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História Hollowshunter - Hollows: Medusa Camaleão!


Escrita por: MollyRouge

Capítulo 11 - Hollows: Medusa Camaleão!


—Podia ter esperado eu chegar. — Jenny não estava surpresa com a cena, ela não podia esperar que ele soubesse usar utensílios de cozinha, afinal, ele nem tem uma.

—Eu estava com fome. — A resposta não podia ser mais óbvia.

—Não estou surpresa, você está sempre com fome. — A garota olhou para a bagunça e começou a recolher alguns pedaços de carne, entretanto, Pennywise deu um rosnado. — Espero que não esteja achando que eu vou comer isso.

O palhaço revirou os olhos mas deixou que ela continuasse. Após colocar alguns pedaços na pia, Spellbody se aproximou da Coisa, eles se olharam por alguns segundos e a garota se esticou para pegar o liquidificador que Penny, ainda, estava segurando.

Será que alguma vez ele se deu conta disso?

O palhaço observou tudo em silencio enquanto mastigava, a ruiva começou a bater algumas partes menores da carne no liquidificador, outras ela fatiou um pouco mais para caber.

—Onde estão as garrafas? — Jenny pergunta e olha para o outro ser no porão. Pennywise aponta para o tanque velho de lavar roupa, ele está lotado com as vasilhas sujas. — Você podia ter lavado. — Nessa, o palhaço bufa, claro que para ele era ridículo.  — Tem razão, as vezes eu esqueço que você é um palhaço comedor de gente que vive em um esgoto. — Ela pegou o detergente. — Limpeza não é o seu forte.

Quando a garota pegou a esponja, o palhaço a empurrou para escanteio:

—Deixa! — Ele esbravejou.

—Ei, eu vou precisar recipientes limpos para colocar sua comida! Colabora!

Pennywise a olhou com um desprezo, mas para a surpresa da humana, a Coisa agarrou-lhe o pulso e tomou a esponja:

—Eu faço.

Jenny estava prestes a falar algo quando a porta do porão se abriu e Simon desceu alguns degraus:

—Jenny, estamos discutindo sobre o jantar... — Horlock parou quando viu o sangue e os pedaços de carnes humana. — Acho que vou vomitar. — Levou a mão a boca.

—Não, não, não e não! — Jenny correu para empurra-lo de volta escadaria acima. — Vai para o banheiro! — E fechou a porta. — Céus, como ele é sensível.

Quando a ruiva voltou para baixo, encontrou todos os potes e garrafas limpos, e perfeitamente enfileirados no velho balcão. Pennywise estava de volta ao chão, agora comendo uma orelha.

—Tudo bem, agora me surpreendeu. — Spellbody sorri com as mãos na cintura.

—Humanos. — A criatura zombou com um meio sorriso enquanto ruía a cartilagem da orelha.

—Completamente convencido. — Jenny zombou e voltou ao trabalho.

Pouco tempo depois, após terminar com o porão, Jenny deixou o palhaço para trás e foi se reunir com os outros na sala.

—Finalmente. — Salem comentou.

—Não exagere, foram vinte minutos, no máximo. — Sua dona rebateu ao sentar-se no sofá ao lado de Horlock. — Melhorou?

—Bom, não precisei usar o banheiro. — Simon retirou uma papelada de sua pasta. — Preciso da sua assinatura.

—Assinatura? — A garota pegou o papel e começou a ler.

—Como sabe, você é a inspetora geral do trabalho, eu vou voltar para casa, entregar esses documentos e chamar o pessoal. Assinando esse contrato, você concorda em fazer o seu trabalho e contribuir com laboratório entregando o espécime morto.

—Há uma taxa de lucro para minha conta?

— Você ganha 10%.

—Quero 50.

—15%.

—35!

—Fechado! — O rapaz puxa a caneta do bolso da blusa.

Revirando os olhos, a garota começa a assinalar as folhas:

—Algum prazo definido?

—Eu diria que a equipe chega em duas semanas após minha partida, aproposito, estou indo amanhã de manhã. E vou precisar de dinheiro para o motorista. — O garoto estendeu a mão.

