História Hold On - Natal.

Britney Butler

Três semanas se passaram desde o acidente e, felizmente, tudo tinha voltado ao normal. Na verdade, nem tudo pois eu ainda andava com esta bota gigante na minha perna e ninguém me deixava fazer o que quer que fosse, nem trabalhar eu tinha ido mais. Mas, o que realmente importa é que tudo tinha ficado bem.

No dia em que saí do hospital, Pattie realmente apareceu cá em casa e foi uma surpresa enorme, quando contamos que estávamos juntos. Patrícia ficou realmente muito feliz e emocionada e, quando Justin precisou sair para atender uma chamada, ela me agradeceu várias vezes por reaparecer na vida deles e por fazer seu filho feliz, coisa que não via há tempos. Nem é preciso dizer qual foi minha reação, né? Eu e Justin decidimos também não contar sobre o bebé pois preferimos fazer surpresa no Natal e contar para todos.

Christian apareceu dois dias depois e me pediu desculpas por não ter aparecido antes. Com isso, acabei descobrindo que, no tempo em que fiquei no hospital, Justin tinha largado tudo relacionado com a Bieber Media Business nas mãos de Chris e Chaz, fazendo assim que estes ficassem atolados de trabalho. Quando Chris foi embora, ia resmungar com Justin mas ele soube bem como me dar a volta direitinho.

Estes últimos dias tem sido uma correria porque, para além do Natal estar chegando, o casamento de Ryan e Caitlin está quase aí e Caitlin não tem parado um segundo. Admito que, por um lado, isso tem sido bom para mim porque, se não fosse ela vindo quase todo o dia me pedir ajuda para decidir certas coisas, eu estaria no tédio pois Justin voltou ao trabalho logo depois de eu sair do hospital e Marie não me deixa a ajudar em nada. Tem momentos em que eu me sinto uma inválida e não nego que já cheguei a chorar no banheiro. Mas foi só uma vez porque depois eu caí em mim e sei que tudo o que eles estão fazendo é pelo meu bem e do meu bebé.

    Neste preciso momento, eu estou sentada no sofá da sala com uma chávena de chá que Geórgia me serviu, enquanto me divirto assistindo Justin, com ajuda de Marie, tentando enfeitar a casa, tornando-a mais dentro do espírito natalício. Falta somente uma semana para o Natal mas Justin tem andado bastante ocupado por causa da empresa e é por isso que só estamos enfeitando agora. O certo teria sido ter montado a árvore no final de semana após o feriado de Ação de Graças, tal como manda a tradição, mas, infelizmente, eu estava hospitalizada.

Uma semana atrás, sugeri que ele contratasse uma empresa, visto que ele não me deixou fazer a decoração pois tinha medo que eu escorregasse, mas ele negou pois disse fazer questão de a fazer pois era nosso primeiro Natal. Mas mesmo assim, eu chamei uma para fazer a decoração exterior pois a meteorologia tem estado horrível e eu tinha medo que o Justin se aventurasse e caísse do telhado.  

    Apesar de estar me divertindo ao ver Justin se enrolar nas fitinhas coloridas, eu já estive choramingando para que ele me deixasse fazer algo e ele me deixou colocar algumas coisas que ficassem ao meu alcance, como as botinhas de natal penduradas na lareira.    

Faltava apenas colocar as luzes no pinheiro gigantesco que Justin tinha escolhido numa fazenda de árvores de Natal e, quando ele as colocou e Marie as ligou na tomada, eu vibrei.

– Ficou muito lindo! – Falei subindo em cima de Justin, quando ele se jogou no sofá.

– E não foi preciso chamar ninguém, ‘tá vendo só. – Revirei os olhos antes de me aconchegar em seu peito.

– Só fiz isso com a decoração exterior porque estava com medo que você caísse do telhado. – Fiz bico e ele suspirou, me abraçando.

– Eu sei, baby.

– E eu ainda nem acredito que você não tinha nenhuma decoração de natal guardada. Eu adoro passar horas enfeitando minha casa. – Sorri lembrando.

