1. Spirit Fanfics >
  2. Hogwarts: uma outra história >
  3. Capítulo vinte e oito

História Hogwarts: uma outra história - Capítulo vinte e oito


Escrita por: mili_cruzz

Capítulo 28 - Capítulo vinte e oito


- E não esqueçam – dizia a Profa. Wenlock – pássaros sempre são mais difíceis encolher. Por isso, pratiquem bastante para os exames.

A turma do segundo ano se arrumava para sair de sala. Uma das meninas dessa turma não tinha entendido uma palavra. Seus pensamentos só se concentravam em uma pessoa.

- Inquesita! – Chamou Lupita Sanches

- Que é? – Perguntou Inquesita impaciente

- Você não prestou atenção na aula. – Informou Anastácia Sanches

- E o que vocês tem a ver com isso? – Disse a Malfoy ríspida

- Quer que eu te passe depois? – Ofereceu Lupita

Inquesita deu uma risada debochada.

– Eu sou adiantada, meu bem. Muito inteligente, ó - ela estalava o dedo - Não preciso disso!

- Tem certeza? – Insistiu Anastácia

- Tenho sim. Tenho certeza que eu quero que parem de me perturbar! Por que não vão encher o saco do cacete? Puta que...

E depois do último xingamento, Inquesita foi embora, batendo os pés no chão com força.

- Viu o que você fez? - Irritou-se Anastácia

- Eu? Você que que começou! – Acusou Lupita

- E você que insistiu! A culpa é sua!

- A culpa é daquela porre de gente. – As irmãs saíram da sala – Ela que é a mimada! Não eu.

- E isso lá importa? Temos sorte de andarmos com ela.

- Sorte? Tá mais pra azar. O plano era ser popular, não ouvir reclamações, xingamentos e-

- Eu-eu-eu – Anastácia imitou a Malfoy – Eu que diga! Ela é um saco mesmo. E o que podemos fazer? Já não basta ser da Lufa-Lufa. Tudo o que temos que fazer é ficar calada e pronto. Assim, a gente ganha.

- Tá mais pra perder. A minha paciência.

- Enquanto você perde, eu ganho.

Anastácia mostrou uma linda posseira dourada.

- Como conseguiu isso? – Interessou-se sua irmã, ainda hipnotizada pela posseira

- O quê? Isso? Nada de mais. É só ficar calada e vai ter tudo. Ou vai acabar que nem o Bingo.

- O cara que tirou de bv?

- Eca! Que nojo!

- Eca é você! Só cuidado pra não pegar uma praga. Se bem que, acho que você já tem.

- Sua cara. Quando eu for a mais popular, todos vão me obedecer. Só os mais descolados vão estudar em Hogwhats.

- E baniremos todos os lesados daqui. Começando pela Weasley.

- Ela não. A Malfoy primeiro. Até a Weasley já humilhou ela. A Weasley. Dá pra acreditar nessa? Que mico.

- É, você tem razão.

- É claro que tenho. E outra, tem alguém mais lesado que elas juntas, sabia?

- Sério? Quem?

- Você!

As irmãs continuaram a andar, se xingando como sempre. O que elas não sabiam era que Inquesita tinha ouvido tudo.

A menina estava escostada na parede, do lado da porta.

Ficou furiosa. Queria pisar naquela posseira até quebrar, e bater tanto nelas, que iam implorar por perdão. 

Como podiam falar aquelas mentiras? Era Inquesita Malfoy, ora. Não qualquer pessoa.

Bufava como um touro. Seu pulso estava firme. Preparada para o ataque a qualquer momento. E quebrar aqueles dentes perfeitinhos nojentos daquelas duas aliviaria e muito o seu estado.

- Você não ia ver seu irmão não?

Vitália estava do lado dela, de braços cruzados.

- Que susto, garota! – Exclamou Inquesita – Quer me matar do coração, é?

- Ah, é. Você tem um. Esqueci.

- Muito engraçadinha. Tô morrendo de rir.

- Pra alguém que levou uma surra da porta, devia mesmo.

Inquesita corou.

- Dá licença que eu tenho coisas mais importantes para tratar.

Com o nariz empinado, Inquesita começou a se distanciar. Até que, depois de cinco passos, se virou.

- Como você... ué, cadê ela?

Vitália tinha desaparecido.

- Que menina estranha.


Inquesita estava dando passos largos e muito apressados. Quando viu a porta da Ala hospitalar. Enxergou seus amigos, que se aproximavam também.

- Oi. – Cumprimentou Rose sem jeito

- Oi. – Disse Inquesita seca

Mesmo que não tenha demonstrado irritação por Rose, Inquesita ainda guardava um pouco de raiva e mágoa. E os últimos acontecimentos de “paz” não era mesma coisa de desculpas. Então não tinha motivo para Malfoy brigar. 

Ela respondia com atitude (como uma menina Malfoy elegante que sua mãe criou). E a Weasley sabia e sentia isso.

- Como você está? – Preocupou-se Alvo à Inquesita

- Melhor do que meu irmão – Respondeu ela – Não fui eu que quebrei o nariz ontem.

O clima ficou estranho. Rose estava envergonhada, Inquesita estava quieta, e Alvo, sem jeito.

O silêncio constrangedor acabou quando Inquesita fez força para abrir a grande porta, e Alvo a ajudou.

A Srta. Arminda não parecia presente. O que facilitou à entrada deles, e a paciência de Inqueisita permanecer intacta.

