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História Hiken no Luffy - Coby aquele que odeia piratas


Escrita por: Momkkim , Blue_Moonwr e ThinkMind

Notas do Autor


Demorei mais voltei

Capítulo 2 - Coby aquele que odeia piratas


- Poeira?

Uma grande mulher, tanta em questão de altura quanto de largura, com um chapéu de vaqueira branco com uma grande pluma vermelha, um lenço vermelho, uma camisa xadrez rosa e um casaco de capitão azul sobre ele com os braços nas mangas. Em seus dedos, utilizava aneis e suas unhas eram cumpridas e afiadas, e com um verniz vermelho. Ela tinha uma faixa roxa com uma pistola embutida e algumas jóias, além de calças grisalhas e sapatos vermelhos com fivelas douradas.

O seu questionamento veio enquanto verificava a proa de seu navio.

- Por que ainda encontro poeira?

Perguntou de forma ríspida, com uma expressão claramente irritada e impaciente para seus tripulantes, que na mesma hora entraram em completo desespero.

— POR FAVOR ME PERDOE, ALVIDA-SAMA!-Um dos tripulantes exclamou, com grande medo aparente. Ele estava pálido, suando frio e tremendo, e só estava assumindo a culpa, pois sabia que o resultado seria ainda pior se ficasse quieto.-EU PENSEI QUE EU HAVIA LIMPADO TODO CONVÉS! ENTÃO POR FAVOR ME PERDOE!- Implorou ajoelhado e com as mãos juntas, no entanto, essas foram suas últimas palavras. No momento seguinte sua cabeça foi explodida pelo impacto causado por uma grande clava de ferro, espalhando sangue, massa cerebral, pedaços de osso do crânio e até restos do que seriam seus olhos, no chão do convés.

— Guarde suas desculpas para si mesmo, idiota!- Alvida dizia debochadamente para o homem já morto -E VOCÊS, LIMPEM ISSO!- Exclamou irritada com a sujeira do convés de seu navio, por mais que ela tenha sido a causa disso. Claro, nenhum de seus subordinados sequer ousava apontar essa fato, já que o aconteceria com eles se o fizessem, faria com que a última morte parecesse misericordiosa.

— SIM, SENHORA!

Todos os tripulantes da mulher gritaram simultaneamente. Ainda estavam um pouco pálidos e tremendo, mas como não corriam mais risco eminente de vida, prosseguiram para fazer o trabalho sem maiores dificuldades. Já estavam bem acostumados com isso.

— Ei Coby!

A capitã chamou por um pequeno garoto que até agora estava escondido. Ele era baixo, tinha cabelo rosa liso, óculos de armação azul remendados no rosto, músculos um pouco desenvolvidos, mas que não pareciam muito treinados, e cicatrizes, algumas nos seus braços, mas especialmente, em seu tronco, peitoral e costas.

-Quem é a mais bela dos mares?-Perguntava presunçosamente como se soubesse a resposta.

— Com certeza não é você!

O pequeno garoto disse de forma debochada, com uma expressão presunçosa e tom de escárnio na voz. O que não surpreende nem um pouco a mulher da clava de ferro.

— SEU PIRRALHO IDIOTA!

Colocando toda sua força em seu braço direito, flexionando seus musculos de maneira assustadora, a mulher acerta de forma certeira a cabeça do garoto com sua arma. Só que ao invés de se repetir o que aconteceu a poucos minutos, com restos da cabeça sendo espalhados pelo chão, ele somente foi mandado alguns metros para trás, o que só irrita e frustra ainda mais a mulher.

— S-só isso que tu tem p-pirata imunda? V-vo-você já foi melhor!

Ele falou com grande dificuldade, o que já era de se esperar depois do golpe que havia recebido. Sangue escorria de sua cabeça, um rastro em específico cobrindo seu olho direito, seu nariz parecia um pouco torto, mas num ato de brutalidade, ele simplesmente o pegou entre os dedos, e com um som desconfortante de dor ele o colocou no lugar, sem sequer grunhir. Apesar disso, sua respiração estava pesada, e suas pálpebras parecia lutar para se manterem abertas.

— CALE A BOCA!

Mais uma vez a mulher acertava o rosado com sua clava, só que dessa vez o garoto não aguentou e foi ao chão. Sua consciência não se apagou, porém seu corpo simplesmente não respondia direito. Novamente as extensões dos danos que a mulher infligiu nele, eram grandes demais.

