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História Home partner. - Na Jaemin fanfic. - Someone who felt.


Escrita por: ceci_kxy

Notas do Autor


Cecilinha gameplays voltou se segurando para não piNTAR O CABELO DO JAEMIN DE PRETO NA FANFIC, ALGUÉM ME SEGURA PELO AMOR DE DEUS---

Voltamos a programação normal.
Oi gente, tudo bem com vocês? Conseguiram aguentar sete dias até essa atualização ou morreram no ultimo surto do ultimo cap?
Bem, espero que estejam vivos e que estejam animados para ler esse capítulo, pois eu fiz bastante animadinha eeeeebaaaa!!!

E bem, esse cap não tem tanta interação de 2min como nos ultimos (pq será né), mas... Juro que nos próximos dois vocês vão ficar em choque, então, aguardemKKKKKK

Ah, esse cap foi menor que os ultimos, mas juro que os outros vão ser maiores!<3

Não tenho tanto para falar aqui, apenas... Sinto muito por esse capkkkkkkkkkkkkkkkkkk
espero que até o fim dele, vocês não queiram me matar......... amem jesus.

Obrigada pelos mais de 140 favs, eu amo vocês<3
(P.S: acho que no cap 15 eu já divulgo o ost da fic, para os interessados!!!)

Boa leitura!

Capítulo 13 - Someone who felt.


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Na Jaemin ღ

 

Minji tinha saído e eu realmente desconfiei antes, porém tinha decidido comigo mesmo que, independente de com quem ela estivesse eu não ia ir atrás para estragar mais uma vez, mesmo que estivesse me sentindo muito incomodado. Com o decorrer do tempo eu fiquei disperso em casa, apenas refletindo e me lembrando do dia em que eu estava no ônibus com Minji e vi minha mãe.

Lembrar-me da imagem de minha mãe desarrumada andando pelas ruas me doeu o peito, mas eu não queria ir atrás dela, afinal, era ela quem deveria vir atrás, era ela quem deveria correr atrás do tão “amado” filho. Se fosse uma mãe como as outras ela me amaria incondicionalmente e viria atrás de mim, mas, eu sabia que não era isso. E, pela primeira vez eu decidi ir atrás dela, ignorando esse meu orgulho pela dor que ela me causou, decidi ver se ela estava bem, por que eu realmente me preocupava.

E agora estou aqui, frustrado, incomodado e irritado por ver Minji aqui.

— Anda Minji, responde. — Falei em um tom sério, vendo minha mãe ficar surpresa e Minji ficar com os olhos mais arregalados.

— Sua mãe é a amiga de que eu tinha falado mais cedo, eu vim ver ela. — Minji soltou o álbum de fotos, se levantando ainda parecendo meio receosa.

— “Amiga”? — Repeti, sendo a irritação aumentar. Então quer dizer que minha mãe já falou muito para ela. — Você sabia disso, não sabia? — Olhei para minha mãe, que não tardou em negar. — Ah, certo, então coincidentemente vocês duas se trombaram na rua e viraram melhores amigas! — Falei ironicamente, revirando os olhos.

— Ya, Na Jaemin, não fale tão ironicamente assim com sua mãe! — Notei que Minji começou a se irritar. — Eu fui descobrir que ela era sua mãe só hoje e ela não sabia quem eu era, então, pare de tratar ela assim já!

— Vai embora daqui, Minji. — Falei passando a mão no cabelo, tentando não me frustrar. — Esses assuntos vão além de uma intrometida como você. — Acabei soltando sem pensar, notando que a raiva de Gong aumentou.

— Eu não me intrometi em nada, apenas tentei ajudar senhora Na, diferente de você, que apenas abandonou ela sem mais nem menos! — Minji falou alterada e eu me senti mais irritado pelo que ela disse.

— E do que você sabe? Hein, me diz! Você por um acaso sabe sobre tudo que eu passei pelo meu ponto de vista ou só está falando coisas que se quer tem haver com você?! — Meu tom saiu bem mais alto do que o de antes, fazendo minha mãe se assustar.