Encontraram um menino loiro, inconsciente, na antepenúltima cama da sala. Não tinha muitas pessoas por lá, e as que tinham, dormiam. Estava numa tranquilidade prazerosa.

Inquesita correu até à cama do irmão, e lá se sentou, bem pertinho dele.

- Ele vai ficar bem, né? – Perguntou Alvo

- Claro que vai – Afirmou Rose – Ele só quebrou o nariz. Já vai tá bom na hora do jantar.

Inquesita não tinha palavras na boca, e sim, no seu toque doce e calmo. 

Com o dedo indicador, deslizou pela sobrancelha dele, até o canto do olho. Deu uma volta circular, e desceu pelo nariz. Passou pelos lábios. E, por fim, abriu a mão e deu um leve aperto nas bochechas.

Morgano se mexeu um pouco, e virou para o lado.

- Ele tá bem. – Confirmou Inquesita sorrindo

Alvo e Rose, nada diziam. Aquele era um momento em família, momento de irmãos. Tinham os seus, e sabiam como era.

Mas a relação dos gêmeos Malfoy era... diferente. Um não podia viver sem o outro. Por mais que brigassem, nada os separava. Talvez por serem gêmeos, por serem muito parecidos. Não sabiam. Só era convicto que tinham uma forte e ilimitada ligação que jamais poderia ser cortada.

- Queria ter isso. – Sussurrou Rose, depois de pouco minutos

- Quê? – Perguntou Alvo

- Isso que eles têm. É tão... bonito. Não acha?

- É.

- As pessoas julgam demais. Olha pra eles e... Acha mesmo que se importam tanto assim com dinheiro? Eles se importam... É com a família.

- Nós também.

Rose, para sua surpresa, negou com a cabeça.

- Eu não – Corrigiu ela – Queria ter essa relação com Huguinho. Já não tem mãe muito presente, e eu... nunca facilito pra ninguém.

- Ainda pode pedir desculpas. Nunca é tarde, sabe. Como diz a vovó, antes tarde do que nunca.

Rose assentiu. Se aproximou devagarzinho. Estendeu a mão, trêmula, para tocar no ombro de Inquesita.

As portas foram abertas. Duas pessoas entraram. A primeira coisa que Alvo fez, quando viu quem era, foi fechar a cortina.

- Por que fez isso? Não é proibido-

Alvo tampou a boca de Rose com a mão e a levou até a brecha da cortina.

- Como ele está?

- Reage bem as poções.

- Quando ele chegou?

- Ontem a noite.

- E o que aconteceu com ele?

Era a diretora Mcgonagall que conversava com a Srta. Arminda.

- Eu não sei. Ele não me contou. – Respondeu a Srta. Arminda

- Ele quem? – Questionou a diretora

- O bonitão do prof. Lumière.

- Estranho. Nem notei quanto ele saiu. Ele veio sozinho?

- Sim.

- E o que ele disse, quando chegou?

- Que Scorpions Malfoy estava muito ferido. E saiu correndo.

- Só?

- Sim... Não, espere... Tinha mais alguém.

- Quem?

- Não deu para ver direito. Parecia estar se escondendo atrás da porta. Tinha o cabelo escuro, e era todo arrepiado.

- Só podia ser Tiago Potter.

- Disso eu não sei. Só sei que quando o bonitão viu ele, saiu correndo. Foi uma pena, ele era tão-

- Controle os nervos, mulher.

- Perdão, Minerva. Mas aquilo não é um homem não, é um anjo.

- Verdade. – Mcgonagall deu um sorrisinho – Recapitulando, só eles dois?

- Sim, infelizmente. Quem dera se-

- Tiago deve ter se oferecido para traze-lo para que o irmão não fosse pego.

- Aquele ali, vish. Só dá trabalho.

- Não seja tão ruim, Dory.

- Não sou ruim, sou honesta. Ele e os amigos dele também. Todos bagunceiros.

- Já vieram aqui, não foi?

- Sim. E espero que não venham mais. Para o bem deles, claro.

- Claro que sim. Terei que falar com eles mais tarde.

- Não acha que estão metidos no furto, acha?

- O que você acha?

- Eles podem até aprontar, mas furtar? Francamente. Isso não faz o menor sentido.

- Eu sei. Também acho isso. Só que a maior parte dos professores acreditam que foi ele.

- Alvo. – Chamou Rose

- Agora não. – Disse ele

- E como eu sou diretora, tive que fazer alguma coisa – Continuou Mcgonagall – Ó céus. Saudades quando era no tempo de Dumbledore. Se fosse ele, não tinha Beaumont, nem Clement, nem Runglun nenhum. Era tudo mais fácil.

- Ah, minha amiga. Eu lembro, no tempo que eu era estudante. – (- ela não é mais velha que ele? – Debochou Rose, tirando risadinhas de Alvo) Mcgonagall estava sentada e a Srta. Arminda estava com as mãos nos seus ombros – E não fique se reprimindo. Ainda foi muito boa só o tirando do time.

- Alvo. – Tornou Rose a chamar

- Agora não, Rose! – Disse ele com firmeza

- Agora sim!

Rose virou-o pelo ombro, para que a encarasse.

- O que é? – Perguntou Alvo impaciente

- A poção. Esqueceu?

Alvo despertara de repente, como se estivesse num sonho (ou pesadelo). É verdade. Só estavam ali por causa da maldita poção que tinha que fazer.