Jenny fez uma careta mas puxou a carteira:

—Quanto?

—Olha, já foi bem difícil conseguir um táxi que viesse até aqui, então, acho que duzentos é justo.

—Duzentos dólares?! — O queixo da outra foi ao chão. — Garoto, por que não pede para o seu pai?

—Poderia, mas o dinheiro só vai chegar daqui a dois dias, a menos que queira que eu fique por mais quarenta e oito horas.

Spellbody arrancou as notas e colocou na mão dele.

�� �� ��

Era um dia nublado em Derry, Simon acordou bem cedo, grato por ninguém o atormentar durante a noite. Mesmo que Pennywise tenha o evitado, era obvio que o palhaço assassino tinha um certo ódio dele. Mas, para sua sorte, a Coisa tinha outra alma para atormentar.

—Hum. — Jenny abriu os olhos lentamente, a preguiça reinava em seu corpo. A garota suspirou e virou para o outro lado da cama, só não esperava encontrar o cadáver de Georgie Denbrough sorrindo para ela. — Pennywise! — Sentou-se em um salto.

Georgie riu de forma doente e escorregou para o chão, poucos segundos depois, o palhaço se ergueu, rindo como um maníaco, tanto que Spellbody começou a cogitar se deveria atirar nele.

—Mas que barulho é esse? — Salem passou pela entrada do gato, como ele vivia dormindo naquele quarto, sua dona instalou uma na porta. — O que o Ronald de Chernobil está fazendo aqui?

Pennywise parou de rir e rosnou para o gato, Jenny podia dizer que ele odiava o apelido, mas no momento, ela o odiava:

—Quer levar outro tiro? — Perguntou para Pennywise. — Minha cama é um lugar sagrado, ouse colocar um pé nela e deceparei sua cabeça, ficou claro?!

O palhaço a olhou com ironia, ele ergueu a perna e afundou o pé no travesseiro de forma desafiadora.

—Argh! — Spellbody rosnou e saltou no pescoço dele, derrubando-o no chão.

—Crianças. — Salem balançou a cabeça e se retirou.

A Coisa estava no chão, com Jenny em cima da mesma, tentando socá-la, mas a criatura segurava os golpes com as mãos enluvadas:

—Você já fez melhor. — Zombou com um sorriso.

Jenny bufou e se desvencilhou do palhaço, ficando de pé:

—Mas o que diabos você está fazendo no meu quarto a essa hora?  — Ela colocou as mãos na cintura.

—Tédio. — O outro respondeu cruzando os braços.

—E por isso você colou o cadáver de uma criança no meu lençol, que ideia idiota. — A ruiva passou a mão pelos cabelos e suspirou.

—Eu quero pegá-lo. — Pennywise se levantou sob a expressão confusa de Spellbody. — B-B-Bill. — Confessou com uma risada perversa.

—O garoto Denbrough? — Ela fez uma careta.

—Vou amedrontá-lo, tanto que ele vai fazer xixi nas calças. Ele vai se assustar, não vai? — A pergunta parecia pegadinha.

Jenny observou a face esperançosa do palhaço, ele estava tão próximo que era possível sentir o hálito quente, mas o que incomodou era o fato dele estar praticamente ameaçando babar no carpete.  

—Ele vai morrer de medo. — A ruiva empurrou o queixo de Pennywise para cima, fechando a boca dele, interrompendo o fluxo de saliva descomunal. — Agora, sai do meu quarto!

Spellbody se afastou da Coisa e começou a procurar seus chinelos, mas o palhaço não estava afim de cooperar, tanto que ele se sentou na cama dela de pernas cruzadas, apoiando a cabeça na mão direita.

—Certo. — Jenny suspirou. — Sejamos diretos, há alguma razão para você ainda estar aqui? Você quer alguma coisa?

—Quero visitar minha casa. — O outro respondeu.

—Hã, sua casa? — Ela estava confusa, ele sabia que havia uma planta gigante e nem um pouco amigável lá, não sabia?

