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História Hide - Like in the Old Times


Escrita por: SrtaBlackPotter e MissHunter

Notas do Autor


ooi babies ♥♥ Tudo bem com vocês? Eu espero que sim
Queremos agradecer mais uma vez por todo o apoio que vocês estão nos oferecendo aqui, pela presença de cada de um, que consideramos bastante importante, por todo esses favoritos, por lerem e pelos comentários maravilhosos ^-^ que nos deixam imensamente felizes, você são demais u.u
Enfim, ao capítulo, para quem estrava torcendo para o Ollie baile de favela ♥ hsfghsad aparecer podem comemorar u.u
Esperamos que gostem e que nos deixem saber de suas opiniões
Beijinhos e até os comentários ou até o próximo capítulo ♥♥♥♥

Capítulo 5 - Like in the Old Times


Fanfic / Fanfiction Hide - Like in the Old Times

Com um pouco de esforço puxei a mala para fora do dormitório. Quando a soltei no corredor, levei as mãos ao fim das minhas costas, sentindo uma dor ao voltar a posição ereta. Suspirei sentindo uma outra dor antecipada só de me imaginar a levando escada abaixo e depois até a portaria - nem pra ajudar os alunos aquele inspetor inútil prestava. Era apenas um fim de semana, um evento, e provavelmente usaria um vestido, que eu nem tinha aqui, que deveria estar no meu quarto na casa onde eu morava, mas tratei de colocar quase tudo em uma mala, só para o caso de eu conseguir convencer minha mãe, ou meu pai, ou Ollie, qualquer um a me tirar desse inferno.

Tranquei a porta do quarto, e encarei a mala de novo. Coloquei a mechas do meu cabelo para trás da orelha, e me abaixei pegando a alça e voltando a puxar.

-Não quer ajuda? -escutei uma voz ecoar no corredor, que me fez sobressaltar de susto, e então olhar para trás.

Encostado no corrimão da escada, com aquela sua mesma blusa vermelha e gorro, de braços cruzados Roy me encarava sério.

-Há quanto tempo você está aí? Quase me matou de susto. -rolei os olhos novamente. -De novo.

-O tempo todo. -respondeu um pouco mais baixo, enquanto se aproximava.

Ele parou ao meu lado, olhando para a mala e em seguida a pegou pela alça. Ele fez um pouco de esforço para levantá-la, mas então começou a caminhar de volta em direção à escadaria. Eu o segui, sem parar de olhar para sua face, que continuava séria. Sinceramente, eu nunca tinha percebido o quanto uma pessoa poderia ficar com a mesma expressão.

No fim das escadas, ele me lançou o olhar rapidamente e olhou para a mala de novo e de novo voltou o olhar a mim - que eu desviei, para evitar um constrangimento -, como se fosse perguntar o que eu tanto levava. E enquanto andávamos pelo outro corredor, eu ainda senti ele me olhando, e fiquei esperando que ele falasse, o que não o fez.

Chegando na portaria, ele soltou a mala afrente do balcão de informações, onde a mulher que recepcionava, ou melhor, que vigiava aquela porta como se fosse um cão infernal guardando as portas do diabo, observava os nossos movimentos. O olhar dela sempre era frio, e eu até mesmo conseguia sentir que havia sadismo nele, o que me dava arrepios.

Alguns minutos se passaram, e Roy continuava parado ao meu lado. Olhei para ele, e vi que ele fitava a grande porta dourada. A porta da liberdade. Percebi que sua face ia se virar para mim, então apenas desviei o olhar para a porta.

-Que horas vai chegar sua carona? -ele perguntou.

Olhei para trás, em direção do balcão, onde aquela mulher sinistra ainda nos fitava, e olhei para o relógio velho da parede, vendo que havia se passado cinco minutos.

-Era pra ser seis horas. Oliver nunca se atrasa, deve ter acontecido alguma coisa. -suspirei com medo de não ser verdade, com medo deles terem mudado de ideia e não me buscarem; me deixarem aqui pelo resto da vida, nas mãos dos demônios cujos nomes era Chase Butler e Adam Hunt, aquele professor nojento.

