História Hey, stranger, I want ya to catch me like a cold - Capítulo 02

E se passaram quatro meses, nos dois primeiros eu ainda ia todos os dias ao Upside Bar, que era o nome daquele bar, pelo menos com a esperança de me recordar dele. Eu sabia que depois desse tempo ele não voltaria, foi quando conheci Nate, ele era bonito bem alto e com um corpo bem gostoso, seus olhos eram azuis, e eu gostava de sair com ele, não que ele fosse uma paixão gigantesca, mas estava me ajudando a não pensar naquele garoto, pelo menos eu não precisava me manter apenas com as mãos, já que com Nate eu tinha sexo garantido. Ele era mais novo que eu, mas por ser o queridinho de seus pais ele tinha um apartamento maravilhoso.

- Brendon, as vezes você fica tão quieto... – Nate dizia enquanto fumávamos cigarro após transarmos.

- Penso demais Nate...

- Espero que em ninguém além de mim – dizia todo carinhoso para mim. Coitado, se soubesse de tudo o que acontece.

- Você sabe que não – respondi com o sorriso mais falso que consegui dar.

- Amo o seu sorriso – e me puxou para um beijo.

Eu me sentia um pouco mal por enganá-lo, eu nunca gostaria de Nate, não do jeito que ele gostava de mim. Mas mesmo assim ficava com ele, eu sempre fui muito egoísta e não ligava muito com os outros, de vez em quando me sinto mal por ser assim, mas sempre passava rápido.

Transámos mais uma vez no quarto de Nate e logo depois fui embora, já me sentia aliviado para voltar ao meu dormitório. Eu gostava de dormir no dormitório porque era simples me arrumar para assistir as aulas de manhã.

Cheguei no quarto e cumprimentei Spencer que estava com Jon, achava os dois um casal muito bonito, um dia desejava um amor igual ao dos dois.

 - Brendon, está namorando mesmo sério aquele garoto hein? – Spencer puxou assunto, ainda colado a Jon.

- É, parece que sim...

- Gosta dele?

- Você sabe que não, nunca gostei de ninguém...

- Tirando o do bar – Spencer disse.

- Qual do bar? – perguntou Jon confuso.

- Brendon amava um garoto que tocava em um bar próximo aqui da faculdade. Mas nunca tomou atitude, e ele não toca mais lá agora – Spencer fofocava.

- Spencer fofoqueiro – brinquei.

- Mas você não sabia nem o nome dele? – Jon perguntou.

- Só o primeiro nome, segundo o garçom era George...

- Que engraçado.

- Nem fala – sorri para eles – Vou dormir meninos, amanhã tenho uma aula difícil e você também Spencer, deveria ir dormir. Boa noite.

- Brendon responsável atacando – gargalhou Spencer.

Fui para o quarto ignorando o que ele havia dito. Nunca expliquei como é a divisão desse dormitório, a gente tinha uma “sala” na entrada, era minúscula, nem sei se podia chamar de sala, e dentro havia a divisão de dois quartos, o meu e o de Spencer, que também eram bem pequenos.

Dormi tranquilamente, só que estranhamente nessa noite eu acabei sonhando com aquele garoto do bar, acho que não teria paz dele. Acordei com o despertador cheio de bom humor, hoje era a aula que mais gostava, e isso me deixava feliz.

Tomei café da manhã no refeitório e conversava tranquilamente com Spencer, ele me contava uma coisa qualquer da gravadora que Jon trabalhava. Tomamos o café da manhã rápido, pois não poderíamos nos atrasar para a aula de hoje. Durante a aula, o professor só nos desafiou a alcançar uns tons musicais, mas para mim era fácil, modestamente, eu era bom para cantar, quem sofreria com isso seria Spencer, já que o mesmo era bom com a percussão.

- Urie, pode aguardar um pouco? – quando eu ia saindo da sala o professor Armstrong me chamou. Spencer me olhou com uma cara duvidosa, se esperava ou se ia, mas o professor entendeu e respondeu – Pode ir indo Smith, logo dispensarei o Urie – e com isso Spencer saiu logo - Bom, eu não pude deixar de perceber, você é o aluno de destaque dessa turma, sua voz alcança tons que mais nenhum aqui é capaz de alcançar – sorriu para mim.

- Obrigado professor, mas não estou entendendo aonde você quer chegar com isso professor Armstrong... – respondi desconfiado.

- Vou ser direto e espero que você aceite...

- Sim?

- Eu gosto muito da sua voz, e convidei um amigo para que ele lhe oriente, é uma tradição dessa faculdade, eu o orientei e agora eu escolho um aluno para ele orientar. O que acha?

- Acho que pode ser – dei de ombros, eu me fingia de desinteressado, mas estava bastante empolgado – Quando finalmente poderei conhece-lo?

- Agora que você aceitou é mais fácil, essa semana o Ross deve estar voltando de Los Angeles e poderá lhe orientar, é até bom porque ele se distrairia um pouco do que aconteceu – respondeu sorrindo.

- Estou ansioso para conhece-lo professor – sorri verdadeiramente – Agora irei para minha próxima aula, obrigada pela oportunidade.

Armstrong, seu nome era Billie Joe Armstrong, e ele era o professor mais fantástico que tínhamos na faculdade. Ele era bom D-E-M-A-I-S, tinha em torno de quarenta anos, nos proibindo de chama-lo de “senhor”, e ele queria me dar essa chance, que é única. Não tinha como não ser fã dele.

Sai da sala de aula empolgadíssimo e contei tudo a Spencer, esperava que esse cara que o professor Armstrong me apresentara seja uma pessoa tranquila e boa de se trabalhar, pois não queria me estressar com ninguém. A única coisa que sei de Ross, é que esse sobrenome não saia da minha cabeça após a conversa com o professor.