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História Histórias Macabras - Arco 1 - "O cemitério"


Escrita por: Z0E

Notas do Autor


Essa é uma fanfic que a muito tempo venho planejando... Mesmo que não tenha tantas visualizações, prometo postar até o fim. Só não posso garantir a frequência. Então pessoas... Esta será uma fanfic com arcos!! (Eeeeeeeee) Mas autora??? O que são arcos?? Bem.. basicamente são como se fossem pequenas histórias dentro de uma história maior. Deu pra entender? Enfim... Irei escreve-los como se tivesse fragmentado a história em partes para conta-la. Penso inicialmente em 7 arcos ao total (talvez este número varie até o final) E não necessariamente cada arco irá ser narrado por apenas um personagem. Informações a parte. Divirtam-se.

Capítulo 1 - Arco 1 - "O cemitério"


Fanfic / Fanfiction Histórias Macabras - Arco 1 - "O cemitério"

 

- Ainda falta muito? – Perguntei novamente, depois da terceira vez que fiz esta mesma pergunta.

- Não – Respondeu Bia um pouco irritada com a minha insistência – Só mais um pouco – Disse ela tentando nos incentivar e sinceramente, não estou achando que ela esteja conseguindo.

- Você disse isso há meia hora atrás – Resmungou Ellen.

- É, mas agora falta pouco mesmo para chegarmos lá!

    O  problema era que, nós não queríamos chegar lá! Falando mais diretamente no "O cemitério da cidade". Não queríamos chegar porque geralmente cemitérios são lugares assustadores, principalmente as três horas da madrugada.  

    Veja bem, havíamos perdido uma aposta para o trapaceiro do nosso amigo, Pedro. E, como perdemos temos que passar o resto da nossa noite no túmulo do fundador da nossa cidade, dançar em cima do mesmo e gravar um vídeo provando que fizemos tudo direito. Sinceramente, não queria pensar em quantas leis estou quebrando neste momento, mas se não fizesse seria taxada de covarde pelo o meu amigo até a morte, e eu não queria dar esse gostinho ao Pedro de que me venceu. Ele  irá pagar a sua língua, quando insinuou que não conseguiríamos, pensei. Tenho que admitir que quando vi aqueles portões ernomes e aquelas gárgulas horrorosas de cimento o guardando, sendo iluminados pela pouca luz que vinha de alguns postes ali perto, senti uma enorme vontade de fugir.

   Queria dar o fora, já estava começando pensar em um jeito de sair correndo, mas quando olhei para as minhas amigas sabia que não poderia. Olhei para Bia e vi a ela tentando se fizer de forte para nos incentivar a continuar. Olhei para Ellen e vi nela o desejo que eu tinha de fugir. Balancei a cabeça para com o nosso medo irracional. Era só a porcaria de uma aposta! Uma aposta sem graça e de muito mal gosto, aliás. O que poderia acontecer? Não é como se os mortos fossem voltar à vida e nos matar. Quase rir dos pensamentos infantis, mas o calafrio que sentia na minha espinha me dizia para correr. Vamos lá Alice o maximo que pode acontecer é ser pega e ir presa. Pensando melhor... Ser presa por isso não seria nem um pouco legal. Suspiro e olho para atrás pela milionésima vez pensado em fugir, quando ouço na minha mente a vozinha do Pedro “Vamos descobrir se vocês são mesmo bebês choronas!!” Não, não poderia fugir não iria da uma de bebê chorona para aquele tapado! Então, andei a passos firmes em direção ao cemitério com as minhas amigas.

   (...)

_ Ai gente!!! Ta muito escuro!!

- Como vamos saber qual é desse jeito?

- Ai! Meu pé cacete!

- Foi mal, ai!

- ALGUMA COISA TOCOU EM MIM!!!!!

- Desculpa.... Err... Acho que fui eu...

- Não era pro vigia estar aqui?!

    Nós três falávamos de uma só vez. Mas a pergunta da Bia me trouxe mesmo que pouco de volta a minha sanidade. Respirei fundo e tentei pensar. O que era uma tarefa difícil com o medo borbulhando alto, se fossemos pegas estaríamos fritas.

- Ele pode, não ter vindo trabalhar hoje – comentei, tentando manter as esperanças.

- Ou ele pode estar por aqui no meio desse breu esperando para nos prender, né Alice? Não tem como saber nada nesse escuro – Ellen falou como se fosse óbvio.

- Credo Ellennn! – Bia foi a primeira a reagir ao comentário animador de Ellen.