— Eu sei que você é um idiota que apenas ligou para você! — Ela se aproximou um pouco. — Você a abandonou que sem ao menos pensar em como ela poderia se sentir ou em como ela precisaria de você em um momento de crise! Você realmente não tem olhos para as outras pessoas?! Quão grande é o seu nível de egoísmo? — Minha respiração estava ofegante, apenas mostrando o quão frustrado eu estava ficando a cada minuto que se passava.

— Nossa, sinto muito mesmo por não ser perfeito ou companheiro como você! — Aproximei-me dela. — Sinto muito por não ter a vida fácil como a sua e por ter problemas reais ao invés de inventados na cabeça de uma mimada!

— Você não sabe pelo que eu passei...

— E você sabe do que eu passei diariamente para chegar ao nível de ir embora? — Falei antes que ela terminasse a própria frase. — Você só sabe olhar para o seu mundo e só vê o que quer ver, por isso não tem o direito de vir aqui falar que eu sou egoísta... Afinal, você é a mesma coisa que eu. — Meu tom de voz foi se abaixando, mas a minha raiva continuava no mesmo nível.

Nossos olhar era intenso, dessa vez era pela raiva que estávamos sentindo um do outro, faíscas saíam daquele contato visual e o mundo em nossa volta se tornou insignificante comparado ao tamanho da nossa ira.

— Você é um babaca, Na Jaemin. — Minji proferiu baixo e saiu, esbarrando em meu ombro e indo para fora de casa.

— Minji espera! — Minha mãe exclamou a seguindo rapidamente, apenas me fazendo revirar os olhos.

Sentei-me no sofá, jogando as costas no encosto do sofá enquanto cobria o rosto com as mãos, tentando diminuir a raiva e frustração do momento.

Pude ouvir minha mãe conversar com Minji, pedindo para que ela não se importasse com o que eu disse e ficasse mais um pouco, porém Minji recusou, dizendo que ela precisaria ir e voltava outro dia. Minha mãe apenas concordou e deixou que a garota partisse.

— Jaemin. — O tom da minha mãe foi sério ao entrar na sala. — Por que a tratou daquele jeito?!

— Por que você acha? — Perguntei sério com meu tom baixo, tirando as mãos do rosto e a olhando.

— Não tem razão de ter tratado ela assim!

— Você acha isso legal?! — Perguntei a vendo me olhar confusa. — Acha que é legal ficar mostrando a vida miserável que temos? Por que sinceramente, ver pessoas tendo pena de mim é algo que me irrita profundamente e me deixa envergonhado de viver nessa realidade.

— Você foi embora por que tinha vergonha de mim então?

— Eu fui embora por que você só se importava com você. Você só bebia e não ligava se eu estava bem ou não, você só se importava se teria meu dinheiro para comprar comida ou pagar contas, enquanto você se acabava no álcool. — Falei sem expressão nenhuma, mesmo que me doía admitir aquilo em voz alta.

— Isso não é verdade...

— Sim, é sim e você sabe disso! Eu já tentei te ajudar diversas vezes, mas... E quanto a mim? E quem iria me ajudar?! Nunca passou na sua cabeça em mudar por que o seu filho de vinte anos estava sofrendo frustrações que deveria passar apenas aos trinta e cinco anos?! — Indaguei segurando uma lágrima em meu olho, notando que minha mãe tinha se calado, provavelmente sabendo que o que eu falava era verdade.

— Eu estava em um momento difícil filho, entende a mãe, por favor... Desculpa. — Ela se sentou ao meu lado e segurou minha mão, já derramando lágrimas.

Mas eu sabia que não podia desculpar ela tão fácil como nas últimas vezes. Essa não era a primeira vez que essas desculpas aconteciam, porém era a primeira vez que eu decidi resistir, se não seria como na ultima vez: ela ficaria bêbada, faria algo ruim para mim, ficaria sóbria e arrependida e viria me pedir desculpas.

— Não. — Falei e a olhei sentindo a lágrima escorrer de meu olho e descer pela minha bochecha. — Eu não vou te desculpar sem alguma mudança. — Soltei nossas mãos e sequei a lágrima que escorreu, levantando-me em seguida. — Eu só vou te desculpar se você realmente mostrar uma mudança.