– Eu nunca passei o natal aqui então não via a necessidade de colocar. – Deu de ombros. – Este ano, eu tenho vocês então faz todo o sentido colocar. – Ergui minha cabeça, sorrindo, e o selei.

– Vovó Sharon chega amanhã. – Falei assim que separamos nossos lábios. – Eu estou tão empolgada. Faz tempo que não a vejo e tenho tantas saudades dela. – Me acomodei melhor em seu colo. – Ryan ainda não contou que Cait está grávida pois achou melhor só contar quando ela estivesse aqui connosco. Mas eu prefiro só contar no Natal, como já tínhamos decidido, até porque sua família ainda não sabe, e eu acho melhor contar para todo mundo ao mesmo tempo. – Ele assentiu concordando.   

– Você já pensou em algo ou vamos simplesmente jogar a bomba antes do almoço? – Perguntou divertido me fazendo rir.

– Eu pensei em fazermos um… – Parei de falar na hora e tapei minha boca, fazendo uma careta, quando senti um gosto desagradável na minha boca.

– O que foi? – Perguntou preocupado.

– Banheiro. – Consegui falar e ele rapidamente entendeu o recado e se apressou em me levar até lá.

Apesar da vontade, não consegui deitar nada para fora, durante o tempo que tive no banheiro então logo voltamos para a sala.

– Acho que é por causa dos ovos mexidos. Seu filho não gostou. – Resmunguei ainda um pouco enojada.

– Vai ser fresco como a mãe, to vendo. – Franzi o cenho.

– Eu não sou fresca.  – Fiz bico. – Você que é. – Apontei. – Não fui eu que jantei biscoito só porque o que ontem pedi para Marie confecionar levava cogumelo. – Gargalhei e ele revirou os olhos.  Agarrei seu maxilar com minha mão e puxei seu rosto para mais perto. – Mas eu não me importo. – O encarei durante um tempo. – Contando que ele venha com saúde, eu não me incomodarei nem mesmo se nosso bebê tiver medo de comer cogumelo como você. – Sorri e sua mão foi até minha nuca.

– Nosso bebê vai ser perfeito porque é uma mistura nossa. Com uma mãe linda e um pai gostoso deste jeito, não tem como fugir. – Eu gargalhei e ele juntou nossos lábio logo depois.

+++

– Britney, você precisa de ajuda… – Justin parou de falar assim que colocou seus olhos em mim.

Eu trajava um maravilhoso longo vestido vermelho, de decote médio mas com uma racha enorme na minha perna direita. É um pouquinho justo até ao quadril e, por isso, era possível ver uma pequena saliência em minha barriga mas só que soubesse que eu estou grávida perceberia. Infelizmente, eu não poderia usar salto mas, pelo menos, conseguiria esconder esta bota feia. Meu cabelo continha algumas ondas que resultaram de uma experiência que resolvi tentar, fiz também uma maquiagem básica e simples e coloquei somente umas pulseirinhas de ouro e um brinco.

Finalmente tinha chegado o Natal e estávamos indo para casa dos meus sogros, que fizeram questão de chamar todo mundo para comemorar esta data em sua casa, juntando a família para um belíssimo almoço.

– Você está linda! – Bieber cortou a distância entre nós e me abraçou pelo quadril.  

–  E você também não está nada mal. – Mordi meu lábio tentar prender o sorriso que queria aparecer e ele gargalhou antes de me beijar. Ele vestia uma calça e uma camisa preta, junto de um blazer igualmente escuro mas com detalhe de um dragão dourado por todo ele. Ele estava maravilhoso.

– Eu sou um homem de sorte. – Sorri sem jeito enquanto lhe arrumava a gola do blazer.

– Não mais do que eu. – Apoiei meu queixo em seu peitoral e ele sorriu aproximando nossos lábios.

– Vamos?

– Você já colocou tudo no carro? – Assentiu. – Então vamos logo porque nossa bolotinha está animada para ser apresentada aos avós. – Descansei minha mão em meu ventre.  – Na verdade acho que é fome da parte dela e nervosismo da minha. – Justin riu, acariciando meu ventre.   

