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História Hollowshunter - Predador: Pennywise, o Palhaço Dançarino!


Escrita por: MollyRouge

Capítulo 4 - Predador: Pennywise, o Palhaço Dançarino!


Sendo cordial com o convidado indesejado, Jenny abriu espaço para ele passar. O palhaço olhou com curiosidade antes de colocar os pés dentro da casa e seguir pelo corredor, lentamente, observando tudo.

—Hum... — Jenny olhou para as gotas de sangue que ele deixava a cada passo, não é à toa que usamos pratos para colocar a comida. —Eu vou ter que limpar isso, bem limpado. — E olhou para Pennywise, que estava encarando o gato. — Este é Salem, meu gato, e antes de qualquer coisa, ele não é para comer.

Pennywise revirou os olhos e olhou para ela:

—Por que eu comeria isso?

—Isso?! —Salem exclamou ofendido.

O palhaço saltou um pouco, tirando o que sobrou da perna de sua boca e derrubando-a em cima do tapete.

—Ah, ótimo! — Spellbody fechou a porta principal e colocou a mão na cintura. — Vou ter que queimar o tapete.

—Essa bola de pelos, fala? —Pennywise virou à direita, indo em direção a sala, esquecendo, ou ignorando, o seu lanche no tapete.

—Jenny! —Salem gritou, o ego dele estava sendo ferido.

—Para de ser sensível.  — A garota revirou os olhos e foi para sala, apenas para ver o convidado tentando roer a luminária de lava vermelha. — Ei! Isso não é de comer! Devolve! — Ela tentou pegar o objeto, mas o palhaço rosnou, como um cachorro faria, contudo, Jenny não recuou. — Eu disse pra soltar! — Fazendo bico, ela socou o nariz vermelho. — Minha casa, minhas regras. — Sorriu.

—Auuu!!! —O palhaço gemeu e largou o objeto indo segurar o próprio nariz.

Spellbody agarrou a luminária a tempo:

—Isso não é um brinquedo.

—Você bateu em mim? — Ele parecia meio descrente.

—Por que a surpresa?  — Enquanto ela falava o outro esfregou o nariz, verificando se não havia sangue, ou algo do tipo.  — E mais, sabia que é falta de educação estragar as coisas dos outros? Talvez não tenha reparado, mas você está aqui como convidado.

A Coisa revirou os olhos para o sermão, não precisava disso:

—E daí?

Jenny viu como o palhaço simplesmente cruzou as pernas em um X, colocando o braço direito em uma delas, usando-o como apoiador de cabeça. Aquela era uma pose de deboche, ou desafio?

—E daí? — A ruiva repetiu cerrando os olhos.

—Sim... —Pennywise esticou-se para frente com seus olhos mudando de azul para amarelo e depois voltando ao azul. — E daí?

Antes que Jenny pudesse lhe dar uma resposta, a campainha tocou.

—E essa agora? — A garota colocou a lamparina na mesa de centro. — Não toque. — Olhou para Pennywise por um segundo antes de ir ao corredor.

O palhaço cruzou os braços e bufou.

—Quem é? — Spellbody perguntou.

—Policia de Derry. — Responderam. — Viemos aqui fazer algumas perguntas.

—Merda. — A menina sussurrou e olhou para a perna rasgada no tapete. — Seria uma boa hora para você sair da... — Ela se virou para olhar a sala, mas o palhaço não estava mais lá. —Pra onde ele foi? —Olhou para Salem.

—E eu que vou saber? — O gato deu de ombros, ele também estava surpreso.

—Senhorita? — Os policias chamaram.

—Um minuto! — A ruiva gritou e olhou para o gato. —Certo, eu me livro da perna e você do tapete.

—Eu preciso mesmo encostar nisso? — O bichano fez uma cara de nojo.

—Anda Salem! — Jenny abriu o pequeno armário que ficava no corredor, pegou um saco de lixo e jogou o lanche esquecido dentro, antes jogar o próprio saco no armário e fechar.

