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História Hinata na Akatsuki - Canção de Ninar


Escrita por: Morgenstarr

Notas do Autor


Entrem no link da nota final, por favor.
Lá está explicado, desculpem por toda essa demora e falta de consideração, mas apesar disso, foi, mesmo depois de tanto tempo, vocês ainda lerem e comentarem pedindo continuação que me fez realmente continuar, obrigada. Este capítulo é para situar, os próximos, que virão logo, já entraremos em curso, está bem? Deixem suas opiniões, são bem vindas sempre.
Boa leitura.

Capítulo 6 - Canção de Ninar


Fanfic / Fanfiction Hinata na Akatsuki - Canção de Ninar

 

It's the worst case scenario lullaby

“É a pior canção de ninar do cenário”

 Pense nisso enquanto visita seus amigos no hospital, enquanto eles estão tão machucados apoiando-se uns nos outros torcendo para que um deles consiga sair do coma e levar uma vida normal, pense nisso enquanto alguém que você amava se torna outra pessoa e seus sentimentos não conseguem alcançá-la, ou quando a pessoa que você ama te odeia por um mal entendido, pense nisso enquanto todos os seus esforços levam a nenhum resultado fazendo-o sentir-se terrivelmente sozinho, flutuando a esmo pela costa e perceba... você não pode ter tudo. Meu nome é Raiden Uchiha, tornei a atividade de escrever este livro uma missão de vida, pois nele eu colocarei toda a verdade encoberta por lençóis de cetim que escodem os mais poderosos clãs de que você já ouviu falar, quando eu terminar, você entenderá exatamente o que aconteceu naquele dia, chamado por muito de “o dia negro” em que foi decidida a extinção da Vila da Folha e, sob suas ruínas, o sangue derramado dos jovens sonhadores e herdeiros da vontade do fogo se misturam ao vazio deixado por aqueles que não puderam ser salvos.

✴✴✴

Eu sei que

Pássaros voam em direções diferentes

Ao amanhecer, o esquadrão de resgate chega a Sunagakure e os três se dirigem direto ao hospital central, ao chegarem, pediram informações à recepcionista e se separam, Shino seguiu até o quarto para ver seu companheiro enquanto Neji e Naruto subiram até o telhado para achar Tenten e Shikamaru, ambos em completo silêncio, e o sentimento de Neji não foi dos melhores ao empurrar a porta e avistar sua namorada abraçando seu amigo, o ranger da porta fez os dois se separarem e ficarem a uma certa distância, Tenten não pôde esconder o semblante de surpresa ao avistar seu amado depois do que pareceu meses separação, ela paralisou por breves segundos e correu até ele, lhe dando um abraço apertado como quem quer consertar algo que não pode ser reparado.

— Neji! — eles se abraçaram apertado por mais de um minuto, o rosto dela contra seu peito a fim de sentir aquele perfume que lhe lembrava dos dias nublados, o queixo dele sobre a cabeça dela.

— Shikamaru! — Naruto se aproxima do amigo que estava agora se apoiando sobre duas muletas. — Precisamos conversar.

Após se separarem, os quatro amigos sentaram em volta de uma mesa redonda que estava posta embaixo de uma cobertura, era a área de lazer para os pacientes ou funcionários que queriam um local mais isolado do jardim do hospital.

— Foi terrível, Neji. Quando nós vimos Hinata, eu achei que... achei que ela viria conosco, eu não achei que acabaria desse jeito.

— A vida é tão imprevisível. — Shikamaru estava com cara de tédio.

— Sabemos o que aconteceu, mas nós não vamos desistir dela, eu não vou. — Naruto afirmou.

— Mas você não a viu, Naruto, ela parecia outra pessoa, não parecia a Hinata que nós conhecíamos. Ela quase matou o Kiba.

— Mas essa não seria a prova de que ela pode ser salva?

— Você ficou louco? — Shikamaru disse.

— Acho que Naruto tem razão. — todos encaram Neji. — Se só haviam três portões abertos, e se deveriam ser os seis, então, de alguma forma, ela fechou três, o necessário para manter alguém vivo. Acho que ela não tinha intenção de machucar.

— No entanto, — começou Shikamaru. — mesmo que isto seja verdade, não muda o fato que os efeitos colaterais são irreversíveis.

— Talvez Kiba nunca mais volte a ser o ninja que era antes... — Tenten estava com semblante entristecido. — Isso se ele acordar...