- Inquesita. – Chamou Rose

Ela não falava, nem prestava atenção no que dizia Mcgonagall e Srta. Arminda. Estava concentrada no seu querido irmão.

- Inquesita – Rose tornou a chamar – Temos que ir! Temos que ir agora!

- Deixa ela.

Alvo pegou Rose pela mão e a guiou à saída, passando por de cima das camas na frente.

- Eu sei que ele apronta bastante – Dizia Srta. Arminda – ¼ dos meus pacientes vieram por causa dele. Mas furtar? Pra que aquele menino ia querer furtar? Primeiro, que ele é rico. E se fosse para “causar” ia irritar algum professor, ou sei lá o quê. E isso não é dele. Não é mesmo.

- O que posso fazer? Se eu não fizesse, Runglun, com certeza, ia falar com Viquen. E tudo o que eu não quero é o Ministério da Educação bruxa me atormentando. De novo.

Alvo tinha parado em cima de uma cama.

- Alvo – Chamou Rose nervosa – Alvo! Alvo Severo Potter!

Ele não se mexia. Sabia que tinha que ficar para ouvir mais. Fazia a poção depois. A conversa parecia mais importante.

Rose puxava Alvo pela camisa, e ele ainda não se mexia.

- Quem são vocês?

O paciente, que dormia na cama, tinha acordado, com o barulho dos dois. Alvo e Rose arregalaram os olhos, assustados.

- Onde eu tô? Quem são vocês? Cadê minha mãe?

Alvo respirou fundo e disse a primeira coisa que veio à mente.

- Ela morreu.

Obviamente, o paciente começou a chorar.

- Mãe... mamãe. Mãe. Mãe. Mamãe. Mãe. Mãe. Mãe...

- Parabéns. – Ironizou Rose

- Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça. – Explicou Alvo arrependido

- Essa é a primeira coisa que veio na sua cabeça? Sério isso? Só pode tá brincando.

- Mãe... – o paciente soluçava – Mãe... Mamãe... Mãe. Mãe. Mãe...

A cortina foi aberta e a Srta. Arminda apareceu.

- Está tudo bem, querido? – Perguntou ela

O menino ainda soluçava.

- M-Minha mãe... – Disse ele, em meio de mais lágrimas – E-Ela morreu.

A Srta. Arminda deu uma risada, sentou-se do lado do garoto e o abraçou com carinho.

- E quem foi que disse essa mentira? – Quis saber ela

- U-Um menino... de olhos verdes. E-E uma menina... ruiva.

- Só foi um sonho. Um sonho.

- Ele disse “um menino de olhos verdes” e “uma menina ruiva”? – Questionou Mcgonagall

- É. – Respondeu Srta. Arminda - Foi só um sonho, meu querido. Só um sonho.

- Com a gente, ela não é assim. – Reclamou Rose

- Shii!

- Ouviu isso? – Disse o menino – São eles de novo.

- Não fica assim, meu amor – Consolou a Srta. Arminda – Vou pedir para a Sra. Scamander vir, imediatamente. Espere só um minutinho, está bem?

- T-Tá.

Não foi sonho nenhum. Foi que, um pouco antes da Srta. Arminda entrar, Rose e Alvo se esconderam debaixo da cama do menino loiro, que tanto chorava.

A Srta. Arminda saiu e foi até seu estoque de poções de cura.

- Quem é? – Interessou-se a diretora

- Lorcan Scamander – Respndeu a curandeira – Coitado. Foi uma das experiências dele com as plantas. Ele e os amigos dele vivem aqui. Dá até pena. Ele é um pouco... Beaumont, sabe? Se bem que, eu duvido que alguém seja como aquele pirado.

- Descendente de Scamander e Lovegood, não podia dá em outra coisa.

- Verdade. Eu só... Não, nada.

- O que foi?

- Nada.

- Dory.

- É que, como ele é... criativo, e eu nunca deixo ele sonhar, sabe. E eu lembro muito bem de ter dado a ele a poção de não sonhar. Como ele pode ter sonhado com isso? Acho que vou ter que dá uma dose maior, dessa vez. A Katherine que não foi. As poções dela são uma bênção. Como pode isso?

- Ou talvez não seja sonho.

- Minerva? Não, Minerva. Não pode entrar aí. Os pacientes têm que ter descanso. Minerva!

Mcgonagall estava indo à uma cama, e puxou a cortina. Lá, ela viu um menino inconsciente e sua irmã, loira como ele, sorrindo, deixando seus grandes dentes à mostra.

- Tudo bom, diretora? – Cumprimentou Inquesita – Como a senhora está? Chuchu beleza?

Mcgonagall olhou para à porta e viu duas crianças da mesma idade que a primeira. Seus olhos se encontraram com os assustados de Potter.

- Vai! Vai!


Alvo e Rose, depois de cinco minutos de correria, pararam com a alta velocidade. Invés disso, só andavam.

Só que seus passos eram tão estranhos, que chamavam a atenção de todos. Tentavam ter pressa, de um jeito discreto. Só que parecia que tinham levado um tiro na perna.

- Onde você escondeu, Alvo? – Perguntou Rose

Deixe eu voltar um pouco no tempo. No instante que Tiago levou Scorpions, Alvo, Rose e Inquesita foram embora para suas Salas comunais. O problema foi que um gato azul miserável, mais conhecido como Dr. Fiapo, tinha os encontrado.