Salem arrastou o tapete pela escadaria acima, reclamando durante o processo.

Agora só falta as manchas de sangue, como ela ia se livrar daquilo em tão pouco tempo? Olhando em volta, uma ideia lhe veio à cabeça. Spellbody pegou sua luminária e suspirou:

—Desculpa. — Retornou ao corredor onde deu dois passos e simulou uma queda. — Oh não! — Atuação vagabunda.

—Está tudo bem? — A polícia questionou ao abrir a porta de supetão e encontrar a garota ajoelhada sobre uma poça.

—Sim, sim, desculpem, eu estava arrumando a decoração da sala e escorreguei. —Tradução, menti, menti e menti mais ainda. — E vejam que bagunça, desculpem, por favor, tomem assento na sala enquanto busco um pano para limpar isso.

Os homens acenaram com a cabeça e Jenny foi até a cozinha.

—Onde está...? — Ela abriu o armário que ficava embaixo da pia, havia produtos de limpeza ali. —Ah, achei.

—Olha moça, não queremos demorar... —Um dos policiais veio até cozinha. — Eu sou Butch Bowers, e gostaria que você me dissesse o que estava fazendo na cena de crime do caso de Georgie Denbrough.

—Ah, é isso? —A garota tinha um olhar pacifico que faria qualquer um proclama-la inocente de qualquer crime, mesmo que ela fosse culpada. — Bom, eu li nos jornais sobre o caso e fiquei curiosa, como devem saber, sou nova na cidade, e um caso de assassinato não é ponto positivo.

—Então não conhecia o garoto?

—Com todo respeito, sem o noticiário, eu nunca saberia de sua existência.

Bowers pareceu se contentar com isso:

—Neste caso, vamos ir agora. Obrigado por sua atenção. — Dando meia volta, acenou para seu parceiro antes de puxa uma garra de seu cinto, provavelmente alguma bebida com alto nível de álcool. Enquanto se dirigia a saída, avistou Salem na escadaria e fez uma careta. —Animais asquerosos.

Salem sibilou para ele em resposta, mas foi ignorado.

Spellbody ouviu a porta bater e olhou, pela janela da cozinha, os homens se afastarem de sua casa:

—E mais essa agora.

—Então, o que faremos? —Seu gato entrou na cozinha. — Temos, o que um dia foi, uma perna humana no armário e um policial alcoólatra no mundo. De qual dos dois nos livramos primeiro? Eu votaria no policial.

—Um passo de cada vez Salem, não podemos matar o homem apenas porque você não gosta dele.

—Podemos sim.

—Não, não inventa. Agora, se me dá licença, tenho que limpar uma bagunça. — Pegou um balde.

Pouco depois, o corredor estava brilhando, e Jenny sentada no chão com Salem em seu colo. Encostando a cabeça na parede, ela suspirou:

—Eu acho que ele não vai voltar.

—Não parece ruim, mas o que a gente faz com a perna no armário?

Jenny fez bico, outra ideia desagradável lhe veio à mente.

—Eu não me sinto muito à vontade com isso. — Salem comentou ao olhar para o liquidificador.

—Não dá pra sair com uma perna mastigada pela rua, Salem, e eu não quero isso aqui, então, vou devolver para Ronald McDonald versão Silent Hill. — Com um facão, ela cortou a perna em vários pedaços, sorte que não havia um pé.

—De qualquer forma, vou usar seu computador. — O gato começou a se retirar.

—Pra que? — Ela colocou os pedaços no copo de vidro e ligou a máquina.

—Pesquisas. — E assim, o bichano deixou a cozinha.

Jenny abriu a tampa do liquidificador e jogou um pouco de água, assim a carne não ficaria tão espessa e facilitaria na trituração. Acabou virando um shake rosa.

