História Hey, stranger, I want ya to catch me like a cold - Capítulo 17

Acordei no outro dia cedo, decidido a evitar encontros desastrosos na sala e feliz por já estar acabando a viagem, e evitar esse clima chato de todos os dias ter que fugir de Ryan, porque eu não tinha tomado uma decisão. Eu havia conhecido todas as praias e pontos turísticos de Los Angeles, só saia para evitar Ryan porque eu sabia que ia acabar conversando com ele, mesmo estando tão confuso. Desci as escadas e vi Joanna brincando com suas Barbies fazendo uma bagunça na sala e sorri com a cena, essa menina era adorável.

- Já acordada mocinha? – perguntei bem humorado.

- Eu acordo cedo, meu pai que é preguiçoso e ainda dorme – soltou a Barbie de sua mão e me encarou – Ryan ainda está dormindo, brinca comigo?

Queria sair e evitar de encontrar Ryan, mas eu tinha certeza que não iria conseguir ignorar essa menina adorável, sentei como se dissesse que sim pegando entrando na brincadeira com ela.

Brinquei com ela sobre uma estória boba qualquer de nossas Barbies, ela era tão inocente que para a Barbie beijar o Ken era algo que ela fazia escondido de mim, fazendo com que eu ficasse com vontade de rir com a sua atitude.

Ryan acordou pouco tempo depois e sorriu ao nos ver brincando, o ignorei, e continuei brincando com Joanna, mas ela obviamente não ignorou o pai.

- Pai, brinca com a gente também – Joanna o convidou.

- Vou preparar algo para a gente comer, depois pode até ser – Ryan foi para cozinha e deixou nós dois na sala.

- Por que vocês brigaram? Sei que é coisa de gente grande, mas papai está tão triste – falou baixinho para que Ryan não a escutasse.

- Adultos são estranhos, pequena – baguncei os cabelos dela.

- Eu cansei de brincar, você podia ir lá fazer as pazes com ele enquanto eu arrumo as coisas, prometo demorar – deu um sorriso que lembrava ao de Ryan.

Eu não consegui negar o pedido daquela menina e fui falar com Ryan que estava distraído na cozinha e só me percebeu lá quando entrei na cozinha, a qual ele estava preparando panquecas me lembrando de nosso começo de relacionamento.

- Então... – comecei e ele se virou para mim – Acho que temos que conversar.

- Er... claro – Ryan desligou o fogão.

- Eu ainda te amo, isso não muda de uma hora para a outra, entende? – falei o fazendo abrir um sorriso gigante – Mas mesmo assim é difícil passar por cima de algo assim – Ryan desmanchou o sorriso.

- Eu tenho certeza que eu estou muito errado, mas queria realmente que me perdoasse. Quero ficar com você para valer, ser seu namorado e tudo mais – acariciou a minha mão e eu só o observei.

- Eu daria o mundo para ouvir isso antes de chegarmos aqui – suspirei – Mas preciso de um tempo, preciso recriar a confiança que tenho em você. Vamos continuar amigos, fazer shows com a banda e no tempo certo tentamos algo.

- Se você achar que não vai dar conta me diga quando descobrir – pediu encostando os seus lábios em minha bochecha – Eu nunca tinha me apaixonado assim por alguém, mas eu vou tentar de reconquistar – deu um beijo em minha bochecha e depois se afastou ligando o fogão e voltando a cozinhar.

Eu ainda sentia o beijo dele como uma jovem adolescente boba e de pernas bambas, seria difícil ficar perto de Ryan sem ao menos poder beijá-lo, mas não era uma coisa pequena para relevar assim.

- Vai sair hoje sozinho de novo Brenny?

- Acho que não – me sentei na mesa – Não tenho mais lugares turísticos para conhecer.

- Ainda assim tem uns lugares legais no condado de Long Beach, se quiser posso te levar lá – ofereceu simpático mexendo em suas panquecas.

- Pode ser – concordei nervoso – Ryan, e sobre a proposta da gravadora que Dallon me contou, vai recusar?

-Eu acho que aqui tem um mercado melhor, e eu ficaria mais perto de Joanna... Mas não posso fazer a banda toda se mudar.

- Acho que Spencer e Jon viriam morar aqui numa boa – disse o que realmente achava.

- Vamos decidir juntos então – sorriu já tendo umas panquecas prontas.

- Você só sabe preparar panquecas Ryan?

- É a única coisa que sei fazer na cozinha. Sei fazer café e miojo também.