— Eiei, vocês estão sendo muito pessimistas. — o loiro tentou apaziguar.

— Eu preciso saber... como ela estava antes de fugir? — perguntou Neji.

— Eu me lembro de estarmos brincando com dardo eu acho... enfim, eu havia deixado a Hinata junto de Sakura e ela estava de bom humor, nos últimos dias ela parecia sempre tão exausta, mas não naquele dia, ela só parecia... normal. — disse Tenten.

— Entendo...

— Eu não queria especular, mas... creio que o fato da Hinata ter ido embora tem alguma coisa a ver com a Sakura. — vendo que ninguém falava nada, Tenten continuou. — Quero dizer, ela estava bem e eu as vi conversando pouco antes da Hinata sair correndo... e achamos que Kiba foi o último a vê-la.

— Alguém precisa falar com a Sakura! — disse Naruto.

— Eu vou ficar em Suna por um tempo, pelo menos até Kiba poder ser transferido e, também, Tsunade-sama me enviou uma carta para esperar Kakashi e Guy-sensei, teremos muita coisa para resolver por aqui, mas creio que não leve muito tempo. Mas alguém deveria falar com a Sakura para saber o que aconteceu.

— Foi basicamente o que eu falei, Shikamaru!

— É, mas quando eu falo tudo fica mais inteligente. — ele respondeu

— Eu falo com ela, é sobre a minha prima, pode deixar Shikamaru. — Neji tomou a frente.

— Mas vocês não iriam continuar procurando? — perguntou Tenten.

— Mas questionar a Sakura pode nos levar a algum lugar, não acha Tenten? — retrucou Neji.

— Olha, eu posso ir falar com a Sakura, eu tenho que ir logo para Konoha mesmo. — Naruto falou. — Eu posso ir e você e Shino ficam aqui

— Acho que o Naruto está certo. — disse Shikamaru. — Não para achar Hinata, mas especialmente você, Neji, deveria ficar para falar com os conselheiros, eles vão querer respostas dos Hyuuga.

— Mas eu não posso falar por meu clã...

— Mas pode defender Hinata, aqueles velhos vão querer a cabeça dela.

— Então deveríamos...

— Há uma coisa que precisamos falar. — interrompeu Shikamaru. — Eu andei pesquisando sobre e eu fiquei sabendo de uma lenda sobre a Deusa Amaterasu.

— O que isso tem a ver? — questionou Naruto.

— Que talvez estejamos lidando com algo muito maior do que esperávamos. — terminou Shikamaru.

— Quando estávamos lutando com ela, sentimos uma energia fortíssima emanando dela, não parecia ela... sabe? — Tenten falou.

— Acho que sei do que está falando... — disse Neji, todos miraram atenção nele. — Eu não sei muito sobre o assunto, a souke não dão informações para bouke, mas alguns velhos diziam que havia uma criança da família principal que carregava a luz. Eu nunca entendi o que eles queriam dizer com isso até certo dia.

— O que aconteceu? Do que você está falando, Neji? — questionou Naruto.

— Hiashi-sama me contou que Hinata tinha, selado em si, uma deusa ou biju, chame como quiser, e me encarregou de treiná-la, eu já estava treinando Hinata antes disso, mas agora eu estava ajudando ela especialmente o autocontrole.

Todos faziam silêncio absoluto até Naruto gritar.  

— E VOCÊ DIZ ISSO ASSIM? SEM MAIS NEM MENOS? COMO SE FOSSE A COISA MAIS NORMAL DO MUNDO? — Neji desferiu um soco na cabeça de Naruto e depois massageou sua própria cabeça.

— É que faz algum tempo, eu só me acostumei... e estava tudo bem quando eu saí de Konoha, eles nunca me deram muitas informações e eu estava proibido de contar à Hinata, eu não acreditei que poderia ser verdade, achei que fosse só uma lenda e que... — “há tantas coisas que acontecem por lá que ninguém mais sabe” pensou Neji.

— Que lenda? — questionou Tenten.

— Eu explico, não é nenhum bicho de sete cabeças, — disse Shikamaru. — apenas existe uma história antiga e pouco conhecida de que a deusa do sol, Amaterasu, foi selada em uma humana, por acaso uma Hyuuga. Um selo especial que a deixou adormecida e passava para a próxima primogênita, por algum motivo só nasciam mulheres, mas o selo iria enfraquecer a ponto da biju tomar o corpo de sua portadora ou então, libertar-se. Realmente parece uma história para boi dormir, é impossível a existência de tal selo.