—Lembra morango. — Ao tirar a tampa, o cheiro passava bem longe de morangos. —Argh, preciso da garrafa. — Indo até o armário, ela retirou uma coqueteleira. — Ainda bem que não vai fazer falta.

A coqueteleira ficou cheia e foi direto para a geladeira, agora, ela só precisava decidir como ia destruir o liquidificador.

�� �� ��

A Coisa estava com fome, de novo.

Discutir com aquela garota esquisita foi divertido, Pennywise quase se sentiu desafiado, mas ela não era tão interessante assim.

Não havia medo.

Por que ela não recuou?

Por isso crianças são mais saborosas, elas se assustam com qualquer coisa. Talvez o palhaço faça outra visita a menina irritante, ou talvez faça um tapete com o gato falante...

Isso era algo que ainda precisaria decidir, mas por hora...

Caçar.

�� �� ��

Após um bom banho, Jenny se preparou para encarar os esgotos novamente, certificando-se de levar suas flechas, e tudo o que lhe parecer útil para perfurar aquela cabeça de palhaço enorme e pálida. Mesmo indo em missão de paz, aquela coisa podia não aderir a uma rota pacifica.

—Por que sinto que estou esquecendo algo? — A ruiva olhou em volta e depois estalou os dedos em realização. — Oh, é claro!

Foi até a cozinha e abriu a geladeira, o shake continuava ali, a cor estava mais escura, como o interior de uma melancia, mas de melancia aquilo não tinha nada.

Pouco depois, vemos Spellbody caminhando pela mata, aproximando-se da entrada de esgoto.

—Vejamos. — Ela abriu um mapa, tentando memorizar o caminho, mas uma corrente de vento fez o papel voar cano adentro. — É, eu vou me perder. — Preparou seu arco e entrou.

Jenny Spellbody podia ser ótima em várias coisas, mas não em direções, aparentemente, ela era uma bússola quebrada, e sistema de esgoto nada mais era do que um labirinto fedido de canos.

—Devia ter ficado em casa. — Spellbody sentiu algo passar por suas pernas. Jenny saltou e apontou para a coisa...era um rato. —Ah, é só você.

O rato pálido olhou para ela com seus olhos dourados e sorriu, algo que geralmente não devia acontecer, antes de seguir por um cano.  Jenny podia estar ficando louca, mas algo lhe dizia que ela devia seguir aquela pequena praga.

Abençoado seja o sexto sentindo!

O rato sorridente acabou levando-a para o lugar certo: A Toca Da Coisa!

Jenny suspirou quando reconheceu o local, bagunçado e úmido, como se lembrava, no entanto, não havia nenhum sinal do palhaço. A garota caminhou pela pilha de itens aleatórios e sem sentido, que A Coisa gostava de chamar de coleção, e se deparou com uma capa de chuva amarela.

A ruiva se abaixou e viu o nome de Georgie Denbrough escrito no tecido:

—Então, foi o palhaço, no fim das contas. — Colocou seu cabelo atrás da orelha e olhou para o item ao lado da capa, era a caixa surpresa de outrora.

Jenny não sabia o motivo, mas se viu rodando a manivela ornamentada enquanto a caixa emitia uma melodia doente em tom de "MI", e no final, um pequeno Pennywise saltou da caixa.

A ruiva analisou o brinquedo, o mais engraçado eram os olhos tortos:

—Até que é bem fofo, para um boneco. — De repente, os olhos começaram a se endireitar, focando na sua direção e a face do palhaço se contorceu em uma expressão maliciosa, no entanto, quando ele ia tentar morder a mão dela, a garota largou a caixa de supetão. — Falei cedo demais. — Porém, ela podia jurar que ouviu um pequeno "aí" quando a caixa rolou para o outro lado da pilha de bagunça.

Demorou alguns segundos para uma mão enluvada aparecer do outro lado da pilha, seguida de mais uma, depois uma perna...até que o palhaço estivesse totalmente de pé, e desenrolado. Os olhos começaram a virar, como se estivessem guardados no fundo da cabeça, e logo um par de orbes azuis encararam a humana com chateação:

—Isso doeu, sabia?