Inquesita, cuja estava com Tex (rato de seu irmão), teve que ir atrás do dele, pois tinha fugido do gato. E Rose teve que ajudá-la.

Deixando assim, Alvo responsável por esconder os ingredientes. Poderiam deixar no quarto de um dos três, mas acharam arriscado demais.

Voltando à história:

- Num banheiro que ninguém vai. – Respondeu Alvo

- Qual? O banheiro de quando o tio Carlinhos sai? Porque, aquele ali, santo Dumbledore.

- Não, né. O daqui de Hogwhats.

- Eu sei. Só tava tirando com a sua cara.

- Você faz piadas?

- Melhor do que “sua mãe morreu”.

- Qual é. Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça.

- Se isso é a primeira, não quero nem saber o que vem em seguida.

Eles pararam na frente da porta de um banheiro, onde não tinha ninguém no corredor.

- Ah, não. – Reclamou Rose

- Que foi? – Perguntou Alvo

- Você acha que eu sou burra? Eu sei que banheiro é esse.

- Então sabe que é o lugar mais seguro para se fazer.

- De jeito nenhum! Eu não vou entrar aí!

- Qual é, Rose.

- Não, Alvo! Eu sei o que tem aí, e eu não vou entrar aí! Ah-ah. Não rola mesmo.

- Quer que eu te prove que é seguro?

- Não precisa me provar nada.

- Eu vou ter que fazer isso de qualquer jeito mesmo.

Alvo abriu a porta e um choro gritante saiu de lá.

Rose ia fugir, até que Alvo segurou no seu pulso e a puxou para dentro do banheiro, junto com ele.

Era uma menina de Maria Chiquinha, que usava um óculos.

- Que vida cruel!

E ela jogou seu corpo fantasmagórico na privada e foi embora.

- Viu? Ela já foi. – Informou Alvo

Outro choro começou.

- Pelo visto não. – Disse Rose – Que droga, Alvo! Eu disse que não queria vir pra cá. Todas as meninas fogem daqui, e você sabe muito bem o porquê.

- Acho que não é a Murta Que Geme não, Rose

Alvo se escorou na parede do boxe da privada, e Rose também. O menino virou um pouco a cabeça para ver de quem era o dono do choro.

O menino e sua prima ficaram espantados com a situação que observavam. Era última coisa que vinham a pensar.

- Tudo bem – Consolava Victorie – Vai ficar tudo bem.

- Não vai não – Tiago soluçava – Todo mundo acha que sou eu, Torie. Todo mundo.

Se você acha que quando Tiago foi humilhado na frente de todos professores por Beaumont foi triste e penoso, é porque você não viu aquilo.

Tiago estava com os olhos inchados e vermelhos. Seu nariz estava encharcado de meleca. E os seus olhos, de lágrimas. Seu cabelo, estava mais bagunçado que o normal. Devia ter chorado a noite inteira.

Ele estava sentado no chão, abraçando suas pernas. Enquanto isso, Victorie fazia seu trabalho de prima mais velha e o consolava. O abraçava e fazia carinho no menor, que tanto amava.

- Eles são os idiotas. – Disse Torie

- Que podem ferrar minha vida. - Desesperou-se Tiago

- Também não é assim, né, Ti.

- É assim sim, Torie! Todo mundo acha que fui eu.

- É só não liga pro que eles dizem. Você nunca ligou.

- Quem dera que isso fosse verdade.

- E é. Ou você fez alguma coisa quando todo mundo veio de perturbar por ser filho do tio Harry.

- Foi diferente, Torie. As pessoas queriam se aproximar de mim. Agora, elas só... querem... fugir.

- É bom que fujam mesmo. Assim você descobre que quem ficar, é seu amigo de verdade.

- Acho que vou ficar sozinho, então.

- Isso não é verdade! Tem gente que acredita em você.

- Tipo quem?

- Tipo eu.

- Porque eu te contei.

- Nada a ver. Eu sei que não foi você! E todo mundo vai saber a verdade e vão fazer uma festa de desculpa só pra você. O que acha, em?

Durante a conversa de Tiago com Victorie, o foco de Alvo mudou para a bolsa do irmão, jogada no chão, com várias coisas espalhadas. Lá perto da fonte.

Não sabia o qual do motivo de chamar-lhe tanto atenção. Tinha uma carta aberta. E a curiosidade falava mais alto.

Alvo deu um passo silencioso. Rose tentou segura-lo, o puxando pela ponta da camisa. Mas não adiantou. E ele continuou a andar.

- Alvo! Volta pra cá! – Chamou Rose desesperada, num tom tão baixo que mal dava para ouvir

- Acho que está enganada – Tiago deu um sorriso triste – Até parece que vão fazer isso.

- Vão sim – Afirmou Torie – Tá, talvez não. – Tiago deu um risinho de "Eu já sabia", e ela virou o rosto dele para que a encarasse – Tem gente que acredita, sim, em você.

- Duvido.

- Tiago, você não aprendeu nada com aquela carta?

- Ah, sim. Muito. Que meus pais me amam. Que acreditam em mim. E que concordam que é “fácil” – ele fez aspas com os dedos – de todos acreditarem que fui eu. Que tipo de pais, são os meus, em? Ninguém fala esse tipo de coisa pro filho. Ninguém.

- Ei, pera lá. Não foi bem assim.

- Não foi bem assim?! Foi exatamente assim! Caro Tiago, entendemos que eles te culpem. Com amor, papai e mamãe. Como pode não ter sido assim?

