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História Hidden Past - O cofre


Escrita por: bestronger

Capítulo 15 - O cofre


Fanfic / Fanfiction Hidden Past - O cofre

Anne Marie Polleto Point Of View

A mesma mão, a mesma voz, falava em meu ouvido durante a viagem. Mesmo deduzindo quem era, eu ainda não podia vê-lo devido à venda em meus olhos. Já se passara um mês, desde quando fui sequestrada por esses homens, achando que tudo isso era façanha de Justin, mas não era, não é. Estava controlando meus instintos, eu queria matá-lo, e ele estava do meu lado. Porém, ninguém sabe que ele é o Justin, o tal causador de toda essa confusão. De um certo modo, sinto que ele só quer ajudar, ele está do meu lado? Do nosso lado? Ou no final de tudo, ele vai sair como vilão? Só sei que estou cansada de ser trazida a um lugar desconhecido, por pessoas encapuzadas que pode ser qualquer maluco, estou cansada de trair a confiança de Jay, e mais cansada ainda de mentiras. 

O carro parou, novamente como vêm ocorrendo a um mês. Fui tirada a força do carro. Homens gritavam coisas obscenas e me xingavam. Agora sei o quanto que Jay é odiada, e automaticamente, também sou. Eu só quero saber o que tem nesse cofre, e o que Jay tem a ver com isso. A venda foi tirada e meu corpo arremessado com força dentro de uma sala, mas dessa vez era uma sala diferente, parecia aconchegante, uma cama de casal redonda e lençóis vermelhos, abajur com pouca luz era o que iluminava o grande quarto, tinha um tom meio rústico, meio gótico, meio clássico, como costumava ver em hotéis de luxos. Vejo uma garrafa de champanhe e duas taças em cima da cama, flores pelo chão, o que está acontecendo?

Me assusto com o barulho da porta sendo aberta. Um homem de capuz entra, posso ver um sorriso em seus lábios, seus olhos vibrantes analisavam todo o meu corpo. Por um momento, me sinto arrependida de ter vindo de vestido curto. Ou isso vai ser super divertido, ou não. Ele umedece os lábios, e uma gargalhada sai de sua boca, uma gargalhada diabólica que causa arrepios em meu corpo.

- Então, Anne Marie Polleto – ele anda devagar em minha direção – Gostou do quarto? Mudança sempre é bom – ele dá um largo sorriso 

- É bonito – faço uma pausa – Estou no mesmo quarto de antes, porém modificado? – falo olhando por toda a extensão do local

- Mudamos de quarto, aquele estava muito ruim para conversar, as vadias ficavam gritando toda hora, e isso dificultava nossa conversa. Quando foi a última vez que conversamos? – ele muda de assunto rápido – Sinto que foi a uma semana, você anda fugindo? Espero que não, isso seria muito ruim – ele sorri e se senta em uma poltrona cor de vinho estilo medieval

- Não estava evitando, e mesmo se estivesse, vocês me encontraram certo? – digo ríspida – Bom, aconteceu algumas coisas e ... 

- Algumas coisas? Que coisas? Está relacionado com Jay Guizzo? Me conte tudo – ele não deixa eu terminar

- Bom, Eu estava ocupada demais planejando a morte de Justin Baker White, descobri que ele andou transando com Jay, e isso me deixou meio... intrigada. Josh morreu, e eu sem querer dei um tiro no pé da Jay – falo rápido ficando sem fôlego

- Sobre a morte de Justin White, isso devíamos fazer juntos certo? – ele sorri – E sobre ele transar com Jay, bom, isso não é novidade, eles não tinham um caso no passado?

Não sei quem é esse cara, mas por incrível que pareça ele sabe de tudo, tudo sobre minha vida, de Justin, da Jay, de Peter e de todos. O estranho é que ele nunca mencionou o Joseph, nunca conversei muito com o Joe, e nem fui muito com a cara dele. Sinto que a Jay também transa com ele, e isso me faz automaticamente odiá-lo.

- Na verdade, eu e ele éramos namorados – digo cabisbaixa

- O amor adolescente é lindo, não? – ele sorri sarcástico – Pena que eu não sei o que é isso – o sorriso dele some

Eu fico encarando-o, inexpressiva. Eu quero matá-lo também, ele está arruinando tudo, tudo que eu tinha planejado, tudo que eu andava fazendo, tudo foi interferido por causa de um cara com pedaço de lã preto cobrindo a cara, que quer um cofre que até então ninguém sabe onde estar. Minha lista de pessoas que deve morrer está aumentando.

