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História História totalmente desatualizada (ela está sendo refeita) - A garota solitária


Escrita por: ShowManeiro

Capítulo 8 - A garota solitária


Fanfic / Fanfiction História totalmente desatualizada (ela está sendo refeita) - A garota solitária

Capítulo 8 – A garota desconhecida

 

   Após Tomoya ter cantando, ele se sentou numa mesa e Sora o seguiu por algum motivo. Talvez ela quisesse saber como ele conseguiu cantar daquele jeito, já que ele disse “eu nunca cantei assim antes”. Como uma pessoa que nunca cantou antes poderia saber cantar daquele jeito? E ainda mais com aquele tipo de música que teve tão pouco tempo para escrever. Como ele conseguiu? Até as pessoas do bar ficaram surpresos e sem saber o que dizer.

   Os clientes que estavam no bar, rapidamente foram em cima do Tomoya. Várias pessoas começaram a fazer milhares de perguntas feito loucos. Tomoya ficou surpreso por eles gostarem tanto da música que ele compôs.

   - Para um novato, até que você canta bem!

   - Oh! Não imaginava que você iria cantar tão bem!

   - Vocês formam uma bela dupla!

   - Venha mais vezes. Você canta super bem.

   Simplesmente toda atenção tinha se formado em cima de Tomoya. Sora por sua vez ficava calada em seu canto, observando toda aquela multidão em volta da mesa que eles estavam. Até Yoshimura veio na mesa para dar os parabéns. Algo que raramente ele fazia.

   - Agora você poderá vim quando quiser. Esse é seu premio!

   O premio era poder visitar o bar por ter ganhado? Tomoya havia pensado que iria ganhar um troféu, não que ele quisesse, na verdade o que ele queria mesmo era comer alguma coisa, de preferencia uma barra de chocolate. “Será que aqui tem chocolate?” pensou ele, olhando em volta. Para a sua infelicidade, normalmente os bares não vendem esse tipo de coisa. Mas alguns bares vendem bebida de chocolate, algo raro, mas não era impossível.

   Sora queria que Tomoya fosse embora por ter causado toda aquela bagunça. Simplesmente ela odiava lugares muitos barulhentos e aquele lugar nunca havia sido barulhento. E agora? Será que passaria ser daquele jeito todos os dias? E se Tomoya a visitasse? Então ela iria perder um dos luxos mais valiosos. O silencio!

   - Você não acha que você está sendo rápido demais? – Sora apontou para Tomoya. – Um cara qualquer entra aqui, canta razoavelmente bem e você já está querendo deixa-lo entrar livremente?

   - Acho! Alias... – Yoshimura colocou um pano em cima da mesa e começou limpa-lo, enquanto olhava para Sora. – Foi você quem o trouxe. – Ele voltou para sua postura formal de garçom. – Você nunca trouxe ninguém antes e eu confio em você.

   O que ele estava querendo insinuar? Claro que ela trouxe alguém antes, ele até a conheceu. Mas ela... – Sora se perdeu em pensamentos, mas voltou logo em seguida.

   - Foi ele que me seguiu. – Falou Sora, indignada com a reposta de Yoshimura.

   - Você não mandou ele ir embora? – Yoshimura lançou um olhar para ela. Um olhar que era para tentar descobrir algo. Funcionava com todos, graças a sua experiência de vida, mas com Sora ela diferente e por algum motivo conseguiu ter um pequeno resultado sobre ela.

   Sora olhou para seus pulsos que estavam cobertos pelo seu casaco branco como a neve.

   - Eu tentei... – Ela desviou o olhar. – Mas ele soube se defender...

   Yoshimura sentiu algo nas palavras que Sora havia dito. Algo que nunca havia acontecido antes. Sora sempre foi difícil de se lidar. Respondendo sempre, mas as suas respostas eram sempre corretas. O que tinha acontecido para ela ter estado diferente. Será que era por causa do Tomoya? Sora ainda assim estava normal, respondendo como sempre fez. Respostas frias, mas quando ela tentava explicar o motivo que ela queria que Tomoya fosse embora, ao mesmo tempo parecia que seu interior gritava que não.

   - Ele foi capaz de fazer essa façanha? – Yoshimura passou a mão na cabeça da Sora, acariciando para baixo os seus cabelos prateados. – Mais um motivo para eu confiar nele.