- Espera aí. Tá confundindo as coisas. Não foi o que eles disseram.

- Mas foi o que quiseram dizer. Eu sou tonto, mas nem tanto assim. Falaram que eu sou imbecil, Torie. Imbecil – Tiago cobriu o rosto com suas mãos – Pior que sou mesmo.

- Não! Você não é-

- TIAGO, CUIDADO! ELE VAI PEGAR A CARTA!

A pior coisa que podia ter acontecido aconteceu. A Murta Que Geme, que estava com a cabeça para fora da privada, era quem tinha os dedurado.

Alvo estava quase um metro e meio da carta. Rose também tinha sido descoberta, com a cabeça para fora do esconderijo.

- Alvo?! – Disse Victorie

- Rose?! – Disse Tiago

- Rose?! – Disse Alvo

- Victorie?! – Disse Rose

- Alvo?! – Disse Victorie

- Murta! – Disse Murta

Os quatro estavam de pé, com a varinha na mão. O jogo era: quem pega a carta primeiro.

- Não queremos nada. – Disse Victorie – Só vamos embora. Nem vou falar sobre vocês estarem aqui.

- O que tem aí? – Quis saber Alvo

- Nada que seja da sua conta! – Respondeu seu irmão ríspido

- E o que querem aqui? – Interrogou Victorie

- Não nos faça perguntas, que não diremos respostas. – Falou Rose

Rose não ligava muito para a carta. Mas Alvo estava muito curioso, o que despertou o mesmo sentimento na menina. E, por algum motivo, achava que ali teria alguma resposta. Só não sabia sobre o quê.

Alvo olhou para Rose. Ela parecia pensar num jeito inteligente de conseguir a carta. Victorie negava com a cabeça. Tiago, se pudesse, o faria derreter com a raiva que transbordava nos seus olhos.

A única que não parecia tensa era a Murta. Ela, sim, estava animada para ver no que ia dá.

Tiago foi o primeiro a agir, e correu até à carta. Para sua infelicidade, seu irmão chegou antes.

“Tiago,

Soubemos da acusação, e saiba que acreditamos em você. Tivemos até que segurar sua avó para ela não ir até aí reclamar.

Mesmo que tenha treze anos, veja a situação como...”

A carta foi puxada das mãos de Alvo, e ele caiu no chão. Tiago, foi quem o empurrou, ficou de cima dele e o puxou pela gola da camisa.

- Eu sou um monstro! – A cada vez que Tiago repetia aquela palavra, ficava mais assustador – Um monstro, Alvo! Do jeito que você disse! Do jeitinho que você disse pra todo mundo ouvir! Por que não me esquece e finge que eu nunca existi? Finge que tô usando a capa de invisibilidade. Só que é permanente. Faz bem pra sua imagem. Não faz? É ótimo ser o Potter perfeito.

- Chega, Tiago! Chega!

Victorie puxou Tiago por de baixo das axilas, e o puxou para um pouco longe. E o ajudou a se levantar também.

- Posso fazer isso sozinho! – Disse o garoto ríspido – Não preciso de ajuda! Quero dizer... Não de certas ajudas.

Tiago lançou um olhar raivoso para Alvo (que ainda estava no chão, ao lado de Rose) e foi embora.

- Tiago, espera! Não faz assim!

Ele já tinha ido embora, e Victorie decidiu segui-lo.

- Tiago!

Ele tinha parado de andar. Os dois estavam na ponte que servia para ligar dois pontos da escola. Tiago cobria os olhos com as mãos para evitar de chorar.

- O que foi? – Perguntou o garoto, de costas

- Ele é seu irmão.

- Que me odeia – Tiago se virou e encarou ela bem no fundo dos seus olhos – Como todo mundo aqui. E o pior... É que a culpa é minha. Toda minha.

- Isso não é verdade. – Ela ser aproximou um pouco - Ele só tava preocupado.

- Em achar “novas” pistas para me acusar mais ainda. – Ele se sentou no chão e encostou a cabeça no corrimão do corredor – Ele e os amigos dele. Todos contra o monstro.

Victorie se apressou para sentar ao seu lado.

- Não fala mais isso! – Mandou Torie – Não fala mais isso nunca mais! Ouviu bem? Você não é monstro coisa nenhuma! E como você sabe que era isso que ele queria? Quem sabe, ele veio atrás para... fazer as pazes com você.

- O Alvo? Duvido. Ele é orgulhoso demais pra isso. Conheço bem ele. Tá pensativo demais, curioso demais. Tá atrás de algo. Alguém, pra ser sincero.

- Tiago, acho que você precisa de ajuda. Está acreditando na própria mentira que fizeram contra você. Como pode isso? Me explica.

- Sei lá. Vai ver que é tão elaborada que convence até mesmo eu.

Victorie riu, o que levantou um pouco a astral do primo. 

Passou os braços em volta do seu pescoço e deitou a cabeça no ombro dele.

- Que família, meu Deus! – Disse ela

- Esse é o preço de ser uma Weasley. O tanto de gente é o tanto de brigas.

- E o amor e o carinho é multiplicado mil vezes – Ela deu um beijo na bochecha dele – É assim que a nossa família funciona: a gente briga e depois brinca.

- Não depende só de mim, sabia?

- Eu sei que você queria tá com ele.

- Só se for pra ele me jogar de uma ponte. Já disse, ele me odeia.

- Odeia nada. Só tá... magoado.

