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História Hinokami Kagura - A próxima missão; Montanha Natagumo


Escrita por: Vagabundomaster

Notas do Autor


Opa, como vocês estão!
Espero que gostem, e sem spoilers do mangá! Teve uma parte no capítulo que não é muito necessária na história, então podem pular se não se sentirem em vontade de ler

Capítulo 25 - A próxima missão; Montanha Natagumo


—“Mas, o oni que a garota de cabeça de porco matou… Ainda não sei nada sobre ele. Amanhã de manhã investigarei. Tenho suspeitas que aquele é o oni da missão que eu e Zenitsu recebemos… Só saberei amanhã.”

Com um pequeno suspiro, Tanjiro deixou a pena descansar no meio entre as duas folhas de seu diário, olhos relendo os kanjis. Não havia muitos erros, só uma coisa errada aqui e ali… Contudo, a vontade de arrumá-los era, praticamente, inexistente. Havia apenas sono dentro do avermelhado; sono e cansaço. De canto, ele olhará para a bolsa de remédios—quase vazia—que receberá da Srta. Tamayo. Por motivo algum, todos seus antigos machucados e fraturas tinham sido curadas repentinamente… Não era coisa de Hinokami Kagura.

Então do quê?

Há também essa outra coisa que ele descobriu pouco tempo atrás. Com um olhar agora apreensivo, Tanjiro pegará a espada de seu pai de cima da mesa envelhecida, puxando quase que a lâmina toda para fora da bainha… Alguns dois centímetros tinham sido quebrados desde essa manhã, mostrando que Tanjiro ficará mais forte. Todavia, não era apenas isso que o chamava a atenção; “Toda…” Os poucos kanjis apenas falavam isso, uma palavra e nada mais. Era clarificado que aquilo era uma mensagem… Uma mensagem escondida na ferrugem dessa espada. Como se ela tivesse sido designada para ter essa dita ferrugem. Como fora nos últimos dois anos, Tanjiro tentará mais uma vez passar o dedo por cima da ferrugem, de modo a tirá-la… Nada. Era inútil. Com um suspiro, o avermelhado embainhará sua espada, a colocando solenemente ao lado da espada com a guarda de chamas.

Coçando os olhos, ele levantou-se em seguida da cadeira, novos objetivos aparecendo em sua mente. Os cheiros calmos da sala davam-no verdades do estado de todo mundo ali; Nezuko dormia calmante, exalando nada mais do que uma neutralidade. Era ambíguo o que a oni sentia, desde que o cheiro de demônio estagnava a maioria das emoções dentro da mesma. Por outro lado, havia Zenitsu… Um poço de satisfação… E perversão. Tanjiro não queria nem de longe saber os sonhos que o loiro estava tendo. Sua vitória eletrizante por cima do oni mais cedo, assim como uma tão esperada noite de sono fizeram que o caçador dos trovões caísse duro no colchão, provavelmente acordando amanhã só pela tarde.

Agora, especificadamente pelo motivo que ele se levantou—assim como pegou a bolsa de remédios—foi para a garota de cabeça de porco. A mesma dormia pesadamente na cama, várias ataduras espalhadas, cheiro de pomada contra queimadura em abundância. Ela teve problemas demais com aquele oni… Sem os devidos cuidados de Tanjiro, possivelmente, ela ia ter morrido. Agachado ao lado da mesma, o avermelhado puxou o seu gibão de Tsuguko pro lado, revelando a barriga da mesma—aliás, ele tem notado isso desde um tempo, mas essa garota era malhada até demais… O estilo de luta dela deve carregar bastante força, para ter músculos tão bem desenvolvidos—o problema na barriga dela, porém, era um roxo enorme havia afundado tudo ali, como um poderoso soco… Assim como criado uma linha de costura que cruzava quase oito centímetros na pele da mesma. Vasos sanguíneos se romperam e muito sangue criou um coágulo interno… Se não tirasse, ela ia morrer. Tanjiro não era médico, entretanto o manual que Tamayo o emprestou estava ajudando bastante, mais do que suficiente. De modo a tirar o acúmulo de sangue de dentro do abdômen dela, o avermelhado teve que abrir um imenso corte nela. Que bom que ela não acordou nesse meio todo… Verificando calmamente o machucado, o mesmo deixou um suspiro de alívio o escapar; estava tudo bem ali.