-Tem sorte de ainda lhe deixar vivo, idiota!

Exclamou irritada chutando o estomago do rosado que tentou usar seus braços para se por de pé, o impacto no entanto o leva ao chão novamente.

-Agora perguntarei novamente, quem é a mais bela dos mares?- Se abaixando para ficar na altura do rosto do rosado a mulher repete a pergunta, não recebendo nenhuma resposta dele.- RESPONDA! -Alvida grita, já impaciente, recebendo apenas um olhar ódio e uma cuspida na cara.

— Vai se foder escória pirata!- O rosado lutou para fazer essa exclamação sem gaguejar por causa de todos seus ferimentos. A capitã se levantou enquanto limpava o cuspe em sua cara.

— Tsk garoto irritante!

Já sem paciência a mulher dizia com raiva. Odiava admitir mas o garoto tinha coragem, e por mais que tentasse, seus golpes infelizmente já não faziam mais tanto efeito quanto a dois anos atrás, quando ele havia invadido seu navio. Isso estava a fazendo despertar uma coisa que há muito não tinha, insegurança. Desde criança sempre sonhou em se tornar a mais bela e poderosa pirata do mundo, aquela que se casaria com o rei dos piratas, porém este destino estava longe de se concretizar, e o mais importante, ela sabia disso. Ela poderia ter uma força considerável nessa parte do oceano, mas para grandes nomes como Krieg, ou Buggy, ou Arlong, ela ainda não era nada. E isso porque ainda nem levava em consideração aquele lugar amaldiçoado, porém, se quisesse seguir seu sonho, sabia que algum dia precisaria ir para lá. Esse tipo de coisa a fazia pensar se no fim, seu desejo de criança não seria apenas isso, um tolo sonho infantil.

-Apenas… vá limpar o depósito e suma da minha frente.- A mulher disse cansada e deprimida. Fazia muito tempo que não se sentia assim, e com certeza não tinha saudades desse sentimento. -LIMPEM TODO O CONVÉS! ESTAREI EM MEUS APOSENTO!



— DROGA!

Coby gritava socando a parede do barco. Ele estava frustrado, cansado e o mais importante, irritado. Já faziam 2 anos que estava naquele navio, na época era novo e ingênuo, e então teve a grande e genial ideia de tentar derrotar a infame Alvida e entrega-lá a justiça, assim que viu que ela tinha parado seu navio em sua ilha natal. Obviamente não havia dado certo, e ele acabou como escravo da mulher para não ser morto. Durante esse tempo ele havia treinado muito, tudo para que quando chegasse o dia pudesse fugir, porém, mesmo após incontáveis dias treinando e se esforçando, ele ainda era fraco, isso era um fato.

-PIRATAS DE MERDA!

Exclamou ainda mais irritado, preparando outro soco na parede, porém, algo chama a atenção do rosado. Um grande barril a deriva no mar.

Um barril? Deve ser saque...- primeiro ele não considera muito essa informação, até que um pensamento simples passa por sua cabeça, e um sorriso triunfante se forma em seu rosto.- Posso envenar isso e dar para Alvida, dizendo que é um pedido de desculpas!

O garoto dizia para si mesmo pegando o barril e se preparando para leva-lo ao navio. Seu rosto era vitorioso, dois anos atrás ele nunca teria uma ideia tão cruel, só que depois de tanto tempo junto com os piratas, saques, conflitos em alto-mar, vendo morte e desgraça constantemente, tendo uma capitã tão insana e com seu corpo sendo exposto, tanto a pesadas punições físicas, como a de agora a pouco, como a seu próprio treinamento, ele já não era a criança de dois anos atrás. Ele poderia nem ter percebido, mas tanto sua linha de pensamento, quanto sua maneira de agir, eram mais similares a de um pirata, do que a do tipo de marinheiro que ele tanto dizia admirar.



— O quê? Essse aí é um barril que foi trago pela maré, Coby?

Um dos piratas subordinados de Alvida dizia ao ver Coby tentando levar o barril para dentro do barco, o que para a surpresa do garoto, estava sendo uma tarefa muito difícil. Por algum motivo ele estava muito mais pesado do que deveria.

— Sim, suponho que seja saquê, e pretendo entregar pra Alvida.

