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História Homens de Negócios - Soukoku - Extra - Past


Escrita por: suicidalice

Notas do Autor


OI DELICINHAS!!!
acho que me empolguei muito nessa, desculpem 😭
mas juro que entreguei tudo
espero que gostem <3
boa leitura.

Capítulo 2 - Extra - Past


Fanfic / Fanfiction Homens de Negócios - Soukoku - Extra - Past

Aos 16 anos, Osamu estava com um turbilhão de coisas na cabeça, ele e seu pai haviam acabado de se mudar para uma nova cidade por conta do trabalho do mesmo. Não estava nervoso nem nada do tipo, até porque se mudar frequentemente era o habitual de sua família (ele e seu pai), já que o trabalho exigia isso. Tratou de pôr em sua cabeça que se apegar as pessoas de qualquer cidade que seja era perda de tempo, pois sempre havia uma grande probabilidade de partir sem mais nem menos, mas podia confessar que criou um pouquinho de expectativa sobre aquela cidade, porque seu velho disse que dessa vez era pra valer, que eles iam permanecer por ali mesmo. Mas voltando, sua cabeça estava à um turbilhão porque algumas semanas atrás, antes que de fato se mudassem, seu pai havia lhe levado até a casa dos Nakahara, até então desconhecidos por si, para um jantar em família, jantar esse que desconfigurou de tudo um pouco em Osamu que não conseguia descolar os olhos de Chuuya, o filho único daquela família. Porque, sério, era surreal o quanto aquele garoto era bonito, o cabelo ruivo, os olhos azuis e todas aquelas sardas espalhadas por seu rosto o faziam se sentir nas nuvens porque não se lembrava de ter visto alguém tão lindo assim durante toda sua vida, mas quando percebeu seu pai discretamente vidrado no seu olhar sobre o garoto, se arrependeu amargamente de ter sequer posto o olho nele, pois tinha ciência de que seu pai o conhecia bem o bastante para saber distinguir olhares. E desde então tem sido assim. 

 

  Eram quase 08:00 AM e Osamu estava sentado à mesa da cozinha junto ao seu pai, estavam tomando café da manhã, mas entre seu copo de suco e um olhar lhe atravessando, só conseguia se concentrar no olhar cerrado que o encarava.

 

- Eu sinceramente não sei do que o senhor está falando. - Engoliu em seco, agora encarando as orbes escuras que lhe atravessavam um olhar quase mortal.

 

- Eu não sou tão idiota assim, Osamu. - Revirou os olhos, erguendo um de seus braços para apoiar o próprio rosto. - Eu vi como você olha para aquele garoto lá. 

 

- O quê? Não! eu sequer conheço ou tenho coragem o suficiente para falar com ele. - Ergueu as mãos e as sacudiu no ar, enquanto fazia uma careta. 

 

- Entendo. - Se levantou e rumou seus passos até que estivesse em frente ao garoto, abaixou-se brevemente e deixou um beijo sobre os fios rubros. - Mas tenho uma péssima notícia para você se esse for o caso. - Limpou a garganta, vendo agora seu filho cerrar os olhos para si. - Os Nakahara virão aqui hoje à noite, então por favor não se atrase para o jantar. E pega logo suas coisas que eu te deixo na escola hoje. - Disse, se afastando do garoto que tinha um "o" perfeitamente formado nos lábios. 

 

- Não brinca! 

 

- Eu tô falando sério, Osamu. - Cruzou os braços em frente ao corpo, sabendo que o outro não escutou nada além de "Chuuya virá aqui essa noite". - Se você se comportar bem e não se atrasar, coisa que você sempre faz, eu prometo te levar naquela loja estranha que você gosta pra você comprar os livros estranhos que você gosta, mas só se você não trouxer drogas pra casa.