Tudo parecia bem, nenhum oni a vista… Para os que dormiam, ia ser uma noite calma.

Só que Tanjiro tinha que ficar de guarda. Ou seja? Sem descanso algum.

Soltando mais um e realmente cansado suspiro, Tanjiro fez seu caminho dolorido de volta para a cadeira, os machucados de hoje mais cedo mal curados… Hinokami Kagura era potente na revitalização do corpo, ainda mais no modo de cura da respiração—o modo atual—ainda sim, não era milagroso… Até Tanjiro retornar em seu estado 100%, demoraria alguns dias. E, quietamente, o tempo começou a passar. Os pensamentos de Tanjiro não o seguraram o suficiente e, poucos minutos após sua última checagem nos companheiros, ele adormecerá na cadeira.

No outro dia –

Zenitsu – AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH?!!

– MMMH?!

– QUE PORRA É ESSA, MEU IRMÃO!!

Zenitsu – A GAROTA TEM UM… ELA TEM UM—

Tanjiro – NÃO FALE ZENITSU! — gritando desesperado logo após ter caído da cadeira de cara na madeira, acordado subitamente também para o loiro qual esfregava os olhos no chão em pura e enormes lágrimas, a menina do dia anterior chutando ele sem piedade alguma.

Zenitsu – UM PAU!!

– HÃ?! TU TAVA ACHANDO QUE EU ERA UMA GAROTA… E EU TENHO CARA DE MINA?!

Zenitsu – PRA CARALHO—

– CALA A BOCA! – gritou Inosuke, um chute fortíssimo, literalmente, mandando Zenitsu rolando pro outro lado da sala. Enquanto isso, olhando pros lados e sem entender bulhufas do que estava acontecendo, mas ficando cada vez mais assustada, estava Nezuko… De prontidão pra começar a chorar.

Já Tanjiro? Ele teria parado a briga. Ele teria ido até sua irmã… Mas nada ele fez. Lá, parado e com uma face horrorizada, aquelas palavras ditas por Zenitsu cruzavam sua mente. Aquela pessoa… Era um homem?! Com aquele rosto de boneca?!

– E VOCÊ!! – gritou enraivecido, apontando agora pra Tanjiro.

Tanjiro – Hã—

– VAI SE FODER TAMBÉM! – completou, avançando em Tanjiro com os olhos esbugalhados e mãos de prontidão para arrancar o couro cabeludo do avermelhado.

Tanjiro – Mas por quê?! – gritou de volta, ainda horrorizado com o conhecimento novo.

Zenitsu – POR QUE, DEUS?! – enquanto isso, do outro lado da sala, Zenitsu agarrava seus bagos, quais o garoto de cabeça de porco chutará com tanta força… Mas não era apenas pela dor que suas lágrimas eram derramadas. Não. – POR QUE SÓ TEM HOMEM?! POR QUE NÃO PODE TER ALGUMA BU—

Tanjiro – ZENITSU!

– ATAQUE SUÍNO!! – antes que Tanjiro pudesse falar mais qualquer coisa, a testa do garoto porco encontrou-se com a sua, os dois jovens voando pro outro lado da sala. Nezuko suava fortemente, olhando pros dois lados sem nenhuma ideia do que fazer. De um lado, rolando em pura dor e chorando, estava o loiro. Do outro, estava seu irmão gritando com um cara tentando atacá-lo na testa… O que a pequena oni ia fazer? O que Inosuke, por outro lado fez foi, de fato, cair no chão tremendo.