Como se tivesse lido seu pensamento, o palhaço se endireitou:

—Não a toca, a casa.

—Casa? — Jenny parou pensar por alguns segundos quando a realização bateu. —Espera, você tem uma casa? — Ela obteve um sorriso como resposta, seguido por um tilintar de sinos. — Então, por que você veio morar comigo?

Antes que pudesse descobrir, bateram na porta:

—Jenny? — Simon colocou a cabeça para dentro do quarto. —Meu taxi chegou.

—Ah, eu te acompanho até a saída. — A garota presava um pouco de cortesia.

Horlock não ia reclamar até ver a criatura fantasiada seguir sua anfitriã:

—Ele não vai ser visto?

—Os adultos só podem ver o que eu quero que eles vejam, criatura insignificante. — Pennywise rebateu.

Simon arqueou a sobrancelha e olhou para Jenny em questionamento, mas a garota acenou coma cabeça em concordância.

�� �� ��

Um táxi pode ser visto do lado de fora da atual residência Spellbody, o motorista está ajudando a colocar as coisas de Simon no porta-malas, não era muito, mas as malas pesavam uma tonelada. Jenny não chegou a ver tudo o que o garoto havia trazido, mas pelo tempo que ele ficou, poderia dizer que mais da metade dessas coisas não foi usada.

—Vou levar os arquivos e mandar o pessoal. — Ele estendeu a mão para a ruiva. — Foi um prazer negociar com a senhorita.

—A essa altura deveria dispensar formalidades. — A outra apertou a mão dele.

Simon passou a mão nos pelos de Salem e em seguida, com um suspiro, estendeu a mão para Pennywise, mas o palhaço apenas cruzou os braços e o olhou para o lado.

—Hum. — Horlock deu de ombros e entrou no veículo.

Assim que o taxi deixou a frente de sua casa, Spellbody suspirou:

—Agora é só construir as bombas de gás venenoso para acabar com aquela erva daninha na sua toca. — Bateu palmas e se virou para entrar, contudo, o palhaço entrou no caminho. — Penny...

—Vamos para a minha casa. — Pennywise insistiu.

—Ah, tudo bem, certo, posso tomar um banho e comer alguma coisa antes? — Ela não sabia o motivo dele estar insistindo tanto, mas concordou mesmo assim.

Enquanto isso, Simon olhava para a paisagem de Derry sem expressão, em breve ele chegaria a saída.

—O que traz um jovem como você a essa cidade amaldiçoada? — O taxista começou a puxar assunto.

—Trabalho — Ele fez uma pausa. — O senhor disse, amaldiçoada?

—Dizem tudo que tudo de ruim acontece nessa cidade.

—Conte-me mais a respeito. — Simon puxou um bloquinho de notas assim que o carro passou pela placa “A cidade de Derry”, e em baixo dizia, “Sentiremos sua falta, volte logo... ”

O garoto olhou pela janela brevemente e viu um balão vermelho amarrado a placa.

Espero que nunca precisar voltar.

Uma vez fora da cidade, ele sentiu-se mais leve, como se o ar estivesse limpo. E agora, ele podia pensar com mais clareza enquanto dava início a uma nova pesquisa pessoal.

�� �� ��

—Miau, vai mesmo fazer isso? — Salem olhava para sua dona. — Precisamos preparar as bombas de veneno.

—Eu sei. — Jenny ajustou seu arco e prendeu atrás de suas costas. — Mas ele não vai parar até conseguir o que quer.

—Eu acho que você o está mimando. — Reclamou o felino enquanto se esticava.

—Olha quem fala. — A ruiva sorriu e acariciou os pelos negros.  Salem ronronou, ele adorava receber carinho. — Comporte-se gatinho, voltarei logo. — Suspirou e saiu porta a fora.

Jenny esperava encontrar o palhaço esperando por ela no quintal, mas tudo o que havia era um balão vermelho pendurado na sua cerca branca. A garota se aproximou e viu que havia um bilhete amarrado na linha, era um endereço, escrito em vermelho de forma grotesca.