Respondeu fingindo estar desinteressado. Os piratas não achariam estranho, já que sua relação com eles não passava de desprezo. Internamente ele xingava até a quinta geração da família do homem a sua frente, por estar provavelmente estragando seu plano.

— Eu ouvi saquê? O que acham de bebermos um pouco?-

Outro tripulante apareceu, chamando atenção de Coby e deixando-o ainda mais tenso. Ele ainda tinha que envenenar o barril, então mesmo que eles bebessem não daria em nada, infelizmente seria um desperdício de uma ótima oportunidade.

— O quê? Mas e se a Alvida descobrir?

O primeiro pirata perguntava assustado.

— Ela não descobrirá! Só estamos nós aqui e o burro do Coby, e eu tenho certeza que ele ficará de bico fechado, não é mesmo Coby?

Um terceiro pirata dizia sorrindo maliciosamente para o rosado. Por um momento ele cerrou os dentes e apertou fortemente o barril, considerando o que poderia fazer a seguir. Se ele realmente fosse seguir com seu plano teria que entrar em conflito com eles, se fosse apenas um ele tinha confiança completa em ganhar, com dois seria um pouco mais chato, só que ainda venceria com certeza, só que com três já seria mais irritante, principalmente porque chamaria atenção. E se os três usassem armas então, ele com certeza não morreria, mas considerando que ainda estava ferido por causa da Alvida, ele tinha chances ainda menores de vitória. E tendo sido posto nessa situação, mesmo se vencesse, o que faria sem dúvidas, Alvida com certeza apareceria notando a bagunça e todo seu plano iria por água abaixo. Mentalmente lamentando a perda de uma ótima oportunidade, ele decide desistir.

— Façam o que quiserem.

Suspirando pesadamente o rosado entregava o barril para os subordinados de Alvida. Era de fato uma pena, se estivesse mais afastado do navio, mesmo com os ferimentos causados pela capitã, e mesmo que eles carregassem armas, poderia os derrotar e provavelmente não chamaria a atenção de ninguém, mas tão perto do navio isso seria impossível, e seria ainda mais impossível envenenar a bebida depois que Alvida aparecesse. Jurando se vingar desses três depois, ele os passa o barril.

— Hahahaha ótimo, ótimo! Continue assim que um dia talvez seja promovido de escravo para pirata!

Gargalhando de felicidade pela oportunidade inesperada de poder beber saquê, um dos piratas dizia dando tapinhas amigáveis nas costas de Coby, que não consegue responder. O de cabelos rosas segura sua própria raiva dando um longo suspiro, o seu único alívio era saber que poderia facilmente brutalizar essa escória.

— QUE SONINHO BOM!

Porém, o barril na frente deles de repente explode em diversos pedaços revelando ninguém menos que Luffy. O do chapéu de cowboy havia mudado muito nesses 10 anos, e agora o pequeno e frágil pirralho havia dado lugar a um grande e forte homem. Tendo treinado muito durante esse tempo, o que era notável devido a seus definidos músculos, ele estava bem mais alto, atingindo impressionantes um metro e oitenta e cinco centímetros. Sua pele agora era bem mais bronzeada e seus cabelos escuros ficaram maiores, porém ainda desgrenhados, suas roupas constituíam em seu chapéu de cowboy da qual havia recebido de Shanks, um colar de bolas vermelhas idêntico ao em seu chapéu, shorts pretos que iam até seus joelhos com uma bolsa azul com cinto de segurança em torno da sua perna esquerda, um cinto amarelo cravejado ilhós, e um segundo cinto curto com um grande vermelho “L” na fivela de prata sobre seu quadril direito, e em seu torso não usava nada, exibindo assim seu físico invejável.

— ATAQUE INIMIGO!

Um dos piratas exclamava assustado, prontamente sacando sua espada e direcionando um golpe, que, na opinião de todos, com certeza decapitaria o desconhecido. Luffy apenas deu um sorrisinho interessado, assim que a lâmina passou por seu pescoço ele virou fogo, fazendo a arma passar por ele apenas esquentando o pedaço de metal, e o pescoço simplesmente voltou ao normal depois.

— Sabe, não deveriam sair atacando pessoas que nem conhecem. -O moreno dizia calmamente enquanto ajeitava seu chapéu.- Podem acabar se dando mal no processo. -Completou com chamas envolvendo seu corpo.

— Q-que m-merda é e-essa?