– Relaxa. Todo mundo lidou super bem com a gravidez de Caitlin e, se pudessem, estavam a todo o momento paparicando-a. Quando descobrirem que vem mais um bebé a caminho, vão dar em loucos por não saberem a qual gravida dar atenção. – Brincou com a situação e eu ri tentando descontrair. Espero que dê tudo certo mesmo.

Com ajuda do Justin, eu consegui descer todos aqueles degraus e entrar no carro. Eu mal vejo a hora de tirar isto do meu pé e poder andar normalmente e sem precisar de ajuda de ninguém para o que quer que fosse.

Durante todo o trajeto, a mão de Justin fora em minha coxa, tirando certos momentos em que eu enlaçava nossos dedos, após ter estado a fazer carinho na sua mão com meu polegar ou então quando ele beijava o dorso da minha.

Eu me sinto verdadeiramente feliz como não estava em tempos e, para que tudo estivesse perfeito, só desejaria ter meus pais comigo. Fisicamente, porque eu sei que eles estão me vendo de lá de cima e sempre permanecerão no meu coração.

– Tudo bem? – A voz de Justin penetrou meus ouvidos e só aí dei conta que estava de olhos fechados e com a mão sobre o peito.

– Sim. – Sorri nostalgica. – Estava lembrando de meus pais. – Justin sorriu e afagou meu braço. – Mamãe sempre gostou muito de crianças e aposto que ficaria emocionadíssima ao saber que teria dois netos de uma só vez. – Senti meus olhos marejados. – E papai iria se fazer de durão e, talvez, ter uma conversinha com você sobre agora você ser responsável por dois dos seus tesouros, mas depois iria me chamar no seu escritório e chorar que nem um bebé nos meus braços. –  Funguei sorrindo. – Eu tenho tantas saudades deles. – As lágrimas começaram a cair e rapidamente Justin me puxou para um abraço.

– Eu sei, amor. Essa saudade sempre irá permanecer  mas pense que eles sempre estarão com você, presentes dentro do seu coração. E também tenho certeza que eles estariam muito orgulhosos do que você e Ryan se tornaram.  

– Sim. –  Limpei meu rosto. – Eu sei que sim. –  Inspirei fundo.  – Obrigada.  

–  Eu sempre estarei aqui para você. – Depositou um selinho em meus lábios. – Se sente melhor? – Perguntou um tempinho depois e eu assenti. – Vamos entrar? –  Olhei para fora e vi que estávamos na garagem da casa de Pattie.

– Vamos. – Sai do carro assim que ele me ajudou e após pegar numa sacola e Justin pegar nas outras, eu me apoiei nele para conseguir me deslocar sem forçar minha perna.

Abrimos a porta de acesso à parte interior de casa e um murmurinho soou. Consegui perceber a voz de Ryan pelo meio. Pelos vistos fomos os últimos chegar.

– Bom dia, família. – Justin chamou à atenção de todos quando chegamos à sala e logo as crianças correram até nós para nos abraçarem.

– Feliz Natal! – Gritaram.

– Vem, vamos sentar ali para você não ficar forçando a perna. – Justin falou depois de eu, finalmente, conseguir largar Jazmyn que estava muito fofa com seu vestido rodado.

– Eai, maninha. – Ryan veio até mim assim que me sentei e beijou minha testa. – Tudo bem?

– Tudo ótimo. Onde está Cait? E vovó?

– Na cozinha. – Assenti e ele voltou a se sentar.

– Oi, senhor Jeremy. – Falei dando um meio sorriso quando ele deixou de prestar atenção no que Justin e seu avó conversavam.

– Só Jeremy, por favor. Você é agora da família. – Assenti. A única vez que eu tinha falado com ele fora nos anos de Jaxon e era meio estranho porque Pattie eu já conhecia desde o tempo no Canadá mas ele não. E saber que ele já tentara matar Justin num ato de desespero me deixava meia receosa. – O que aconteceu com você? – Perguntou referindo-se à minha perna.

– Tive um acidente de viação, umas semanas atrás e fraturei. – Ele assentiu e ia falar qualquer coisa mas Justin interrompeu.