- ESTÁ TUDO DANDO ERRADO – grito o assustando – EU DEVIA ESTAR BEM COM A JAY, ELA DEVIA ESTAR ME CONTANDO TUDO, DEVIAMOS ESTAR MELHOR QUE NUNCA, ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA CERTO? QUE EU TRAISSE ELA CONTANDO TUDO A VOCÊ, TUDO SOBRE TUDO DELA, TUDO SOBRE NEGOCIAÇÕES E ENFIM, MAS NÃO ESTÁ COMO PLANEJADO SENHOR HOMEM DE CAPUZ, ELA ME ODEIA, ELA NÃO CONFIA MAIS EM MIM, ELA NÃO DEIXA MAIS EU ENTRAR NA CASA DELA, NÃO SOMOS MAIS PRÓXIMAS, NEM SEI SE TEMOS AINDA UM RELACIONAMENTO, TUDO ISSO PORQUE ESTOU INSEGURA, ESTOU AGINDO ESTRANHA, ESTOU ME DIDICANDO MAIS A VOCÊS DO QUE A ELA – ele me olha sem expressão alguma. Eu falei tão rápido que agora sinto minha garganta queimar. Eu estava perto da cama quando comecei a falar e agora estou literalmente encostando minha perna na dele. 

Ele se levanta com um grande sorriso estampado esbarrando em meu ombro, vai até a cama e abre a garrafa de champanhe despejando o líquido nos dois copos, vem em minha direção sem tirar os olhos dos meus e me entrega a taça. Ele dá um gole sem tirar os olhos de mim. Quando termina de beber, ele pega minha taça que até então, ainda está cheia de champanhe, e deixa em cima de uma cômoda. Estou com medo do que pode acontecer nos próximos segundos se ele não para de tirar os olhos de minha boca, mas me deixo levar pelo momento. Então o homem em minha frente solta um risinho anasalado e me empurra delicadamente até a poltrona fazendo-me sentar.

- Bom, isso não é problema meu – ele dá um largo sorriso – Isso é com você, o cofre é comigo

- Não, a culpa é sua, você transformou isso tudo – digo tentando parecer calma

- Onde Jay Guizzo está? – ele pergunta com uma certa doçura em sua voz

- Na casa dela, ela ganhou alta faz três dias, e até então, ela não sai do quarto dela, ela meio que entrou em depressão quando soube que Josh morreu, e também por outras coisas que ela diz que não me interessa – bufo

- Mas interessa – ele roda a poltrona ficando atrás da mesma. Sinto sua mão pousar em meus ombros massageando-os, jogo minha cabeça pra traz me sentindo de um jeito estranhamente aliviada

- Eu sei, mas ela não confia mais em mim, e eu não sei o que fazer, ela negou sexo para estar com Justin – sinto uma lágrima cair

- Oh pequena Anne, não chore, logo ela estará novamente em seus braços, tudo isso é uma questão de tempo até acharmos o cofre – sinto que ele está sorrindo. De um jeito sádico. – E você, muito eficiente, acabou de me contar algo valioso sabia?

- Tipo? – pergunto confusa

- Jay e Justin, esse é o destino de tudo, deixe-os ficar juntos, sei que não existi um amor concreto ai nesse meio, sei que tudo isso é uma troca de sexo, mas de um modo estranho e incoerente, Justin precisa de Jay, e Jay de Justin. Eles juntos, são o nosso caminho para o cofre – ele diz soltando meus ombros e ficando de frente pra mim

- Como assim? NÃO! Ele não vai mais tocá-la, vou manter ele longe, ele é repugnante, já mostrou que sabe de nada – bufo irritada. Estou começando a me sentir confortável em conversar com esse cara

- Anne... Anne... Menina Anne, você é a que menos parece saber sobre Jay e Justin aqui – ele se agacha e eu tenho que abaixar a cabeça para olhá-lo nos olhos – Justin vai levar Jay até o cofre

- Você é algum tipo de vidente? – cruzo os braços revirando os olhos

- Não, não quando já precisei saber de tudo, não quando vivenciei tudo – ele dar um sorriso de canto

- Vivenciou tudo? O que você quer dizer com isso? – olho inexpressiva no fundo dos olhos dele – Quem é você?

- Você me conhece bem, porém se lembra pouco – ele se levanta andando de um lado para o outro – Mas esse é o plano, Jay e Justin nos levarão ao cofre, sei que eles também estão intrigados, e eu sei que eles sabem do cofre, mesmo achando que não – ele faz uma pausa – Eles só não se lembram, não se lembram exatamente

- Exatamente de que? Você parece um louco sabia? É impossível achar algo que eu, nem você e nem ninguém sabe onde estar, querer usar os dois, duas pessoas que também não sabem, é burrice, eles vão te levar a lugar nenhum. Me solta desse presídio emocional porque isso está ridículo – me levanto bruscamente da cadeira ficando cara a cara com ele

- O problema é que entre o fácil e o difícil, eu sempre acabo escolhendo o impossível – ele diz em um tom frio

Esse cara está começando a me dar medo. Ele parece estar pensativo, talvez levando minha ideia a debate? – ou não – Porém, sinto que o conheço, ele sempre fala que o conheço bem, porém minha memória é falha, pois preferi esquecer os problemas do que enfrentá-los. Ele é meu problema? Vou até uma cômoda, e abro uma das gavetas para xeretar um pouco. Quando abro a segunda meus pelos se arrepiam, olho para ele com um olhar desesperado e confuso. Ele percebe que estou em silêncio, então dá uma virada brusca, ele olha para a gaveta e depois para mim. Seu sorriso me dá medo.

