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História Hold me Tight - Amizade inesperada


Escrita por: KiitaT

Notas do Autor


E ai, galerinha! Prontos pra mais um capítulo? ;D
Tenho muita coisa pra falar não, só que... os que forem Jihope shippers podem ter alguns sentimentos conflitantes. UHSAUUAHSSAHAUHAUASUHU
Sorry. </////3

Enfim, vou ficar quietinha agora. Boa leitura~

Capítulo 16 - Amizade inesperada


Fanfic / Fanfiction Hold me Tight - Amizade inesperada

- Jimin POV -

Meu coração batia acelerado no peito quando deixei o decrépito complexo de apartamentos em que Suga morava. Tentei respirar fundo uma vez que estava à céu aberto, pensando que a dificuldade de respirar era devido à claustrofobia causada pelo ambiente fechado e sufocante do edifício, mas minha respiração saía breve e superficial, o que só contribuía para o meu estado de pânico. Me direcionei até um beco recluso que ficava adjacente ao prédio, recostando-me na parede de tijolos pichados enquanto sentia o nó que se formava na garganta e o suor frio que grudava em minha pele. Tombei meu corpo para frente, apoiando as mãos nos joelhos, quando fui assolado por uma súbita vontade de vomitar; felizmente não havia nada no meu estômago, então tudo que eu produzia eram aqueles sons nauseantes provocados por uma ânsia de vômito. Levando uma mão trêmula até meu peito, comecei a fazer movimentos lentos e circulares como eu havia aprendido quando era pequeno. Esse tipo de ataque de pânico era muito frequente quando eu era menor, mas já não conseguia me recordar quantos anos faziam desde que eu não sofrera mais nenhum.

Eu realmente não sabia porque estava tendo uma reação tão forte assim, já que não havia problema nenhum em Suga ter uma namorada... certo? Quer dizer, confesso que fui pego de surpresa, e confesso também que ultimamente tenho pensado nele mais do que gostaria de admitir... Mas sem dúvidas, tudo o que eu sentia por ele era amizade, uma pitada de curiosidade... talvez até uma pequena atração. Mas era só isso. Não era?

Algo no fundo de minha mente ria de mim, debochando da minha própria inocência. De repente eu senti como se abrisse os olhos pela primeira vez; a cortina de negação que antes me cegava havia desaparecido. Então eu entendi tudo. Pela primeira vez nesses dois meses que conheço o loiro, entendi que meu interesse por ele não era apenas baseado na curiosidade e na vontade de desvendar aquele mistério chamado Suga. E foi necessário que eu o visse com outra pessoa para que eu compreendesse que o que eu sentia por ele ia além de mera atração.

Eu já havia me acalmado um pouco, mas tal realização trouxe lágrimas ao meus olhos. Lutando para impedi-las de cair, agradeci à todos os deuses pelo fato de que acabara de fazer minha última entrega; tudo o que eu menos precisava agora era bater de porta em porta forçando sorrisos quando na verdade eu queria gritar. Me sentindo estável o bastante, peguei a bicicleta que usava para fazer as entregas e pedalei até o restaurante, pronto pra trocar o uniforme e voltar pra casa. Chegando lá, fiz o meu melhor para passar despercebido e ir embora o mais silenciosamente possível, mas obviamente isso era pedir muito.

- Você está bem, Jimin-ah? – ouvi Qian, a gerente do restaurante, chamar atrás de mim, voz pingando preocupação. Lancei meu melhor sorriso em sua direção, mas eu acho que não fora assim tão convincente.

- Sim, não se preocupe, sunbae. Só estou um pouco cansado. – tentando fugir daquela situação constrangedora o mais depressa possível, fiz uma breve reverência pedindo licença. – Me desculpe, mas agora eu preciso me trocar. – sem esperar uma resposta da mais velha, me dirigi até a área exclusiva para funcionários e rapidamente troquei o uniforme por roupas casuais, grato pelo fato do restaurante estar cheio o suficiente para que eu pudesse sair sem interrupções. Pedalei o mais rápido que pude pra casa, ansiando o conforto que um banho quente e uma cama macia me trariam.

