O que aconteceu é que Jackson me escondia algo e Jinyoung tentou consertar tudo, mas só piorou…

– Ah… Cara… é complicado. O relacionamento de vocês é complicado… Afinal, não seria a obrigação de Jinyoung tentar “consertar”? Claro, não sei o que Jackson fez e deve ser bem grave pra você estar nesse estado… É só que… sei lá.

– A obrigação dele era falar comigo! Jinyoung sabia o quão magoado eu estava e o que Jackson fez não tem volta…

– Desculpe, mas… com meias palavras não posso te ajudar muito. Eu não sei o que falar, Mark.

– A mãe de Haneul a quer tirar de mim e Jackson sabia… há meses. Mesmo antes de namorarmos e ele nunca falou nada; disse que tentou resolver da forma dele e depois ficou com medo de me contar e agora ela está descobrindo um monte de coisa e eu vou perder minha menina para aquela mulher que não a ama.

Youngjae entreabriu os lábios e os fechou várias vezes em busca do que dizer, do que fazer. Era simplesmente um assunto muito delicado. Realmente o que Jackson havia feito era algo extremamente grave. Mark estava coberto de razão em estar completamente revoltado e magoado. Mas Jinyoung os ama igualmente e bem, quem poderia culpar o advogado em tentar até as últimas consequências reaver seus namorados? E Jackson ao menos tentou resolver as coisas, não é como se ele escondesse o fato por maldade. Realmente, tudo muito complicado.

– Você quer chorar?

– Quero.

– Mas você vai chorar?

– Não.

– Por quê? – Youngjae perguntou e Mark balançou os ombros. – Porque você é umas das pessoas mais fortes que eu conheço e já passou por muitas dificuldades e esse vai ser um obstáculo que você vai conseguir superar.

– Eu estou tão fodido de apavorado, Jae… É a minha filha, eu larguei tudo por ela, vivi minha vida em prol dela e não digo isso por estar arrependido, estou dizendo pra você tentar imaginar o quanto eu a amo.

– Não me entenda mal, Mark, mas… você já cogitou a ideia de conversar com essa mulher? Talvez… vocês possam compartilhar a guarda… Talvez ela possa vê-la aos finais de semana… Não é melhor do que arriscar uma briga judicial?

– Eu a conheço… Quer dizer, ela não quer Haneul para ser uma mãe, é só o ego dela; e nós “conversamos” – O moreno fez aspas com as mãos. – Ela se fez de vítima e quando viu que eu não caí no papinho dela, veio com as ameaças. O pior de tudo é que sei que em uma briga judicial, eu vou perder.

– O que Jinyoung disse? Hum… Como advogado?

– Que seria difícil, mas ele não desistiria. Mas… agora não sei mais.

– Se ele for tão cabeça dura quanto JB, tenho certeza de que vai conseguir.

– Não… não é isso. Nós terminamos, eu… terminei com ele, também…

– Não acho que isso irá impedi-lo. – Youngjae falou com certeza, pois pelo pouco que conhecia o advogado, conseguia entendê-lo daquela forma. – Eu posso estar passando dos meus limites, mas… tenho certeza que os dois te amam e mesmo com o término, vão fazer o possível para você não perder Haneul. Eu, que não tenho um relacionamento amoroso com você, também farei o que estiver ao meu alcance para evitar uma coisa dessas…

Mark riu por um momento, achando graça da fala do outro. Logo depois chegaram os pedidos deles e ambos ficaram em silêncio saboreando as bebidas. O moreno notou que o café não adoçara em nada a sua amargura, mas Youngjae estava fazendo esse papel. Era bom conversar com o loiro, mesmo que fosse mais um desabafo do que qualquer outra coisa.

– Obrigado por me ouvir… Acho que mudamos de papel, hein? Eu que sempre te ouvia.

– Você sempre foi tão forte, Mark… Eu realmente admiro você.

Wow… Você também é forte, Jae. – O loiro fez um leve movimento com o nariz e isso não passou despercebido aos olhos do outro. – Que foi? Quer conversar sobre algo?

– Nada, é só que não sou muito forte assim… Fiz um acordo e agora não tenho forças para quebrá-lo.

– Mas você precisa quebrar esse acordo? É algo ilícito? Jae…

– Não, não é nada ilícito, relaxa. – O loiro tomou um pouco mais do café e estalou a língua. – Eu meio que não quero quebrar o acordo, mas… Eu acho que preciso.

– Espera… Que tipo de acordo é esse?

– Um que eu não deveria ter comentado já que você acabou de terminar seus relacionamentos.

– O que os meus relacionamentos têm a ver com isso, cara?

– Hum… por causa de Jinyoung?

– Seu acordo é com Jinyoung? – Mark enrugou a testa, tentando pensar no que poderia ser. – Vocês tinham um acordo de que?

– Não… Jaebum…

– Olha eu sei que eles são melhores amigos, mas isso ainda não está fazendo muito sentido.

– Nós meio que… estamos transando.

– Você e Jinyoung?! – A voz do moreno se alterou e ele acabou apertando o copo de café, fazendo o líquido escorrer pela sua mão. – Merda…

– Não, claro que não! – Youngjae estendeu alguns guardanapos para o outro, que aceitou de imediato. – Eu e JB…

– Hum… achei que eram héteros. Vocês viviam para afirmar isso, mas vou falar que eu já desconfiava. Vocês ficam tão… íntimos quando estão juntos.