- Bom, esse é oficialmente seu novo quarto – ele estende os braços e depois abaixa-os 

- O que minhas roupas estão fazendo aqui? – grito

- Sinta-se em casa – ele anda rápido até a porta, corro para chegar antes dele, mas ele me empurra batendo a porta com força logo em seguida

Então é isso, estou presa a isso aqui, terei que viver aqui até eles acharem esse maldito cofre. Não posso mais viver nesse segredo, tenho que contar a Jay, quero muito contar a ela sobre tudo, mas não posso, pois ela vai sentir mais raiva ainda de mim por ter a certeza de que está sendo traída. Mas pensando por um lado, também estou sendo traída, da pior forma possível. Esse cara é muito idiota, estou presa aqui, como conseguirei as informações sobre Jay e Justin para ele? Bom, acho que burro ele com certeza não é, mas vou dar um jeito de descobrir onde estou, e sair daqui.

Pego a garrafa de champanhe e bebo sem colocar em uma taça. Estou acabada, em desespero, as lágrimas começam a descer mais rápido, minha garganta começa a sangrar devido aos gritos. Não era pra ser assim, eu vou achar esse maldito cofre por bem ou mal. Me jogo no chão e abafo o choro no carpete, a porta se abre mas não faço esforço para olhar quem é. Sinto os passos chegarem mais perto. Abro os olhos e vejo um pé parado perto do meu queixo, levanto meu rosto devagar e pisco algumas vezes devido à vista embaçada. Champanhe fazendo efeito. 

- Você está horrível – ele diz rindo. Eu conheço essa voz

Me levanto cambaleando. Me sento na poltrona ainda com a garrafa na mão. Dou um gole, mas logo em seguida vômito tudo no carpete perfeito. Ele ri de novo, a risada dele me dar dor de cabeça.

- Se eu fosse você, eu sairia daqui agora – digo enrolado

- Por que? Vai tentar me matar com seu vômito? – ele ri sarcástico

O capuz cobre todo seu rosto, mas eu sei perfeitamente quem é, e ele aqui, no mesmo ambiente que eu novamente, não fará nada bem para ele. Por um momento, fiquei com ódio de mim mesma, por não ter contado ao “chefe” que o cara que ele tanto quer pegar, na verdade está no meio deles.

- Eu posso contar a ele que você está aqui – digo limpando vestígios de vômito do canto de minha boca

- Sério? Isso me dar muito medo Anne Marie, nossa! Deve ser a coisa mais horrível e malvada que você fará a alguém – ele ri. Por favor.Pare.De.ri

Agora são dois dele na minha frente. O quarto está girando, girando rápido demais, meus olhos estão se fechando, sinto meu corpo cair em cima do vômito nojento, estou com frio, muito frio, vejo a imagem negra dele em minha frente, seu rosto devagar chegando perto do meu, sua mão quente tocando com força meus braços. Por favor, pare de ri.

 

Passado

- Por favor! Pare de ri, Justin – bato no braço dele de leve

Justin, Jay, Eu, Peter e Josh. Reunidos como amigos normais no bar do tio do Josh, fingindo ser adolescentes normais, quando na verdade, somos o que a sociedade detesta. Bom, eu também destetaria ser assaltada, mas quem assalta sou eu, então estou normal em relação a isso agora. Quando Justin me contou que estava fazendo uma parada nova, eu estremeci. Eu sabia do que se tratava mais ou menos, Justin sempre gostou de ser o malvado, mas nunca pensei que ele chamaria todos nós para participar desse “trabalho” com ele. Quando eu digo “nós” quero dizer todos nossos amigos, um grupo que ele chama de Starving Niggers. De primeira eu recusei, mas Jay ficou falando coisas do tipo “Fingi que é um jogo da Barbie, e que a missão é achar o pônei perdido no labirinto” Mas no caso, o pônei seria o dinheiro – ou a droga – e o labirinto seria Tennesse. Esse labirinto é grande demais, e eu acabei de completar 14 anos, não estou preparada para isso. De novo.

Mas bom, eu aceitei, agora estávamos no bar do tio do Josh comemorando nosso primeiro assalto em grupo, geralmente separamos em duplas ou em trio. Mas até então, os risos que ecoavam pelo bar se cessam, quando Tasha e Taylor aparecem bem na nossa frente. Vejo por baixo da mesa Jay fechar o punho, ela odeia Tasha, e estava começando a odiar Taylor por andar com Tasha. Eu não sei muito bem porque essa briga delas duas, elas eram amigas até á dois meses atrás. Tasha, Jay, Taylor e eu éramos um quarteto. Mas então, Tasha e Jay brigaram, por motivos até então desconhecido. Tudo começou em uma festa do pijama, que nos quatro tínhamos planejados. Tasha queria convidar Madison – irmã mais velha de Jay – Mas a Jay não gostou da ideia, isso deixou Tasha meio irritada, mas ela não protestou. Então, tudo parecia normal, até que Tasha e Jay vão para o quintal da casa, eu e Taylor estávamos no segundo andar, não ouvimos gritos, muito menos barulhos estranhos. Jay volta assustada com o punho sangrando, e Tasha não voltou naquela noite. Não falamos mais sobre isso, mas o clima ficou tenso entre elas duas. Jay começou a odiá-la por motivo desconhecido.

