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História Hold me Tight - Um estranho na minha porta


Escrita por: KiitaT

Notas do Autor


Yaaay, finalmente um capítulo grandinho. UHAUSHASUUAS
Boa leitura~

Capítulo 5 - Um estranho na minha porta


Fanfic / Fanfiction Hold me Tight - Um estranho na minha porta

- Jimin POV -

Na manhã seguinte, estávamos eu e Taehyung tomando café, enquanto eu lhe contava tudo sobre meu encontro com Suga e Seokjin. Ele ria da maneira como eu interpretava os personagens, principalmente quando eu tentava imitar o jeito impaciente e grosseiro do loiro. Lhe contei também sobre meus planos de voltar lá e fazê-lo companhia, a pedido do Jin-hyung. Isso só acarretou mais risadas e um desejo de boa sorte. Agradeci, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ouvimos batidas na porta.

- Você pediu alguma coisa? – Taehyung perguntou, olhando confuso pra porta da frente.

- Não... E você? – quando recebi um aceno de cabeça negativo, me levantei e fui atender. Abri a porta apenas pra me deparar com um garoto alto e aparentemente alguns anos mais jovem do que eu, cabelos e olhos igualmente negros, pele clara e nariz um tanto grande pra suas feições joviais. Ele abriu caminho pra dentro do apartamento, passando por mim sem nem ao menos pedir licença, e um segundo tarde demais eu percebi a grande mala de rodinhas que ele carregava atrás de si.

- Er... Posso ajudar? – perguntei, fazendo o possível pra não parecer ofendido com a intrusão repentina.

- Você é Park Jimin, não é? – assenti com a cabeça, mas ele pode notar a confusão estampada nos meus olhos. – Sua mãe não te avisou?

- Avisou o quê? – neste exato momento, meu celular começou a tocar histericamente no meu bolso. Olhei o número e pude ver o rosto sorridente da minha mãe no visor. Suspirando, pedi licença e fui até a cozinha atender o telefonema, deixando Taehyung sozinho com o desconhecido na sala.

- Oi, mãe.

- Oi, filhote! – pude ouvir a voz animada da minha mãe do outro lado da linha. De repente, meu coração ficou apertado de saudade. – Como é que vão as coisas ai? Tá se adaptando com a cidade nova direitinho? Tá comendo? Como vai o Tae-Tae?

- Nossa mãe, calma. – eu ri. – Eu tô bem, tô comendo direito, me adaptando aos poucos, e o Tae-Tae tá doidinho como sempre. Mas... – continuei, hesitante. – Tem uma pessoa que eu não conheço dentro do meu apartamento com mala e tudo. Você sabe alguma coisa sobre isso?

- Ah sim! – ela exclamou, alegre como sempre. – Você se lembra do filho mais novo da família Jeon, o Jungkook?

- Ahn... Não muito. – admiti, falando baixo pra que ele não me escutasse.

- Como não? Vocês eram inseparáveis quando crianças! – veio uma pausa, como se ela estivesse ocupada com alguma coisa. – Tenho certeza que temos fotos dele aqui em algum lugar nos álbuns de família...

- Tá mãe, as fotos são irrelevantes agora. Você pode, por favor, me explicar o que ele tá fazendo aqui?

- Ele vai frequentar a mesma universidade que você! Não é incrível?

- É, mas... Isso ainda não responde a minha pergunta. – insisti, passando a mão pelos cabelos. Eu amava minha mãe, mas ela tinha sérios problemas de atenção.

- Ah, você sabe que o irmão mais velho dele tá estudando na França, né? – assenti, mesmo não sabendo de nada disso. Eu só queria que ela fosse direto ao ponto. – Acontece que os pais dele estão com as mãos cheias pra manter o filho fora do país, então o pequeno Jungkookie precisa se manter sozinho ai em Seoul. Quando fiquei sabendo disso, lembrei de você na hora! Você não se importaria de dividir o apartamento com mais uma pessoa né? Além do mais, as despesas agora seriam divididas em três! Não é uma ótima ideia?

Eu quase chorei enquanto ouvia o monólogo da minha mãe. A última coisa que eu queria era dividir o apartamento com um garoto que aparentemente era meu melhor amigo na infância, mas que não tenho a menor lembrança dele atualmente. Eu estava acostumado a ter uma rotina com Taehyung, e nós dois funcionávamos muito bem juntos. Eu não queria estragar a harmonia colocando mais um elemento na casa, mas ao mesmo tempo eu não podia negar a minha mãe. Não depois de todo o apoio que ela me deu pra estar aqui. Tentei suspirar o mais discretamente possível, e lhe disse que sim, era uma ótima ideia. Desliguei dizendo que a amava e que em breve visitaria. Agora era a hora de encarar a realidade.