- Magoado? Eu fui acusado e expulso do time injustamente, e ele que tá magoado? Que palha mais assada.

- Tiago.

- Quê?

- Você sabe. Suas brincadeiras não ajudam. Na verdade, foi por causa delas que vocês brigaram.

- Não, nós brigamos porque ele é chato.

- Tiago.

- O quê? Todo mundo ri. Qual o problema dele?

- E você?

- O que tem eu?

- O que você acha da suas brincadeiras? Acha legal?

- Claro que sim! Por que não faria, se não fosse?

- Não sei. Me diz você.

- Eu...

- Você...

- Eu... Nem faço mais isso.

- Porque anda muito ocupado. Falando nisso, por que não conta pra ele?

- Contar o quê?

- Você sabe o quê. Devia contar pra ele. Assim, ele desencana dessa ideia, que você acha que é verdade. E aproveita, e fazem as pazes.

- Nem pensar! Imagina o que vão falar ser descobrirem. E outra, só contei pra você porque precisava desabafar. E... porque é a pessoa que eu mais confio. E se o Alvo descobre, ele vai correndo contar pros meus pais. Imagina o que a minha mãe vai fazer comigo. Não quero nem pensar.

- Não vai não. E sabe por quê?

- Ah, minha mãe vai sim. Acho que você esqueceu quem é a Gina Potter.

- Tô falando do Alvo, bobão. Sabe por que ele não vai contar?

- Porque ele é um bundão?

- Ah, não. Porque ele é seu amigo. E, porque, se ele fizer isso, eu dou detenção pra ele até sair de Hogwhats, todos os dias. Sem exceção.

- Isso não é abuso de poder?

- Quem liga? Esse emblema tem que servir pra alguma coisa.

Tiago riu.

- Obrigado, Torie – Agradeceu ele – Não sei o que faria sem você.

- Owonn! Tem um primo mais fofo que o meu, santo Dumbledore?

Ela beijou a bochecha dele de novo.

- Claro que não – Respondeu Tiago – Ninguém é como Tiago Potter.

- Não mesmo.

- Bem que eu podia ganhar mais um beijo, né, Torie?

- Um? Pra você, eu dou mil!

- Só?

- Deixa de reclamar, Ti.

Torie começou a distribuir vários beijinhos pelo rosto do primo. A cara dele já estava cheio de batom rosa.

Ele sofria muito com a briga do irmão e a expulsão do time. Mas tudo melhorava quando Torie chegava com seus beijinhos doces.

- Te amo, Torie. – Declarou Tiago

- Também te amo, Ti.

- Não perde tempo mesmo, não é, Potter?

Guleng estava na frente da saída da ponte. Tiago logo se pôs de pé.

- Sempre nos braços de uma. – Provocou o garoto de cabelo lambido

- Olha como fala da minha prima! – Repreendeu Tiago – Não tem nada pra fazer não, quatro-olhos?

- Tenho e estou – Respondeu Guleng – A ordem. E ela prevalece.

- E a minha mão na sua cara também. Seu qua-

- Deixa ele, Ti – Victorie segurou o braço do primo, já prevendo a catástrofe – Ele só quer te provocar. Cuida da sua vida, Guleng!

- Ah, eu cuido. Assim como seu namoradinho cuida do das amigas dele. – Irritava, o garoto – Ah, você não sabia? Desculpe, não queria me meter. É que eu achei um pouco estranho ele sair com tantas assim. O que elas dizem mesmo? Ah, lembrei. Ele é um sonho.

Victorie não podia evitar de ter ciúmes. Era o seu namorado... E não... Seu escravo. Teve que manter a cabeça no lugar. Afinal, como a mais velha e, monitora, dali, tinha que impedir a briga.

- E sabe por que ele faz isso? – Disse Victorie – Porque ajuda elas. Faz as pessoas rirem. Deixa os outros felizes. Diferente de você, que só sabe ficar babando os professores. É tanta baba, que teve que passar nesse seu cabelinho ridículo pra não manchar suas roupas engomadinhas.

Tiago começou a rir.

- Estranho. Não era pro filho de cachorro ficar babando?

Aí já era a gota d'água.

- Chega – Tiago erguera sua varinha - Vai engolir essas palavras, Guleng!

- Não antes de você! – Guleng também segurava sua varinha – Filipendo!

Tiago não foi acertado. Victorie o puxou para o chão, antes disso.

- Protego!

O feitiço voltou para Guleng, e ele foi arremessado no ar e caiu no chão.

- O que significa isso?

Era Runglun. Ele vinha do lado oposto da ponte. Já estava decido. Tiago Potter voltaria para casa naquele dia mesmo.

- O que significa isso? – Repetiu o professor – Estava em duelo, Potter!

Não era nem uma pergunta, era uma afirmação mesmo.

- Não. – Mentiu Victorie (o que não era cem por cento mentira)

- E esta varinha na mão dele é o quê, Weasley? – Interrogou Runglun

- Eu vou explicar, senhor. Acontece que, Guleng praticou um gesto racista e eu dei uma detenção a ele. Nada mais do que justo, não acha?

- Sim. Continue, continue.

- Eu dei uma detenção para que ele ficasse aqui, no dia dos namorados-

- O quê, em?

Guleng estava se escondendo detrás de um pilar da ponte, e não pode deixar se Intrometer onde não era (exatamente) chamado.

- Calado, rato de teste! – Ordenou Runglun – Continue, continue!