Um dos piratas dizia amedrontado, vendo as chamas sendo criadas livremente pelo homem. Para ele aquilo era totalmente fora de realidade, desde que havia se tornado um pirata nunca teve que lidar com mais do que alguns guardas da marinha, mesmo com Alvida ele nunca sentiu tanto medo, ela apenas matava os que vacilavam na limpeza, mas agora teria que lutar contra alguém que consegue criar fogo? Nunca em sua vida pensou que sentiria tanto medo, suas pernas falhavam, ele ficou mais pálido que papel, e era difícil dizer se o suor que escorria por seu corpo era devido a proximidade ao fogo, ou pelo medo.

— BRUXARIA!

Um dos ou três exclamou assustado. Essas foram suas últimas palavras, já que logo em seguida fora incinerado até sua morte. Luffy apenas apontou para ele com seu dedo indicador, e um jorro de fogo cobriu o corpo do homem. A fumaça se levantou, e os gritos dele podiam ser ouvidos por toda a pequena ilha, enquanto se jogava e debatia no chão, tentando apagar o fogo. Em poucos segundos no entanto seus movimentos pararam completamente, deixando espaço apenas para o crepitar das chamas.

— MERDA! SOCORRO!

O outro pirata gritava amedrontado após ver seu parceiro ser morto facilmente. Lágrimas escorriam de seu rosto, ele não sequer entendia o que estava acontecendo, ou como um monstro desses poderia existir, e no entanto ele estava ali, na frente deles, e acabou de matar seu amigo como se ele fosse uma formiga. Sem se preocupar em questionar sua visão de mundo no momento, ele tenta se virar para fugir.

— Não tão rápido.- Falou com um tom de sarcasmo. Cobrindo suas pernas com chamas Luffy se impulsiona para frente.-Karyu no Tekken!-Cobrindo seu punho com fogo ele atravessa a cabeça do pirata, criando um grande buraco onde a momentos atrás estariam seu rosto e orgãos. Os ossos aqueceram tanto que começaram a derreter, o sangue evaporou, e os pedaços do cérebro que não viraram cinzas completas, cairam no chão tostados. -Sua vez!- Disse de maneira assustadora para o terceiro pirata, que apenas observava paralisado. O seu cérebro gritava para ele correr, mas seu corpo simplesmente não respondia. Ele tremia, e lágrimas se formavam no canto de seus olhos e catarro escorria de suas narinas.

— P--P-P-P-Por f-f-fa-favor n-não me m-m-mate.

Dizia agachado no chão implorando por sua vida, com suas mãos juntas, quase como se estivesse rezando para o que ele pensava ser o demônio em sua frente.

— Covarde!

Foi tudo que Luffy disse antes de simplesmente pisar na cabeça do pirata, usando sua força colossal, praticamente desumana, resultado de dez anos de intenso e constante treino obsessivo, esmagando o crânio e espalhando o resto para todos os lados. O moreno tinha uma expressão neutra, mas era possível ver o desprezo em seu olhar, não era novidade que pessoas covardes era uma das coisas que ele mais odiava.KK

— Incrível!

A voz impressionada de Coby chamou a atenção do usuário da Mera Mera no Mi, que olha para ele com confusão clara em seu olhar.

— Eles eram seus amigos, não é? Não está com raiva por eu ter os matado?

Luffy pergunta para o rosado com sua sobrancelha franzida em dúvida.

— Tá brincando? Estou esperando a oportunidade para matar esses idiotas e fugir desse maldito barco a 2 anos! Fodasse eles!

Em sua euforia, finalmente vendo alguém que parecia intocável, e que proavelmente conseguiria lidar com a Alvida, o de óculos falou em pura empolgação, novamente não notando que nunca falaria algo do tipo a dois anos atrás. Ele olhava admirado para Luffy, nesse momento para ele o homem em sua frente era como um enviado de deus, ou até do próprio demônio. O fato de o mesmo conseguir criar e controlar fogo, e aparentemente ser dono de uma força que no mínimo poderia ser classificada como monstruosa e ter matado com tanta facilidade, mas acima de tudo, brutalidade, os subordinados da Alvida, apenas reforçavam essa ideia.

— Como assim?

A resposta dele, no entanto, apenas confundiu ainda mais o de chapéu de cowboy.