– Quê… Que porra… De testa é essa, seu desgraçado?! – falou, caído um pouco longe de Tanjiro, um enorme galo rosado crescendo no meio de sua testa.

Tanjiro – Minha testa é assim desde que eu nasci. – o fato de ter batido as costas na parede mesclou-se aos machucados do dia passado, levemente atordoando o tsuguko. Entretanto, com um sorriso ameaçador—mas sangrando bastante na testa—Inosuke levantou-se.

– Você é um inimigo poderoso, então! Levante-se!! Vamos lutar até a mor—

Tanjiro – NÃO! – ergueu-se também, mas agora realmente irritado; as lágrimas de Nezuko chegando a sua consciência. Andando com peso na direção da mesma, Tanjiro colocará aquele grande sorriso de pérola entre seus dentes. – Desculpa por toda essa comoção, Nezuko! Juro que não foi proposital…

Acenando freneticamente, a menor abraçou o irmão com força—!!

O cheiro, porém, fez o avermelhado agir. Jogando Nezuko pro chão e girando o seu centro de peso, as mãos do caçador foram lá embaixo, um chute sendo defendido velozmente. Ainda sim, não foi o suficiente quando, usando aquele mesmo pé contra o chão para erguer-se, o seu atacante mandasse o outro pé em um giro alto, mirando a cabeça de Tanjiro. Mãos baixas e o avermelhado não teria tempo de se defender, resultando em envergar seu corpo para trás, o chute passando liso na frente de sua cara.

—!! E, ainda mais de repente, Tanjiro saltou um mortal, desviando da rasteira que ameaçou-o jogar no chão. Como ele conseguiu fazer isso?! Surpreso, Tanjiro encarou o garoto porco como se ele tivesse duas cabeças… Mão no chão, pés nos altos. Que tipo de estilo de combate era esse, tão rudimentar?! Não adicionava nada na luta usando espadas—o porco usava duas—e parecia ser totalmente letal, não usável para a “defesa pessoal”… Era selvagem.

Tanjiro – Por que disso?! – perguntou, sentindo o cheiro claro de Nezuko começar a se tornar fortemente ameaçador… O porco estava atacando para matar; e, se ele tentasse novamente, é de certeza que Nezuko ia tentar atacá-lo… Mas, como seu nariz era apurado, Tanjiro soube na hora que não era de necessidade. Franco e simples, ele tirou qualquer pose de luta possível, a face ainda armada de sobrancelhas para baixo, mas a intenção de se defender sumiu totalmente. Inosuke olhou tudo aquilo com dentes trincados… Ele percebeu. Inosuke já tinha voltado à pose normal, mãos baixas e pés mais baixos ainda. Por sua vez, Tanjiro parou há uns sessenta centímetros de onde ele estava.

– Porque você negou… O meu desafio.

Tanjiro – Mas não precisamos lutar. Você está sangrando na cabeça e na cicatriz que se abriu em seu abdômen.

– E DAÍ?!

Tanjiro – Daí que, com ou sem machucados, eu já poderia ter de derrotado do começo. Você sabe disso, não sabe? – falou, aproximando-se vagarosamente. De trás, Nezuko observava as costas do irmão com curiosidade… Zenitsu mal se mexia, a dor nas bolas perto de nocauteá-lo no menor movimento.

E Inosuke mentiria se falasse que não. Apenas o toque de suas mãos bastou… Mãos como as de Tanjiro o assustavam; o mínimo toque dizia que, com aquelas mãos, Tanjiro poderia partir corpos sem a menor dificuldade… Juntamente à dor, medo foi o que impediu Inosuke de avançar totalmente contra o avermelhado.

Tanjiro – Vamos. Não podemos perder tempo nenhum conversando. – comentou, assustando o de cabelos azulados; quando foi que ele aproximou-se tanto?! Foi veloz demais. Tão rápido quando, Tanjiro já tinha segurado os dois pulsos de Inosuke, força bem cronometrada a modo de não machucar.