- Enfim, ele ficou com raiva e tentou me acertar. E o meu priminho – ela passou o braço por de cima do pescoço de Tiago - fofinho, cuti-cuti da minha vida, foi me defender. Só que eu o puxei. Ele só foi um herói. Ia me salvar.

Runglun ia abrir a boca, mas Victorie o interrompeu.

- E ele não faz nada de errado, tecnicamente. E como monitora da Corvinal, e, se o senhor concordar, claro, futura monitora-chefe, acho que Tiago devia ser recompensado. Com cinco a pontos à Grifinória.

- Fique feliz só por eu não fazer nada, Weasley.

- Sim, senhor. Muitíssimos agradecimentos, senhor.

- É, é. Guleng!

O garoto ainda se escondia detrás do pilar, e chegava até tremer de tanto medo que sentia.

- Guleng!

A voz de Runglun ficou tão grossa, que Guleng não teve outra alternativa a não ser ir até lá.

- Isso é verdade? – Interrogou Runglun

Guleng assentiu.

- Diga com a boca!

- S-Sim, senhor.

- Inacreditável! Isso é uma vergonha!

- Eu sei, senhor.

- Cale a boca! Jamais ouse interromper um superior, entendido? Jamais! Nunca pensei que teria que passar por isso! Um aluno da minha casa, passar por esta situação? Seria melhor que me enterrassem vivo. Está de detenção no dia dos namorados!

- Mas é-é no dia de ir pra Hogsmeade.

- E eu com isso? É para aprender a não ser tão burro. E você, Potter, se safará.

- Obrigada, professor. – Agradeceu Victorie novamente

- Desta vez! – Completou Runglun – E quanto a você, Guleng...

- Sim, senhor?

- Me acompanhe!

- S-Sim, senhor.

De mau gosto, Guleng acompanhou o professor. E não pode evitar de amarrar a cara quando viu o sorrisinho de Tiago.

- Te amo, Torie.

Tiago se jogou nos braços dela e a abraçou.

- Você é demais! – Elogiou ele – Essa foi a melhor coisa que aconteceu desde... – Tiago voltou a desanimar – A expulsão.

- Olha aqui pra mim – Victorie pegou no rosto de Tiago – Aquilo foi armado. Guleng te seguiu para que te provocasse, e Runglun tivesse um bom motivo pra te expulsar.

- Aqueles doentes. E desde quando a monitora da Corvinal mente?

- Eu não menti. Só... troquei a ordem dos fatores.

- Sei... – Tiago deu um sorriso triste - Bem... pior não pode ficar.

- Não fica assim, Tiagão – Ted veio por trás e alisou o cabelo de Tiago – Tudo vai dá certo!

- Eu espero – Tiago bagunçou seu cabelo – Quando foi que você chegou?

- Quando vi o Tomatão saindo daqui, gritando com intrometido ali – Respondeu ele – Queria ver qual era a boa da vez.

- É capaz que eu passe o Dia dos namorados com Guleng. – Disse Tiago

- Não vai não – Torie tentou ajudar – E se ficar, pode deixar que eu fico com você.

Ela deu um beijo na testa dele.

- Ei – Ted se fingiu de ofendido – Desse jeito eu fico com ciúmes.

- Oh, Dinha – Ela beijou o pescoço dele – Não fica assim – Se aproximou da orelha dele – Tem coisas que a gente só faz pra uma pessoa.

Ted se arrepiou todo, e Victorie deu um sorriso malicioso.

- E eu posso saber o que vocês tanto falam aí? – Interrogou Tiago, de braços cruzados

- Não – Ted puxou Victorie pela cintura – Mas eu posso te mostrar. Vê e aprende, moleque.

Ted deu um beijo em Victorie, e ela deu passagem de língua, o qual foi correspondida.

Ele mexia no cabelo macio dela, enquanto ela o abraçava.

Tiago os afastou e ficou no meio.

- Eu tô aqui, sabia? – Irritou-se ele – Não é só porque eu autorizei esse namoro, que vocês tem que ficar se agarrando por aí.

- E desde quando você dá autorização pra alguma coisa, moleque? – Perguntou Ted

- Desde que ela é prima. E temos regras à seguir! Primeiro: nada de beijos!

- Nem se for na bochecha? – Perguntou Victorie

- Só se for na minha. – Respondeu Tiago

E assim foi. Tiago recebeu mais um beijo.

- Que isso, cara? – Brincou Ted – Fui trocado por moleque de treze anos, que nem tem pegada direito. Oloko.

- Pois é, ela é minha – Tiago puxou Victorie para perto pelo braço – E quem disse que eu não tenho?

- Eu – Ted puxou a namorada pelo outro braço – E ela é minha.

- Não é mesmo – Tiago puxou de volta – É minha!

- É minha!

- Minha!

- Minha!

- Minha!

- Minha!

- Minha!

Não se sabe até que ponto durou, mas pode ter certeza que acabou quando Victorie vomitou de tão tonta que ficou.


- Quer falar sobre o que aconteceu? – Perguntou Rose

- Não. – Respondeu Alvo

Os dois primos estavam sentados no chão, preparando a poção aparatatium.

- Tem certeza? – Insistiu Rose – Você não fala já faz um bom tempo.

Rose não era a pessoa mais “sensível”. Embora tenha ficado chateada com pequenas coisas, era um pouco bruta “para uma menina”.

Sua mãe trabalhara muito, e passou bastante tempo com seu pai e seu irmão, aderindo alguns hábitos considerados “masculinos”.