— Eu vou mudar, eu prometo! — Ela disse e se levantou me abraçando a força, me fazendo franzir o cenho.

Assim que ela se afastou eu fui até a porta, apenas olhando para ela por uma ultima vez.

— Mãe. — Ela me olhou atentamente. — Não envolva mais o nome de Minji nisso, isso não é algo que ela deva saber. Você deve lidar sozinha com seus problemas. — Ao dizer isso saí daquela casa, sendo rápido para me afastar de lá e indo para um lugar que eu me sentisse mais calmo.

[***]

Já era de noite e a lua brilhava no céu, eu tinha ido para um lugar em que eu e os garotos íamos durante a época do ensino médio para despejar as frustrações para fora. Não era um lugar muito elaborado, era apenas uma praça que quase ninguém vinha e não era limpa a uns bons anos — o que fazia eu não gostar tanto desse lugar.

Eu estava sentado nesse banco de praça empoeirado já fazia horas, pensando no que aconteceu hoje e no que eu disse e ouvi. Após tanto pensar, eu percebi que tive razão em ser daquele jeito com minha mãe e querer a mudança dela, porém, também percebi que eu tinha sido duro demais com Minji, e isso me incomodado com isso.

Minji não tinha culpa de tudo que estava acontecendo entre mim e a minha mãe, nem mesmo de ter descoberto as coisas que descobriu, porém, eu me senti totalmente irritado por que ela viu um pouco da relação com a minha mãe, algo que eu considero uma fraqueza. Eu odeio parecer fraco na frente das pessoas e odeio mais ainda pessoas falando coisas que não sabem sobre minha vida, só que... Não foi totalmente culpa dela. Eu não tinha dito para ela nada sobre isso, então a única fonte que ela poderia ter era a visão destorcida da minha mãe.

— Aish, isso é tão frustrante! — Reclamei, passando as mãos pelo cabelo.

Levantei-me dali e decidi ir para casa, tentando me esquecer de todos aqueles questionamentos.

Abri o portão e fui diretamente para dentro de casa, sendo recebido por um silêncio quase que ensurdecedor e angustiante. Andei pelo chão gelado com meus pés cobertos apenas pelas meias pretas e finas que eu coloquei mais cedo. Pelo silencio Minji com toda certeza tinha ido para algum lugar, com o intuito de não me ver.

Suspirei um tanto cansado e fui para o meu quarto, apenas organizando-o rápido e trocando de roupa em seguida, calçando meus chinelos e indo para fora daquele cômodo em seguida. Fui até a cozinha, abrindo a geladeira e pegando uma latinha de refrigerante de laranja e outra latinha de cerveja, pensando bem antes de fazer aquilo.

Fui até a laje segurando as duas latinhas, aquele local estava vazio, apenas sentei naquele banco sem estar surpreso. Abri a latinha que continha álcool dentro e suspirei fundo, dando um gole grande.

Porém, antes que eu conseguisse terminar de engolir, cuspi tudo aquilo para fora, não conseguindo aguentar aquele gosto ruim.

— Isso aqui é o que? Veneno?! — Arregalei os olhos, olhando bem para aquela lata em minha mão. — Aish, isso é realmente feito para aquela azeda da Minji. — Deixei aquela latinha na mesinha que tinha ali na frente, logo abrindo a latinha de refrigerante que eu peguei. — Isso sim é bebida. — Sorri fraco após o ultimo gole.

Tentei passar segundos em silêncio apenas observando as plantas, porém, me senti apenas mais aflito a cada minuto que passava. Peguei meu celular e entrei no contato de Minji, porém notei que sua foto de gatinho com roupinha florida tinha sumido, ou seja, ela me bloqueou.

Ela realmente ficou tão brava assim? Nem quando eu a xingava no Orkut ela me bloqueava... — Mordi o lábio inferior, aflito por aquela situação. — Já sei. — Abri o contato de Jeno, ligando e sendo atendido pouco tempo depois.

Oi Jaemin. — Jeno atendeu e eu suspirei aliviado.

— Jeno! — Falei e pigarrei em seguida. — É... Pode parecer um pouco estranho o que eu vou te perguntar agora, mas... Minji está com você? — Me embolei um pouco nas palavras, sentindo meu rosto ruborizar um tanto.

