História Hide The Secrets - Capítulo 1 - A Grande Noite

Risadas. Felicidade. Alegria. Medo.

Esses quatro sentimentos me dominam de uma forma incrivelmente estranha. Como é bom estar perto das minhas amigas, rindo. Sinto-me tão feliz. É uma alegria plena. Contudo, eu tinha medo também.

Sarah e uma garota maravilhosa, porém, eu sei dos ricos que a bipolaridade dela causa. As vezes penso que ela tem duas personalidades, mas isso não me afeta. Ela é uma pessoa — e amiga — maravilhosa. Isso é o que realmente importa. E quando estamos assim, entre amigas, tudo fica perfeitamente bem.

10h23min

Marcavam exatamente dez e vinte e três da manha e faltavam alguns poucos minutos para o espetáculo começar e se não nos apresarmos, iriamos nos atrasar. Entretanto, o calor nos atrapalhou um pouco.

Ao adentrarmos na sorveteria, Rosie é a primeira a exclamar:

— Eu quero de morango! — disse, alegremente.

Soltei uma risada acompanhada das outras garotas enquanto nos sentávamos.

— Eu quero de baunilha! — pronunciou Sarah, enquanto se levantava. — Eu vou ao banheiro. — anunciou — Pedem para mim, por favor? — pediu, educadamente. Assentimos e voltamos a olhar os cardápios e a conversar sobre coisas aleatórias.

Já tinha se passado alguns minutos, o sorvete da Sarah já estava quase todo derretido, e a mesma ainda não havia voltado.

— Talvez ela tenha tido um imprevisto de garota. Quem vai ir ajudar desta vez? — perguntou, pegando mais uma colher do seu sorvete de baunilha.                                                       — Eu vou — disse me levantado e indo em direção ao banheiro que ficava no fundo da sorveteria.

Quando cheguei perto da porta dava para ouvir uma conversa ou uma briga o som estava abafado, eu não hesitei e entrei.

— Achei que tinha alguém com você aqui. — Ela estava vermelha, parecia com raiva.

— Telefone, meu irmão, sabe como é — disse Sarah olhando para mim, dando um sorriso, com seus lindos dentes brancos.

— Vamos, já está na hora. — Era nesses momentos que eu sentia medo da Sarah, como ela era capaz de disfarçar seu humor. Parece que dentro dela tinha mais sentimento do que em qualquer outra pessoa.

Quando chegamos lá todas já estavam esperando dentro do carro. Eu entrei, mas Sarah logo parou na frente da sorveteria.

— Gente, eu esqueci algumas coisas importantes, e minha mãe vai trazer para mim, então não precisam esperar.

— Tem certeza? Vai chegar atrasada. — Jasmine disse e Sarah assentiu.

— Estou bem, podem ir.

12h30min

Já estávamos no teatro vestidas e ansiosas. Não tanto quando nosso professor que estava quase matando todas, porque Sarah ainda não havia chegado. Ela era a principal na peça, eu a substituta. Jasmine e Rosie cisnes comuns, e as outras eram ajudantes no camarim. Era coisa nossa todo ano fazer um curso novo, mas parecia que sempre era igual. Sarah sempre tinha as melhores coisas, sempre ganhava. Ela tinha um meio de conseguir tudo, seja na base da sedução ou da ameaça, tudo para mostrar o quanto ela tinha controle sobre nós e sobre as pessoas.

O espetáculo ai começar sem a Sarah. Eu não esperava, e nem sei se estou realmente pronta para fazer vinte e três atos. Tudo foi bem nos quatro primeiros. Mas no quinto eu me senti tonta, de repente, e cai.

Então um barulho horrível começou. Era o alarme de incêndio.

Como eu queria sair dali...

Mas parece que alguma coisa estava prendendo-me no chão.

E de repente Amy estava ame ajudando a levantar, e Eve ajudando Rosie e Jasmine. Eu pude olhar em volta o segundo andar estava pegando fogo. E então um barulho horrível surgiu, fazendo-me cair novamente no chão.

Quando pude olhar para as outras, vi que todas estão agachadas. De repente tudo parou. O barulho. Só podia ouvir faíscas.Então eu tive certeza que o teatro

— Uau! Vocês não me esperaram. E isso me deixou triste. — O som do sapato de salto batendo no chão de madeira não era nada comparado àquele horrível barulho.

A voz era da Sarah, nunca seria possível esquecer aquela voz.

Então eu consegui me levantar o bastante para ficar ajoelhada. E consegui ver o quanto ela estava horrível. Tinha sangue por todo o seu corpo e o cabelo estava molhado e preto. E as roupas, rasgadas.

—Você está bem? O que aconteceu? — Eve indagou, preocupada.

— Não está obvio? Eu estou morta. — Ela começou a rir.

— Meu Deus o que deram, para você? — Jasmine perguntou.

— Pra mim, nada. Para vocês, com certeza algo forte. Estão vendo uma morta. — Olhei para as meninas e assim como eu, elas estavam confusas. — Fiquem tranquilas! Vocês são as próximas. E não se esqueçam que tudo isso é culpa suas. — Apontou o dedo para nós. — Bons sonhos garotas!

— Você ficou louca? Você precisa chamar a policia os bombeiros. — Eu disse, gritando.

— Acalmem-se! — pediu sarcástica. — Não vão morrer aqui. — afirmou, com um pequeno sorriso — Será algo mais doloroso. — Ela virou as costas, saindo em seguida. Dava para ouvir apenas o barulho dos saltos dela.

De repente o barulho começou de novo, mais forte, e mais doloroso. Quase não dava para respirar com o cheiro da fumaça. Então tudo ficou preto.