   “Não tem jeito!” pensou ela se levantando da cadeira. – Chega disso! – respondeu.

   Sora caminhou até a entrada do bar e abriu a porta. Ventos gelados do inverno entraram imediatamente e começaram a percorrer todo o bar. As pessoas colocaram as mãos em si mesmos, tentando de alguma forma se aquecerem.

   Todos ficaram observando ela tentando entender o que havia de errado. Será que ela estava com ciúmes? Ou era outra coisa?

   Yoshimura chamou Tomoya e os dois saíram do bar. Viram Sora aos poucos andando até o banquinho que dava para olhar o lago congelado. Aquela vista dava uma visão privilegiada do horizonte. Devia ser por isso que ela sempre gostou de se sentar ali. Durante todos os dias, Yoshimura nunca viu Sora se sentar em outro lugar além daquele banquinho de madeira. Ele tentava imaginar o que estava passando na cabeça dela, mas Sora nunca se abriu com ele e nem com ninguém.

   - A Sora sempre foi assim? – Perguntou Tomoya, se agachando para sentar na estrada do bar.

   Yoshimura fez o mesmo, mas para a sua idade era difícil. Com muito esforço ele conseguiu se se sentar ao lado de Tomoya.

   - Não sei ao certo. – Seus olhou começaram a focar no céu. Parecendo estar relembrando o passado. – Há alguns anos atrás, ela apareceu aqui sozinha. Estava chovendo e não tinha ninguém com ela. Então a convidei para entrar e lhe deu um lar para viver. Demorou alguns meses para ela finalmente dizer alguma palavra. Ela sempre foi quieta e solitária, talvez seja por isso que demorou tanto para falar.

   Tomoya pensava que Sora era diferente com Yoshimura por está cuidando dela, mas havia se enganado. Até com ele que a criou por algum motivo trágico que ele não sabia, ela se manteve calada. Ele se imaginava o que poderia ter acontecido com ela para ser assim são solitária e misteriosa. Com certeza algo havia acontecido no seu passado. Algo que ela talvez nunca vá contar para alguém.

   - Então ela foi abandonada? – Perguntou.

   - Como eu disse antes. Eu não sei ao certo. – Yoshimura juntou as duas mãos, próximos dos joelhos. – Para falar a verdade... Não sei nada sobre o passado dela. Sora nunca se abriu com ninguém.

   Tomoya se deitou levando os pulsos a testa.  “Sora nunca se abriu?” se perguntou em meio a tantos pensamentos. Uma parte dele sabia como ela se sentia, mas outra parte queria saber o que havia acontecido para ela ter ficado naquele jeito. O problema era como conseguir faze-la desabafar, algo que dificilmente iria acontecer. Já que como o próprio Yoshimura havia acabado de falar “Sora nunca se abriu com ninguém”.

   - Quando eu a vi pela primeira vez. Senti que ela estava completamente só, como uma cachorrinha solitária em um dia frio de inverno. Sem ninguém para protegê-la. Eu me identifiquei. Comecei a observa-la sozinha na escola e ela estava sofrendo bullying. Por algum motivo ela não fazia nada e eu... – Tomoya parou por alguns segundos antes de continuar. – Não gosto de vê as pessoas sofrendo e decidi ajuda-la.

   Yoshimura sentiu que Tomoya estava sendo sincero. As suas palavras soaram tristes. Por algum motivo ele viu que Tomoya e Sora poderiam ser parecidos. Tomoya se mostrava alegre, mas seus olhos diziam ao contrario. Yoshimura viveu muito tempo e sabia dizer quem estava feliz ou não, graças a sua experiência de vida. Algo que somente os idosos poderiam entender e somente certos jovens saberia entender como eles. Tomoya parecia ser um desses jovens.

   - Não sei o que você viu nela. – Ele ficou de pé. – Mas eu sinto que vocês dois tem algo em comum relacionado ao sofrimento. Você cantou aquela música de tal forma que mexeu com os sentimentos de todos lá dentro. – Após alguns segundos de silencio, ele apontou para o lugar que Sora estava. – Nunca vi aquela garotinha sorrir e mesmo assim ela consegue se manter em pé... Sempre lutando...