!!

Mas foi diferente. Assim que aquelas mãos seguraram seus pulsos, toda aquela imagem de um assassino mortal, capaz de cortar entre centenas de pessoas com facilidade… Desfez-se ao vento. Mãos tão suaves, tão brandas… Tão calmas. Tão misteriosas. Uma sensação de pura calma nasceu dentro de Inosuke, seus pensamentos sempre tão acelerados e selvagens tendo um turno de eventos similar a um 360. Assim que Tanjiro percebeu os olhos de Inosuke se suavizando, foi o momento que sua face abriu um sorriso. Na visão do garoto porco, tudo ali naquele sorriso era sem erro. Era um sorriso que transmitia sentimentos tão fraternais. “Amizade” podia ser lido na face do avermelhado… E o que no inferno ele faria? Nada! Porque não tinha merda alguma para ser feita!

Tanjiro – Qual seria seu nome, em? – questionou, guiando Inosuke até a cama mais firme ali. Ao deitá-lo, o avermelhado foi rápido em buscar a bolsa de remédios. – O meu é Tanjiro. Ela ali é a minha irmã, Nezuko. – apontou para a oni em tamanho infantil, escondida numa fortaleza de madeira velha contra a luz solar que vinha das janelas, sua caixa sendo o compartimento de dentro. – O dele é Zenitsu… – o loiro, praticamente, desmaiado por agora.

Inosuke –… Eu sou Inosuke. E eu vou matar aquele desgraçado, ah se vou!

Tanjiro – O que houve? Eu acordei com aqueles gritos e então você estava batendo nele. – sem demorar muito, Tanjiro lembrou-se do processo de como limpar e costumar uma ferida, o livro nesse capítulo ao seu lado apenas de precaução.

Inosuke – O esquisitão ali levantou o meu calção!

Tanjiro – Ah… Uau. Eu imaginava que o Zenitsu era pervertido… Mas isso? Desculpa por ele ser como é. – Inosuke apenas bufou, o silêncio vindo logo após, assim como se mantendo por mais algum bom tempo. Com 15 minutos, Tanjiro terminou de fazer o novo curativo, um cansado suspiro vindo logo após, assim como um coçar de olhos… Se ele fosse julgar, ele teve por volta de quatro, três horas de sono.

Inosuke – Obrigado, Gonpachirou. – resmungou, confundindo o avermelhado de primeiro momento… Até notar que ele dissera seu nome errado.

Tanjiro – Tá tudo bem. – respondeu…! Um sorriso sendo aberto em sua face quando o mesmo levantou-se para ir até Nezuko. Esse cheiro era de Chumtaro e o seu corvo!

– Piu, piu!! – o canário piou, aparecendo pela janela.

Inosuke – Comida, finalmente! – falou pra si mesmo, agarrando Chumtaro com um curto salto, o pássaro entrando em puro desespero repentino.

Tanjiro – NÃO, ELE NÃO É COMIDA! – gritou, pegando o pássaro velozmente da mão de Inosuke, o pequeno bichinho praticamente desmaiado pelo aperto. – Olha o que você fez! Ele desmaiou! – apontou pro passarinho, um olhar indignado para Inosuke. Fazendo beicinho e cruzando os braços, Inosuke deu de ombros.

Inosuke – Não sei por que você não quer matá-lo, daria um ótimo aperitivo.

Tanjiro – Daria não!

Inosuke – Já provei parecidos e mais gordos! DARIA SIM, UM BOM APERITIVO!

Tanjiro – Não se faz aperitivo de amigos!

Inosuke – POR QUE RAIOS TU É AMIGO DE UM PÁSSARO IDIOTA?!

– CAW, CAW!! Mensagem para Tanjiro, Inosuke e Zenitsu! CAW!

Inosuke – Ótimo, vai dizer que eu não posso comer o corvo também, né?!

Tanjiro – NÃO!