– Você quer que eu vá pegar algo para você comer? – Neguei.

– Não precisa. Eu aguento mais um pouquinho. – Ele ergueu a sobrancelha como se questionasse minha resposta e eu assenti.

– Britney, você cresceu tanto. Ainda não me conformei. – Bruce falou me arrancando uma risada. Eu tinha ido com Justin no aeroporto, três dias atrás, buscar seus avós e Diane falou igualmente que nunca iria se conformar de como o tempo passou tão rápido. – Ela é uma garota de ouro, meu filho. Cuida bem dela. – Falou para Justin.

– Eu cuido e muito bem. Oh, se cuido. – Me olhou com um olhar atrevido e eu lhe acertei um tapa no braço.

– Deixa de ser safado. – Sussurrei baixo e ele gargalhou alto. Mas logo parou quando Ryan lhe acertou um tapa na cabeça e nessa hora fui eu quem riu.

– Mais respeito. – Ryan disse sério o que me fez rir mais ainda.

– Britney, querida, você chegou. – Pattie veio até mim e me abraçou. – Como você está?

– Estou bem, obrigada. Seu filho tem cuidado bem de mim. – Ambas olhamos para Justin.

– Sim, eu sou o seu filho e estou bem. – Enfatizou. – Obrigado por perguntar. – Disse irônico.

– Oh, meu bebê está com ciúmes. – Pattie colocou cada uma das suas mãos no rosto de Justin e beijou sua testa. – Feliz Natal!

– Mãe... – Este resmungou, revirando os olhos.

– Mamãe, o boo boo não é mais bebê. Só tia Cait que tem bebê aqui. – Jazzy falou me fazendo apertar os lábios para conter um sorriso.

Não era só Caitlin não.

– Você, Jaxon e Justin sempre serão meus bebês. – Pattie abraçou Jazzy a erguendo e beijou seu rosto.

– Meus queridos, venham se acomodar na sala de jantar. A refeição já vai ser servida. – A voz de Diane soou e aos poucos fomos todos seguindo para a sala de jantar.

Quando lá entrei, recebi um abraço caloroso da senhora Dale e outro da minha avó e ambas elogiaram-me, referindo o quanto aquele vestido me ficava bem e o quão bonita estava.

Assim que vi Caitlin, pedi licença e fui até junto dela no fundo da sala.

– Nossa, Cait. Você está linda. – Ele vestia um macacão preto que tinha como detalhe um cinto dourado, de ombro descoberto e decote em V. Simples mas bastante elegante. – Mas e como nosso bebezão está? – Falei animada e ela sorriu.

– Está bem, graças a Deus. Eu andava com certo receio por não ter certos sintomas relacionados com a gravidez, tal como toda a grávida tem, sabe? E resolvi perguntar para meu médico mas disse que é normal e que, surpreendentemente a meu ver, tem muitas mães que não tem nada durante toda a gravidez. Inclusive, muitas descobrem a gravidez tardiamente por causa disso. Ryan andava falando que era bobeira minha e realmente era, mas fiquei mais aliviada por o doutor me ter esclarecido.

– Não ouve o Ryan, pergunta mesmo. Senão você fica pensando continuamente no assunto e isso pode te fazer mal. A você e, principalmente, ao bebé. – Ela concordou.

– E vocês? – Baixou a voz. – Vão contar hoje? – Assenti.

– Estou nervosa. – Mordi o interior da minha bochecha e levei minha mão até meu ventre. Ultimamente, eu tenho feito muito isso. Tornou-se um hábito. Eu não sei explicar mas é quase como se fosse outra forma que eu tinha arranjado de proteger minha bolotinha. Ora, aí está uma palavra que passou também a fazer parte do meu quotidiano. Bolotinha. Suspirei acariciando minha barriga.

– Relaxa. Sua avó reagiu muito bem à minha gravidez e ficou emocionadíssima. Imagina ter dois netos de uma vez. Ela vai querer é vir viver pra cá. – Gargalhei fraco. Aposto que vovó vai querer mesmo porque não vai aguentar ficar longe sabendo que duas crianças estão a caminho. – Vão todos adorar a ideia.