— A dois anos atrás, eu enfrentei Alvida pra entregar ela a justiça, como uma forma de entrar na marinha- em seu estado eufórico, ele falhou em notar o pequeno riso de escárnio que se formou no rosto do de cabelos escuros- porém perdi miseravelmente- ele relembrava frustrado de sua derrota completa nas mãos da capitã, cerrando seus dentes e punhos, mais uma vez naquele dia, lamentando sua fraqueza- e para piorar, Alvida gostou da minha coragem e me fez servir como ajudante, se não me matava!- ele se lembrava da vergonha daquele dia, o quão fraco e humilhado se sentiu, tendo que aceitar a proposta daquele que imaginou que iria derrotar, apenas para sobreviver mais um dia e futuramente mata-la.

- Entendi.

Ajeitando o chapéu em sua cabeça, o moreno responde fracamente. Por alguns poucos segundos há silêncio, o menor engole em seco e decide tentar recomeçar a conversa tirando uma dúvida que estava em sua cabeça.

-Ei falando nisso, por que estava nesse barril?

Coby perguntou curioso, tentando reiniciar a conversa.

— Ah! Isso é simples, acabei sendo pego em um redemoinho e perdi meu barco!

Luffy dizia calmamente e até com um pequeno sorriso em seus lábios, surpreendendo o de cabelos rosas por falar algo assim tão naturalmente. Mais e mais a figura do homem em sua frente se tornava algo intrigante, ao mesmo tempo impressionante e até insano.

— COBY!

Um grito estridente é ouvido do topo do navio. A maioria dos piratas só percebeu a raiva na voz, mas o fogarento, notou um pingo de receio. Intorrempendo a conversa dos dois, Alvida aparecia junto do resto de sua tripulação, todos com armas em mãos, parecendo prontos para o combate. Seus rostos também mostravam surpresa e medo ao ver os corpos caídos dos três de antes.

Antes de direcionar seu olhar ao de óculos, a capitã olha diretamente para Luffy. Por um momento os dois se encaram, o moreno parecendo curioso, já a mulher engole em seco vendo o do chapéu de cowboy. Um leve rubor parece cobrir suas bochechas, mas esse detalhe escapa do recém declarado pirata. Após alguns segundos, ela se força a virar seu rosto para o garoto que tanto a lhe irritou pelos últimos dois anos. Agora estava realmente se arrependendo de ter poupado a vida dele, acreditando que um dia ele iria de fato abaixar a cabeça pra ela.

- Por um segundo eu pensei que fosse a caçadora de recompensas, mas é um homem e eu não vejo nenhuma espada com ele- sussurra com voz tão baixa, que apenas ela própria consegue ouvir, apesar de que sem o conhecimento dela, os sentidos aguçados e bem treinados do moreno, permitiram com que ele ouvisse cada palavra. Ela também passa o olho pelos corpos mortos dos seus subordinados, um frio na espinha a percorre, vendo o resultado da brutalidade do desconhecido.- ENTÃO É ASSIM QUE ME TRATA APÓS LHE DEIXAR VIVO, COBY?- Exclama com sua expressão parecendo se contorcer de irritação.

Luffy olha para o garoto ao seu lado, e depois para a capitã em cima do navio.

— Essa baleia aí é a Alvida?

Perguntou com uma expressão verdadeiramente curiosa.

O rosto da de clava, primeiramente ficou chocado, depois mais vermelho do que as chamas do usuário de logia, assumindo uma expressão de raiva que nenhum dos seus subordinados jamais tinha visto. O fato de que Coby não aguentou e começou a gargalhar alto, só aumentava a raiva dela.

— SEUS PIRRALHOS!

Furiosa, ela gritou tentando atacar o de chapéu de cowboy com sua clava. Obviamente a arma apenas passa pelo monte de chamas que se tornou o corpo dele no momento em que o ataque entrou em contato com ele, passando direto assim como ela próprio por causa do impulso de seu pulo, fazendo com que apenas o aço esquentasse, além de pedaços de sua roupa que queimaram. Além dela ter que abruptamente soltar a arma, balançando sua mão no por causa da ardência. Ela olhou arregalada para o homem, não, o demônio a sua frente. Uma parte de sua atordoada mente assimilou os poderes dele a lenda das frutas do diabo, mas ela estava assustada, e até impressionada, demais para realmente pensar sobre isso.

KARYU NO TEKKEN!