- Olá – Tasha diz com um sorriso sádico nos lábios – Reuniãozinha de amigos, e não me chamaram? – ela coloca a mão na boca mostrando estar surpresa. Mas não estava

- Por isso mesmo, é de amigos, você não é amiga– Jay faz uma cara feia para ela e todos riem baixinho. Menos eu

- Bom, então seria uma pena se... – ela olha diretamente para Justin e depois para Jay – esquece, tenham uma boa reunião

Vi que Justin ficou meio desconfortável com a olhada dela, e Jay ficou com tanta raiva que saiu correndo pro banheiro. Fui atrás dela. Abri a porta de um dos box e lá estava ela, vomitando e chorando. Me agachei ao lado dela e fiz carinho em sua cabeça.  

- Eu odeio tanto ela! – ela diz entre soluços

- Eu sei, calma, não precisa ficar assim, ela é uma vadia – digo tentando acalmá-la

- Repita isso, diga que ela é uma vadia – ela olha pra mim com os olhos marejados

- Tasha Herrera é uma vadia filha da puta que gosta de fazer sexo com homens de 40 anos – digo confiante e ela ri

Depois de ter ajudado a limpar o rosto dela, voltamos para o bar. O tio do Josh começou a reclamar dos assaltantes que roubaram o maior cofre de Tennesse. Caímos na gargalhada.

**

Éramos uma equipe. Há nove meses fizemos nosso primeiro assalto junto com os Starving Niggers, e nesses nove meses, muita coisa mudou de um jeito drástico. Justin se afastou, nem sei se ainda temos algo.. se um dia tivemos. Sei que ele está transando com outras vadias, eu queria poder pensar diferente em relação a isso, mas sei que é verdade. Eu estava sozinha no galpão, Justin e Peter tiveram uma briga feia, e foram resolver as contas em outro local, o que fez sobrar apenas eu no galpão, por enquanto. Jay entra correndo, ela estava com uma arma na mão, e estava muito assustada, eu conseguia ver a confusão em seu olhar. Quando ela me viu ali, sentada olhando sem entender, ela deu alguns passos pra traz, batendo na mesa de vidro, deixando as coisas que estavam em cima cair no chão. Me levantei rápido e fui até ela, ela tentou se afastar mas eu a segurei com força. Jay me abraçou e então senti um líquido quente na manga da minha blusa. Ela estava chorando.

- O que aconteceu? – pergunto aflita

- Eu... Eu não posso contar – ela gagueja

- Você está com uma arma na mão – digo pegando a arma

- Eu sempre estou armada – ela rebate

- E isso me assusta

Eu sabia que tinha algo muito errado, muita coisa errada vêm acontecendo nesses nove meses. Justin afastado, Jay agindo estranho, Peter brigando diariamente com Justin, e eu sobrava, sem entender nada. Nunca me senti no meio disso tudo, mas de qualquer modo, éramos amigos, estamos nisso desde os 12 anos, quando Danger ameaçou nos matar, fomos para Manhattan, mas depois voltamos para nosso lugar, que é aqui em Tennesse. Isso prova que somos bons nisso desde muito pequenos. Danger, o maior gangster da América, correndo atrás de quatro crianças? Somos fodas.

- Isso tem que ficar entre nós Anne, você promete? – ela mostra o dedinho

- Prometo – cruzo meu dedinho com o dela

- Eu – ela faz uma pausa – Acho que, matei o Ryan

NÃO, o Ryan, melhor amigo de Justin.

- VOCÊ É LOUCA! POR QUÊ? – me levanto bruscamente do sofá

- Isso não é o pior! – ela diz entre soluços – Acho que matei a mãe de Justin também

 Presente

Meu corpo doía, doía demais. Abri meus olhos lentamente, e vi uma cortina branca em minha frente, olhei para o lado e mais cortina branca, o ambiente era todo branco. Eu queria gritar, algo estava preso em minha garganta. Quando vou abrir a boca para concluir o ato, sinto uma mão tampar a mesma, olho para cima e vejo um homem encapuzado, ele me olhava sério.

- Shh, não grite – ele diz com uma voz rouca. Era ele

- Onde estou? – pergunto confusa

- Em um quarto de hospital improvisado, dentro do mesmo presídio. Olha Anne, estou infiltrado aqui, e estou pouco me fodendo pra você, mas quero te dizer uma coisa, toma cuidado com o que diz para essas pessoas, se eles têm uma enfermaria improvisada aqui, com certeza é porque eles fazem tal coisa com frequência – ele sussurra.

