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História Hinokami Kagura - Tanjiro e Kanao; duas pessoas não estranhas


Escrita por: Vagabundomaster

Notas do Autor


Opa! Saindo no meio da madrugada porque o escritor tá doente e não vai poder ir na aula amanhã :v
Espero que gostem, meus doces!
Aliás, essa fic foi a primeira a bater os 300 comentários em toda a categoria!! Que marco time, que marco! MT obrigado por TDS q lêem e n desistiram da fica até aqui!

Capítulo 33 - Tanjiro e Kanao; duas pessoas não estranhas


O coração de Rui pulou uma batida.

De repente, os céus tornaram-se claros o bastante para confundir-se com um céu do dia… Foi por apenas um momento, entretanto. No outro, assustado, ele assistiu àquela imensa bola de fogo despencando na escuridão da noite em sua direção.

Trincando os dentes e forçando os joelhos, suas mãos afastaram-se com veemência—uma sinfonia de fiações criou-se acima de sua cabeça, se assemelhando a uma enorme rede… Uma rede que, se aquele garoto encostasse, cortaria sua carne como se fosse papel.

Por outro lado, Tanjiro desceu rodopiante do céu, as chamas dançando ao seu redor como um véu escaldante. Com a velocidade crescente e impulso que a técnica final fazia, os fios que apareceram em sua visão não significaram nada. Ambas lâminas barbearam tudo pelo caminho, incendiando os fios e apenas aumentando a velocidade de giro de Tanjiro. Rui notou o que estava acontecendo no mesmo empasse que seu coração começava a bombear com velocidade, notas de medo pulando para todos os lados, raiva também. Pressionando os dedos contra uma estranha pressão, sangue foi fusionado aos fios que se prendiam nas pontas dos seus dedos, seu kekkijutsu poderoso transformando cada fio com uma composição tão dura quanto metal. Os olhos de Tanjiro não se arregalaram, mas não de surpresa… Esse era o kekkijutsu de uma Lua de Muzan! E ele ia cortá-lo, não importava o quê!

Soltando um grito agudo, Tanjiro puxou todo o caminho suas lâminas, fogo crescente no contínuo das técnicas de Hinokami Kagura e da Respiração das chamas…!! E os fios vermelhos que apareceram em sua frente não puderam resistir! Rasgados como se não fosse nada, assim como simbolizando o momento que Tanjiro passou pela camada das árvores, rodopiando uma última vez antes de cair onde Rui estava! Poeira ergueu-se e um estrondo abalou a terra, as árvores respondendo em farfalhados de suas folhas… E a Lua Inferior, com os dentes trincados e olhos arregalados, havia fugido por apenas um triz; um de seus braços perdido no caminho. Mas ele não pôde se importar—ele não conseguiu se importar—, no momento seguinte, toda a cobertura de poeira que se fazia do baque de Tanjiro ao chão fora cortada, um calor excessivo surgindo. Como um peão, ambas as espadas do garoto de cabelos avermelhados ameaçaram cortá-lo em precisão. Os passos de Rui foram longos em uma tentativa mais do que desesperada de fugir, seus fios avermelhados sendo enviados contra o caçador sem parar… Mas ele girava! Rodava e girava, qualquer fio sendo destruído no momento que as chamas entravam em contato. Uma raiva crescente estava borbulhando dentro da Lua.

Rui – PARA DE GIRAR, INFERNOS!! – gritou em desespero mal escondido, plantando os pés no chão e, com um ofego, batendo uma palma, seus olhos captando Tanjiro há pouco mais de 20 metros…!! Todavia, com sua palma, árvores foram cortadas em conjunção e o solo num raio enorme marcado com cortes profundos; uma grande gaiola de fios vermelho sangue criara-se ao redor de Tanjiro, espessa e apressada, tentando parar aquela força da natureza o mais rápido que podia.

—!! Tudo apenas para Rui arregalar mais ainda os olhos. Toda a rede foi engolfada em chamas de repente com um poderoso giro de Tanjiro! Mas ele não ia desistir!! Sangue voou dos olhos de Rui e outra gaiola o cercou! E ele a cortou facilmente! Apenas mais 15 metros, e as pernas de Rui estavam começando a falhar quando ele trouxe a próxima gaiola—cortada—e outra!! E outra, e outra!! Todas eram chamuscadas nas chamas das espadas gêmeas e ele não podia fazer nada! Rui tentou dar um último passo longe dessa vez, jogando fios adoidado na direção de Tanjiro, nem mesmo se importando como iria mandá-los, o desespero subindo em sua cabeça profundamente.