Sim e ela me disse que vocês brigaram feio. — Respondeu parecendo bravo comigo. — Você de verdade foi um babaca, cara.

— Eu sei, mas... — Eu ia explicar, mas nem mesmo eu sabia o motivo daquilo.

Nem você sabe ao certo, né? — Jeno adivinhou. — Enfim, sei que não deve ter ligado por preocupação, mas... Não se preocupe, ela vai dormir na minha casa e talvez volte amanhã. — Respondeu e eu senti certo incomodo me invadir.

Me deixa falar! — Ouvi uma voz irritada e feminina pegar o celular de Jeno. — Ya, Na Jaemin, seu filho... — E então ela me xingou de coisas que eu não deveria colocar aqui, pois claramente isso seria tirado do ar. — Você foi o maior babaca, não queira vir atrás de mim agora. Você viu que eu te bloqueei, não viu?! Quando isso acontece, quer dizer que eu não quero te olhar e quero que você vá para o inferno!

A ligação foi encerrada.

— Por que ela tem que ser tão explosiva e irracional? — Perguntei irritado, guardando meu celular no bolso novamente.

Era sempre assim, eu tentava resolver tudo na calma e me segurava ao máximo para não mandar Minji ir à merda — mas a minha paciência com ela é menor que uma molécula de água —, enquanto Minji falava o que dava na telha para quem quisesse e quando quisesse, mas claro que ela sabia limites, não ia falar algo dessa maneira para algum professor ou algo assim, até por que a garota era bastante respeitosa nessas ocasiões, porém era só outra pessoa chegar e irritar ela que ela já falava o que queria — isso já causou para ela muitas brigas, inclusive. Eu sempre fiquei mais no meu canto quieto e ela também era assim, mas nunca perdia a ocasião de tacar o livro na cabeça de alguém. Enquanto eu sempre fui muito limpo e organizava tudo que bagunçava, ela deixava a casa um chiqueiro com tudo espalhado e sujo.

— Pensando bem, foi bom mesmo eu ter falado aquilo e ela ter me deixado em paz! — Pensei e me deitei naquela namoradeira, me sentindo irritado ao lembrar-me de um mês atrás quando ela foi dormir e não tinha lavado o banheiro. — Pelo menos a casa fica limpa!

Dei mais alguns goles no refrigerante e ele enfim acabou, deixei a lata ao meu lado e ajeitei minhas costas naquela madeira, olhando bem as estrelas que hoje estavam excepcionalmente brilhantes. Suspirei e comecei a fazer ligações imaginárias com as estrelas, reconhecendo algumas constelações que eu tinha decorado após ouvir Minji falando tanto delas quando estávamos aqui juntos.

E então eu comecei a alucinar.

Podia jurar que depois de tanto observar o céu, eu pude ver o rosto de Minji ser formado nas constelações e o as estrelas ficarem cada vez mais cintilantes. Assim que vi isso arregalei os olhos, desacreditado com o que estava vendo, cocei os olhos durante minutos e quando abri novamente percebi que eram apenas estrelas comuns.

— Eu preciso ir para um psiquiatra. — Murmurei frustrado.

Tornei a me distrair com as estrelas e me senti um tanto calmo, porém, ainda parecia que com toda essa calmaria me faltava algo. De repente meu cérebro começou a me mandar lembranças que eu criei com Minji enquanto estávamos na laje, bebendo, conversando ou até mesmo brigando um com o outro. Não pude evitar que um sorriso escapasse do canto de meus lábios.

Percebi então que o que faltava naquela hora não era um banheiro lavado e nem uma louça lavada, nem mesmo um dia sozinho em casa. O que faltava neste instante era, na verdade, Gong Minji do meu lado. Ao olhar para o céu eu me lembrei de Minji, e ao me lembrar dela, notei que o céu fica mais bonito quando ela está do lado.

(=)

Eu estava na frente da casa de Jeno, abri a porta e entrei sem esperar alguma autorização, algo que eu nunca fazia. Fechei a porta e tranquei, comecei a passear pela casa, tentando achar Jeno ou alguém que pudesse me falar onde ele estava.