– Eu tenho receio pela familia do Justin. – Sussurrei. – Eles aceitaram-me bem mas ainda faz pouco tempo que assumimos perante todos e eu já vou revelar estar grávida. Tenho medo deles pensarem que dei o golpe da barriga. – Admiti.

– Britney, isso é só os nervos se apoderarem de você. Respira fundo. – Assim o fiz. – Eles vão amar essa notícia, Brit. Um bebé é uma benção e é o primeiro neto deles. Acha mesmo que eles irão renegar? Claro que não! Além disso, eles te conhecem desde criança. Por favor, se acalma. Lembra do que o doutor falou, você não pode passar nervoso. – Eu assenti.

– Obrigada. – A apertei em meus braços. – Você é a melhor cunhada do mundo. – Ela riu.

– Agora vamos pra mesa porque preciso alimentar seu afilhado. – Ela piscou e eu bati palminhas.

– Ai meu Deus, que emoção.

Caminhei cuidadosamente, para não forçar a perna e quando cheguei perto de Justin, ele puxou a cadeira pra mim. Sorri agradecendo e, após Bruce fazer a oração, podemos iniciar nossa refeição. Tinha tanta coisa na mesa que eu fiquei na dúvida do que pegar primeiro e, quando Justin notou, riu fraco acabando por me sugerir uma miniaturas que eu nem sabia do que era feito mas achei muito bom.

Depois de darmos um fim naquela mesa farta, veio a parte do qual me fez salivar desejosa: a sobremesa. Comi um pouco da tarte de nozes que Diane fez e depois Justin sugeriu que eu experimentasse o eggnog mas pouco bebi pois, possivelmente, por causa do ovo e do creme, eu me senti um pouco enjoada e não consegui comer mais nada.

Como já era tradição, fomos para a sala e realizamos o secret santa, no qual ofereci uns ténis com luz led na sola, a Jaxon. Justin meio que me ajudou na escolha pois referiu qualquer coisa sobre Jaxon ter falado de uns ténis que ele tinha visto num garoto e eu agradeci mentalmente, até porque eu não sabia realmente qual presente escolher. E, fui presenteada por Patricia com um colar cujos já estão na família há mais de 4 gerações. Ela referiu que estava muito feliz por eu agora fazer parte da família e que fazia sentido compartilhar as tradições familiares comigo. Nem é preciso dizer o quão emocionada fiquei, né?

Assim que todos os presentes foram trocados, Justin anunciou que ainda tínhamos mais um presente para oferecer e dirigiu-se ao carro para buscar a caixa. Eu permaneci sentada no sofá sentido minha barriga revirar.

Era a hora.

Cait, sabendo de como me sentia, veio para o meu lado e me abraçou. Justin logo voltou e abraçava a gigante caixa, mas Ryan logo o foi ajudar porque ele não via por onde andava e ia partir um dos vasos de Pattie. Quando a pousou no chão, seu olhar veio até mim e eu assenti, me levantando e caminhando com cuidado até ele.  

– Então... – Justin limpou a garganta e eu respirei fundo. – Nós temos algo a compartilhar com vocês e como estamos no espírito natalicio, nada melhor do que fazer uma surpresinha.  – Apontou para a caixa à nossa frente.

–  Posso ser eu a abrir? É muito grande. – Jaxon pediu animado.

– Claro, campeão!  – Eles fizeram um toque com a mão e, assim que Jaxon começou a puxar o laço gigante, Justin me abraçou de lado. – Relaxa. – Sussurrou antes de beijar meu rosto.

Todos estavam ansiosos para saber qual seria a surpresa e, quando Jaxon retirou a tampa e balões brancos com uma fitinha amarrada começaram a voar, eu não consegui segurar minhas lágrimas. Justin me apertou em seus braços e beijou meu pescoço.

“Bebé a caminho” estava marcado em todos os balões espalhados pela sala, junto de um desenho de uma cegonha.

O silêncio estava me desmoronando por dentro. Será que ainda não leram a mensagem? Ou então estão abismados? Sem saber o que falar? Ou não gostaram da boa nova? Fungando, apertei Justin contra mim.

