"Achava que essa nossa evolução seria pra melhor"- pensava.
Estava apenas caminhando, como quem não quer nada, observando os bancos vazios ; notei alguém ao longe, sentado, com uma forte luz em seu rosto, parecia vir de um celular.
Não me enganei, era mesmo um celular, e dos mais modernos, seus dedos se mexiam quase involuntariamente, numa rapidez que surpreendia...
A menina usava usava um vestido preto, formal. Encostei-me em uma parede, já havia parado de caminhar, me esquecera completamente do resto, apenas pensava : "o que faria uma garota numa hora dessas neste lugar?"
Depois de digitar um longo texto, creio ser importante, olhou para frente, uma rua, pessoas com pressa, carros na velocidade máxima e ela ali intocável, esperava algo ou alguém.
Olhou para trás uma última vez e caiu, o aparelho continuou em suas mãos, mas ela já não se mexia mais. Eu, sem reação, tentei correr, alguns segundos depois eu estava ao seu lado; a tela do celular ainda não desligava.
Em sua volta, uma pequena poça, um tom escuro e em seus braços vermelhões, hematomas, será que esperava a morte?
Chamei a ambulância, a qual demorou uns 5 minutos a chegar. O aparelho da garota, ainda desconhecida, ficara comigo. A janela de uma conversa estava aberta, em um dos mais comuns aplicativos. Aquele contato, aquele nome me lembrava um local; na foto algumas crianças, entretanto uma me chamou a atenção; pele clara; cachos igual aos da mulher que permanecia na ambulância.
Me perguntaram: "Você sabe o motivo?", indaguei: "Motivo de que?", pensamentos surgiram juntamente a resposta: "Suicídio"; eu mal conhecia ela e queria tê-la ajudado, vendo que eu não sabia de nada voltaram à ambulância.
A curiosidade me cutucou, voltei a ler a última mensagem enviada, dizia assim:
"Mostrem isso à ela quando sair daí, com 18 anos entenderá melhor o que eu fiz.
Jamais se culpe por algo que não fez, eu se fui mais deixei muito à ti, como: a aparência (sua beleza, refletirá sempre sua inocência), os meus erros (para que jamais os repita e acabe assim) e com o tempo você descobre o resto. Não pude cuidar de você, te ensinar os conhecimentos básicos ou até mesmo vê-la andar, mas saiba que sempre te amei, apesar da imensa saudade..."
"Por trás de uma simples tela, havia um desesperado pedido de socorro..." -conclui.
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