Cheguei à cozinha da casa e vi os pais de Jeno comendo juntos, eles sorriram para mim e acenaram então me aproximei e fiz uma pequena reverência para eles.

— Onde está Jeno? — Perguntei e eles sorriram orgulhosos.

— Está no quarto dele com a namorada, sobe lá! — A mãe dele falou e o pai dele concordou.

Assenti e fui, porém ainda estava perplexo.

Desde quando Lee Jeno namora?! De todos os anos que eu conheço ele, ele só namorou algumas meninas e isso só no ensino médio. Desde quando o Jeno de vinte anos namora alguém?!

Cheguei à porta de seu quarto e ela estava entreaberta, me possibilitando ver Jeno de costas para a porta e de frente para uma menina. Eles conversavam e riam e notei que a voz feminina não me era estranha. Jeno parecia estar dando selinhos nos lábios da garota, que ria por aquilo.

— Jeno, para! Eu vim aqui para fazer a maquete com você! — Reconheci a voz de Minji e abri a porta do quarto pelo susto, porém sem fazer isso bruscamente.

— Mas eu não quero fazer isso agora. — Jeno falou do jeito meloso de sempre.

Eu queria ir até lá e estapear Jeno, mas meu corpo não conseguia se mover em direção a eles, era como se meus pés estivessem colados ao piso de madeira dele.

— Se eu te beijar você faz? — Minji falou docemente, tom esse que ela nunca usou comigo, passando os braços pelos ombros de Jeno, esse que assentiu com a cabeça.

Minji foi se aproximando de Jeno lentamente e então...

(=)

— NÃO! — Acordei gritando, me sentando no banco por impulso. — Ai Jesus, foi só um pesadelo. — Suspirei aliviado, passando a mão pelo peito e respirando fundo, tentando controlar minha respiração que agora estava ofegante.

Senti um desconforto enorme nas costas e então franzi o cenho, buscando meu celular para ver que horas eram. Ao acha-lo em meu bolso, retirei-o dali e liguei a tela, vendo o horário.

— Aish... Quatro e meia da manhã?! — Reclamei e me levantei, pegando a latinha de cerveja cheia que estava próximo a mim. — Eu vou estar quebrado amanhã na aula. — Suspirei cansado e saí da laje, indo para dentro de casa.

Ao entrar logo fui para a cozinha e guardei a latinha na porta da geladeira, fui até meu quarto, fechei a porta e então fui para a cama, me afundando embaixo das cobertas. Ajeitei minha cabeça e não demorei a cair no sono.

[***]

Eu já estava na faculdade praticamente em forma de zumbi, eu tinha olheiras um tanto roxeadas na parte de baixo dos meus olhos e estava andando lentamente por conta das dores nas costas que tive graças à soneca que tirei naquele banco de madeira. Suspirei fundo e olhei bem para as pessoas assim que passei pela porta da minha sala. Jeno estava com Minji, estes me olharam, mas eu não parei para ler o olhar deles e decifrar o que sentiram me olhando. As outras pessoas me olharam um pouco surpreso, já que, mesmo com a cara fechada de sempre, eu nunca parecia exausto como hoje.

— Ya, Jaemin. — Vi Haechan entrar sorridente na sala.

Eu não tenho mesmo paz nesse inferno. — Suspirei fundo, sentando na minha cadeira e esperando que a minha gazela preferida viesse torrar minha paciência.

— Ah! — Haechan gritou assim que olhou para o meu rosto. — Cara, você tá horrível... — Ele disse boquiaberto.

Eu realmente estava horrível. Sempre tive boas noites de sono, sempre deixei meu cabelo perfeitamente arrumado-desarrumado, roupas organizadas, mesmo que escolhidas aleatoriamente. Já hoje eu vesti apenas uma calça jeans escuro amassada, um moletom rosa — que, aliás, era de Minji e eu peguei escondido —, com meus Vans preto e os cabelos um pouco bagunçados.

— Alguma novidade? — Perguntei ironicamente.