Ficamos tendo conversas bobas e nada íntimas na cozinha e pelo menos amigos estávamos conseguindo voltar a ser. Queria acordar de um pesadelo e descobrir que era tudo mentira, mas sabia que isso não iria acontecer. Ryan foi rápido e logo nossa panqueca estava pronta, Joanna se juntou a gente e comeu que nem esfomeada fazendo com que eu e Ryan caíssemos na gargalhada dela.

Joana era uma menina adorável, meiga, delicada e eu fiquei apaixonado por essa menina, Ryan nos levou para passear pelo condado de Long Beach que era muito bonito. Nos divertimos bastante e tomamos sorvete no final antes de voltar para casa. Os momentos que só ficava eu e Ryan juntos nós dois ficávamos sem graça e trocávamos poucas palavras, mas eu gostava ainda dele, minha vontade era esquecer tudo, agarrá-lo e falar que ia ficar tudo bem, mas eu sabia que isso seria impossível, pelo menos agora no momento, no qual eu estava bem chateado com a situação.

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Amanhã eu iria embora, e estava com preguiça de sair, também já tinha passado os outros dias conhecendo tudo o que era possível, estava arrependido por ter falado que queria ficar tantos dias, mas se eu e Ryan estivéssemos numa boa, esses dias teriam sido outra coisa, isso é fato.

Passei o dia assistindo séries na televisão trancado no quarto, e morrendo de tédio, fome eu não tinha, mas estava cansado de ficar assim no quarto. Lembrei de Spencer, nesse momento e resolvi ligar para ele.

- BREEEEEEEEEEEENDON – gritou do outro lado da linha.

- SPEEEEEEEEEEEEEEENCER – gritei de volta, fazendo ele soltar uma gargalhada.

- O negócio aí está bom, só lembrou de me ligar hoje – brincou e eu apenas suspirei – Me conta tudo!

Spencer era o meu melhor amigo, e eu contei tudo o que aconteceu nesses últimos dias, o deixando sem palavras, e por fim contei do que havia dito a Ryan, o que ele não concordou muito.

- Brendon, me escuta – pediu, me fazendo ficar quieto – A gente tinha uma ideia que não era algo assim, e pelo o que você falou ele largou uma família por você, ele gosta de você, isso não vale nada?

- Spencer, não foi uma coisa pequena...

- Eu sei que não foi, eu sei que ele não está certo também, mas a gente tinha ideia que não era coisa pequena.

- Eu não consigo Spencer, me dá um tempo para pensar. Já vai ser difícil ter que cantar com ele na banda – mordi meu lábio inferior inseguro.

- Brendon, a gente não esperava que fosse algo bobo.

- Eu sei... Às vezes queria que eu arranjasse algo que nem você e Spencer.

- Não é tudo perfeito, por exemplo agora ele está fazendo uma bagunça enorme.

- Problema pequeno perto do meu...

- Para de reclamar, sério Brendon... Eu agora vou ter que desligar, senão Jon vai destruir a casa, nos encontramos quando voltar e se entenda com o Ryan... JON! – não escutei mais nada, porque ele desligou.

Estava entediado já, e nada mudaria independente do que eu fizesse dentro do quarto acabaria com esse tédio, e eu estava com muita fome, já que nem tinha almoçado, desci as escadas e reparei que Ryan escrevia uma música, sorri com a cena descendo a escada. Ele estava tão concentrado que nem percebeu quando parei do seu lado e pus a mão em seu ombro, o assustando um pouco.

- Nem vi você chegando – Ryan quebrou o silêncio – Passou o dia em casa?

- Passei, estou cansado – dei a volta no sofá e sentei ao seu lado.

- Comeu alguma coisa? Se eu soubesse tinha comprado algo para você, porque aqui não tem nada.

- Ainda não, estava saindo para isso. Quer ir comigo? – o convidei.

- Posso ir, se você realmente quiser – sorriu sem graça.

- Vamos então – me levantei do sofá e o puxei pela mão – Estou morto de fome.

Ryan deu uma risadinha, pegou a chave do seu carro e me levou para comer, trocamos poucas palavras, mas pelo menos não tínhamos aquele clima estranho. O dia foi assim, poucas conversas, mas juntos fazendo com que o tempo passasse rápido no nosso último dia lá. Pelo menos como amigo Ryan era excelente, eu sabia que as coisas mudariam quando voltássemos a Las Vegas.