—Casa 29, R. Neibolt, inacreditável. — Ela suspirou. — Alguma chance de isso ser tinta vermelha? — E o balão estourou, quase como se estivesse dando uma resposta imediata. — Claro que não.

Como a 29 da Neibolt era um pouco longe pelo caminho convencional, pegar um atalho pela floresta parecia promissor. A ruiva estava apenas cruzando a mata quando ouviu algo rastejar a sua volta. Ela parou, controlando a respiração para fazer menos ruído, começou a mover as mãos lentamente para agarrar seu arco e uma flecha, depois virou-se de supetão com a arma preparada nas mãos.

—Hum. — Jenny viu um pequeno esquilo saiu da moita e baixou a arma. — Quase que você bate as botas, amigo. — Riu balançando a cabeça.

Enquanto a garota seguiu seu caminho, o esquilo avançou alguns passou para a frente da moita e se abaixou cheirando o chão, de repente, quatro tentáculos rosados o puxaram para cima da árvore, em meios as folhas.

—Neibolt. — Spellbody se viu em frente à casa abandonada, questionando-se se era correto dizer que estava mesmo abandonada.  — O que estou fazendo aqui? — Suspirou e foi até a porta, mas antes que pudesse tocar na maçaneta, a mesma se abriu sozinha, como em um convite. — Típico.

A ruiva entrou sem muita cerimônia, o lugar estava relativamente inteiro, para uma casa velha, era empoeirado até os mínimos cantos, mas podia abrigar alguém que estivesse precisando, como drogados, mendigos, bêbados...

Ou um palhaço assassino.

Quase que como por sugestão, a porta principal se fechou de supetão, a garota olhou para ela por alguns segundos e depois se virou, dando de cara com um balão vermelho. O balão flutuou, acima das escadarias, rumo ao andar superior, como se estivesse indicando o caminho. Jenny o seguiu até um quarto pouco iluminado, havia tábuas de madeira nas janelas, bloqueando a luz solar, poucas arestas podiam ser vistas. O mais intrigante de todo o quarto era a quantidade de coisas ocultadas por lençóis brancos.

—Por que estamos aqui? — Spellbody caminhou para frente. — Pennywise? —De repente, os panos caíram no chão e Jenny se viu rodeada de palhaços, de todas cores, formas e tamanhos. — Ah, isso é legal. — A garota sorriu, ela realmente parecia gostar de tudo aquilo, especialmente quando todos os bonecos pareciam olhar em sua direção. — Quanta atenção, mas estou procurando um palhaço bem especifico, cabelo laranja, pompons vermelhos, e extremamente cabeçudo. Alguém o viu? — Os bonecos apontaram para trás dela, Jenny deu um meio sorriso e se virou dando de cara com o próprio. —Pennywise.

—O primeiro e único. — A Coisa estava empolgada por ter a humana em sua casa, e ficou mais ainda quando ela não se amedrontou com seus truques.

—O que estamos fazendo aqui, Penny?

—Esta é minha casa.

A outra arqueou a sobrancelha:

—E?

—Eu conheço a sua casa, então, você tem que conhecer a minha.

—Conhecer a sua casa? — Jenny piscou, um sorriso incrédulo se formando em sua face. — Queria que eu conhecesse a sua casa? — Com essa, Pennywise sorriu com seus os olhos azuis brilhantes e sinos tilintantes. — Por que?

Era quase adorável, se não fosse meio bizarro.

Pennywise pareceu pensar, ele achava que ela entenderia que era uma troca justa. Mas sentiu-se muito frustrado quando Jenny não entendeu suas intenções.

Humanos burros!

—Humpft! — O palhaço fez bico e sentou no chão de pernas cruzadas, como uma criança birrenta, antes de desviar o olhar para um ponto aleatório.

—Espera — A garota dobrou o corpo e olhou de perto. — Você ficou ofendido? —Cutucou a bochecha branca com o dedo indicador fazendo o outro rosnar e virar a cara.  — Para um palhaço assassino você é bem sensível. — Jenny recuperou a postura. — Não em entenda mal, foi bem...gentil da sua parte, querer me mostrar a sua casa...eu acho.

