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História Histórias que você não acreditaria. - A lince.


Escrita por: soufurry

Notas do Autor


n sei tmb, fds

Capítulo 2 - A lince.



"...desde que era muito pequena, nunca tive a oportunidade de sentir o "amor dos pais", ou mesmo conhece-los..."
-???
02h32min, Terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Foi uma grande surpresa receber uma mensagem tão aleatória da pessoa mais aleatória possível justo a essa hora. Por algum motivo, senti que não pudia simplesmente ignorar isso, era como se algo estivesse me dizendo que eu precisava responder tal pessoa, não por medo.  Claro, eu não conseguiria olhar na cara dela se apenas deixasse passar.
Travou-se uma grande batalha dentre as minhas emoções e meu raciocínio, mas no fim, fiz o que era certo, na minha visão.

Raoh:
— Alô..?
???:
— Raoh?! 
Raoh:
— Nos conhecemos? — falei com um tom amigável para não provocar uma impressão errada de mim. Claro! — ela respondeu.
Graspielle:
— Sou eu! Graspielle.
Raoh:
— Caramba que susto cara, o que cê quer?
Graspielle:
— Nossa que grossa, não posso nem conversar com a minha best
Raoh:
— Às 02h35min da manhã?
Graspielle:
— Nesse caso...
— ...Até amanhã!
*Trim...*
Não era nada normal receber uma ligação durante a madrugada. Apenas se for alguma operadora te cobrando de algo que você não está devendo. Porém era a Graspielle, então já era de se esperar algo assim, mesmo sendo estranho.
No outro dia fui normalmente à aula. Minha cabeça estava doendo, não conseguiria me concentrar durante as aulas, mas eu não dava muita bola pra isso, afinal, logo estaria passando, nunca fui de ficar de cama.

Professor:
— Raoh? Está acordada?
Raoh:
Véio chato da porra..— disse enquanto tentava tirar um cochilo. Logo após a ligação, fiquei sem sono e não conseguia dormir de maneira alguma, mesmo tomando alguns remédios para isso.

Joshua:
— Raoh, vamos acordar haha!
Raoh:
— Cacete, o que foi?!
Joshua:
— ...
Infelizmente, noites mal dormidas me faziam estar de mau-humor no dia seguinte e isso já me prejudicou varias vezes. Afinal, durante as minhas férias, eu costumava trocar o dia pela noite. Ninguém se importava se eu estava comendo ou mesmo vivendo, então não fazia muita questão de estar acordada enquanto esse pessoal estava também.
Caramba, acho que fiz merda. — pensei enquanto observava a cara espantada daquele pessoal irritante. Não fazia ideia de como reverter a situação como no Uno, então pedi para ir ao banheiro. E consegui.
Durante o caminho, vi como a escola era incrivelmente bela quando vazia. As quadras, os corredores, o saguão e até mesmo as maquinas de refrigerante brilhavam mais sem a presença de animais viciados em energéticos sempre se aglomerando em volta delas.
Graspielle:
— Ei. Parece que não dormiu bem né?
Raoh:
— Hm? O que você está fazendo aqui? Não tinha se mudado?
Graspielle:
— Só tinha. No fim acabei voltando, sabe como é, nem sempre eles querem que você conheça gente nova.
Raoh:
E provavelmente não era isso que você queria né? — retruquei revirando os olhos desviando o olhar daquela sem noção.
Graspielle:
— Mas e você? Como tu tá?
Raoh:
— Na mesma, tu entende...Nada mudou.
Graspielle:
— É...Que bosta.
— Vamo pra aula?
Raoh:
— Tá né.
Mesmo com algumas feridas causadas por conflitos no passado, não conseguíamos ficar uma sem a outra, éramos como uma força que apesar de tantas merdas, sempre estávamos juntas. Isso era legal, com ela eu me sentia mais confiante, mais segura de mim mesma. Sabia que qualquer merda que acontecesse, ela estaria do meu lado pra bater ou apanhar comigo. E isso era foda demais.