- Que coisa?

- Oh Anne, não importa, eles são loucos, maníacos entendeu? – ele diz acariciando minha bochecha

- Pior que a gente? – pergunto meio sonolenta.

- Pior que a gente Anne, muito pior, eu vi coisas, coisas que você não aguentaria ver – ele beija minha testa e se afasta da cama. Eu puxo seu braço, ele imediatamente vira novamente pra mim.

- Por que você está sendo assim? – bocejo.

- Devo algo a você, não é? – ele sorri.

- Você foi embora, você não devia ter ido embora, quando amamos alguém, o dever dessa pessoa é não ir embora – digo com certa irritação na voz.

- Quando amamos uma pessoa, você a deixa ir, se ela voltar, é por que ela ainda te ama – ele diz acariciando minha mão.

- Mas você foi embora – meus olhos estão se fechando.

- E eu voltei

Mas não por mim, por ela.

 

Uma semana se passou, sem notícias da Jay, sem visitas do Justin, apenas vivendo em cárcere privado. Talvez seja isso, uma parte do plano do “chefe” seria me prender aqui para deixar os dois livres, sozinhos. Será que Justin sabe desse plano? Ele deve estar se aproveitando. A porta  abre me tirando dos devaneios.

- Seja livre Borboleta! – o “chefe” entra escancarando a porta.

- O que? – pergunto confusa. Olho para fora e pela primeira vez consigo ver como é além dos quartos. Escuro.

- Você está livre, claro que vai ter que voltar para cá depois, 23h00min de volta para sua casinha – ele dar um sorriso sádico – Mas quero informações, muitas informações.

- Qual foi o motivo me prender aqui então? E por que você não veio me visitar nessa semana? E POR QUE VOCÊ ME DROGOU? – grito

- Primeiro, te prendi para você se acostumar, saber que agora esse é seu lar, enquanto não tivermos o cofre, você não tem sua liberdade – ele suspira – Segundo, você sentiu saudades? – ele ri anasalado – Eu estava cuidando de negócios, fazendo todo o plano, meus homens estão por toda a cidade na mira de Jay Guizzo, e olhe só, ela não sai de casa desde o dia em que ela voltou do Hospital, e Justin também não foi visita-la, o que me deixou muito triste – ele faz biquinho – E terceiro, a droga que você tomou, foi à mesma que deram a Josh.

- VOCÊ É LOUCO?! – o empurro, mas ele segura meu pulso com força.

- Só queria testar uma coisa – ele rir

- Tipo o que? Matar-me? – dou uma risada anasalada

- Não, para provar que não foi à droga misturado com veneno que matou Josh, e sim outra coisa – ele umedece os lábios.

Fiquei estática. Isso quer dizer que não foi à droga que o matou. Peter me contou que quando fizeram à limpeza estomacal, ele já estava bem, não tinha mais riscos de morrer. Alguém o matou.

- Como você sabe disso? – pergunto confusa

- Melhor você perguntar o que eu não sei – ele dar um sorriso sem mostrar os dentes.

Ele estende os braços mostrando que já tenho permissão para sair. Pensei que ele me vendaria, mas já que não vi nenhuma venda em sua mão, preferir não discutir, isso significa que verei onde estou. Saindo do quarto, me deparo com um corredor longo e escuro, paredes manchadas, mas a porta vista do lado de fora é chique, estilo bordel. Ele segura de leve meu ombro me guiando pelo corredor extenso. Anoto mentalmente tudo sobre esse homem desconhecido. Ele é só um pouco mais alto que eu, tem olhos vibrantes e intensos, um sorriso intrigante e dentes super brancos, não posso ver sua pele porque ele sempre está de roupa longa, isso quer dizer que ele deve ter alguma tatuagem?

Viramos o corredor. Os homens que até então estavam sentados jogando xadrez, se levantam, como se fosse algo obrigatório, tipo quando um rei passa perto dos seus súditos. Eles olham para mim com malícia. Abaixo o rosto para não encará-los. Continuo andando, mas o “chefe” me para, me virando deixando-me de frente para vários homens, todos de capuz.

- Anne Marie é oficialmente da nossa equipe – ele diz e todos vibram. 

Eu olho para ele, ele tem um sorriso divertido nos lábios. Ele percebe que estou encarando-o e então começa a fazer o mesmo. Sinto minhas bochechas corarem. Aqueles olhos são hipnotizantes não posso parar. Ele volta a olhar para todos pedindo silêncio.

- Sejam bonzinhos com Anne, ela parece inofensiva, mas tem uma mordida dolorida – ele me olha de novo. Agora eu sei, esse cara me conhece mais do que devia conhecer.

Ele me guia novamente, virando em outro corredor, só que um corredor bem mais largo, tem várias selas do lado esquerdo, e portas do lado direito. Aparentemente, as selas pareciam vazias, até que então um grito vindo do meu lado direito me faz dar um pulo. Um grito feminino.