Horas mais tarde, aconchegado no escuro do meu quarto e ouvindo a respiração pesada de Jungkook ao meu lado, eu permiti que minha mente divagasse pelos mesmos pensamentos que me torturavam desde que saí do apartamento de Suga. Junto com a realização dos meus sentimentos por ele, veio também a realização de que não podia sequer chamá-lo de amigo. A triste e dura realidade era que, por mais que eu me esforçasse para construir uma amizade com o loiro, parecia que Suga sempre tomava cuidado para me manter à uma distância segura de si, sempre me afastando, sempre me ignorando, e nunca permitindo que eu conhecesse sua verdadeira identidade. Eu nem sequer sei seu verdadeiro nome.

 

Manhãs de domingo eram sempre as piores. No momento eu me encontrava jogado de qualquer jeito no sofá, assistindo à reprise de um dorama, completamente sozinho e entediado, pois meus dois colegas de quarto ainda dormiam – Taehyung porque chegou do trabalho junto com o nascer do sol e Jungkook porque ele era o tipo de pessoa que gostava de dormir até mais tarde nos finais de semana. Eu ainda vestia pijamas e não havia sequer lavado o rosto; estava desmotivado demais pra fazer qualquer coisa além de vegetar no sofá o dia inteiro e pensar em coisas que não devia. Me sobressaltei quando ouvi o toque do meu celular – uma balada do meu cantor favorito, Taeyang – mas não pude impedir um pequeno sorriso de puxar o canto dos meus lábios ao ver a foto de Hoseok no visor.

- Hyung?  

- Jimin-ah! – sua voz era alta e estridente como sempre, e tinha certeza que ela podia ser ouvida à metros de distância. – Tá ocupado?

- N-não... – balbuciei, um pouco incerto. O que ele queria?

- O que foi, Jiminie? – Hoseok pareceu perceber algo estranho em minha voz, pois agora a sua soava um pouco preocupada. – Aconteceu alguma coisa?

- Não é nada, hyung. – tentei rir para disfarçar a tristeza na voz. – Minha cabeça está um pouco cheia, só isso.

- Ah, eu tenho o remédio perfeito pra isso. – o ouvi dizer animado. – Tá afim de dançar?

- O quê? Agora? – perguntei exasperado, ouvindo sua risada do outro lado da linha.

- Sim, por que não? Tem algo melhor pra fazer?

- Não! N-não é isso! – suspirei, torcendo para não tê-lo ofendido. – Onde podemos nos encontrar?

- Me mande seu endereço que eu passo ai pra te buscar. Até mais, Jiminie! – Hoseok encerrou a chamada sem ao menos esperar uma resposta. Tomado de surpresa pela sua natureza espontânea, não tive outra escolha a não ser enviá-lo uma mensagem com as instruções para chegar até minha residência. Percebendo que eu ainda estava de pijamas, grunhi e me dirigi ao quarto a fim de tomar um banho e me trocar da forma mais silenciosa possível. Eu estava pronto pouco tempo antes de receber uma mensagem de Hoseok, dizendo que me esperava lá embaixo. Calcei os tênis e saí apressado porta a fora, encontrando-o dentro de um sedã prateado. Notando minha aproximação, o ruivo abriu um de seus mais largos sorrisos e se inclinou sobre o banco do carona a fim de abrir a porta pra mim. Acomodei-me ao seu lado, retornando seu sorriso com o meu próprio, um pouco mais acanhado, sem saber o que dizer.

- Gostei do seu prédio. Você mora com seus pais? – perguntou enquanto tirava o carro da vaga. Era incrível como Hoseok era bom em iniciar conversas.

- Não, moro com dois amigos meus, Taehyung e Jungkook. Você os conhece, eles foram me ver na competição.

- Ah, sim. – disse casualmente enquanto virava uma esquina. – Você não é daqui de Seoul, é?

- Busan. – respondi, me sentindo um pouco nostálgico. – Me mudei pra cá recentemente, pra cursar dança.

- Aigoo, um universitário. Você deve ser tremendamente popular entre as garotas. – brincou, lançando-me um de seus sorrisos travessos. Não consegui impedir o rubor que tomava minhas bochechas. Tossi um pouco para disfarçar.

- C-claro que não, hyung. Eu sou praticamente invisível. – respondi sem jeito, arrumando os óculos sobre o nariz.