— Não, eu apenas vim pedir um daqueles seus bloquinhos de post-it que você usa para organizar seu caderno. — Ele disse e sorriu. Cafajeste interesseiro.

— Da ultima vez que eu te emprestei, você usou a maioria.

— Mas eu te dei outro kit deles depois! — Ele fez manha.

— O mínimo. — Revirei os olhos e mexi no bolso menor da minha mochila. — Pega. — Entreguei um bloquinho pequeno de post-its verdes, logo depois o garoto saiu saltitando para fora da sala.

O dia foi passando, junto às aulas, aulas essas que eu não consegui sequer prestar atenção. O sinal do intervalo tocou então eu apenas me levantei e fui até Minji, que se assustou, mas logo me olhou de cara fechada.

— Eu não quero falar com você hoje, Na Jaemin, por favor... — Ela falou já querendo sair dali.

— Minji. — Chamei seu nome com a intenção de falar algo a respeito da nossa briga de ontem, porém neste instante as palavras me fugiram.

— Sério que você veio até mim para não me falar nada? — Ela cruzou os braços e riu fraco, revirando os olhos. — Eu nem sei por que ainda espero algo vindo de você.

E então ela saiu andando, me deixando ali, ainda sem falar nada.

Por que é tão difícil falar o que eu queria para ela?!

O resto do dia então correu como vento, chegando rapidamente o fim das aulas de hoje. Eu estava debruçado na mesa, morrendo de dor de cabeça e esperando que todos saiam para que eu enfim possa ir embora sozinho e em paz. Falei para meus amigos que eles podiam ir embora sozinhos, esses concordaram e saíram, me deixando com sei lá quem.

— Aish... — Ouvi um murmuro baixo de Minji e logo senti algo ser jogado a minha frente na mesa em que eu estava debruçado.

Quando levantei a cabeça ela já tinha saído da sala.

Franzi o cenho e notei uma sacola de plástico à minha frente, peguei e a abri, pegando o que tinha dentro. Vi uma cartela de remédios, virei e vi a parte prateada de trás, onde continha o nome de um remédio conhecido.

É para dores no corpo e na cabeça... — Sorri fraco e me levantei, coloquei a mochila nas costas e saí da sala, indo procurar um bebedouro para que eu pudesse tomar o remédio. — Eu não consigo entender como mulheres são confusas.

Após fazer o que tinha que fazer, eu saí daquele prédio, começando a andar na rua. Algo me dizia que eu não deveria ir para casa, que eu deveria ir ver alguém, e esse sentimento estava crescendo casa vez mais.

Meu celular começou a tocar e eu atendi sem ver o contato da pessoa, esperando que ela falasse primeiro.

Jaemin? — Ouvi a voz da minha mãe e meu coração começou a acelerar, me deixando nervoso.

— Oi mãe...

Aigoo, eu achei que tinha atendido em querer! — Ela parecia aliviada, rindo em seguida. — Por que não vem aqui em casa para almoçar comigo? É a primeira vez em tempos que eu cozinho! E fiz seu prato favorito... Macarrão ao molho branco!

Esse nunca foi meu prato favorito.

— Ah, certo... — Ri fraco, tentando disfarçar. — Eu já vou aí, chego em minutos.

— Certo, vou arrumar tudo! — Ela parecia bastante empolgada, então logo desligou, me fazendo ficar um pouco perplexo.

Entrei no primeiro taxi que vi e ditei o endereço, pagando ele logo no início do percurso. O motorista dirigiu até a casa da minha mãe e sem demorar muito, chegamos.

Agradeci e desci do carro, vendo-o partir e sentindo minhas mãos ficarem suadas e trêmulas. Eu estou vindo almoçar com minha mãe, sem ser obrigado por nada nem ninguém... Isso não ocorre já faz anos. Eu tinha visto o rosto dela ontem, porém agora eu continuava preocupado e receoso. Será que ela está bêbada de novo? Ela realmente fez isso por que quis ou quer que eu fale com meu pai para mandar dinheiro de novo? Eram muitas questões, porém todas elas surgiram graças ao meu medo de ter que encarar a minha mãe novamente, ainda mais com todas as marcas e cicatrizes deixadas na minha memória.