- Não se preocupe, você não vai precisar conhecer esses quartos – ele encosta sua boca em meu ouvido – A não ser que você queira

Sinto meu corpo arrepiar. Olho para as selas novamente, e no escuro vejo alguns olhos olhando para mim, olhos assustados. Uma garota aparece um pouco na luz, estava de calcinha e uma regata, e parecia muito machucada. Ela tinha um olhar estranho, não tinha dor nem confusão, é o mesmo olhar que a Jay tem quando se lembra da mãe, um olhar de vingança.

Ele abre um grande portão que dar acesso a um grande jardim. Creio que isso aqui é enorme, e o que conheci agora foi nem a metade. Digo isso a ele e ele concorda. Chegando ao jardim, percebo que o local tem muros altos, que contem arame farpado e cerca elétrica. Isso aqui é uma prisão? Vários carros caros estão estacionados na frente. Alguns homens ali – com capuz – me olham com certa raiva, Jay deve ter feito alguma coisa para eles. O “chefe” me entrega uma chave, e me leva até uma Lamborghini. Ai Meu Deus, eu nunca andei em uma.

- Como abre a porta disso? – digo depois das falhas tentativas

Ele rir, mas por fim me mostra como se abre. Entrei dentro do carro e o cheiro era de novo. Não, não acredito que ele comprou isso aqui só para mim. Ele me dá algumas instruções do carro e depois fecha a porta do mesmo.

- Anne Marie, não se esqueça – ele diz fitando meu decote e depois olha dentro dos meus olhos – Tudo pelo cofre.

- E o que tem nesse cofre?

- Só faça por ele

Não questionei. Esperei abrirem o grande portão e acelerei. Eu me esqueci de perguntar como ia para a cidade, pois obviamente não sei onde estou, mas tenho a impressão que já dirigi por aqui, e não estou muito longe da casa de Jay. Demorou apenas quinze minutos para chegar a casa dela, o reforço dos seguranças parece ter dobrado, tem muito mais segurança no jardim do que tinha antigamente, o que está acontecendo? Mostro minha cara e imediatamente um deles me reconhece abrindo o portão para eu entrar. Deixo o carro de qualquer jeito em frente à mansão. Abro a porta com cuidado para não levar um tiro no meio da testa. Entro e percebo que está tudo em muito silêncio. Chamo Maria, mas, ela não aparece. Ajeito minha arma na minha cintura para que eu possa ter um acesso mais fácil a ela caso qualquer surto de Jay Guizzo. Subo devagar a escada para que o meu salto não faça barulho. Paro no topo da escada e observo o movimento, nada de movimento. A porta do quarto dela está entre aberta, vou na ponta dos pés até a porta abrindo devagarinho. Jay Guizzo estava sentada na cama, com uma atadura no pé olhando fixamente para uma caixa de papelão. Está com uma aparência péssima, cabelos bagunçados, um ruivo mal tingido, cigarro jogado por toda a cama, pó branco e notas de um dólar em cima da mesa de escrever, olheiras ao redor dos seus olhos, pele pálida, o que aconteceu nessa semana que passou?

- Olha quem resolveu aparecer – ela diz pegando um cigarro na cômoda ao lado e acedendo

- O que aconteceu aqui? – franzo o cenho – Não! O que aconteceu com você?

- Ora, deu um tiro no meu pé e resolveu fugir? O que foi Anne? ficou com medo que eu revidasse? – ela solta a fumaça e logo da outra tragada

- Não, eu estava meio – não consigo terminar, o estado dela e do quarto me intriga.

- Hum, foi o que pensei – ela diz se abaixando com dificuldade e pegando uma garrafa de vodca em baixo da cama.

Eu não queria fazer isso pelo cofre, quero fazer isso por ela, sei que está complicado, sei que ela está sofrendo, também estou, mas ver ela assim acaba comigo. Achar esse maldito vai dar nossas vidas de volta. Fui até a cômoda cautelosamente e peguei um maço de cigarros e o isqueiro, acendendo o mesmo. Ela me olhava com raiva.

- O que tinha nessa caixa? – digo sentando na beirada da cama

- Oh, uma arma – ela sorri. Um sorriso sádico e doentio

- Bom, e cadê ela? – digo segurando discretamente na minha, caso ela tente me atacar.

- Roubaram – ela solta a fumaça pelas narinas

- Quem? – sinto que estou conversando com uma criança

- Eu não sei, mas ela sabe quem foi – ela aponta para a parede.

- A parede? – dou uma risada anasalada

- Não, minha mãe.

- Ela está aqui? – digo meio desconfortável

- Sim boba, ela está ali – ela aponta de novo para a parede. 

Jay está tendo surtos novamente. Ela está virando a mesma louca que era antes, por isso os seguranças, pois ela acha que vai ser atacada toda hora, por isso a aparência ruim, ela não tem tempo de se arrumar ou sair desse quarto, está ocupada demais tendo alucinações, se drogando e ouvindo vozes. Nisso eu ainda conheço ela.