– Oh! Eu não acredito! – A voz de Diane me fez soltar Justin para encara-la. – Justin, meu neto, este foi o melhor presente de todos. – Ela veio até nós e nos abraçou, me aliviando um pouco.

– Eu vou ter dois bisnetos! Céus, eu nem acredito! – Vovó Sharon veio até mim. – Nossa família está sendo abençoada em dobro. Parabéns, meus queridos. – Vovó me apertou em seus braços e foi impossível segurar as lágrimas.

– Mãe? – Justin chamou quando praticamente todos já tinham vibrado com a notícia. A mesma parecia abismada e tinha sua mão no rosto. – Você não me vai felicitar? – O olhei receosa e apertei seu braço antes de olhar para Patrícia.

– Desde quando vocês descobriram? – Pattie disse e eu engoli a seco. – Senhor, eu não estava preparada para receber está notícia! Eu vou ser avó. – Disse emocionada. – Você é um anjo que caiu em nossa família somente para nos abençoar e trazer coisas boas, Britney! – Minha sogra me abraçou e, mais uma vez, eu chorei, mas, desta vez, chorei feito bebé.

    Justin pediu que nos sentássemos pois, eu não deveria estar muito tempo de pé, por causa da perna e o resto da dia, eu fui paparicada a todo o momento. O mesmo aconteceu com Caitlin, não só pela gravidez mas também pelo seu casamento que aconteceria dali a quatro dias. Agora eles tinham que dividir as atenções e isso era engraçado de se ver. Até a coitada da Jazmyn, que ficou entusiasmadíssima por saber que seria titia, não sabia se ficava junto de mim ou de Caitlin, então acabava alternando e, por vezes, questionava algumas coisas.   

    Estava entretida, prestando atenção em Caitlin, que falava animada sobre o local onde se iria realizar o seu matrimônio, até que senti a mão de Justin agarrar a minha. Nossos dedos foram enlaçados e o contato em meu ventre foi feito por nossas mãos unidas. Ergui meu olhar e Justin conversava animadamente com seu avô e Ryan intervinha algumas vezes, do outro lado da sala. Um sorriso se apoderou do meu rosto e descansei minha cabeça no seu ombro apreciando o momento. Nesse mesmo instante, os seus olhos vieram até mim e, ao me ver sorrir, ele aproximou nossos lábios para depositar um selinho mas logo foi feita uma algazarra e Justin se voltou para eles, tentando se defender dos “que bonitinhos”, “Justin está apaixonadinho”, “não acredito que minha irmã domou você”, entre outros. Como já era de se esperar, Ryan não perderia uma oportunidade de zoar meu namorado para o ver nervosinho e isso me fez soltar risadas.  

Quem nos visse no inicio, nunca imaginaria que agora estaríamos assim: juntos e com um bebé a caminho. Justin mudou tanto. Ele amadureceu. Eu também sinto que mudei em certos aspetos mas nunca imaginei que ficaríamos juntos. Na verdade, eu nunca iria imaginar que nós já nos conheciamos. Foi uma surpresa e tanto. Mas o que posso dizer é que tudo isto comprova que a vida nos pode surpreender a qualquer momento mas que cada um de nós já tem o seu próprio destino traçado. E o meu destino era ser dele.

As estações podem mudar, podemos conhecer outras pessoas e viver novas experiências mas o nosso passado sempre ficará marcado de alguma forma. O Justin ficou marcado em mim de uma forma tão intensa que a vida fez o favor de nos aproximar, para que vivêssemos tudo de novo. Admito que senti algo desde a primeira vez que o vi e, quando o voltei a reencontrar, nove anos depois, os seus olhos amendoados me transmitiram uma sensação de calmaria no meu coração. Mas agora vejo que, de certa forma, o brilho dos seus olhos transmitiam a minha única esperança de que ainda existia um pouco de nós. Daqui para a frente, haverão bons momentos em nossa vida mas também haverão tempestades e estas serão assustadoras, mas sei que, se nossos dedos continuarem enlaçados, nada nos empurrará para o abismo que insistirá em nos separar.