— Quem poderá saber? Parece plausível, há tanta coisa que nós não sabemos, Horácio. — disse Tenten. — Parece se encaixar.

— De qualquer forma, acho que já deu o que tinha que dar por aqui, — Neji falou. — Shino e eu ficaremos por Suna alguns dias e depois seguiremos para Konoha, a não ser, é claro, que achemos pistas de Hinata. Você deveria voltar para Konoha, Naruto.

— Está bem, Neji, mas antes eu vou ver o Gaara. Mantenha-me informado caso ache alguma coisa nova.

— Espere, Naruto! — Neji pediu. — Não há necessidade de você ir até o Kazekage, é melhor ir direto até Konoha, eu mesmo irei falar com o Kazekage.

— Vocês já estão é confundindo a minha cabeça. — dito isso, o loiro pulou do terraço.

— Eu achei que ele ia resistir mais. — disse Neji. — Parece que ele não tem nem idéia do que deveria fazer ou onde deve agir.

— E algum de nós tem? — questionou Tenten.

— Bem... se não se importam, eu vou deitar um pouco, os analgésicos são fortes até para mim. — Shikamaru já estava se retirando quando Tenten fez menção de segui-lo. — Não se preocupe Tenten, eu posso ir só.

— Então... está bem, tenha cuidado...

Neji estranhava tanta proximidade, sabia que ambos se tornaram amigos próximos, mas ele não podia evitar se sentir incomodado.

— Eu não sabia que estavam tão próximos...

— Isso seria ciúme?

— Não, só acho engraçado. — Neji abraçou Tenten pelos ombros.

— Estou cansada, Neji, e Shikamaru tem me ajudado muito. — Neji a olhou atentamente e notou que ela já não estava tão mal, ainda não poderia treinar ou ter todo seu potencial em um luta, mas com certeza estava bem, ao contrário de Shikamaru que estava de muletas.

— As coisas têm sido realmente exaustivas.

— Desejo me recuperar por completo e voltar à Konoha o quanto antes.

— As coisas podem ser consertadas, se nós fizermos isso juntos.

Naquele momento, eles se abraçaram e fingiram que todo o mundo que conheciam continuava o mesmo, eles não tinham como saber o que estaria por vir, eles não tinham como saber que tudo o que mais amavam lhes seria arrancado de uma maneira tão sórdida e traumática que, talvez, nunca se recuperem realmente, aqui, caros leitores, começa a contagem regressiva para o fim. Isto me deixa profundamente triste.

✴✴✴

Porque está muito frio para você aqui e agora

Então me deixe segurar

Suas duas mãos nos bolsos do meu suéter

Shino se sentou na poltrona ao lado da maca onde repousava o corpo adormecido de seu melhor amigo, a face se Kiba estava pálida, apesar das escoriações, não lembrava nada do rosto sempre tão enérgico e bronzeado dele. A possibilidade de perder ou ver seu melhor amigo sofrer com efeitos colaterais lhe doía tanto que sentia seu interior dilacerar cada vez que dizia alguma palavra ou frase e não obtinha nenhuma reação, nada que indicasse que Kiba estaria sequer ouvindo. Emerso em lembranças e frustrações, Shino aproximou a mão, com certo receio, até sentir ao toque a mão gelada de Kiba, ainda não havia reparado como suas extremidades estavam arroxeadas devido ao frio do ar condicionado, olhou para a porta esperando ser flagrado a qualquer momento, mas não havia ninguém ali, ninguém sequer passava pelo corredor, Shino, então, aproximou-se do rosto de Kiba e depositou no canto de sua boca um beijo singelo e casto, isto é, simples e inocente, representando toda a pureza do que sentia. Seus pensamentos estavam uma confusão. Sempre tivera este sentimento guardado, aprisionado dentro de si, sempre desde que conhecera Kiba, ele tinha tanto medo de demonstrar o que sentia e afastar seus amigos que se reprimiu ao ponto de não demonstrar nada, parecia que mal podia respirar, o mundo era assustador. Shino deitou a cabeça entre o queixo e o ombro de Kiba enquanto apertava sua mão que absorvia um pouco de calor humano, não perdoaria Hinata se ele morresse, não a perdoaria se ele não ficasse bem, não a perdoaria por tê-lo machucado, não a perdoaria por não se importar, não a perdoaria. Do âmago de seu coração, ele implorou aos deuses do ocidente e oriente para que ele ficasse bem, pois sabia que não seria nada fácil. E ele não sabia que seria tão difícil.