- E por que ela não te conta quem foi? – tento parecer calma

- Não sei, ela gosta que eu descubra as coisas sozinha – ela olha para a parede e sorrir

- Mas, ela não gosta de te ver sofrer né? Ela teria contado se realmente quisesse te ver bem – digo, porém me arrependo de ter dito.

- Não mãe! Calma! Ela não quis ofender, você não quis ofender não é Anne Marie? – ela grita se levantando com dificuldade e indo até a parede. Ficar observando ela ali, dando explicações a uma parede, me faz querer chorar.

- Ei, Jay – chamo com uma voz doce – Preciso falar com você.

Ela se vira ficando em pé na minha frente. Meu Deus! Ela está bem mais magra que o habitual, seus ossos estão sobressaltados, e o que é isso na coxa dela? Cortes? Não sei o que rolou nessa semana que passou, mas foi algo muito estranho.

- Diga meu amor – ela diz sarcástica se sentando no chão fumando o segundo cigarro

- Bom, primeiro, o que aconteceu? Por que dobrou a quantidade de segurança? – digo cruzando as pernas

- Passo – ela diz divertida

- Passa o que? – franzo o cenho

- A pergunta, quero outra, essa é muito difícil – ela diz dando um gole na garrafa de vodca

Meu Deus! estou perdida.

- Ok, então vamos lá – vou aproveitar que ela não está sã e vou fazer perguntas do passado – Por que você matou o Ryan, amigo do Justin? Você se lembra? Você disse que achava que tinha matado ele, e a Pattie também – digo tentando mostrar ser compreensiva.

- Pensando melhor, a outra pergunta era mais fácil – ela bufa – Ryan estava me perturbando há meses, queria algo que eu não tinha, e me culpava por mentir, mas eu não estava mentindo, eu só não sabia mesmo onde estava, e com isso, ele me ameaçava. Então um dia, cansada das ameaças dele, fui até a casa dele, os pais dele não estavam lá por que estavam viajando naquele verão, então eu aproveitei e invadi a casa, abri a porta do quarto dele e vi ele pelado em cima da cama, obviamente transando com alguém. Não pensei duas vezes, dei dois tiros, o primeiro pegou no peito dele que foi a hora em que ele se virou bruscamente para me olhar, e o outro pegou no coração de Pattie – ela dar outro gole e joga a garrafa vazia em qualquer quanto.

- Pera ai! – me levanto da cama bruscamente – Ryan estava transando com Pattie? Mãe do Justin?

- Sim! – ela se estica no chão e começa a rir alto – Eu também não acreditei na hora, fui ver se Ryan ainda estava vivo, eu estava louca, me arrependi na hora do que eu fiz, mas já estava feito, ele ainda estava vivo, porém perdia muito sangue – os risos somem em meio ao choro e soluço – Eu não sabia o que fazer Anne! Deixei-o lá, mas Pattie... – ela abaixa a cabeça e começa a chorar mais – Pattie já estava morta, morreu de olhos abertos! Ela morreu olhando pra mim! Minha segunda mãe morreu olhando pra mim – ela coloca a cabeça entre as mãos e começa a fungar – Eu tinha pegado o carro da mamãe nesse dia, então carreguei Pattie e coloquei dentro do carro, fui até a casa de Justin, eu sabia que ele não estaria lá, então subi com ela sem que ninguém na vizinhança visse, a levei até o banheiro e liguei o chuveiro colocando ela ali dentro, escancarei a porta da frente, e dei outro tiro na parede, para pensarem que era algum assalto. 

Eu estava estática, sem reação no que acabei de ouvir. Então é por isso, por isso Justin quer matar Jay, ela tem uma vingança com ele e ele com ela, ambos têm dividas um com o outro. Jay não parava de chorar e fumar, eu queria poder abraça-la, mas não consigo nem me mexer, não sei no que fico mais chocada, de Ryan e Pattie transando, ou Jay matar as duas pessoas mais especiais na vida de Justin no mesmo dia. Eu me lembro quando Justin soube da morte de Ryan, ele ficou muito puto, pensou que tinha sido os inimigos, mas quando viu o corpo de Ryan nu no chão do quarto, ele com certeza deve ter achado aquilo muito estranho. Pobre Justin, no mesmo dia encontrar o corpo da mãe também, e por coincidência nua!

- Mas eu fiz uma boa causa, Ryan morreu sem que o melhor amigo soubesse que ele estava transando com a mãe, fiz um favor até – ela diz limpando as lágrimas.