– Ficamos? Como assim?

– Sei lá… Vocês ficam em uma bolha que ninguém ultrapassa. Na verdade, é mais do que sexo, não é? Por isso que você quer acabar com o acordo?

– Não… não. Somos amigos.

– Ah… então é isso. É por isso que você quer terminar o acordo. – Mark ainda secava a mão e murmurou mais para si mesmo do que para o loiro a sua frente. Youngjae queria finalizar o acordo porque estava se apaixonando e se sentindo acuado, nervoso e confuso. Bastante comum quando ainda se está na fase aceitação e descoberta. – Jae… Você já se aceitou?

– Não tenho nada para aceitar.

– Okay… Então isso foi um não. – Mark levantou uma das sobrancelhas e sorriu. – Ele foi o seu primeiro?

– É…

– Ei, não fique com vergonha. – O moreno deu um sorriso para o outro, que havia abaixado a cabeça para o copo plástico. – Você se sente bem com ele?

– Sim… JB é… Sei lá… Ele é ele.

– Nossa, como você é articulado. – O bartender brincou e o policial deu um pequeno sorriso. – Se você se sente bem, por que terminar?

– Porque estou perdendo o controle. – confessou o loiro. – Eu não gosto de perder o controle das coisas.

– Hum… Você sabe por que de está perdendo o controle?

– Porque ele me dá azia. – afirmou Youngjae, suspirando alto. – Eu não consigo controlar… Ele sorrir e eu fico com azia.

– Jae, você é grandinho demais para saber o que é essa azia.

– Mas eu não posso ter azia por ele.

– Pode sim, mas antes você deveria entender suas questões internas. – explicou o moreno. – Se não, só vai ser pior… para os dois.

– É… complicado.

– Eu sei que é, mas você vai conseguir. – Mark terminou o café e olhou rapidamente para o relógio que ficava na parede do estabelecimento. – E essa azia… só vai piorar.

– Merda, odeio má digestão. – brincou o policial, mordendo o lábio inferior. – Será que ele… também… hum…

– Acho que sim Jae… Mas como eu disse, se resolva antes. – O moreno suspirou. – Eu tenho que ir… Vou dar uma passadinha em casa antes de ir para o bar.

– Ah… Quem vai cuidar de Haneul agora? Quer dizer… Além de Bambam?

– Eu vou ter que pagar Bam… Vou ver se consigo um desconto com ele. Não posso deixar minha menina no bar… A mãe dela sabe que ela dormia lá.

– São muitas horas…

– Eu sei.

– Vai ficar caro.

– Vou ter que dar meu jeito…

– Mark, eu posso ajudar. Jaebum e eu cuidamos dela. – Youngjae afirmou com certeza. – Não será um problema.

– Eu saio do bar uma da manhã, Jae.

– O bar é pertinho do meu apartamento; quando você acabar, vem buscá-la conosco.

– Você nem sabe se Jaebum vai querer isso…

– Se ele não quiser, eu cuido dela sozinho. – falou o policial, com confiança. – Mas duvido que ele vá negar.

– Sério, Jae? É que uma criança dá trabalho…

– Jaebum também dá; se eu consigo cuidar dele, consigo cuidar de Haneul.

Mark soltou uma pequena gargalhada, a primeira do dia. Tinha sido muito bom encontrar Youngjae naquela rua aleatória, que ele entrara por acaso. Talvez, o loiro um pouco solitário que ele via sempre beber houvesse mudado um pouco com a chegada do parceiro, pois agora o outro parecia mais sorridente e um tanto menos triste. O bartender sorriu, pensando na possibilidade de uma amizade entre eles.

– Eu nem tenho como agradecer.

– O seu sorriso é o agradecimento que eu preciso. – Youngjae afirmou, mas logo arregalou os olhos. – Isso pareceu uma cantada?

– Sim…

– Me desculpe, eu não estou te cantando!

– Eu sei. – Mark sorriu, puxando a carteira. – Se estivesse, vou te falar, precisaria dar uma melhorada nas técnicas sedutoras.

– Meu charme só funciona com JB. – O loiro riu, balançando a cabeça enquanto apontava para a carteira. – Eu insisto em pagar.

– Agora isso aqui está parecendo um encontro. – Mark continuou a brincar, guardando a carteira. – Haneul pode ficar com vocês hoje? Sei que é em cima da hora, mas é que eu… acabei de terminar com Jinyoung.

O moreno suspirou, novamente se lembrando do que havia acontecido no dia. Aquele momento com Youngjae o distraíra um pouco, mas a dor ainda estava ali, no seu peito, ameaçando ficar cada vez pior. Mas, agora ele estava menos preocupado com quem cuidaria da sua pequena, pois o bartender realmente confiava nos policiais.

– Sim, claro que podemos cuidar dela.

Os dois se despediram na saída do café, cada um indo em uma direção. O policial ainda oferecera para levar Mark até a casa dele, mas o moreno falou que estava tudo bem. Então, após um abraço, confirmaram que se viriam mais tarde.

 


Notas Finais


Ps.: Quem quiser saber a história que Yugyeom contou para Bambam, ou seja a história dos protegidos de Jungkook, segue o link: https://spiritfanfics.com/historia/hey-thief-8131639

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Até amanhã ;*


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