— Apenas fique bem, por favor.

'Cause it's too cold for you here and now

So let me hold

Both your hands in the holes of my sweater

✴✴✴

Quando tu estás por perto, eu sinto que é difícil respirar

Tu me deixas tão nervoso para falar

Então eu simplesmente não digo nada

Shikamaru olhou através da pequena janela de vidro existente na porta que lhe permitia ter uma ampla visão do quarto, pôde ver Shino descansando ao lado de Kiba, lhe pareceu um momento íntimo demais quando um deles depositou um selinho no rosto do outro, então Shikamaru desistiu de entrar para preservar a privacidade de seus amigos. Mais adiante, quando já estava no batente da porta de seu próprio quarto de hospital, a primeira coisa que sentiu foi o cheiro único de flores amarelas de Ipê, ele simplesmente amava e poderia passar o dia sentindo este doce perfume que emanava da garota de cabelos amarelos cujos olhos verdes lhe hipnotizavam até a alma.

— Há quanto tempo? — ele falou.

Ela por sua vez apenas se limitou a olhá-lo como se fosse de uma espécie diferente e que nunca tinha visto antes. Tudo nele lhe irritava, mas também lhe acalmava, seus olhos castanhos lhe atraiam como dois imãs, mas ela jamais admitiria isso, um erro de governo de uma das vilas e ambos teriam de se tornar inimigos mortais.

— Olá, idiota.

Não. Não era seu plano insultá-lo, mas ela não conseguia evitar, irritar as pessoas e afastá-las, mesmo que gostasse delas ou as amasse, era seu modo de autopreservação automática. Ele a deixava nervosa, então ela começava a xingar e ser impulsiva.

— Você não vai falar nada? — Shikamaru permanecia calado. — Ah que ótimo! Você vem até a minha vila com uma suposta missão de manter o tratado, faz um show em plena praça pública e ainda tem o DESCARO de se deixar machucar por aquela garota?!

Temari estava com o rosto rosado da raiva súbita que estava sentindo no momento, não gritava, apesar de falar alto. Shikamaru permanecia calado, parecia não se importar com a fúria da garota, na verdade, ela também o deixava nervoso, muito, o gênio da vila da folha poderia criar algoritmos para a criação de qualquer espécie de tecnologia, mas não sabia o que dizer na frente de uma garota, não, na frente dessa garota, especificamente, então ele apenas permanecia em silêncio.

Vamos, querida, não me machuque mais, não faça mais isso.

Silêncio, amor, não diga outra palavra.

Fique quieta, quando você fala, eu apenas me machuco.

— Ao menos diga alguma coisa! — ela insistiu.

“Você está linda”, ele pensou.

— É uma história complicada, Temari, estou cansado. — Ela fez silêncio, para ser honesta, já esperava por isso.

— Esquece, isso não é mais da minha conta mesmo.

— Não foi isso que eu quis dizer...

— Que seja! Eu não me importo com nada relacionado a você... não mais, seu preguiçoso, mas você deverá explicar-se ao Kazekage da vila.

Ela começou a se afastar, quando passou por ele, que ainda estava no batente da porta, Shikamaru estendeu o braço para barrar a sua passagem.

— É só isso, esquentadinha? — ele sorriu de canto, embora sem humor, Temari permaneceu séria.

— E por que outro motivo eu estaria aqui além de por ordem do Kazekage? — ela perguntou, ele parou de sorrir.

— Tens razão. — ele abaixou o braço e ela foi embora a passos lentos mas parou de repente.

— E como está a Ino?

Seu coração acelerou e Shikamaru engoliu em seco, apertou as unhas contra a palma da mão, não queria deixar transparecer o nervosismo que estava sentindo, ele não achou que ela realmente fosse tocar nesse assunto.

— Ela está bem.

— Que bom. — foi o que ela respondeu depois de uma breve pausa, nenhum dos dois falava nada por um momento, até que ela continuou, atraindo a total atenção dele. — Shikamaru... Eu acabei me acostumando a te dizer coisas muito duras, mas... Espero que você seja feliz.