Tigre listrado:
— Eii!! Pega essa bola, Shizuo!!
*Multidão gritando*
Leoroa:
— Mas que merda, desse jeito esse time de esfomeados vai me levar pra lugar nenhum...
Graspielle:
— Talvez isso aconteça, pois o treinador deles não é nada bom.
Leoroa:
— Hein? O que você faz aqui? Não havia se mudado?
Graspielle:
— Ah meu saco, sim sim e blá, blá, blá.
Leoroa:
— Saquei, de qualquer forma, mete o pé porque futebol não é esporte pra "mocinhas".
Graspielle:
— Ah tá! Eu e a Raoh éramos as melhores no time de vôlei. Mako e Gioshi são tryhards no Futebol-americano. E você ainda vem dizer que isso aí não é pra mocinhas?
Leoroa:
— Primeiro, merda. Vôlei é pra garotas. Segundo, não há ligação alguma com Futebol normal e Futebol-americano.
Joshua:
— Sabe de uma coisa? Dizem que os esportes femininos são os mais bonitos por conta da sensibilidade nos movimentos das fêmeas.
Leoroa: 
— Sabia que ninguém pediu sua opinião? Vai treinar cabeça de mangual.
Joshua:
— Pff...Sem graça.
Graspielle:
— Que caralho, me da um shorts.
Leoroa:
— Como é? Pra que?
Graspielle:
— Vou mostrar pra vocês como se joga...
Leoroa:
— ...
Dito e feito! Depois de algumas horas de jogo, consegui mostrar como realmente se joga Futebol, e não precisa ter bolas ou pelos no rosto para jogar bem, eu sei e posso provar.
Desde a minha infância, eu nunca tive muitos amigos, fui adotada por várias famílias, minha última mãe morreu recentemente. Eu nunca cheguei sequer conhecer ou procurar meus pais biológicos, pensava que se eles me abandonaram, era porque não queriam ver...Segui esse pensamento até hoje, e continuo seguindo.
Sinto que algo em mim mudou desde que sai daquele muquifo que eu chamava de "lar"... Um grupo de bandidos me acolheram com a condição de me juntar a eles. Eu entrei de cabeça, era só um filhote, mal sabia no que estava me metendo. Não posso dizer que foi tudo horrível, dentro de cada cafajeste daqueles, tinha um animal bondoso, dócil e fiel. Com eles aprendi muitas coisas, desde somar e interpretar, até parar um sangramento com uma caneta. Pois é, os caras eram da pesada mesmo. Na época a gente usava o que tinha a nossa disposição, que não era muita coisa, mas dava pra sobreviver.
Lá eu fiz um grande amigo, que por conta de conflitos, hoje já não está entre nós. Claro que eu me vinguei, não deixaria isso barato, e jurei que ninguém, nunca mais faria mal a mim, ou aos meus amigos.

16h23min 

Michelito:
— Graspielle? É você?
Graspielle:
— Fudeu. Ah. Olá. Sou eu sim.
Michelito:
— Que estranho te ver aqui, Raoh me contou que tu tinha se mudado.
Graspielle:
— Eu me mudei sim, mas acabei voltando.
Michelito:
— Posso saber porque?
Graspielle:
— Bem...Longa história haha!
Michelito:
— Ainda envolvida com aquilo, né.
Graspielle: 
— Não, claro que não...
Michelito:
— Essa é a quarta vez que ouço isso...Mesmo depois de tudo, você ainda quer que eu acredite em ti?
Graspielle:
— ...
Michelito:
— ...
Graspielle:
— Só quero que me escute...
Michelito:
— Infelizmente não tenho tempo pra mais um "não com frescura" seu.
Graspielle:
— ...
Michelito:
— Falou.
Graspielle:
— Até...Eu acho...
Michelito e eu tínhamos um relacionamento, não era "O relacionamento", mas eu gostava muito disso, gostava bem mais dele, ele sempre foi um cara legal, gostava das mesmas coisas que eu...Me arrependo até hoje por ter traído sua confiança...Espero que algum dia possámos conversar normalmente de novo.

18h18min

Raoh:
— Eae. Não é muito comum te ver em frente ao laguinho.
Michelito:
— Eae mano...
Raoh:
— Tu viu que a Graspielle voltou pra escola? Legal né.
Michelito: 
— Nem tanto.
Raoh: 
— Hm..Vejo que ainda tá bolado com ela.
Michelito:
— Não é bolado, só quero distancia de gente como ela.
Raoh:
— Saquei...
Michelito:
— Não sei como tu ainda é amiga dela também.
Raoh:
— Enfim...Eu falei com ela ontem de manhã.
Michelito:
— Hm.
— Ela perguntou de mim?
Raoh:
— Caramba cara, se decide hehe.

Eu ouvi a conversa dos dois de longe, como felina, minha audição e olfato são mais aguçados do que um animal doméstico, pelo menos isso eu ainda gosto em mim...
Não fiquei refletindo muito sobre. Apenas fui pra casa descansar, afinal, já ouvi o suficiente pra um dia...



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