- Eu acho muito difícil de acreditar nisso, Jiminie. – disse num tom sugestivo, enquanto guardava o carro na garagem de um singelo prédio, uma pequena construção de três andares que ficava espremida entre outros dois edifícios maiores. Eu gostaria de perguntar o que ele queria dizer com aquilo, mas me peguei observando o espaço ao meu redor, questionando-me que tipo de lugar era este, e por que não estávamos numa academia. Enquanto a porta automática da garagem se fechava, Hoseok me conduziu até um corredor lateral, separado da garagem por uma grande porta metálica de correr. Nesse corredor não havia muita coisa: além da abertura pra garagem, havia uma porta que levava para rua, uma escada de metal que levava ao andar superior e uma terceira porta ao lado da escada. O ambiente tinha um ar meio industrial, meio brutalista; o chão era de cimento queimado e as paredes também, com algumas artes de rua colorindo sua superfície. Hoseok então me direcionou até a porta que ficava no fundo do corredor ao lado da escada; ao abri-la, notei que se tratava de um estúdio de dança – era um pouco pequeno, mas servia perfeitamente para dois garotos.

- Que lugar é esse, hyung? – não consegui conter a curiosidade.

- Minha casa. – respondeu casualmente, sorrindo ao notar minha expressão surpresa. – Por quê? O que você esperava?

- Eu não sei... – desviei os olhos para o chão, incapaz de sustentar seu olhar enquanto sentia minhas orelhas queimarem de vergonha. – Quando você me chamou pra treinar, eu achei que nós fôssemos pra algum estúdio de dança.

- Nós estamos em um. – Hoseok piscava os olhos, sem entender.

- Eu quis dizer um mais... público. – houve uma breve pausa antes que pudesse ouvir a gargalhada escandalosa do mais velho. Corei ainda mais.

- O que foi, Jiminie? Tá com medo de que eu faça alguma coisa com você? – Hoseok se aproximou, sua voz perversamente sensual ao pé do meu ouvido. – Não se preocupe, não vou fazer nada que você não queira.

- Pare com isso, hyung. – empurrei-o pelos ombros, a fim de criar alguma distância para que eu pudesse respirar normalmente. Ele apenas riu, afastando-se para escolher alguma música no rádio. Quando a batida encheu o ambiente, Hoseok começou a mexer os quadris e ombros, como se dançar fosse sua segunda natureza, como se fosse tão natural quanto respirar.

- Escuta, Jiminie. – ele se aproximou com um olhar determinado. – Eu sei que você é um grande dançarino, e que ainda tem muito potencial guardado. Mas se você realmente quiser trabalhar comigo, vai ter que se adequar às minhas rotinas de treino. Você acha que aguenta?

- Me sinto ofendido. – coloquei a mão sobre o peito em deboche, fazendo uma careta. – Eu já disse que não vou te decepcionar.

- Esse é o meu garoto. – Hoseok riu de canto, voltando sua atenção para o enorme espelho que cobria a parede e ficando em posição. – Cinco, seis, sete e oito. – ele então começou a demonstrar uma de suas coreografias, e eu me esforçava para segui-lo de perto. Seus movimentos eram rápidos e complexos, mas dava pra ver que Hoseok ficara impressionado comigo. Dançamos a manhã inteira, repassando algumas de suas coreografias mais famosas e inventando outras no processo. Naquele momento eu me sentia mais leve, livre de pensamentos que me traziam tristeza. Em pouco tempo me vi rindo com ele, debochando de suas reboladas quando a música de um grupo feminino começou a tocar; não foi necessário nenhum argumento para que eu me juntasse à ele nas coreografias sensuais. Não me divertia assim há séculos.

- Ah, estou morto. – ofeguei, deitando-me de costas no chão de madeira para recuperar um pouco do fôlego. Era começo de tarde, e tendo passado a manhã inteira dançando sem descanso, eu estava com sede, com fome, e muito suado.

- Vem, vamos tomar uma ducha. Depois eu esquento algo pra gente comer. – olhei confuso para a mão estendida de Hoseok, mas aceitei-a mesmo assim, deixando que ele me puxasse para ficar de pé.

- Não precisa. Eu posso tomar banho em casa... – comecei, mas calei-me ao receber uma encarada da parte do mais velho.

- Eu não aceito não como resposta, Jimin. – e com isso ele me puxou em direção às escadas no corredor, tomando o cuidado em tirar os sapatos antes de subi-la. Fiz o mesmo e o segui, sendo tomado de surpresa pelo ambiente que me aguardava no pavimento superior. O sentimento brutalista mantinha-se, com vigas de concreto expostas e uma parede de tijolo aparente decorando a sala. Esta dividia todo o espaço com uma cozinha no estilo americano, como o meu apartamento, porém ambos os ambientes eram muito mais espaçosos; o teto acima de nossas cabeças era alto, com pé direito duplo, e eu pude notar uma segunda escada que levava ao mezanino que provavelmente abrigava o quarto. A parede da fachada que dava pra rua era completamente tomada por vidro, o que proporcionava uma ótima claridade para o ambiente. Ela também dava acesso à uma pequena varanda que ficava acima da garagem, decorada com uma mesa e algumas plantas em vasos. Todas as paredes restantes eram claras, simples, mas em quase todas havia um grafite colorido para dar-lhes vida.