Temari desapareceu pelo longo corredor, Shikamaru sentiu vontade, necessidade de ir atrás dela, aquelas palavras tão inesperada o pegaram de surpresa e fizeram doer seu coração, sentiu vontade de chorar, desaparecer por algumas semanas ou poder concertar as coisas, mas ao invés disso ele apenas deitou na cama e adormeceu enquanto o cheiro de flores Ipês ainda exalava no pequeno quarto lhe dando boas lembranças, mais tarde deveria voltar à dura realidade. Era melhor que ela estivesse longe, assim saberia que não poderia machucá-la como uma vez fizera, “talvez”, ele pensou antes de adormecer, “talvez nossos destinos sejam paralelos, mas jamais se encontrarão”.

✴✴✴

Quando sua alma encontra a alma

Que estava esperando

De repente, seu mundo mudou para sempre.

Hinata tentava enfaixar o braço esquerdo para tampar o ferimento, mas não parava de sangrar, não estava doendo, apenas sangrava e ela já estava perdendo a paciência, “que idéia mais sem pé nem cabeça” ela pensou, estava no banheiro da sala de estar e esqueceu a porta aberta, com a guarda baixa, não notou quando aquele homem se aproximou.

— Problemas? — ele perguntou.

— Eu me viro. — Hinata não costumava ser rude ou grosseira com as pessoas, mas já havia anoitecido e ela ainda não tinha dormido nada devido à insônia, estava de mal humor.

— Deixe-se ajudá-la. — Itachi se aproximou e Hinata cedeu.

— Onde está Sasuke? — ela perguntou-lhe enquanto ele enrolava a atadura em seu braço.

— Deve estar para chegar. — ele não era um homem de muitas palavras, ela não falava muito.

— Hm. — ele terminava de colocar esparadrapo quando ela falou outra vez. — Todos tiveram que passar por isso? — ele sorriu de leve, o que atraiu completamente a atenção dela.

— Não. — ela esperou ele continuar, mas percebeu que ele não tinha intenção de explicar nada. — Pronto.

Itachi soltou seu braço e erguei o olhar para ela.

— Pain quis tirar graça com a sua cara, foi uma pegadinha. — eles se mantiveram olhando um nos olhos do outro por alguns segundos, Hinata abriu a boca para falar algo, mas Itachi o fez primeiro. — Não se preocupe você aprenderá a não cair nas pegadinhas dele.

Dito isso, ele foi embora, Hinata achava Itachi um homem muito misterioso, o corpo dele emanava uma energia atrativa que a hipnotizava e a fazia ter vontade de ficar perto dele, não poderia negar que ele era realmente bonito. Ela admirava que mesmo depois de tudo pelo o que ele passou ainda tivesse vontade de ser alguém gentil, estar com ele era diferente de tudo o que já sentiu, era um misto de segurança e adrenalina, de quietude e euforia, ela pensou se não seria assim que pessoas apaixonada se sentem, mas afastou essa idéia, tudo em sua mente estava preso a Naruto, sentia saudade de tudo nele que chegava a agoniar, queria não se sentir assim.

— Talvez se eu tomar o fresco ar noturno... eu me sinta melhor. — murmurou para si mesma.

Sentia falta de seus amigos, não podia negar, mas estava cansada de sentir falta, a vida inteira sentiu falta de alguma coisa ou alguém, isso era desgastante demais. Hinata abriu a porta do esconderijo e caminhou no pequeno vale, aquele lugar era como uma pequena floresta havia um pequeno lago onde ela molhou os pés, logo avistou a silhueta de alguém sentado um pouco distante da margem, ela se aproximou e se sentou ao lado dele apreciando aquele espetáculo de estrelas na constelação, não admitiria em voz alta, mas gostava da presença dele.

— É engraçado como um pouco de distância faz tudo parecer bem menor.

Hinata o olhou, não sabia se ele estava falando das estrelas ou de todo o passado, sob a pálida luz da lua seus olhos negros brilhavam, se não soubesse quem era Itachi, acharia que ele havia chorado.

— Me perdoe. — ela pediu, mas ele não parou de olhar as estrelas. — Eu não deveria ter dito aquelas coisas...

— Não importa. — ele falou depois de uma longa pausa, por um momento os dois ouviam apenas o som do vento até ele falar. — Agora somos só nós dois, Hinata, já pode parar de fingir.