- Obrigada pela parte que nos tranquiliza – ironizei

- De nada, sempre que precisar... – Definitivamente a minha amiga não era boa em notar ironias.

- Se ele estivesse aqui saberíamos, estaria usando uma lanterna... vigias usam lanternas... não usam?

- Bia todo o seu conhecimento sobre o mundo é a base de estereótipos? – Perguntou Ellen um tanto indignada.

- Mas, é claro que não...

- Gato preto?

- Da azar! – Disse Bia com uma  grande certeza em sua voz.

- Não falo mais nada! – Pelo o que conheço de Ellen tenho certeza que ela falou isso enquanto levantava as suas mãos para o alto como se falasse “A discussão acabou.”

- Ok! Vamos usa os celulares pra iluminar – Falei tentando tomar controle da situação.

- Vão ver a luz Lice – Choramingou Bia

- Se tivesse alguém aqui já teriam nos ouvindo – Falei para tranquiliza-la, mas acho que não ajudou muito.

- Se é que já não ouviram

- ELLEN!

- Parei... Parei!

    Encontrar o tão falado túmulo, iluminando com a luz fraca dos nossos celulares não foi uma tarefa tão fácil, por várias razões: A primeira é obvia então vamos para a segunda, aquele lugar era enorme. Cada passo dado parecia ecoar para a escuridão,  cada pisada em algum galho caído era a denúncia da nossa posição, nossa respiração se transformava em alguém nos perseguindo em nossas mentes perturbadas e assustadas. Frequentemente olhava para trás para conferir mais uma vez o nada e acalmar meu coração inquieto. Percebi que Bia fazia o mesmo, porém Ellen me parecia estranhamente pensativa.

- Vocês não acham que as coisas estão acontecendo fácil de mais? – Começou Ellen 

- Fácil? – Ouvir Bia rir.

- Como assim? – Perguntei confusa.

- Sei lá... o vigia não estar, as portas do cemitério estarem abertas  quando chegamos... Sabe... Estão entendendo o que eu estou falando? – Droga pensei ao perceber que ela tinha razão.

- Ah!! Agora você admite que ele não está!!! – Acusou Bia Vitoriosa.

- A questão é... – Não ouvi o final da frase de Ellen, porque nesse momento eu ouvi um barulho vindo da minha esquerda, iluminei rápido por reflexo.

    Cai para traz com o susto. Aconteceu tudo muito rápido, mas de uma coisa eu tinha certeza. Eu vi uma pessoa ali. Uma garotinha aparentemente, não sabia dizer a sua idade, pois a sua cabeça estava abaixada com os cabelos sujos escorrendo pela a sua face, ela apontava para um túmulo com o seu dedo indicado que parecia ser magro demais assim como o seu corpo esguio em volto por uma espécie de tecido escuro. E isso foi tudo que eu conseguir registrar.  Foram questões de milésimos de segundo, uma hora ela estava lá, e outra hora não mais.

- Alice!! – Bia e Ellen gritaram juntas e vieram me ajudar.

- Você ta bem?

- Meu Deus como você ta gelada - Não conseguia responder nenhum dos seus comentários preocupados.

- V-Vocês viram aquilo? – Foi a única coisa que consegui falar.

- Aquilo o que?

- Tinha um criança...  A-ali – Apontei.

- Uma criança? – Perguntou Bia desacreditada.

- Ali aonde? – Ellen já iluminava o local, mas não havia mais nada.

- E-eu juro que eu vi... – Na verdade agora eu não tinha mais tanta certeza do que eu vi – Pode ter sido coisa da minha cabeça e... – Meu celular?! – Só percebi agora que o tinha deixado cair. 

- Podemos voltar amanhã quando tiver claro e procurar – Sugeriu Ellen, depois de quase 20 minutos de uma procura falha. Eu já começava a tentar pensar em mil desculpas pros meus pais caso não o encontremos.

- Não faz nem um mês que o ganhei – Falei cabisbaixa, meus pais vão me estrangular e me enterrar viva em um desses caixões – Acho bom o Pedro me da um celular novo!

- Vamos acha-lo – prometeu minha amiga – Só que nesse escuro não dá. E se não.... Obrigamos o Pedro a te comprar um – Sorri pra ela.

- Gente achei!! – Gritou Bia que estava alguns metros afastada.

- O meu celular? – A esperança é a última que morre não é mesmo?

- O túmulo... Thomas Freitas não é isso?

- Finalmente... – Ellen murmurou e formos até ela. Gelei. Era exatamente o mesmo túmulo que a garotinha apontava. Não podia ser coisa da minha cabeça pensava enquanto tremia e tentava expulsar toda essa paranóia da minha cabeça.