- Jay, isso é ruim, muito ruim, é por isso... É por isso tanta coisa... – digo andando de um lado para o outro

- Eu não contei para você na época sobre Ryan e Pattie transando, porque eu sabia que você ia surtar, e por favor não conte ao Justin, ele não sabe que fui a culpada pela morte de Pattie – ela diz passando a mão pelo rosto

- Oh não, Não! – coloco a mão no rosto – Mas, como ele soube que foi você que matou Ryan? Eu não me lembro

- Eu não disse “eu matei seu melhor amigo” eu apenas disse que estava farta, e que a morte de Ryan seria a primeira de muitas, agora entende porque ele matou minha mãe? – ela grita e volta a olhar para a parede atrás de mim

Três meses depois da morte de Ryan e Pattie, a mãe de Jay morre, é por isso que ela o culpa, tudo está realmente interligado. Não acredito que eu não soube disso na época, eu era tão próxima dela, por que ela não me contou? Mas ela também não pode culpar Justin, o corpo de Dianna nunca foi encontrado, Jay foi dada como louca e esquizofrênica, ela também foi à única que viu Justin perto da casa logo depois da morte, ela que viu tudo, ninguém viu nada. Mas por que Justin ainda concorda que foi ele? Se não foi, por que ele gosta de ser ameaçado? Ainda tem algo muito estranho ai. Penso em perguntar sobre Tasha, mas essa informação já foi muito forte por hoje, só tenho que voltar a ser o que era antes, o que era em relação a ela, preciso da confiança dela novamente. Jay se levanta e começa a conversar com a parede novamente, então, uma última pergunta vem em minha mente.

- Mas Jay, o que Ryan tanto queria? – digo confusa

- Um cofre, o maldito cofre – ela bufa

Então é isso, esse cofre não é de agora, ele vem sendo perseguido desde muito tempo, mas por que acham que está com a Jay? Com certeza alguma coisa ela fez que deu a entender isso, uma coisa que nem ela mesmo sabe... Pera ai, ela disse que não sabia se Ryan tinha morrido na hora, ela deixou ele lá sem ao menos saber, e se Ryan for o homem de capuz? Ele diz me conhecer tanto... Não, não pode ser...Justin viu ele morto também. Vejo Jay olhando de um jeito extremamente sexy para mim, ela me empurra para cima da cama e sobe em cima de mim. Bom, acho que estou conseguindo a confiança dela de volta.

Passado

Estávamos todos no bar, comemorando o aniversário sem a aniversariante. Jay estava demorando para voltar, ela tinha apenas ido pegar sua mãe na casa dela, sentiu que a mãe devesse participar desse momento. Então, uma figura aparece na porta do Bar com uma feição nada boa. Jay chorava e gritava, suas mãos estavam cheias de sangue e tinha uma mochila nas costas, ela chamou eu e Peter e pediu para que entrássemos dentro do carro. Sem pensar duas vezes, eu e ele saímos correndo atrás dela, pensei que o sangue era de Jay, que ela estava ferida. Entramos dentro da caminhonete em silêncio, ela não parava de chorar e dirigia em alta velocidade.

- Para onde estamos indo? – pergunto confusa

- Embora – ela diz entre soluços

- O que aconteceu Jay? – Peter pergunta olhando para as mãos dela cheia de sangue

- Sabe o que é isso aqui? – ela coloca a mão bem perto de nossos rostos – É sangue da minha mãe! – ela volta a soluçar e chorar

Eu e Peter ficamos sem reação, minha garganta ficou seca. Jay contou toda a história, de como encontrou a mãe dela e até a hora que foi parar no bar de novo.

- E Justin? Cadê ele? – pergunto ofegante

- Eu não sei, eu não me importo – ela soluça mais alto

Jay dar uma freada brusca fazendo nossos corpos irem para frente depois para traz, ela repousa a testa no volante e começa a chorar mais. Vejo as lágrimas caírem em sua calça preta dando um leve realce. Percebo que ela não está mais chorando tanto assim pela sua mãe, e sim por ele.

Ela nos leva até o aeroporto, e lá compramos passagens de última hora para Manhattan. Conhecíamos Manhattan então seria uma boa voltar para lá. Ela ligou para a polícia e denunciou o Justin pela morte da mãe. Por algum motivo estranho, a polícia não foi em imediato para a casa de Jay. Chegando a Manhattan, no dia seguinte, aparece uma notícia no jornal de que a casa da empresária Dianna Guizzo foi incendiada, e que na verdade não tinha corpo na hora do incêndio, o que deixou Jay muito puta.

“Jay Guizzo, filha de Dianna Guizzo, pobre menina, esquizofrênica, matou mentalmente a própria mãe”

Jay era motivo de piada, ela sabia que Dianna não tinha fugido, ela viu, “ELA viu”. Jay estava mais triste que o normal, já se passara dois meses do acontecimento. Foi ai que recebi a pancada.

- [...] Por isso estou triste Anne, eu o amava, mas agora, eu o odeio.

O amor da minha vida era o amor da vida da minha melhor amiga. Ambos tinham um relacionamento escondido por anos, e eu achando que era a mim que ele amava que pelo menos tinha um relacionamento sério. Mas era nela quem ele pensava quando fazíamos amor, era a boca dela que ele imaginava quando nos beijávamos, ela era tudo, sempre foi. Fui apenas o brinquedinho de meio período dele.

 Sofri um acidente de amor,

Só me machuquei um pouco. 


Notas Finais


Qualquer duvida, responderei nos comentarios.


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