Inosuke – VAI SE FODER! – mandou um dedo do meio pro avermelhado, sua face consumida pela raiva.

Tanjiro – Certo… Bem, qual é a mensagem? – enquanto fazia carinho na cabeça de Chumtaro com um dedo, Tanjiro encarou o corvo sobrevoando perto do teto do quarto.

– Missão, missão! Vocês devem ir pro norte dessa vez! Para a Montanha Natagumo, caw!! – gritou sua mensagem, saindo pela mesma janela que ele e Chumtaro vieram.

Uma nova missão… Que os três teriam de fazer juntos.

A vida de um caçador nunca para.

Mais tarde (Não é necessário ler; conclusão do demônio dos terremotos) –

Cuidadosamente descendo pelas pedras, Tanjiro manteve a espada levemente desembainhada, chamas iluminando seu caminho. Logo quando Zenitsu acordará do chute no saco, os três decidiram partir para o norte, passando por uma localidade que chamará totalmente a atenção do avermelhado; uma ravina gigantesca… Mas gigantesca mesmo. Os cheiros lá de dentro, assim como os dos arredores, eram muito corroídos, quebradiços. Algo assim é normal nessas áreas de florestas mais úmidas, onde a erosão acontece com bastante força.

… Aqui, porém, não parecia desse jeito. Parecia fora do natural.

Junte um mais um, e a resposta do porquê aquilo não parecer natural veio flutuando na mente do avermelhado; anteriormente, todos aqueles terremotos… Eles vieram de algum lugar. Tempos e tempos de constantes terremotos, com certeza, iam transformar as terras ao redor. Aqui, nessa ravina, era o centro dos terremotos. O demônio que Inosuke matará era o que fazia os terremotos. Na palavra dele, o oni buscava o “caçador que fugiu de mim”.

De certo modo, Inosuke salvou Tanjiro qual, depois do inferno que fora o dia de ontem, mal podia atacar com força total… Agora não é o caso, enquanto ele olhava para um imenso buraco naquela ravina, quase três metros observáveis em largura e, pelo menos, quarenta de profundidade, desde que o cheiro do fundo não estava muito longe—uma ravina feita, estranhamente, em formato de cone… Como se algo estivesse a escavando sem parar—a composição de sua destruição um pouco mais diferente em relação com as outras pedras… Mais fumegadas. Pulando no buraco de modo que caísse suavemente, fogo entre seus pés, Tanjiro desceu por alguns bons metros. Assim que seus pés bateram no que seria o chão, um cheiro que já o deixava curioso o fez surpreender-se… Nessa parte estava menos queimado, portanto mais claro.

Tanjiro – Rocha matriz… – sólida, extremamente dura e calcária. Sabia disso pois era essa rocha que eram infundidas no metal dos fogões e panelas que queimavam a madeira em sua casa. Toda a parte queimada, quase quarenta metros de altura, pura rocha matriz… O oni que causava os terremotos, por algum motivo, estava tentando cavar nessa camada propositalmente.

—!! Mais surpreendente ainda foi que, antes que acontecesse, Tanjiro conseguiu pular e se segurar numa parte mais protuberante da pedra. O chão que antes estava abaixo dos seus pés desabou, fumaça cinzenta e cheia de sedimentos se levantando. Assim que essa mesma desfez-se, o avermelhado conseguiu olhar lá embaixo, o fogo em sua espada iluminando tudo.

Era um tipo de túnel.

Desde que não estava muito longe, ele soltará a protuberância, caindo sem demoras lá no fundo. De um lado pro outro no túnel ele olhou—o teto, que era onde o buraco estava, abriu-se em formato de círculo… Como se aquilo fosse uma entrada que antes estava soterrada até então—de um lado, apenas pedras… Do outro, um pequeno caminho, qual o mesmo seguiu… E não foram mais de dez segundo de caminhada antes que ele encontrasse uma sala fechada, o fim do túnel.