Então voltei o olhar a porta, me esforçando para escutar um som de carro, torcendo para que ele chegasse. Com o canto dos olhos, percebi Roy se inclinando para mais perto de mim. E dessa vez não consegui, não pude desviar, passei a mirá-lo, seus olhos azuis e penetrantes me encarando, enquanto seu rosto se aproximava ainda mais. Por alguma razão, meu coração disparou instantaneamente, e minhas mãos começaram a suar. Então ele virou o rosto, com os lábios perto do meu ouvido.

-Você vai contar sobre o que acontece aqui?

-Se eles me derem espaço. -murmurei. -Eu tenho que dar um jeito...

Ele se afastou, e voltou a olhar para a porta e eu também. Alguns instantes se passaram e eu voltei a encará-lo. Me aproximei, vendo que ele me olhava com o canto dos olhos.

-Na minha ausência, vê se fica longe de encrenca. -falei, perto do seu ouvido e em seguida me afastei.

Ele soltou um riso debochado e me lançou um olhar que dizia: "olha quem fala".

Então nossos olhares foram sustentados por alguns instantes, o que foi bastante estranho - para não pensar em constrangedor, até sentia meu rosto esquentar. E a porta se abrindo, nos fez sobressaltar e desviar rapidamente.

-Vamos, srta. Queen. -falou o homem de terno que abriu a porta, um dos seguranças do lado de fora.

-Obrigada por... você sabe. -apontei um pouco desajeitada a mala e então acenei sem o olhar. -Tchau.

-Tchau. -escutei sua voz murmurar, enquanto eu puxava a mala.

Passei pela porta, enquanto o segurança ia afrente e parava no gramado. Na pequena estrada de pedras do jardim do internato, estacionado estava o carro e a frente, Ollie me encarava com um enorme sorriso, descruzou os braços e veio até mim, e eu já soltava a mala. Ele abriu os braços e me abraçou, girou me levantando no ar.

Olhei sobre seu ombro, Roy nos observando, já que a porta continuava aberta, e então se virou e foi se afastando.

-Tudo bem? -perguntou Ollie, me soltando.

Naquele momento eu senti meus olhos se encherem d'água e um nó se fazer na minha garganta, e então as lágrimas escorreram pela primeira vez em todo esse tempo em que eu fui colocada nesse lugar.

-Hey, hey, o que foi? -ele perguntou, me abraçando de novo.

-É que... -solucei, e deixei que mais lágrimas molhasse seu ombro. Eu ia começar a falar, mas meu olhar se cruzou com uma figura numa janela no alto da construção daquele inferno, e meu choro piorou ainda mais. O maldito do Chase me encarava lá de cima, com um olhar que julguei que fosse aquele seu ácido - já que não dava para identificar, por causa da altura -, e então ele fez um gesto que dizia que estava me observando, levando os dedos próximo aos olhos e apontando para mim. -É que eu senti tanto a sua falta. E então você se atrasou e eu achei que tinha desistido de me buscar. -falei, entre soluços, já controlando as lágrimas. Isso não era mentira, porém não era isso que eu queria contar.

-Desculpe, Speedy. -ele falou, se afastando, enquanto eu levava as mãos para enxugar meu rosto. -Eu nunca desistiria de você, ok? -ele pegou o meu queixo, me fazendo mirar sua expressão, sobrancelhas arqueadas como se pedisse que eu assentisse, então o fiz, acenando positivamente com a cabeça. -Houve um imprevisto, e eu me atrasei pra ajudar Felicity com sua mãe.

-Felicity Smoak? Hum.-falei, soltando um risinho.

-É. -ele sorriu rolando os olhos de leve, e pegou minha mala. -Vamos, se não a mãe vai ter um piti por tanta demora. Ela até mandou fazer ser prato favorito para o jantar.

-Sério? -me senti sorrir. -Faz tanto tempo que eu não como algo decente.

Ele abriu a porta e colocou a mala nos bancos de trás, e enquanto me sentava no banco do carona, ele se sentava no do motorista. Deu partida no carro, e seguiu a estreita estradinha de pedras, até chegar no grande portão dourado, que se abriu para que passássemos.