Voltei pra sala apenas pra me deparar com Taehyung encarando Jungkook de cima à baixo, uma careta de julgamento estampando seu rosto. A cena seria cômica, se eu não estivesse tão amedrontado de lhe dar as notícias. Pigarreei pra chamar a atenção dos dois garotos.

- Ahn... Jungkook, né? – dirigi para o moreno, que assentiu. – Minha mãe acabou de me explicar tudo. – um pouco tarde demais, pensei. – Tae-Tae, Jungkook precisa de um lugar pra ficar, então ele vai dividir o apartamento com a gente.

- O quê? – Taehyung praticamente gritou. – Como assim? Quem deixou?

- Tae, por favor. – pedi. – Minha mãe e a mãe do Jungkook são amigas, então ela deu essa ideia. Pensa pelo lado positivo, ao menos teremos mais uma pessoa pra dividir o aluguel. – acrescentei, tentando dissolver o clima tenso que havia se instaurado.

- Ai, sua mãe tem cada ideia... – ele bufou. – Onde ele vai dormir? No meu quarto que não vai ser. – Tae lançou ao mais alto um olhar que misturava irritação e ciúmes, ganhando um suspiro em resposta.

- Vocês querem parar de falar como se eu não estivesse aqui? – pediu o moreno. – Eu posso muito bem dormir no sofá. – com isso, todos nós olhamos para o único sofá disponível na sala. Era um pequeno e gasto sofá de dois lugares, e de forma alguma um garoto alto como Jungkook conseguiria dormir confortavelmente naquilo. Haviam também algumas poltronas e pufes ao redor do sofá, formando um conjunto onde nada combinava com nada. De qualquer forma, a sala era um lugar inviável para o recém-chegado dormir. Suspirei, arrependimento já marcando presença antes mesmo que eu abrisse a boca pra falar.

- Tudo bem, eu tenho um futon que você pode colocar no meu quarto.

- Não! Não vou deixar você dividir o quarto com um estranho! – Taehyung grudou em mim como um filhote de macaco. – Deixa ele com o seu quarto e você divide a cama comigo. – pediu, fazendo bico.

- Não seja bobo, Tae-Tae. - eu apenas ri da sua natureza ciumenta e lhe fiz um carinho nos cabelos lilases.

- Estranho? – Jungkook soprou uma risada debochada. – Eu e Jimin nos conhecemos desde que eu tinha três anos e ele cinco. Já dormimos juntos inúmeras vezes. O único estranho aqui é você. – disse ele, desafiante, pra Taehyung.

- Isso é verdade, Jimin-ah? – perguntou ainda grudado à mim, os olhos expressando dor e traição.

- Eu não me lembro, pra ser sincero. – cocei a cabeça, envergonhado. – Isso foi há muito tempo atrás. Além do mais, nós acabamos perdendo contato, não foi? Frequentamos escolas diferentes, fizemos parte de círculos de amigos diferentes. Sinto que não te conheço mais, Jungkook-ah. – eu tentei ao máximo ser sincero sem ofendê-lo, mas Taehyung não perdeu a oportunidade de mostrar-lhe a língua em sinal de vitória. Os lábios de Jungkook se contraíram numa fina linha, claramente irritado. Porém, ele só fechou os olhos por alguns segundos e decidiu agir como se não tivesse me ouvido.

- Onde eu posso colocar minhas coisas? – perguntou, ainda segurando sua mala no meio da sala desconfortavelmente.

- Por aqui. – eu o guiei até meu quarto, deixando que ele se trocasse no banheiro da suíte enquanto eu arrumava o futon que seria sua cama da melhor maneira possível no pequeno espaço. Quando me virei, pude notar que Jungkook estava parado no batente da porta do banheiro me observando. Ele havia se trocado pra roupas mais casuais, calça de moletom preta e uma camiseta branca larga o suficiente pra caber dois dele dentro. Sua franja estava um pouco úmida e grudada na testa, sem dúvida havia sido molhada enquanto ele lavava o rosto. Seus lábios se abriram como se ele quisesse dizer alguma coisa, mas antes que tivesse a oportunidade, seu estômago roncou. Ele desviou o olhar para seus pés, mas pude ver o tom avermelhado que suas orelhas adquiriram. Ri de forma descontraída e me aproximei da porta que levava ao corredor.

- Está com fome? – quando recebi um aceno positivo como resposta, acrescentei – Venha, vou preparar algo pra você.