- Aham. – Respondeu Alvo

- Tá bo-

- Eu só acho engraçado - ( - Pensei que não quisesse conversar. - Pensou a menina) - que quando eu não quero, ele quer. E quando eu quero, ele não quer.

- Você... Quer o que, Alvo?

- Eu... Não sei. Me passa as margaridas, por favor? – Rose o entregou as pétalas – Obrigado.

Alvo rasgou as pétalas em pequenos pedaços e jogou no caldeirão. O líquido, que era azul, se tornou roxo. Mexeu no sentido horário duas vezes e meia, e um gás gasoso subiu.

Alvo e Rose tossiram e tentaram espantar o gás com as mãos.

- Que gororoba é essa? – Perguntou Rose – Parece até a comida de mãe.

- Quer saber de uma coisa bem legal? – Disse Alvo – Vai ficar ainda pior.

- Que nojo.

- Olha, parece que alguém anda falando com uma certa Malfoy.

- Nem vem. Ela é chata, e... mal olha na minha cara.

- Não fez mais do que deveria.

- Valeu pela ajuda.

- O quê? Tô brincando.

- Alvo.

- Quê?

- E o Malfoy?

- O que tem ele?

- O que acha dele?

- Sei lá. Somos amigos.

- Tipo... melhores amigos?

- Sei lá. A gente é bem amigo sim. Mas e você?

- Eu o quê?

- Seus amigos?

- Ah. Não preciso disso.

- Nossa, que pesado. Badgirl.

- Nem tanto. – Disse ela aos risos

- É sim. Rose, a Weasley solitária. Em breve nos cinemas.

- Não é bem assim, ok? Eu tenho a Tina Thomas, a Sarah Finnigan, vocês.

- E?

- Mais ninguém. Não, espera. Eu tenho o Huguinho.

- E aquele lance de queria ter isso com o Huguinho?

- Ah, você sabe. Eu não sou próxima dele, mas somos amigos. É melhor ter vários amigos falsos ou poucos verdadeiros?

- Tá, você ganhou essa.

- Sempre ganho.

- Muito espertinha.

- O que está esperando? Termine com isso logo com isso, antes que eu tire mais pontos de você! – Falou o Crítico Snape

- Devia jogar isso fora. – Aconselhou Rose

- Nam, eu gosto dele. Pronta pra sentir o pior cheiro da sua vida?

- Pior que o pum da tia Muriel, impossível.

- Verdade.

Eles riram.

- Aí vai. – Avisou Alvo

O menino pegou pela pontinha do fio de ânus de troll e jogou no caldeirão. E não saiu nenhum gás (quem dera se fosse), subiu um enorme fedor insuportável.

- Mas que po... – Inquesita estava na porta, com a mão no nariz – Parece a caatinga do banheiro, quando o vovô Lucio sai. Que hor-ror!

- Parece o cheiro de um cachorro morto, que comeu um gambá morto, que comeu um gato morto, que comeu um rato morto, que comeu um ninho de baratas mortas. – Disse Rose

- Como você sabe o cheiro? – Perguntou Alvo

- Sei lá – Respondeu ela – Tia Muriel que disse que o pior cheiro que pode existir é esse. E esse é o pior cheiro que já senti.

- Eca! – Reclamou Inquesita – Se tem algo mais nojento que isso, é esse banheiro.

- Jura que o banheiro que é nojento? – Falou Rose

- Foi mal. Não tava a fim de falar das suas meias esquisitas, fora de moda.

Com as orelhas vermelhas, Rose escondeu um pouco mais as pernas na saia.

- Chega pra lá, cenoura falante. Tô afim de sentar.

Rose se afastou um pouco e Inquesita se sentou no seu lugar.

- E aí? Trouxe? – Perguntou Alvo

- Acha que sou idiota? É claro que sim. Só tive que esconder em um lugar seguro pra ninguém suspeitar.

- E cadê? – Perguntou Rose

- Fechem os olhos, não vou contar pra vocês onde guardo minhas coisas.

- Eu mereço. – Murmurou Rose

- Anda logo. – Disse Alvo

- Tá.

Os primos fecharam os olhos.

- Podem abrir. – Avisou Inquesita

Abriram e avistaram Malfoy segurando um lençol amarelo muito bem dobrado.

- Onde guardou isso? – Perguntou Rose

- Se eu contasse, teria que matar vocês – Inquesita não parecia estar brincando – E também, se eu contasse, não teria pra que fecharem olhos, não acham? É a lógica, colega.

Rose revirou os olhos e suspirou.

- Tá, mas tinha que ser um lençol? – Questionou Rose – É uma capa de invisibilidade, não um lençol.

- Se tá incomodada, trás na próxima vez. Não sou obrigada a nada. E o Jersey é tão burro que é capaz de nem notar diferença.

- Vassoura. – Pediu Alvo

- Aqui. 

Rose lhe entregou a vassoura.

- Lençol.

- ‘Xá na mão.

Inquesita jogou o lençol.

- Agora, vamos nessa.

Alvo jogou o lençol no caldeirão e o empurrou mais, com a vassoura. Ficou girando o lençol pelo caldeirão até não restar mais um pingo de aparatatium.

- E agora? – Perguntou Inquesita

- Bom, - falou Alvo – agora é a troca. Rose?

  Os dois encaram a Weasley. E ela engoliu um seco, um pouco nervosa.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...