Durante o percurso, abri um pouco a janela para sentir um pouco do ar fresco, do ar diferente daquele lugar; me encostei no vidro e fiquei fitando a paisagem do por-do-sol na cidade, o fraco e raro sol - já que a maioria dos dias por aqui eram nublados, deixando tudo ainda mais sombrio - desaparecendo entre os prédios.

-Você está brava comigo? -Ollie quebrou o silêncio.

-Por que eu estaria? Faz dois anos que me colocaram naquele lugar e essa é primeira vez que eu saio, que eu vou ver minha família. Não tem motivos.

-Eu sinto muito por isso. -ele suspirou. -É que...

-Que a culpa foi minha. Eu envergonhei vocês naquele escândalo com vertigo. E pegaria um pouco mal se me vissem com vocês de novo.

Ele suspirou de novo, o que me fez lançar o olhar a sua face. Os lábios se pressionaram por alguns segundos em linha reta, e fixados na rua a frente, os olhos marejados. Incrível essa impulsão de falar o que me vinha a mente. Suspirei pesarosamente, me sentindo mal.

-Ollie, eu não queria... E-eu...

-Não, Thea. Você está certa. Você se sentiu abandonada. Eu deveria ter ido te ver, mas... -ele inspirou fundo, se interrompendo. -Não tem motivos para eu não tê-lo feito.

Entreabri os lábios para questionar que motivos eram esses, porque tinha. Ele ia falar, mas hesitou. Mas preferi me calar, evitar começar outra discussão.

Algumas ruas depois, nos aproximamos dos portões da mansão. Paramos e Ollie abaixou o vidro, o segurança assentiu e em seguida os portões foram abertos. Quando o carro parou na frente da porta principal, um outro segurança já aguardava. Saímos do carro, Oliver pegou minha mala e entregou a chave ao segurança, para que o levasse.

-O evento é sobre o quê? -perguntei, antes de nos aproximarmos da porta.

-Adivinha. -respondeu ele, revirando os olhos.

-Queen Consolidated? -ele assentiu, e agora foi eu quem revirou os olhos.

-Só temos que sobreviver ao almoço e o jantar de amanhã. E domingo podemos passar juntos. Se você quiser podemos ir no Big Belly Burger, e depois irmos na Laurel e Sara, e no Tommy , eles sentem muitas saudades de você. E por último...

-Ver nossas séries! -falei em uníssono com ele, e sorrimos.

-Como nos velhos tempos. -ele finalizou e então abriu a porta.

Adentrei, logo atrás dele, e nos esperando estava nossa mãe e nosso pai. Assim que me olharam, o sorriso deles aumentaram, mas o meu diminuiu de desconforto e magoa.

-Minha garotinha. -disse meu pai, indo ao meu encontro e me abraçando forte, mas eu não consegui retribuir, só fiquei ali parada.

-Senti tanto a sua falta. -falou minha mãe, em seguida me abraçou e me deu um beijo na testa.

-Por que não me visitaram, então? -retruquei, quando ela me soltou.

Os dois se entreolharam, num típico olhar cúmplice.

-Querida, nós queríamos -começou minha mãe -, mas não podíamos. A restrição da polícia nos impediu de te visitar. Lembra do acordo?

-Qual acordo? Aquele que eu tinha que ir pra aquela droga de internato para manter os malditos estudos e ficar longe do vício e de todos com quem me importo?

-Ou era isso ou você ia para a cadeia, Thea. -falou meu pai. -Você dirigiu, sem carteira e sem idade pra fazê-lo, e sob efeito, e causou um terrível acidente, que por pouco não matou alguém ou a si mesma.

-Ha. -soltei uma risada sem-humor. -Tiveram bastante tempo pra pensar nesses argumentos, não é? Porque se o vertigo não me corroeu o cérebro, lembro muito bem daquela noite, vocês se preocuparam com alguma coisa da Queen Consolidated...

-Thea... -escutei Ollie falar, me virei o vendo levar a mala em direção a escadaria. -Vem arrumar suas coisas. Aposto que quer descansar um pouco antes do jantar.