 

Eu perdi completamente a noção do tempo enquanto conversava com Jungkook e Taehyung. O moreno nos contou como sua família o pressionou pra entrar na faculdade de direito assim que se formou do ensino médio, e eu lhe disse que gostaria de ter feito o mesmo, se não fosse pela falta de dinheiro. Ser um calouro de vinte anos no meio de crianças dois ou três anos mais jovens que você era muito desconfortável.  Taehyung concordou, mas eu fiz questão de lhe lembrar que ele só permanecia um calouro porque ele não dava a mínima pros estudos, trocando as aulas por festas no campus. Eu estava tão envolvido na conversa que bati na minha própria testa quando lembrei que tinha um compromisso. Eu havia prometido à Seokjin-hyung que voltaria no prédio de estacionamentos, e eu odiava não aparecer nos meus compromissos sem aviso prévio. Percorri a longa distância correndo, sem querer pegar um ônibus e arriscar me atrasar. O sol já estava baixo no céu, mas, felizmente, assim que o prédio apareceu no meu campo de visão, pude ver uma figura baixa e loira vindo na minha direção.

- Boa noite, Suga-ssi... – tentei fazer uma reverência, mas acabei apenas me dobrando e apoiando as mãos nos joelhos, procurando recuperar o fôlego.

- Porra moleque, você é insistente, né? – disse ele com a voz ríspida e meio rouca, e se meus ouvidos não estavam enganados, havia ali um traço de sotaque que eu ainda não reconhecia. – Eu já estava indo embora, achando que não ia precisar ver sua cara gorda nunca mais. – acrescentou enquanto acendia um cigarro. Gorda? Eu sabia perfeitamente bem que minhas bochechas eram um pouco grandes, mas isso já passava dos limites. Tentei o meu melhor pra não parecer ofendido enquanto abria um sorriso amarelo.

- Me desculpe por fazer você esperar. É que surgiu um imprevisto lá em casa e-

- Meu poupe, garoto. – ele cortou, dando mais um trago no cigarro. – Não tô interessado em saber nada do que aconteceu na sua casa. Eu nem estava te esperando. Na verdade, tava torcendo pra você esquecer o que aquele imbecil do Seokjin disse. Ele só tava zoando com a sua cara, nada daquilo era verdade. – ele voltou a andar na direção que estava indo anteriormente, e eu me pus à segui-lo. – Inclusive, eu nem lembrava mais da tua cara até você aparecer aqui. – ele parou bruscamente de andar e eu quase me choquei contra suas costas. Então, virou-se pra mim como se quisesse cuspir fogo pela boca. – Por que você tá me seguindo? Se manda, moleque!

- Cigarro faz muito mal pros seus pulmões, sabia? – resolvi ignorar sua pergunta, e fiz uma careta quando ele soprou aquela fumaça nojenta na minha cara, tentando ao máximo segurar a crise de tosse.

- Que bom que o pulmão é meu e eu faço com ele o que eu quiser, né?

- Mesmo assim, - eu tossi, abanando a mão na frente do rosto pra tentar espalhar a fumaça. – é falta de educação soltar fumaça nos outros.

- Ah, a fumaça tá te incomodando? – seu tom de voz pingava de veneno disfarçado de preocupação. – Por que você não some da minha vista, então? – ele retomou o caminho que fazia, procurando colocar distância entre nós dois.

- Sabia que você diria isso. – eu ri, tentando não deixar que ele me afetasse, enquanto voltei a acompanhá-lo na caminhada. Depois de alguns instantes, ele parou de repente pela segunda vez e se virou pra enterrar as mãos na gola da minha camiseta e me erguer do chão levemente. Pra alguém tão magro e de aparência tão frágil quanto ele, até que ele era bem forte.

- Escuta aqui, garoto. Se você me seguir por mais um passo sequer, eu vou te encher tanto de porrada que você não vai mais conseguir achar nem o caminho de casa. Entendeu? – ele rosnou, nossos rostos distantes por apenas alguns centímetros. Pude sentir seu hálito quente na minha pele, e o cheiro de tabaco que vinha de seus lábios me acertou em cheio. Agora ele tinha conseguido me irritar. Tudo que eu queria era ser gentil e talvez até fazer um novo amigo. Mas Suga tinha um temperamento terrível, e muralhas tão altas em volta de si mesmo, que o simples ato de se aproximar parecia uma missão impossível. Afastei-o de mim, empurrando seus ombros com força suficiente pra pegá-lo desprevenido. Depois de me deliciar com a expressão de choque que ele fez, coloquei meu melhor sorriso falso e olhei para o relógio.

- Nossa, olha que horas são! Eu preciso ir trabalhar de qualquer modo. Até a próxima, Suga-ssi. – acenei balançando os dedos da forma mais inocente possível, enquanto virava as costas pra andar na direção oposta. Se ele pensava que ia me assustar assim tão fácil, estava muito enganado. Eu estava determinado a destruir seus muros, de um jeito ou de outro. 


Notas Finais


Eu sei que escrevo uma fic yoonmin, mas... vmin = vida. <3


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