— Fingir? — ela não entendeu o que ele quis dizer. — Eu não estou fingindo...

— Você está aqui não porque quer estar ou tem algum objetivo em mente, está aqui porque quer magoar alguém.

Hinata deu uma leve risada sem humor.

— É isso que acha que estou fazendo?

Itachi finalmente olhou para ela, ela não gostava disso, aqueles olhos negros pareciam enxergar a sua alma e isso a deixava nervosa. Mesmo sem dizer nada, Itachi transmitia calma, ela pensou que ele era como o ar sereno que tocava seu rosto, perto dele ela não sentia vontade de ser nada além de si mesma.

— E estou errado? — ele sorriu, o que fez seu coração acelerar.

— Eu finalmente posso respirar, Itachi-kun. Eu sei que deixei uma vida para trás, mas estou aliviada demais para lamentar.

— Eu sei o que está sentindo, Ágape, eu sei.

— Ágape? — havia muitas coisas que ela estava sufocando para fala, mas não podia. Itachi desviou o olhar para o lago à frente.

 — Um dia você vai entender... tudo.

— Eu não entendo as coisas que você diz, o que eu deveria entender?

— Nossos clãs não foram muito gentis, não é? — ele olhou novamente para ela e aproximou o rosto. — Mas até nos piores lugares se pode ter uma boa lembrança, porque até nos lugares mais escuros você pode enxergar uma luz, por mais fraca que seja.

— Você poderia párar de falar por enigmas e me contar as coisas que você diz que sabe.

— Mas aí que outra desculpa daria a mim mesmo para falar com você?

Antes que Hinata pudesse se conter, ela virou o rosto e levou as mãos às bochechas para esconder a vermelhidão súbita que sabia que tinha, ela escutou Itachi dar leves gargalhadas, seus ombros se encostaram e ela não quis se afastar, ela se sentia livre. Por fim, se rendeu a dar leves risadas, depois de passar o inferno, essa sensação de paz era algo novo para ela e iria aproveitar. “ele é como uma... doce canção de ninar...”

E “Ninar” é uma palavra cujo significado é acalentar e tranquilizar. A expressão quer dizer o uso de uma canção lenta com o objetivo de acalmar e adormecer alguém e lhe trazer segurança.

Alguém entra em sua vida

É como se estivesse em sua vida para sempre

Não deixe escapar

✴✴✴

Shikamaru estava tenso quando entrou na sala, e teve razão para isso. Presentes estavam o Kazekage, Temari, Kakashi, Guy, Neji e Kankurou, o clima não estava dos mais agradáveis e já passava das duas da manhã do dia seguinte.

— Agora que estão todos aqui, podemos começar. — disse Gaara, que desde o início da noite estava em reunião tanto com os anciões quanto com Kakashi. Agora deveria apenas ouvir os garotos. — Shikamaru Nara, você que estava presente no ocorrido, por favor, relate como ocorreu.

— Bem — ele respirou fundo. — nós, Tenten; Kiba e eu, havíamos acabado de receber a notícia da Hokage de que Hinata Hyuuga havia desertado, não foi nenhuma grande surpresa, pois antes de virmos para Suna as coisas já estavam estranhas. Quando a encontramos, cerca de duas ou três horas depois, a tentamos convencer a voltar para a vila conosco, em dado momento Hinata começou a ficar muito enfurecida, o que resultou na sua explosão de raiva e logo também na briga. Nós não tínhamos intensão de machucá-la, porém não imaginávamos que ela iria ficar tão violenta e por isso nos machucamos, fomos descuidados.

Shikamaru respirava com cautela, os olhos de todos pairavam sobre ele o analisando, caçando qualquer deslize do rapaz, até que Gaara se pronuncia.

— Testemunhas relataram que parecia haver uma força maior no meio de você, eles não conseguem dizer o que era, você sabe?

— Garanto que não poderia haver nada mais estranho que isso, senhor. — ele encarou Neji, que parecia tenso. — Civis costumam ficar impressionados facilmente.

— Bem, eu confio em Konoha, afinal, também assinamos um tratado. Enquanto ao Neji Hyuuga, você tem alguma declaração a fazer?

— Absolutamente não, senhor Hokage, eu pertenço à família secundária, não tenho poder de fala para representar o clã, mas posso assegurar que minha equipe e eu estamos fazendo todo o possível para localizá-la e trazê-la de volta para Konoha. — apesar da tensão que sentia, Neji se mantinha sereno.