Os encarei de novo, os vendo me mirar sérios ou até mesmo com um traço de culpa. Cruzei os braços e fui até a escadaria, e alcancei Oliver perto da porta do meu quarto. Ele a abriu, me deixando espaço para passar primeiro e adentrar. Corri os olhos pelo comodo, o vendo do mesmo jeito que eu havia deixado quando parti. Tirando o fato, que a bagunça dos vestidos que eu tinha feito por cima da cama e pelo chão quando fiz as malas, e de algumas coisas que eu quebrei pela minha ira de saber que eu teria que ir embora, não estava mais lá.

Inspirei fundo e suspirei, sentindo um buraco no peito. Me aproximei lentamente da cama, a fitando e depois fui até a penteadeira, mexendo nos colares que ainda estavam ali.

-Olha Thea, eles fizeram o que fizeram para te proteger. -disse Ollie, colocando a mala do lado da cama.

-E agora tenho chances de voltar a morar aqui? Já que eu não... já que eu melhorei e não vou fazer mais nada que possa prejudicar alguém.

-Eu queria. -ele respondeu, cruzando os braços. -Mas não é tão fácil assim.

-Claro que é. Esse é o último ano escolar. É só ir naquele internato assinar a papelada e me transferir para um colégio normal.

Ele continuou a me mirar por alguns instantes e em seguida se virou, voltando a porta. Antes de sair por ela, ele se inclinou e disse:

-Daqui a meia hora o jantar será servido.

-Você sabe de algo que eu não sei. -falei, e ele ouviu antes de sair.

Bufei de frustração e me joguei na cama. Passei minhas mãos pelo lençol sentindo a maciez e como era confortável, aconchegante. Fitei o teto por alguns instantes, sentindo falta de como era minha vida antes daquele aniversário, antes daquele cara que nem lembro mais o rosto me entregar aquele pacote. Se eu não tivesse cedido a curiosidade... Eu ainda teria uma vida aqui. Eles nunca teriam achado que eu era um viciada, eles não deixariam de acreditar nas minhas palavras, afinal eu só usei uma vez. Eu sou uma idiota. Eu nunca deveria ter colocado aquelas pílulas na minha boca.

Me levantei e fui ao banheiro, tomando um banho longo, quente e relaxante, já que no inferno tínhamos banhos com o tempo controlado, a maioria eram quase que frios.

Os pais dos alunos devem ser enganados sobre a qualidade do serviço. Aposto que aquele diretor e aquela cadela infernal da recepção fazem propaganda falsa: "Os quartos são aconchegantes como o próprio lar... A comida é feito por um dos melhores chefes gourmet de Starling... Ah e a educação, o ensino dados pelos mais respeitáveis professores; é a primeira em qualidade..." Porque se os pais pensam que estão protegendo seus filhos, dando o melhor à eles, os colocando lá, eles devem ter sido cegados pela ilusão.

Saí do banho e abri o guarda-roupas, escolhendo um lindo vestido verde-musgo. Eu não iria usar nenhuma daquelas roupas que eu havia trazido da mala, eu iria aproveitar cada coisa da minha casa. Depois que eu me livrasse daquele internato, pretendia queimar cada peça que usei naquela imundice.

Desci a escadaria e fui para a sala de jantar, os encontrando conversando sobre algo, ou sobre alguém, já que o último comentário antes deles me verem foi sobre de como o fulano reagiu à uma situação. Sentei no lugar que eu costumava sentar, e logo o mordomo me serviu. Comecei a comer, saboreando e aproveitando cada garfada.

-Está bom? -perguntou minha mãe, também sendo servida pelo outro mordomo.

-Uma delícia. -falei, soltando um sorriso sem mostrar os dentes. Mesmo que eu ainda estava triste, magoada com eles, eu não iria desperdiçar o meu tempo aqui ficando emburrada e discutindo a cada minuto.

Todos sorriram e finalmente começaram a comer. Ollie puxou uma conversa, contando sobre o que Tommy fez nesses dois anos, os micos que os dois passaram em algumas baladas ou em alguns clubes de reunião entre amigos. Como ele disse mais cedo, "como nos velhos tempos", como se fôssemos aquela família feliz de antes, sem nenhum problema, nem conflitos, e sem ninguém escondendo nada de ninguém. Como eu escondia deles, eles escondiam algo de mim. Alguém que tem um segredo, reconhece outro que tem.



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