O que o surpreendeu, porém, não foi o fim da sala… Mas os incontáveis ossos ali dentro. Ossos que antes faziam vários esqueletos humanos.

… Era isso que o oni estava tentando alcançar?! Essas… Pessoas?…

Enquanto passava os olhos assustados pelos ossos, Tanjiro avistou uma coisa que sobreviverá ao teste do tempo; um caderno. Andando com cuidado para não pisar nos restos humanos, o avermelhado, rapidamente, pegará o caderno do que antes devia ser a mão de um esqueleto, desmontada pela fragmentação.

Saindo da sala logo após, Tanjiro sentou-se contra a parede do túnel, abrindo o caderno na primeira entrada. Como a maioria das páginas haviam se desintegrado, ler mostrou-se difícil.

“—Ano de 1884.”

Tanjiro – Já fazem quase trinta anos… – comentou para si mesmo, já esperando um número parecido.

“Uma explosão errada e, do nada, todo o esquema de minas acima de nossas cabeças desmoronou como um castelo de areia. Tão repentino… Tão injusto. Eu falei para aqueles desgraçados que usar dinamite ia ser uma péssima ideia—que, se não tivéssemos cuidado, toda aquela montanha de quase um quilômetro de altura podia desabar-se em nossas cabeças… Ninguém nos ouviu, até mesmo nos ameaçaram nos demitir caso não conseguíssemos todas as toneladas de jade que têm aqui… Aconteceu o que aconteceu. De umas quinze pessoas que estavam aqui dentro, duas morreram, o resto conseguiu se juntar antes de tudo desabar nessa pequena sala… Que Deus tenha as almas do Saru e do Okami… Do Okami eu nem sei muito; ele pode ter sobrevivido, até… A última vez que eu o vi, ele tinha ido buscar um carrinho novo. Saru, por outro lado, foi esmagado completamente por um pedregulho.

… Não tenho esperanças de um resgate; por causa do desastre, vão tentar acobertar esse local. Não vão nos socorrer; e, mesmo se tentassem, o oxigênio daqui duraria apenas alguns poucos dias—muitos menos dias do que seria necessário para escavar tantas pedras de um deslize tão recente…"

Após essa página, tudo se consistia em lamentos intermináveis dessa pessoa. Seu medo da morte, a falta que sua esposa e filhas faziam… Tanjiro, com um olhar difícil, fechou o diário e o colocou no bolso dos restos de seu haori, perto da presilha de Kanao. Aquele oni era, provavelmente, o homem conhecido como “Okami”… Ele estava tentando escavar todas esses quilômetros e quilômetros de soterramento para, de algum modo, libertar os companheiros? Tanjiro não era de total certeza disso. Do que ele conhecia da mentalidade de um oni, ele iria atrás apenas de comida para se fortalecer… Naturalmente, esse oni teria deixado toda essa história para lá e sairia para caçar em outros lugares.

Entretanto, ele se manteve aqui… Comeu e comeu humanos, adquirindo um kekkyjutsu especifico para cavar. Tudo num esforço que ninguém teve; o esforço de salvar seus amigos.

Tanjiro – Eu não te conheci… Mas espero que, no outro mundo, você tenha mais sorte. – por um momento, de mãos cruzadas, Tanjiro rezou pela alma daquele ser perturbado qual, ainda que com intenções que o levariam a matá-lo, lutou para tentar salvar alguém. Ele o respeitava, mesmo sem tê-lo conhecido.

Por fim, Tanjiro recolheu todos os ossos naquela sala. Voltando para cima, onde Zenitsu e Inosuke brigavam e Nezuko dormia em sua caixa, Tanjiro contou tudo que descobriu, os ossos sendo enterrados e o diário, mais tarde, sendo entregado na polícia da cidade mais próxima, dois dias depois já em viagem na direção da próxima missão…


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Notas Finais


No próximo capítulo teremos duas participantes que não aparecem tem um tempo!
Té depois


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