— Esta bem. Muitas pessoas já estão sabendo do par de byakugan passeando por aí, não adianta tentar abafar, mas isso é tudo. Suna ficará do lado de Konoha, contanto que declarem Hinata como uma Nukenin, sem missões de resgate. Ao ser encontrada, deve ser levada a julgamento, nós a trataremos como uma criminosa qualquer se ela for vista por aqui. Kakashi, por favor, mantenha a Hokage a par de tudo.

— Sim, senhor Kazekage, no entanto, como tenho o selo confiança da Hokage, ela me nomeou Chanceler, logo tenho permissão para falar por ela e pela vila. Encerraremos as buscas por enquanto, mas peço que, se ela for encontrada, deverá ser capturada e levada até Konoha que tomará as medidas cabíveis, sabemos como o byakugan sempre foi muito caçado, por isso qualquer dano aos olhos dela será dado como traição. Está de acordo?

— Tudo para manter a paz. — Gaara permanecia sério. — Acho que agora entramos em consenso. Assim será feito, senhor Kakashi.

Oh you know you try

Oh you know you try

It's the worst case scenario lullaby

Já do lado de fora, todos estavam se preparando para tomar caminhos diferentes, Neji pensou que Naruto já deveria estar na metade do caminho para Konoha, ainda deveria voltar e convencer Shino a ir, nem mesmo a reunião ele quis ir, não havia problema, mas não sabia que ele era tão amigo de Kiba assim. Mas com tudo pronto, já poderia voltar pra casa junto de Tenten.

— Quer saber, eu vou dormir. — Shikamaru declarou.

— E você faz alguma outra coisa nessa vida? — desdenhou Temari.

— Nossa, quem chutou teu cachorro Temari? — brincou Kankurou, o que a enfureceu, ela saiu andando para uma direção diferente. — Nossa. Que bicho mordeu ela? Enfim, até mais pessoal.

— Vocês ainda não se acertaram? — questionou Neji.

— É melhor assim. — Shikamaru respondeu.

— Ei garotos, Guy e eu vamos ficar em um hotel. — interrompeu Kakashi

— EM QUARTOS DIFERENTES. — Guy gritou.

— Você não queria assim ontem a noite. — Kakashi provocou, em seguida começou a rir da cara furiosa de Guy. — Escutem garotos, partiremos pela manhã, alguém virá?

— Somente Neji e Tenten. — Neji olhou para Shikamaru.

— Está certo. Durmam crianças, os dias serão cheios. — dito isso, Kakashi seguiu seu caminho junto de Guy.

— Por que Shino não vem? - Neji finalmente perguntou.

— Acho que Shino prefere esperar até Kiba ficar bem, para se assegurar.

— Entendo, não sabia que eram tão amigos.

— É... por aí.

— Mas e você e a Temari? — Shikamaru quase tropeçou. — Vamos Shikamaru, não pode ser assim para sempre.

— Ah, é melhor assim, Neji.

— Ficar repetindo isso é para convencer a si mesmo?

— Não é como parece, quando estávamos juntos, era bom, mas não era fácil. Assim pelo menos preservo a Ino.

— Olha, se é assim que você quer, mas a Ino está bem e quer te ver feliz. Parece até que...

— O que?

— Parece até que está só usando como desculpa.

— Neji. Eu gosto dela, mas nós dois nunca demos muito certo juntos. Fim. Éramos a pior... canção de ninar de todo o cenário. Nem queira saber. — Shikamaru passou a frente de Neji e não falou mais nada, nenhum dos dois.

A verdade, meus caros, é que só se pode guardar um segredo se todos que sabem dele estiverem mortos, e estes jovens escondiam tantos segredos que não foi de se espantar que eles cairiam e tudo seria revelado, infelizmente da maneira mais grotesca. Agora vocês saberão todo o conjunto de acontecimentos que os levou até aquele trágico incidente, eu explicarei tudo, eu prometo.


Notas Finais


Entrem neste link, por favor:

http://fics.me/16966109

Músicas:
Melody X - Bonaparte
Birds - Imagine Dragons
Sweather Weather - The Neighbourhood
Nervous - The Neighbourhood
Heart by Heart - Demi Lovato

Comentem, leiam a nota inicial, pra quem não leu.


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