Respirei fundo e criei coragem para entrar na minha antiga casa, batendo na porta assim que passei pelo quintal agora menos desarrumado.  Minha mãe abriu e assim que me viu, me deu um abraço forte, esse que eu não consegui retribuir.

— Oi, Jaemin! — Ela disse sorrindo e logo me deixou entrar, fechando a porta atrás de nós. — Vem! Já tá tudo pronto! — Segurou minha destra e me guiou até a cozinha, puxando uma cadeira para eu sentar.

— Obrigado. — Agradeci me sentando e logo vi a mais velha se sentar a minha frente, com um sorriso de orelha a orelha.

Ela está mesmo tão feliz comigo aqui?

— Eu não sei se está bom, já faz anos que eu não cozinho, então espero que eu tenha tido sorte. — Ela falou e me serviu, colocando o prato em minha frente com o macarrão que ela tinha feito. — Vamos, experimente! — Ela sorriu e eu olhei para o prato, vendo que não tinha uma cara muito boa.

— Okay... — Falei tentando não demonstrar a minha incerteza.

Peguei um garfo e enrolei uma boa quantia de macarrão ao redor de seus dentes de metal. Respirei fundo e coloquei aquela porção do garfo dentro da minha boca, começando a mastigar e sentir todos aqueles gostos que existiam naquela receita.

— E então, como está? — Minha mãe perguntou esperançosa.

Céus, isso está horrível.

— Tá uma delícia. — Falei de boca cheia, me segurando para não lacrimejar enquanto mastigava.

— Sério?! Woah, eu vou experimentar! — Ela se serviu e então fez a mesma coisa, que eu, porém, diferente de mim, ela cuspiu. — Isso está horrível! Cospe isso Jaemin!

— Não mãe... — Engoli o macarrão a força, logo forçando um sorriso para ela.

— Isso está papado, salgado, cru, azedo... Tudo ao mesmo tempo! — Ela disse e serviu refrigerante de laranja nos copos que estavam na mesa. — Como engoliu isso?

— Foi por educação... — Falei baixo e vi-a rir fraco.

— Sempre tentando ser educado... Woah... É mesmo meu filho.

O lado educado não foi puxado de você. — Franzi o cenho observando a mais velha.

— Toma. — Ela disse e me estendeu um copo de refrigerante. Agradeci e peguei em mãos, dando um longo gole. — Minji me disse por mensagem que você gostava muito desse sabor. — Ela disse isso e eu engasguei com o refrigerante, sentindo sair o líquido pelo meu nariz.

— Ela disse...?

— Sim. — Assentiu. — Ela parece te conhecer bastante... Vocês namoram? — Minha mãe me olhou com um olhar sacana, me fazendo desviar o olhar, envergonhado.

— Não, mãe. — Falei sério e ela logo desfez o rosto sacana dela. — Desde a nossa briga de ontem... Bem, ela não falou direito comigo, isso nunca ocorreu antes... Ela deve ter ficado brava mesmo. — Admiti, vendo minha mãe concordar.

— Você não deveria tratar uma garota assim, muito menos ela... Ela é uma menina boa, vai por mim. — Franzi o cenho ao ouvir aquilo, ouvindo minha mãe rir. — Mas... Por que a tratou assim?

— Na verdade... — Parei por um instante para pensar. — Foi um reflexo natural do meu corpo. — Falei rápido, deixando minha mãe perplexa. — Eu não gosto dessa parte da minha vida, deve te doer ouvir isso, mas você deve saber o por quê. E... Ver que Minji soube de uma parte da minha vida que me faz mal, que é uma fraqueza para mim, me deixou irritado e com medo de que ela pudesse voltar isso contra mim. Afinal, nesse mundo, pessoas fracas não conseguem nada.

 — E Minji seria alguém que usaria isso contra você? — Ela rebateu-me com uma pergunta, o que me deixou pensativo.

Ao rever meu passado em fitas VHS, Minji não me humilhou por aquilo, ela também não tentava escavar o meu passado quando eu evitava falar sobre, pelo contrário, ela ficava na dela, porém me dava consolo de certa forma. Minji não usou meu choro no dia das fitas para me machucar de alguma forma no futuro, também não jogou na minha cara que esteve ao meu lado quando precisei. Claro, ela me provoca muito, às vezes me agride e me xinga quase sempre, mas nunca... Nunca tentou me afetar de maneira profunda.