E os fios foram todos queimados…

Estritamente assustado, Rui sentiu as chamas contra seu pescoço duplamente, as espadas se cravando com uma força monstruosa.

Medo esse que… Parou.

A noite não era mais dia, apenas escuridão cercava-os no momento. De boca e olhos arregalados, Rui observou atentamente o garoto a sua frente, apenas um pouco maior do que ele… Seus olhos avermelhados pegavam fogo de ferocidade, de determinação… Porém, o seu corpo não mais respondia. Fungadas secas se faziam, uma busca profusa por ar. O mesmo ar que fazia tanta falta na montanha… Suas espadas estavam cravadas em seu pescoço, sua carne estava sendo dilacerada… Mas, no mesmo momento que as chamas se extinguiram, foi o momento em que a força dele morreu junto. Rui observou os milésimos de segundos em que os olhos de Tanjiro foram de vorazes para, finalmente, assustados. Mortificados.

Agora… Ele estava nas mãos de Rui.

Por outro lado, Tanjiro nem ao menos conseguia formular uma frase em sua mente. Todo o esforço para erguer-se acima das árvores se deu para que, finalmente, ele pudesse usufruir de todo o oxigênio assentado em uma camada superior. Encher seus pulmões foi fácil, e ele pode adentrar na empunhadura dupla a partir disso… Mas, ele não conseguiu manter-se por muito tempo. Foi difícil demais. Mesmo que ele tivesse toda a determinação e toda a vontade do mundo… Sem ar, nada era possível. Todo seu corpo estava travado; chocado. A mudança foi diferente de qualquer outra em sua vida—pior do que a vez em que ele teve que se fazer uma traqueotomia—aqui, ele manteve dois ataques e duas respirações ao mesmo tempo por quase um minuto inteiro, tudo após desativar Urotora, a técnica mais complexa de se manter ativada… Muitas células morreram. Muitas fibras foram dilaceradas. Seu corpo precisava duma quantidade quase impossível de oxigênio para, simplesmente, não dar início a uma parada cardíaca.

… Tanjiro viu o momento em que a face de Rui se endureceu, a mão direita dele, lentamente, indo para trás… E o avermelhado não podia fazer nada; nada no seu corpo mexia. Ofegando por gotas de ar, Tanjiro observou a palma de Rui ser tomada por uma cama de gato, os fios cintilando de tão afiados que estavam.

Rui – Que pena ter de te matar… Você ia dar um ótimo irmão. Adeus. – sussurrou pra ele com a voz cheia de ressentimento. Tremendo, Tanjiro conseguiu movimentar suas cordas vocais apenas o suficiente para formar uma palavra.

Tanjiro –… Mentiroso.

Rui o ignorou e, com força, mandou sua mão para frente—!! Apenas para que, de repente, sua palma encontrasse-se com uma panturrilha. Um milésimo de segundo antes disso, um forte barulho de madeira sendo empurrado se fez, o equilíbrio de Tanjiro desfazendo-se quase que inteiramente quando, apoiando uma mão em seu ombro, Nezuko girou todo o caminho de suas costas para sua frente, a perna tremendo com a força mantida lá… Sangue espirrou pro ar e os fios adentraram fortemente na carne de Nezuko, parando ao encontrarem-se com os ossos de sua perna. Franzindo o cenho e soltando um grito realmente forte, Nezuko sentiu os fios tornarem-se cada vez mais fortes e tentarem forçar seus caminhos através do osso…!! Mas, com uma força estrondosa, Nezuko apertou tão forte o bambu em sua boca que o mesmo, sem aviso algum, explodiu em mil pedaços, o braço de Rui sendo arremessado para trás—não sendo arrancado, mas entortado em um ângulo doentio—o próprio garoto arregalou os olhos partindo disso.

Utilizando então do peito de seu irmão como um impulso, Nezuko jogou-se na direção de Rui com apenas uma perna boa, a outra praticamente imóvel. Sendo pego de surpresa, a Lua recebeu um poderoso chute bem no seu coração, o pé da menina afundando-se em sua carne e pulverizando suas costelas, sangue eclodindo pela sua boca antes do mesmo sair voando pra longe, as espadas de Tanjiro pulando para fora de seu pescoço. Disso, o próprio Tanjiro caiu no chão, tremendo e recuperando-se do esforço esquizofrênico de agora há pouco.

… A primeira coisa que ele fez, porém, foi alcançar a presilha no bolso de sua calça, seus músculos enrijecendo e um suspiro aliviado deixando sua boca. Nada acontecerá.