Pennywise zombou com um meio sorriso e olhou para ela de forma sugestiva:

—Não é apenas a casa.

De repente, um barulho foi ouvido no andar inferior deixando a dupla com a guarda levantada, eles se olharam antes de irem verificar o que poderia ter causado aquilo. Como o verdadeiro dono da casa, Pennywise sabia que o local estava sujeito a receber visitantes indesejáveis...

Humanos estragados!

Mas ele não esperava encontrar o humano estragado caído no chão na sala com uma larva enorme sugando sua cara.

—O que é que... — Pennywise foi interrompido por uma mão.

O palhaço olhou com curiosidade para a mesma e depois redirecionou seu olhar para a fêmea ao seu lado, Jenny sinalizou para que ele ficasse quieto e tirou uma flecha, aquilo era sinal suficiente para que Pennywise deixa-se ela trabalhar.

Spellbody retirou seu colar, o pequeno objeto cilíndrico com veneno que sempre carregava consigo para emergências, e derramou um pouco do liquido na ponta afiada de sua flecha.

A garota organizou sua postura, apontando para a criatura viscosa, a flecha perfurou a cabeça e o verme largou sua presa, caindo para trás.

—Bem no alvo. — Jenny deu um assovio e desceu para verificar. — Não é uma graça?

Pennywise olhou para verme se contorcendo no chão, a criatura não tinha olhos, apenas uma enorme boca cheia de dentes com quatro tentáculos rosados saindo dela, o que combinava com o resto do corpo, no entanto, a cor começou a sumir, tornando-o cinza:

—Não vejo nada de gracioso nisso. — O palhaço franziu o cenho.

—É uma Medusa Camaleão. Ótima em camuflagem, carnívora — A outra apontou para o corpo humano cuja a face estava mastigada. — e a parte mais legal, quando morre — Jenny puxa a flecha e larva se quebra em pedaços. — ela petrifica, por isso o nome, foi descoberta por um fazendeiro espanhol, claro que o pobre homem não sabia que ia ser o almoço dela.

A Coisa nunca admitiria em voz alta, mas adorava saber sobre essas criaturas, pois nunca chegou a entender como, durante toda a criação, nunca soube que poderiam existir.

De repente, o barulho de sirenes se aproximando podiam ser ouvidas, e aquilo fez Spellbody gelar até a alma:

—Caramba é a polícia! Se me virem aqui com esse equipamento vão me acusar de assassinato, ou algo assim. Preciso escapar. — Ela se aproximou da porta principal mas percebeu que a sirenes haviam chegado. — Porcaria. — Olhou para o, tecnicamente, dono da casa.  — Tem outra saída? Uma onde não possam me ver?

Pennywise pareceu pensar por dois segundos antes de erguer o dedo enluvado com um sorriso diabólico:

—Uh, eu sei!

—Isso é sério? — Pouco depois, Jenny se viu encarando a densa escuridão que habitava em um poço. — Como isso pode ser uma saída? Aliás, quem tem um poço dentro do porão?

O palhaço cruzou os braços olhando para ela de forma zombeteira:

—E quem tem um palhaço devorador de criancinhas no porão? Oh, é claro, você. — Deu um meio sorriso.

Jenny olhou para ele um pouco incrédula:

—Como você passa de infantil a impertinente e zombeteiro? — O som de passos no andar de cima a fez encolher.

—Ouvi algo no porão. — Uma voz masculina ressoou perto da porta.

A jovem engoliu a seco achando que esse seria o seu fim, no entanto, alguém a agarrou por trás tapando sua boca.

—Humanos. — Pennywise riu e se jogou de costas dentro do velho poço levando a garota junto.

A porta do porão foi aberta sem muito esforço e Butch Bowers desceu, armado e com uma lanterna, o homem examinou o local e depois gritou:

 —Ninguém aqui! — Uma parte dele desejava que houvesse, ele odiava aquela casa, e adoraria atirar alguém agora.

O pai Henry voltou para a sala onde o corpo estava, o outro policial o cumprimentou:

—Parece que ele teve uma overdose e foi atacado por um animal faminto.