 (...)

    Depois de uma discussão um tanto quanto grande pra saber quem iria filmar e quem iria dançar... Eu definitivamente não queria dançar, mas acabei perdendo no pedra, pepel e tesoura. A sorte nunca esteve do meu lado mesmo.

- Prontas, minhas gatas? – Perguntou Bia já com o celular em posição para nos filmar.

- Um minuto – Gritou Ellen enquanto ligava para alguém com o seu celular.

- Ta ligando pra quem?

- Pra casa do Pedro – Explicou – Temos que ter certeza que ele está em casa ou se veio pra cá.

- Pra nos assustar? – Lembrei da Garotinha... Talvez tenha sido obra dele.

- Uhum

- Você acha que ele faria isso? – Perguntei mas pra confirmar, o Pedro é do tipo que ama assustar os outros e armar pegadinhas. Por isso que nos mandou pro cemitério a noite quando perdemos o seu joguinho. Ellen sorriu.

- A minha mente diabólica faria, logo a mente ainda mais diabólica dele com certeza faria.

- Eu vou esperar aqui o dia todo? Ó!! – Chamava Bia impaciente, pois queria terminar aquilo logo.

- Bia a paciência é uma dádiva de poucos já ouviu essa? - perguntei

- Na verdade não... Quem disse essa?

- Eu – Disse simplesmente.

- Lice vai tomar lá no...

- Ninguém atende – Ellen interrompeu – Quando fui tentar ligar de novo sinal sumiu.

- Vamos fazer assim mesmo... - Já era quase quatro da manhã – Já estar tarde.

- Eu coloco a música – Ellen se animou.

- To Filmando – Escutei Bia avisar lá de baixo. Quando eu menos esperei. Começou a tocar  “Highway to Hell” do AC/DC, ouvi Bia gargalhando.

- Jura? – Perguntei em meio aos risos.

- O que? – Se fez de inocente – É pra aonde nós vamos quando terminarmos.  Acha que ainda vai para o céu depois disso aqui?

- Cadê a dança minhas divas?

- Mais um “Minhas algumas coisa” e eu te ponho pra dançar aqui –  Bia fez fazendo o famoso sinal de “fechar a boca com um zíper”.

- Que tal colocar uma música mais dançante? Não tem como fazer com essa – Disse insegura.

- Mas é claro que tem – Falando isso Ellen desfez o rabo de cavalo, flexionou os joelhos, colocou a cabeça pra frente meio abaixada e começou a balançar a cabeça acompanhando a música. Quando dei por mim ela já batia cabeça loucamente, com os seus cabelos formando um circulo no ar. Não sabia se ficava impressionada ou se procurava o ar de tanto que ria.

- Uhuuuuuuuuu!!!! – Bia gritava. Dei de ombros e fiz o mesmo.

- Agora rebolem

- Não combina com música Bia – Falei parando de dançar.

    Me senti tonta. Coloquei a mão na cabeça e fechei os olhos tentando fazer a tontura passar. Ao longe ouvia gargalhadas indicando que Ellen estava rebolando assim como Bia havia pedido. Sabe aqueles milésimos de segundos desesperadores que você pressente que algo de muito errado estar para acontecer? Quando sente toda a sua pele formigar e um frio no estômago lhe dizendo para fugir?  Foi o que senti naquele exato momento. A Temperatura parecia que tinha caído cinco graus.

- Gente!! Tem algo de errado!!!! – Exclamei. Ninguém parecia me ouvir, as duas continuavam gargalhando – PESSOAL!! – Tentei gritar mais alto do que a música, não deu certo. A música continuava. Um vento estranho e muito forte vinha, parecia sair de debaixo dos nossos pés. Dei um grito olhando pra baixo pra aquele túmulo. Tentei descer mas era como se houvesse uma barreira me impedindo de continuar e me prendendo ali.

- Ellen!!!! Bia!!! – Tentava e tentava as chamar, as duas que continuavam a rir, pareciam hipnotizada – Ellen!!! Biaa!!!! – Minha  voz parecia estava morrendo a medida que as meninas caiam no chão de tanto rir. Até que nenhum som algum saia da mimha garganta, ninguém mais poderia me ouvir. Lágrimas escorriam dos meus olhos intesamente. O pânico me fazia tremer mais do que qualquer outra coisa. Tudo continuou estranhamente quieto, a música parou e só as risadas sinistras das meninas continuavam em meio aquele breu. Até que um grito monstruoso ecoou por aquele lugar.


Notas Finais


CONTINUA...


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