   E mais uma vez Tomoya soube que eles tinham algo em comum. No passado Tomoya também havia sido desse jeito, a diferença era que a bomba dentro dele já havia explodido enquanto que o dela ainda estava segura. Tomoya sabia exatamente o que poderia acontecer com ela e ele não queria o futuro dela fosse o mesmo que o dele.

   - As pessoas com um passado triste se isolam completamente e ficam deprimidos. – Explicou Tomoya em um tom baixo.

   Yoshimura olhou para Tomoya.

   - Não sei como você conseguiu ficar perto dela até agora. Sora nunca deixou alguém se aproximar dela. Você é o primeiro!

   Tomoya soltou uma leve gargalhada.

   - Me sinto honrado!

   Yoshimura demostrou um pequeno sorriso.

   - Com certeza. – Ele voltou a falar em um tom bem sério. – Nunca a magoe ou verá o inferno.

   Aquilo soou como um alerta, mas ele não se amedrontou.  A sua intenção era fazer ela sorrir e não sofrer. Ele sabe exatamente como ela se sentia, só faltava ele conseguir se aproximar mais dela.

   - Não faço promessas – Tomoya se levantou e colocou a mão sobre o ombro de Yoshimura. -, mas irei fazê-la sorrir. – Disse ele, com um belo sorriso no rosto.

   Yoshimura se sentiu aliviado com as palavras do Tomoya. Foi como se ele estivesse desafiando a si mesmo, o que era algo engraçado.

   Tomoya caiu da gargalhada, enquanto que Yoshimura mostrava um pequeno sorriso. Talvez fosse por causa da sua aparência ou personalidade.

   - A Sora sempre dorme perto do lago. – Yoshimura fez alguns gestos com uma mão como se estivesse tentando mostrar algo. – Você sabe montar uma barraca de acampamento?

   Como assim acampamento? Ele estava querendo que ele fosse acampar naquele lugar? Com o frio que estava? Sora sempre acampa mesmo estando esse frio?

   - Não. Rrsrs. – Ele sorriu, tentando disfarçar a sua preocupação.

   - Então é hoje que você irá aprender. – Falou Yoshimura, dando leves tapas nas costas de Tomoya.

   Yoshimura entrou novamente no bar e entrou no balcão onde normalmente servia as bebidas. Ao lado tinha uma escada que levava ao 2° andar. Ele então subiu e foi nos fundos. Abriu a porta e ligou a luz. A barraca de acampamento estava no chão encostada na parede. Ele o pegou junto com os equipamentos necessário para montar.

                                                                            ♥

   Tomoya estava esperando Yoshimura, por algum motivo ele entrou no bar. Enquanto que ele esperava, o frio percorria sobre sua pele. As suas mãos já estavam frias e seus lábios estavam secos, quase que roxo.

   Após esperar três minutos, Yoshimura havia voltado com um monte de coisas. Tava na cara que ele não estava brincando quando falou sobre acampar.

   - Boa sorte! – Disse Yoshimura, dando tudo que havia carregado até ali.

   Tomoya olhou para ele com uma cara de preocupação.

   - Você está brincando, não está?

   Yoshimura balançou a cabeça dizendo “não”.

   Tomoya engoliu seco.

   - Você quer me matar, não é? Nesse frio e ainda mais com a Sora... Não tem como a gente dormir na mesma barraca.

   Yoshimura não disse uma palavra e empurrou Tomoya que já estava com tudo nas mãos. Deu para perceber que era para incentivar ele ou pelo menos pareceu ser isso.

                                                                   ♥

   Com o necessário para montar a barraca, Tomoya foi andando aos poucos. Sora estava sentada no banco de madeira olhando as estrelas. Como que ela estava conseguindo se concentrar nas estrelas com aquele frio? A neve estava caindo sobre ela, mas ela mostrava não se importar. Talvez ela já estivesse acostumada com aquele frio, algo que Tomoya não estava.

   Ele jogou tudo que estava carregando na neve. Sora olhou para ele com um olhar de duvida.

   - Pra que você trouxe isso?

   - O senhor Yoshimura falou que você sempre dorme aqui fora e meu deu isso para montar. – Disse ele, apontando para os matérias no chão.