Novamente Luffy cobria seu punho com fogo, no momento seguinte acertando Alvida em cheio. Pelo menos, graças a sua gordura corporal, ela sofreu apenas queimaduras leves, e foi jogada para longe devido ao impacto do golpe, provavelmente atravessando para o outro lado da ilha. Considerando que ela foi resistente o bastante para não morrer diretamente com um único ataque, ela provavelmente sobreviveria. E na opinião de Luffy, se ela sobreviveu, sorte dela, provavelmente nem seria de capaz de se levantar mais por hoje, então não precisava se alongar nesse assunto. Também não é como se ela fosse alguma ameaça que precisava ser lidada com.

-Preparem um bote para Coby. Ele nunca quis ser parte de um de vocês, então o deixem em paz, senão...

Ele falou seriamente, fazendo a ponta de seus dedos virarem chamas. Os piratas ficaram tão assustados, que em poucos segundo fizeram exatamente como lhes foi ordenado. Poderia ter conhecido o garoto a poucos momentos, mas a coragem de invadir um navio apenas para capturar a capitã era admirável, por mais que ele fosse ingênuo com relação a marinha. Bom, dependendo da onde ele fosse parar, poderia ter um belo choque de realidade. Afastando esses pensamentos por hora, ele, junto com Coby, foi para o bote.



— Então você basicamente comeu a Mera Mera no Mi, uma akuma no mi que te dá a capacidade de se transformar, controlar e criar fogo?- Ele perguntou para Luffy, que apenas assentiu com um leve sorriso no rosto. Fazia algum tempo que não encontrava uma pessoa que ficasse maravilhada ou impressionada com seus poderes, e quase esqueceu o quanto é divertido.- Isso é incrível!- O de cabelos rosa dizia novamente olhando maravilhado para o de chapéu de cowboy. Claro que ele também reconheceu a força física colossal dele, não dando todos os seus creditos para a fruta, mesmo assim ainda era um poder incrível, verdaderiamente digno de ser associado com um demônio. Porém, neste momento duas coisas se passam na cabeça de Coby, primeiro ele notava mais uma vez o quão ridiculamente fraco ele realmente era, e segundo, se o que Luffy havia dito sobre as akumas no mi era verdade, então que tipo de aberrações ainda existiam mar a fora? Que tipo de monstros será que habitavam o lendário Cemitério de Piratas?

Decidindo afastar esses pensamentos assustadores por hora, Coby balança a cabeça em busca mudar de assunto. Eles estavam no oceano, vagando sem rumo, pelo menos no momento.

- Então, pra onde você vai agora Luffy-san? Na verdade, agora que eu paro pra pensar, o que você estava fazendo antes do redemoinho? É um caçador de recompensas?

Por mais que perguntasse isso, o próprio achou improvável, já que ele não parecia interessado na recompensa de Alvida. Ouvindo a pergunta do garoto, um grande sorriso se formou no rosto do moreno, o de cabelos rosa não pode deixar de notar que ele parecia demonstrar quase interesse.

- Eu? Só comecei minha jornada de pirata, nada demais.

Os olhos do de cabelos rosas foram lentamente se arregalando, suas pupilas ficando do tamanho de agulhas, gotas de suor do tamanho de feijões se formavam em sua testa, e ele sentiu uma parte de si gritando para correr.

- Você...você- ele pressiona seus punhos, bate nas suas pernas, e subitamente se levanta no barco.- ESCÓRIA PIRATA!

Seu punho vai em direção ao rosto de Luffy, que mantém uma expressão neutra, parando o soco dele com a palma de sua mão direita sem a menor dificuldade. Levemente dando um empurro, ele faz Coby se sentar de novo.

- Vamos com calma Coby. Antes de qualquer coisa, deixe-me lhe perguntar. Eu ser um pirata muda o fato de eu ter te salvado daquele bando?

O menor abre a boca para responder, mas as palavras ficam presas em sua garganta. Naquele momento ele não sabia o que pensar, o homem que acabou de conhecer e passou admirar, era o tipo de pessoa que ele mais detestava, ao mesmo tempo que ainda o salvou. O que isso significa? O que ele deveria entender disso?

Luffy observava com a atenção a expressão conflituosa de Coby, imaginando os tipos de pensamentos contraditórios ele deveria estar tendo.

- Você quer ser um marinheiro, né? Me diga, quando viu aqueles piratas mortos o que sentiu? Se eu tivesse matado todos eles, você teria alguma reclamação?- o garoto não entendia o propósito daquelas perguntas, ele odiava todos naquele navio, era claro que não- Você acha que um marinheiro ideal- ele disse isso com um óbvio tom de sarcasmo- iria apoiar isso, que nem você fez? O que eu fiz vai contra a Justiça, não é? E mesmo assim você me apoiou, e então?