Tanjiro – Obrigado… Nezuko. – soltou com dificuldades, ativando a Respiração Recupedora de Hinokami Kagura, apenas uma das mãos alcançando as espadas no chão; a outra segurando o seu peito dolorido. A menina, com força, balançou a cabeça e a girou na direção do irmão… Um sorriso doce vindo dela pro mesmo.

Um sorriso que Tanjiro não via há séculos… E que, sem dúvidas algumas, o fez agarrar sua outra espada com um aperto fervoroso, fumaça engatando de suas lâminas quando ele deu um passo à frente, pegando o lado da irmã com ambas levantadas.

Mais uma vez, ele lembrou-se do porque ele lutava. Do porque ele estava ali… E nenhuma dor, oni ou falta no ar podia derrubá-lo. Ele tinha promessas a serem cumpridas. Ele tinha pessoas que confiavam nele….

Fraquejar… Não era uma opção.

Rui – Quem… Quem é ela?! – perguntou ao longe, levantando-se com facilidade, olhos presos totalmente em Nezuko; nem ao menos parecendo sentir alguma dor depois dos ataques. Com um olhar sério, Tanjiro falou com convicção.

Tanjiro – Ela é a minha irmã!! – mesmo que ela fosse uma oni, Tanjiro nunca teria medo de gritar ao mundo quem Nezuko era.

Rui – Ela é uma oni, você é um caçador… E ela dilacerou o corpo dela por você… Tudo porque vocês são irmãos?!

Tanjiro – Eu faria qualquer coisa por Nezuko… – com um sorriso de canto, ele a viu encarando ferozmente Rui, apenas esperando algum pretexto para atacar. – E ela faria qualquer coisa por mim.

Rui – Isso… É maravilhoso… É um vínculo tão único, tão lindo! Eu quero! – gritou, um sorriso assustador nascendo entre seus lábios. – Eu quero esse vínculo para mim, agora!! – novamente exasperou, agora com mais força.

Tanjiro – Eu me recuso a entregá-lo! Esse é um vínculo que você nunca vai adquirir!

Rui – Como não?! Você nem ao menos consegue se mexer, e o que ela deu foi um golpe de sorte… Eu sou superior a vocês!! Se rendam a mim! Me deem esse vínculo, esse laço! É tão seduzente, tão desejável!! Vocês dois serão meus irmãos, e nunca será diferente, porque eu sempre vou ser mais forte! Eu vou utilizar de qualquer coisa para fazer nosso vínculo e criar uma família feliz!

Tanjiro – Você é… Doente. – gritou de volta, os olhos trêmulos. – Não há laço algum verdadeiro quando há medo, ódio e descrença no meio! Há só mentiras, fachadas!

Rui – CALE ESSA BOCA!! E ME DÊ ESSE VÍNCULO, AGORA!! – bradou por uma última vez, sua paciência obstruída pelos acontecidos de quase morte até agora pouco, todo o corpo já tendo se curado. Fios avermelhados pularam de todos os lados, Rui já imaginando uma vitória fácil sob o iludido caçador naquele momento… Ele utilizou tudo! O corpo dele era apenas trapos, o mesmo mal estava se mantendo! Ele nunca vai conseguir cortar seu pescoço!!

E foi incrivelmente divertido vendo ele tentar!

Tanjiro – Hinokami Kagura: Hekira no Ten! – proferiu em uma respiração descompassada, girando seus pés diante dos movimentos que se vinham, cortando os fios com uma leve e aparente dificuldade. Rapidamente ele se recuperava, mas o modo de Recuperação tornava ataques inúteis. Se Rui aumentasse a frequência ou a força dos fios, ele não ia poder cortá-los.

Ainda sim, eles iam tentar!! No momento que Rui começou a atacar, Nezuko avançará com vontade, sua perna parcialmente curada—o suficiente para correr.

Rui não ficou parado e, enquanto via Tanjiro tentando seguir Nezuko, um paredão criou-se ao redor do irmão e o impediu de correr tão rápido quanto antes. Separada do irmão, Nezuko tentou seu máximo para desviar dos fios…!! Mas eram muitos e rápidos demais, terminando com a de olhos rosas sendo, literalmente, separada no meio por um corte. Com olhos tensos e cheios de dificuldades enquanto girava e destruía os fios, Tanjiro pulou na direção da irmã, um dos fios arrastando-se por seu braço e arrancando um pedaço do tríceps.