—O rosto do filho da mãe está bem ruído. — Butch olhou com desgosto.

—Ratos?

—E por que não? Essa casa está cheia de pestes.

O outro policial não parecia acreditar muito nessa informação, mas ele não estava interessado em aborrecer Bowers, aquele homem se tornava o demônio quando estava de mau-humor.

—Podia ter avisado. — Enquanto isso, Jenny seguia o palhaço pelo sistema de esgoto, ela não ia mentir, foi uma surpresa encontrar uma abertura no poço que ligasse a outro local. — Como eu ia adivinha que havia uma passagem no meio do poço?

O palhaço deu uma risadinha, como alguém poderia imaginar qualquer coisa? Eles só conheciam o que havia em cima de Derry, não o que estava embaixo. De repente, Pennywise para de andar, Jenny ouve um suspiro triste, ela se aproxima tentando ver o que está à frente.

—Oh! — Jenny olha para as videiras trancando a passagem. — Essa é uma das entradas para sua toca, não é?

—Uhum. — O outro faz bico.

A ruiva entende como ele está se sentindo, ela também quer voltar para sua casa, a verdadeira, no Michigan, mas para ambos terem o que querem, tarefas precisavam ser realizadas.

—Vamos. — O palhaço voltou a andar. — Tem uma saída por aqui.

�� �� ��

Salem estava lendo em cima do sofá quando ouviu a porta se abrindo, o gato espiou por cima das páginas:

—Finalmente! — Exclamou ao ver sua dona. — Por que demorou tanto?

—Uma Medusa Camaleão, um poço, o sistema de esgoto conectado a velha usina, e o que está lendo? — Ela larga o equipamento no chão.

—Decide ampliar meus horizontes lendo a Odisseia, infelizmente, já faz meia hora que parei de ler e comecei a devanear.

Jenny riu um pouco:

—Nosso inquilino já chegou? Ele nunca volta o caminho todo comigo. — E quase que por sugestão, a Coisa sai do porão com uma tigela de dedos. — Certo, então eu vou tomar um banho e pedir a comida. — Spellbody olha para o seu gato. — Vamos trabalhar na bomba de gás venenoso ainda hoje. — Ela se aproxima do palhaço. — Tentem não se matar enquanto eu estiver ocupada, vou precisar da ajuda dos dois.

—O quê? — Pennywise olha para ela, com um dedo indicador na boca.

Jenny sorri e segue para o andar de cima deixando-o confuso.

�� �� ��

Em um quarto, pouco iluminado, vemos o jovem Simon Horlock abrindo seu notebook, ele digita a senha e em seguida abre uma pasta. De repente, uma janela aparece, é uma chamada por vídeo.

—Finalmente. — O garoto abre. — Está atrasado.

—A conexão não está boa. — Na tela, vemos o rosto de um jovem bonito, provavelmente na cadeia dos vinte ou trinta anos, cabelos negros, olhos castanhos e pele levemente bronzeada.

— Eu não podia esperar menos de você, Nick.

O rapaz sorri para o mais novo:

—Como você está, maninho?

—Bem, o papai tem me dado algumas missões. E como vai a sua?

—Oh, o caso do “Diabo na Garrafa”? Ainda em progresso. Eu nunca vou entender, o Brasil abriga alguns dos Hollows mais selvagens, e, no entanto, é onde tem menos caçadores.

—Por falar em coisas difíceis de entender, eu estive trabalhando em um caso de Planta do Sono, com a sua ex-namorada.

—Jenny? —Nick arregalou os olhos. — Onde? Como? Ela está bem? Ela perguntou por mim?

—Bom... — Simon mordeu o lábio inferior, ele não tinha certeza se podia contar isso para Nicholas, mas sabia o quanto seu irmão gostava de Spellbody. — Eu acho que ela está com problemas.

�� �� ��


Notas Finais


Obrigado pelos favoritos, sejam bem-vindo!
O que vocês acham que vai acontecer?
Até a próxima!
Bjs.


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