O de óculos abria e fechava a boca várias vezes, tentando pensar em um argumento, qualquer coisa que servisse para defendê-lo, para provar o contrário do que o pirata em sua frente falava, porém nada vinha. Ele não conseguia, ele não queria, aceitar, só que ele não conseguia refutar nada do que lhe foi dito, o mundo em volta dele parecia girar, mesmo em um navio pirata por dois anos sua visão de mundo nunca foi tão balançada quanto agora. Luffy não pararia por aí.

- E você parece ter uma bela confiança na Marinha, né? Mas e se eu te dissesse que eles podem ser ainda piores que piratas?

Uma sombra cobria seus olhos, então o garoto não conseguia ver a expressão nos olhos dele. Ele também não fazia ideia do que passava pela cabeça dele, eram memórias que um velho que muitos chamariam de insano.

- O... o que tá falando pirata?

Ele respirava pesado, parecia ainda mais cansado do que quando tomou os golpes de Alvida. Sem responder direto, Luffy se estica no barco, deitando seu corpo sobre a proa.

- Eu ouvi falar sobre uma caçadora de recompensas assustadora, Kuina, se eu não me engano.- diz, parecendo mudar completamente de assunto, fazendo Coby franzir suas sobrancelhas desconfiado.- E também ouvi que ela foi recentemente capturada pela Marinha. Você por um acaso saberia aonde?

Coby engole em seco antes de responder, ainda não entendendo o ponto da troca súbita de assunto.

- Sim, Shells Town. Eu ouvi rumores, e daí?

Fala, tentando parecer o mais ríspido possível, Luffy no entanto nem parecer notar.

- Façamos o seguinte, eu estou interessado em chama-la pra minha tripulação, e lá tem uma base da Marinha. Como um favor por ter te ajudado, me leve até lá, e então tire suas próprias conclusões lá.

Ele novamente abre a boca para responder, mas igualmente a todas as outras vezes não sai nenhum som. Ele não queria ajudar um pirata, era a última coisa que queria na verdade, porém, considerando que Luffy de fato o salvou, e até derrotou a Alvida, talvez ele realmente pudesse contribuir esse favor.

- Mas o que você quer dizer minhas próprias conclusões?

Sem que o próprio percebesse, sua voz parecia mais confusa do que irritada. Um pequeno e travesso sorriso se formou no rosto de Luffy.

- Veremos...

Depois de dizer isso, ele colocou o chapéu na frente de seu rosto, e pareceu se preparar para um cochilo. Com um pouco de receio, Coby começa a guiar o barco para a direção de Shells Town, uma cidade aonde seu destino seria completamente mudado, mesmo que o próprio não soubesse ainda.

— Ah e Coby?- A voz de Luffy chamou pela de Coby, que, por estar destraido não percebeu uma leve alteração na voz de Luffy.

— O que foi?- O rosado perguntava de forma rispida e mal educada, querendo evitar muita conversa com a tal “escoria pirata”.

— Faça isso de novo eu te mato.

Nesse momento Coby gelou, o ar parecia pesar uma tonela e seu coração batia muito rapido, seus sentidos diziam para pular do barco e fugir nadando dali o mais rapido possivel, mais seu corpo tinha tanto medo que simplesmente não se movia, naquele momento ele percebeu, se ele quissese sair vivo daquele barco, era melhor ficar calado e aceitar

— Tudo bem, me desculpe, não ira se repetir- Com muito esforço Coby dizia, para ele era humilhante pedir desculpas para o tipo de pessoa da qual ele mais odiava, mais todos os seus sentidos naquele momento diziam que iria morrer. 

— Acho bom- O cowboy de chamas finalizava de forma calma, enfim retirando a enorme pressão da qual havia colocado nos ombros do rosado, o que provoca um suspiro aliviado vindo de Coby, agora, naquele momento, ele havia conhecido o verdadeiro medo.





FIM

 


Notas Finais


Provavelmente ficaram curiosos quanto a Kuina e Coby, mais tenham em mente que esta historia se passa em uma realidade alternativa, então provavelmente terão varias mudanças tanto na história quanto nos personagens. Então é isso até a próxima.


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