Tanjiro – NEZUKO!! – cheio de terror, abaixando-se ao redor dela. O sorriso de Rui vacilou vendo a cena em sua frente.

Rui – Por que você se incomoda? Ela é uma oni que nem eu. Vai se recu—

Tanjiro – NÃO! Nezuko não é que nem você—ela não é uma aberração!! Ela é diferente!! Nezuko… – deixou escapar mais como um suspiro, tentando retomar o ar perdido nos últimos ataques com a pró-eficiência do modo de cura de Hinokami Kagura.

Rui – No quê?

Tanjiro – Ela… Ela nunca comeu um humano. Ela é pura. – soltou enquanto assistia à irmã ofegando dificultosamente para curar-se do ataque tão fatal. Rui surpreendeu-se com isso… Um demônio que não come humanos? Parecia mais uma anedota, história para boi dormir. Sua boca curvou-se em uma calma risada, mas a seriedade do garoto provava que ele estava sendo verdadeiro. Rui não ligou. Logo ele moldará aquele rostinho pra ser exatamente do jeito que ele gosta. Antes ele queria matá-lo… Mas, depois de testemunhar o vínculo da oni para com o caçador, ele queria. Principalmente o caçador. Ele era tão certo de si mesmo. Como seriam suas emoções quando se tornasse um demônio? Seu medo, seu ódio, suas lágrimas? Ele queria… Ele ansiava para vê-lo sofrer.

Rui – Eu farei questão de destruir isso. Quando você se tornar um oni, eu vou alimentar vocês dois com as carnes de todos os caçadores que morreram nessa montanha. Os amigos que entraram com você aqui principalmente. – falou com um sorriso calmo no rosto, um tom mais singelo do que a explosão que ele teve antes ao testemunhar o vínculo de irmandade… Porém, uma de suas sobrancelhas se levantou quando viu a face dele. Tanto medo, tanto ódio. Tudo de repente. Uma sombra negra se fez entre seus olhos e ele viu o momento que, apertando os dentes, fumegando de tanta raiva, o caçador levantou-se sob o corpo da irmã ainda se curando.

Tanjiro – Você… Você não ouse tocar um dedo neles!! – gritou o mais forte que podia, erguendo ambas espadas na direção de Rui. Não só ódio proliferava dentro de Tanjiro, mas como uma ansiosidade tremenda também… Pois ele havia esquecido-se de Zenitsu e Inosuke. O que havia acontecido com eles?! Estavam bem?! Ele não podia suportar a ideia de um deles morrendo… Seria sua culpa e apenas sua. Ele prometeu que ia protegê-los… Ele era o mais forte! Ele não tinha que prometer nada, já era o seu dever por nascença! Caso um dos seus amigos tiver morrido, não só ele terá falhado com tudo que ele era… Mas como ele também terá falhado com Rengoku. Com Nezuko…Com—

De repente, seu pensamento foi cortado. Uma mão pousou em seu ombro do nada. Ele estava tão avulso em sua própria mente, que ele nem mesmo notou alguém se aproximando.

Ainda sim…

Bastou um segundo, e todo o mundo desapareceu. Apenas uma fungada no cheiro do indivíduo, Tanjiro sentiu toda a raiva, toda a insegurança e… Tudo… Tudo foi embora quando o cheiro dela alcançou suas narinas.

Kanao – Seus olhos são feios quando ficam tomados por ódio, Tanjiro… – a voz suave dela alcançou os seus ouvidos, os seus pelos enrijecendo a língua dançando na boca, em busca de palavras. A voz dela era perfeita como ele mesmo se lembrava. Movendo-se, a capa branca da Tsuyuri circulou Tanjiro e… Ela ficou de frente para ele. O mundo era silencioso. Era límpido. Não havia impurezas… Apenas o avermelhado e aqueles olhos roxos. Gradualmente, um sorriso começou a subir os próprios lábios do avermelhado, esquecendo-se totalmente de Rui há pouco mais de alguns metros de onde ele estava. Com o seu sorriso, Kanao sorriu de volta. – Bem melhor. É tão bom te ver de novo… – ela soltou, graciosamente, sentimentos poderosos de felicidade, quais as suas narinas captaram com facilidade.

Tanjiro – Você é tão linda quanto a última vez que eu te vi… É bom te ver de novo.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Notas Finais


Qualquer erro, me desculpem! Capítulo 196 e a rainha das rainhas vai entrar na treta! Nezuko vai foder o Muzan como se ele fosse cego em puteiro de traveco.

== comentários deixam o vagabundo feliz e fazem ele escrever mais :3 ==


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