Hoseok me conduziu até a cozinha, colocando dois copos altos de vidro sobre a bancada e enchendo-os com água gelada. Aceitei o meu copo com gratidão, pois estava com a garganta seca de sede. – Você pode tomar uma ducha no banheiro da suíte. – falou entre goles do líquido, me sobressaltando um pouco. – O chuveiro de lá é melhor.

- E você, hyung? – perguntei, deixando o copo agora vazio sobre a mármore.

- Não se preocupe comigo, Jiminie. Tem outro banheiro aqui embaixo. – disse, já me puxando na direção da escada que subia até o mezanino.

- Ma-mas eu não trouxe roupas pra trocar... – insisti, me sentindo desconfortável por causar tamanho incômodo.

- Eu te empresto as minhas. Agora pare de arranjar desculpas, isso tá ficando chato. – Hoseok comandou numa voz que não me dava chances de contestar. Calei a boca e o segui pelas escadas, chegando ao seu quarto. No centro do cômodo estava disposta uma cama de casal, com lençóis claros perfeitamente arrumados. Dois criados-mudos rodeavam-na, um de cada lado, e num canto ficava uma mesa com o computador de última geração e uma cômoda. Havia também uma pequena entrada que abrigava duas portas: uma que dava para o banheiro, e outra para o closet, onde Hoseok acabara de entrar. Reparei com um pouco de autoconsciência que tudo em sua casa era extremamente organizado, inclusive seu closet, onde eu podia ver araras de roupas separadas por cor, quase como se ele tivesse algum tipo de TOC. Hoseok voltou com duas mudas de roupa nas mãos, me estendendo uma enquanto ficava com a outra para si.

- Aqui, você pode pegá-las. Eu espero que sirva. – sorriu simpático. – Pode ficar à vontade, ok? Já tem uma toalha limpa no banheiro. Qualquer coisa estarei lá embaixo. – e com isso ele me deixou sozinho em seu quarto, fechando a porta atrás de si.

Suspirando em resignação, entrei no banheiro apenas para me maravilhar com seu tamanho. Ele era equipado com uma banheira e um chuveiro, e a extensa bancada da pia era tomada por loções e cosméticos de todos os tipos; isso me pegou desprevenido, pois não imaginava que Hoseok era tão vaidoso. Deixando minhas roupas suadas no chão do banheiro, optei por uma ducha quente. Deixei que a água escorresse por minhas costas, lavando toda a fadiga acumulada. Escolhi um shampoo com cheiro cítrico no meio da sua vasta coleção e lavei os cabelos, massageando o couro cabeludo enquanto deixava que o cheiro agradável me rodeasse. Retirando toda a espuma, desliguei a água e me enrolei na toalha branca e felpuda que estava disposta ao lado do box. Me sequei rapidamente e vesti as roupas que Hoseok me emprestara: uma camiseta verde com estampa e uma bermuda branca. A camiseta ficara ligeiramente justa no meu corpo, já que eu era mais musculoso que ele. Estendi a toalha para secar e peguei minhas roupas sujas no chão, sem saber o que fazer com elas. Desci as escadas para encontrar o ruivo na cozinha, esquentando alguma coisa no micro-ondas.

- Hm... Hoseok-hyung. – chamei, atraindo sua atenção. Ele vestia uma bermuda cáqui e uma camisa de manga comprida listrada de branco e cinza, seus cabelos vermelhos que estavam tão molhados quanto os meus, lhe caíam sobre a visão. – O que eu faço com isso? – indiquei o bolo de roupas que eu tinha nas mãos.

- Deixe junto com as minhas na lavanderia ao lado do banheiro. – indicou a direção com a cabeça. – Depois eu ponho pra lavar. – segui suas instruções, encontrando uma cesta de roupas sujas ao lado da máquina de lavar; deixei ali minhas roupas e voltei para a cozinha, onde agora Hoseok dispunha pratos na pequena mesa de jantar, juntamente com a comida que cheirava maravilhosamente. Assim que me sentei na mesa, o mais velho me lançou um sorriso apologético. – Me desculpe, eu não sei cozinhar. Então apenas esquentei as sobras do restaurante onde jantei ontem.