   Sora estava com os braços cruzados olhando para ele como sempre fez desde que eles se conheceram. Aquele olhar frio.

   - Então pode voltando com isso.

   Serio que ela estava falando sério? Tomoya havia trazido aquilo tudo para montar e ela estava se recusando? E por que Yoshimura falou para montar sabendo que ela iria rejeitar? “Ai meu deus... Tô lascado!” pensou ele.

   - Mas... Mas... – Tomoya começou a gaguejar.

   - Mas o que? – Mei aumentou um pouco a tom da sua voz, mas ainda parecia ser o mesmo de antes. – Você acha que só por que veio até aqui pode fazer isso? – Ela focou seu olhar no lago que estava congelado e o vento percorreu sobre seu cabelo. O cabelo acompanhava a brisa do inverno. – Eu não gosto das pessoas. Agradeço pelo o que você fez na escola, mas não pedi a sua ajuda.

   Já era de se esperar aquela resposta, mas Tomoya simplesmente a ignorou e pegou seu celular que estava no seu casaco. Também pegou o fone de ouvido e conectou no celular. Escolheu uma música da sua banda favorita “Bangtan Boys[1]” e colocou o fone nos ouvidos. Se agachou e procurou o manual de instruções na bolsa que Yoshimura havia lhe dado. Estava em baixo do martelo. Ele pegou a revista de instruções e passou pro cima a manga do casaco sobre a capa que estava cheio de poeira. Começou a ler enquanto começava a montar a barraca.

   Sora soltou um leve riso que foi incapaz de ser ouvido. Ainda mais que Tomoya estava usando seu fone de ouvido.

   - Ok! Faça o que quiser. – Disse ela, mas o que havia dito não foi capaz que Tomoya escutasse.

                                                                        ♥

   Após uma hora, por algum milagre ele havia acabado de montar a barraca. Sora se perguntou como ele havia conseguindo com a neve caindo sobre ele e os ventos que estava tendo. Realmente o que ele colocava na cabeça, ele ia lá e fazia, importando ou não para as outras pessoas. Isso era algo de se admirar.

   - Finalmente! – Disse ela, levantando.

   Tomoya com bastante frio se virou e olhou para Sora.

   - E as coisas para a gente dormir? – Perguntou ele, abraçando a si mesmo enquanto tremia de frio.

   Sora ficou em silencio enquanto ia caminhando até uma casa pequena perto do lago. Tomoya viu a entrar e depois sair com algo que parecia ser uma cama de acampamentos. Aos poucos ela se aproximou e ele também viu cobertores em baixo dos seus braços. Eram grandes e pareciam ser bem aconchegantes.

   Sora colocou a cama no chão e deu um coberto para Tomoya.

   - Essa é a sua cama! – Ela entrou na barraca que Tomoya havia acabado de montar.

   - Pensei que... – Antes de completar a frase, ela o interrompeu.

   - Pensou errado!

   Tomoya foi se deitando aos poucos na cama enquanto reclamava em um tom baixo.

   - Você me deixou sofrendo para montar e agora quer tomar ela de mim? – Sussurrou ele.

   Para infelicidade de Tomoya, Sora tinha uma boa audição e escutou o que ele havia dito.

   - Eu não disse que você iria me pagar depois? Esse é o seu pagamento! – Ela fechou a barraca. – Aconselho você a se cobrir por completo, se não a neve vai cair em você.

   Tomoya ficou em silencio enquanto rapidamente se cobriu com o coberto. Para a sua sorte o coberto era bem grosso. Talvez fosse o suficiente para se manter aquecido. Ele teria que se encolher todo e abraçar a si mesmo para se aquecer. Caso ao contrario estaria fardado a morte. Como Sora poderia fazer uma coisa tão cruel com ele? Será que ela fez as mesmas coisas com as outras pessoas que tentaram se aproximar dela? Ele achou que sim, mas por algum motivo ele sorriu em baixo do coberto. “Não irei morrer com esse frio e sim perturbar você logo de manhã. Você vai ver!” se desafiou em seu próprio pensamento.

 

 

   

  

 

 

[1] Bangtan Boys, também conhecida como “BTS”, é um grupo sul-coreano de K-POP composto por sete integrantes, formado pela Big Hit Entertainment.


Notas Finais




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