— Não... — Respondi mais baixo.

— Então... Por que se sentiu tão irritado ao ver que ela conheceu esse lado?

— Eu já disse, foi um meio de me proteger. Foi a forma mais básica que meu cérebro achou de querer afastar ela para que ela não veja as profundezas do que me arde o peito. — Respondi quase em uma terapia comigo mesmo.

— E você, agora mais calmo, quer que ela se afaste? — Minha mãe continuou perguntando, me fazendo refletir cada vez mais comigo mesmo.

— Não, eu quero Minji perto de mim. E isso me incomoda.

[***]

Era fim de tarde e eu estava próximo a minha casa, eu e minha mãe tínhamos conversado, porém nada que envolvesse muito o vício dela, O almoço quase foi um fiasco, porém não deixei que se arruinasse por completo e rachei uma pizza com ela, do nosso sabor favorito.

Foi estranho passar uma tarde inteira com a minha mãe, onde ela não estava bêbada discutindo comigo ou desmaiada após tanto beber. Essa tarde, diferente das outras, foi agradável de passar com minha mãe, mesmo que às vezes ela fizesse perguntas que eu não estava disposto a responder.

— Jaemin! — Ouvi uma voz me chamar e, consequentemente, me arrancar de meus devaneios.

Virei meu corpo em direção à voz, logo vendo minha noona se aproximar sorrindo com seus saltinhos pretos batucando na calçada e ecoando um som repetitivo.

— Noona. — Sorri abertamente ao vê-la na minha frente.

— Fazia tempo que eu não te via, garoto! — Ela bagunçou meu cabelo enquanto ria, me fazendo sorrir fraco e arrumá-lo em seguida. — Aconteceu algo?

— Nada demais, noona... — Falei, tentando ocultar o que tinha ocorrido.

— E a sua parceira de casa? Ainda moram juntos? — Ela perguntou e cruzou os braços. Vi que ela desviou um pouco o olhar do meu, olhando na direção atrás do meu corpo, porém não estranhei afinal isso era normal, era uma mania dela.

— Acho que ela deve estar bem, sei lá... Brigamos recentemente. — Dei de ombros, fingindo não me importar. Por que eu estou agindo assim? — Mas, por quê?

— Nada. — Ela me olhou e sorriu fraco. — Jaemin... Você gosta de mim, certo? — Perguntou de repente, me fazendo corar e ficar surpreso.

— Por que isso de repen-

— Certo, não importa. — Ela disse e rapidamente segurou as laterais de meu rosto, me puxando para um selinho longo. Fechei os olhos pelo impulso, abrindo apenas quando ela me afastou. — Então, o que você sentiu? — Ela perguntou com um sorriso de lado.

— Acho que nada... Não senti nada. — Falei, estranhando o fato de eu não ter sentido um frio na barriga, um nervosismo ou algo desse tipo.

— Mas teve alguém que sentiu... — Ela olhou para trás de mim e eu franzi o cenho, seguindo seu olhar.

Quando percebi, notei que Minji tinha visto tudo, e, agora, ela andava rapidamente para longe de nós.


Notas Finais


NÃO ME MATEM POR FAVOR, JURO QUE FOI POR UMA BOA CAUSA!!!

okay, talvez não uma causa tão boa, mas vem coisa boa por aí! Prometo!!!

Esse cap foi diferente dos ultimos né? Então, o que acharam do sonho de Jaemin? KKKKKKKK
E o que acharam da maneira em que jaemin tem como autodefesa? E da discussão dele com Minji?
Me contem suas teorias, eu amo ler elas!!!

Juro que os outros caps vão ser melhores e maiores, mas é que precisamos de umas pausas sérias, certo? Bem, espero mesmo que vocês tenham gostado, por que relendo agora e corrigindo, fiquei meio insegura... hehe...

falando de correção, caso achem algum erro, podem falar nos comentários que eu corrijo imediatamente, ok?? <3

Até breve!


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