- Não tem problema, hyung. – assegurei-lhe, atacando a comida com os hashis e emitindo um som de aprovação. – A comida tá deliciosa. – Hoseok sorriu, e passamos a comer num silêncio confortável. Era estranho como eu me sentia tão à vontade perto dele; tínhamos acabado de nos conhecer, e ainda por cima eu o admirara por anos. Eu devia estar uma pilha de nervos, mas sentia como se fôssemos grandes amigos.

Após o almoço, ajudei-o a lavar a louça e colocar cada utensílio em seu devido lugar – sim, ele definitivamente tinha TOC. Sentamos no seu confortável sofá de couro para assistir algum filme na televisão, apesar de nenhum dos dois prestar a menor atenção na tela. Contei para ele tudo sobre minha infância em Busan, e sobre as dificuldades que enfrentei – e ainda enfrento – para seguir meu sonho aqui em Seoul. Ele disse que me admirava por isso e me contou que nascera em Gwangju, mas passara alguns anos em Daegu antes de se mudar pra cá. Eu descobri que ele tinha certa paixão por gatos – apesar de ser tremendamente alérgico à eles – que detestava filmes de terror por se assustar facilmente, que apesar do seu amor pela dança, ele também tinha grande interesse pelo rap, e que pretendia lançar uma mixtape em breve. Em troca, eu lhe contei sobre minha família e meus dois maiores amigos, sobre a universidade, sobre minha paixão por Golden Retriever, sobre minha preferência de alimentos doces à salgados, e sobre minha admiração pelo seu trabalho.

Conversar com Hoseok se provara uma atividade simples e prazerosa, e quando dei por mim, o sol já havia se posto. O fato de ter sido capaz de me tornar tão próximo à ele em tão pouco tempo me maravilhava; eu não havia conseguido nem um terço da mesma intimidade com Suga. Suga. Lá estava ele invadindo meus pensamentos de novo. Por que era tão difícil quebrar seus muros? Por que eu me sentia perdido quando se tratava dele? Eu não sabia nada sobre sua vida, nem mesmo seu nome. E isso me entristecia.

- Hm, Hoseok-hyung... – chamei, tentando disfarçar o tom melancólico da voz. – Está ficando tarde. Eu preciso ir pra casa.

- Claro, Jiminie. Deixa que eu te levo. – sorriu, e quando abri a boca para protestar, ele apenas encostou o dedo indicador nos meus lábios, me calando. – Já disse que não aceito não como resposta.

A viagem de volta fora silenciosa; mas novamente, o silêncio estava longe de ser desconfortável. Eu apenas estava imerso demais em pensamentos para puxar conversa, e Hoseok optara por respeitar meu espaço pessoal. Eu não conseguia parar de comparar os dois na minha mente, confuso e frustrado por não ter feito quase nenhum progresso na minha amizade com Suga, enquanto que com Hoseok eu já me sentia como um amigo de longa data. E tudo isso fora graças ao próprio Hoseok, concluí; foi ele que me trouxe até sua casa, emprestou suas roupas, serviu comida. Foram os esforços dele que nos aproximaram tão depressa. Assim que o carro parou em frente ao meu prédio, não consegui segurar a dúvida que assolava minha mente.

- Por que você fez tudo isso? – procurei seus olhos com os meus, buscando analisar sua reação. O que encontrei naquelas orbes castanhas me causou arrepios na espinha.

- O que quer dizer, Jiminie? – ele riu, estendendo a mão para tirar a franja dos meus olhos. Senti os pelos da minha nuca se arrepiando. – Eu gosto de você, bobo.

Engoli em seco, a garganta fechada e as bochechas rubras, sem saber o que dizer. Hoseok me encarava com intensidade, o que contrastava maravilhosamente com seu sorriso sincero. Eu não sabia o que fazer, eu não sabia o que pensar. Portanto, tomei a medida mais covarde que poderia: eu fugi.

- Boa noite, hyung! – exclamei, saindo do veículo com pressa, temendo que se eu demorasse mais um segundo sequer algo terrível poderia acontecer. Quando estava são e salvo dentro do apartamento, tentando respirar normalmente, recebi uma notificação de nova mensagem no celular.

Boa noite, Chim-Chim. <3


Notas Finais


Eu sinto como se precisasse fazer outro placar...

Hoseok 1 x 0 Yoongi

<3


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