Jenny piscou:

—Me ...desculpe? — Considerando o fato de que ele tentou ataca-la primeiro.

O palhaço sorriu e bateu palmas com excitação, sinos podiam ser ouvidos:

—Está tudo bem, na verdade... — E o sorriso caiu tão rápido quanto veio, dando lugar a uma expressão de falsa curiosidade. — Oh, mas o que traz você aqui? Veio visitar seu novo amigo, Pennywise?

—Pennywise? — Spellbody piscou e o palhaço fez uma careta, apontado para si mesmo. — Espera, seu nome é Pennywise?

—Pennywise, o Palhaço Dançarino. — Fez uma reverência.

—Jenny. — A ruiva falou, sem cordialidades.

—Agora não somos mais estranhos. — Ele sacudiu.

—Claro que somos. — A outra rebateu fazendo o palhaço descontente.

—Você... não tem...graça! — Pennywise rosnou pausadamente, seus olhos estavam ficando laranja.

—Eu não sou palhaço para ter graça. — A outra zombou com um sorriso.

Era isso, A Coisa começou a avançar, suas garras rasgando as luvas, mas antes que as coisas se tornassem mais violentas, Jenny abriu a bolsa:

—Oh! Eu trouxe algo para você. — A frase fez a raiva de Pennywise pausar. —Espero que não tenha estragado. — Ela retirou a coqueteleira e segurou na frente da fera.

O palhaço piscou e agarrou o estranho objeto, farejando e chacoalhando, antes de encarar a ruiva:

—O que é isso?

—Espera, deixa eu abrir para você. — Jenny pegou o objeto das garras dele e girou a tampa.

O nariz da Coisa se contorceu, o cheiro era familiar, talvez não tão fresco, mas ainda parecia bom. Jenny arregalou os olhos quando viu Pennywise virando o conteúdo da coqueteleira na sua boca, ele drenou o recipiente em poucos segundos, e ainda lambeu os lábios. Talvez devesse deixá-lo sozinho.

—Bom. — A Coisa limpou a boca com a manga e viu, de canto de olho, a menina indo na direção do cano de esgoto.

Já de saída?

—Mas o que diabos?! — Spellbody saltou para trás quando o palhaço apareceu na sua frente. — Você é rápido.

—Vamos jogar um jogo! — O palhaço exclamou como uma criança, sinos puderam ser ouvidos, mas não vistos.

—Desculpe, o que? — A outra piscou.

—Você vai pelos canos, se eu te alcançar antes que chegue a saída, nunca mais vai sair. — Ele aplaudiu.

—Tá, e se eu ganhar? —  Jenny cruzou os braços.

A Coisa começou a gargalhar, mas isso só durou alguns segundos até a notar a expressão no rosto da menina:

—Oh! Estava falando sério? — Vendo que a única resposta que obteve foi um arquear de sobrancelha, Pennywise fez bico. — Bem, se conseguir escapar, você vive.

—Só isso?

—Está dizendo que é pouco, humana insignificante? — Agora foi a vez dele de cruzar os braços com desdém.

—Sinceramente? Sim.

A Coisa se dobrou até ficar com o rosto próximo do dela:

—E o que você quer?

—Quando eu ganhar, te conto. — Spellbody sorriu desafiadoramente.

—Feito. — O palhaço pareceu gostar do gesto, adorava competição, era como um tempero. — Considere isso uma vantagem inicial. — Ele abriu caminho para ela passar.

Sem baixar a guarda, Jenny passou por ele e adentrou o cano:

—Quanto tempo de vantagem? — Olhou para trás, mas o palhaço não estava lá. — Ah, que ótimo, já acabou o tempo.

�� �� ��


Notas Finais


Nada como um joguinho amistoso *cof* *cof*
Gostaria de agradecer os comentários, e novos favoritos <3


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