 

- Só prometo não me atrasar para o jantar! - Levantou-se da mesa em um pulo, correndo apressadamente em direção as escadas, subindo até seu quarto para que pegasse sua mochila. Parou em frente a escrivaninha, observando brevemente um pequeno quadro com uma foto de sua mãe, mãe essa que não foi presente desde que ele se entendia por gente. Não sentia falta de qualquer afeto materno que seja, afinal, não se pode sentir falta de algo que nunca se teve. Virou o quadro, deixando a imagem rente a mesa, impossibilitando que visse a mulher, se lembraria de jogar aquilo no lixo. Apanhou a mochila nas mãos e desceu rapidamente, correndo para fora da casa, até seu pai. 

 

 

> > > > > >

 

 

  A aula de Osamu havia acabado mais cedo e ele já caminhava em passos lentos em direção a sua nova casa, se questionando mentalmente sobre sua sexualidade. Devia falar disso com seu terapeuta? E se ele o julgasse? E se contasse ao seu pai? Beleza, não ia ter problema porque seu pai era a pessoa mais mente aberta que ele conhecia. Que droga, pensou, chutando uma pedrinha no caminho. Todos esses questionamentos e dúvidas sobre si mesmo surgiram alguns dias depois do jantar que teve com a família Nakahara, porque não conseguia parar de pensar em como havia achado Chuuya bonito, o que piorou tudo foi perceber que ainda assim achava garotas bonitas, então o que ele era? 

  Com isso em mente, ao chegar em casa e perceber que seu pai não estava, subiu os degraus em passos apressados e jogou a mochila em qualquer lugar do cômodo, se jogando em sua cama e puxando o celular de um dos bolsos. 

 

"Sentir atração por garotos e garotas"

 

Bissexual é aquela pessoa que sente atração por homens e mulheres!

 

  Deslizou o dedo pela tela, visitando diversos sites e lendo sobre bissexualidade e pansexualidade, se sentiu um pouco confuso pensando serem a mesma coisa, pesquisou ainda mais até entender as diferenças. Depois de diversos sites e vídeos explicativos, compreendeu que ambas compartilhavam dos mesmo interesses, mas que tinham contextos históricos diferentes. Fechou todas as abas abertas e largou o celular sobre a cama, ouvindo um barulho vir do andar de baixo, pensou ser seu pai e deu de ombros, se direcionando ao banheiro para que pudesse tomar banho e se arrumar para aquela noite. 

  Agora, Osamu estava se encarando no espelho, bufando, usava uma roupa simples, mas não tanto, apenas o básico. Porque seu pai veio até seu quarto avisar que seria apenas uma noite de pizzas e conversas jogadas fora, havia usado o "jantar" para o assustar e fazer com que se arrumasse todo para ver Chuuya, e ele realmente havia se arrumado, acreditam? Sério, Osamu estava de terninho, isso tudo pra assistir seu pai rindo de si até a barriga doer. Esse velho ia lhe pagar, mas não agora, porque agora tinham três pessoas na sala de sua casa, quatro com seu pai, né. Mas três pessoas pouco conhecidas, e uma dessas o fazia ter calafrios brabissímos. 

 

- Boa noite. - Osamu viu todos os olhares virarem para si assim que o proferiu, enquanto descia as escadas e rumava até a sala, vendo já algumas caixas de pizza sobre a mesa do centro.

 

- Boa noite, querido! Nossa, você está enorme. Eu te carreguei no colo, sabia? - A mulher se levantou e veio até si, o abraçando e Osamu recebeu com um sorriso largo, retribuindo o abraço. Não se lembrava de ter visto ela no jantar com os Nakahara. 

 

- Ah, e eu com certeza lembro. 

 

- Fiquei sabendo que você e seu pai foram jantar lá em casa. Eu estava em uma viagem de negócios e não pude te ver, mas nossa, você está lindo. - Tá explicado.

 

- Muito obrigado, a senhora também está encantadora. - A mulher pôs uma mão no peito e com a outra acariciou as madeixas escuras. 

 

- Você já conheceu o Chuuya, não é? - Seu olhar percorreu o sofá até pairar sobre o garoto, e puta merda, como ele conseguia ficar ainda mais bonito? Ver ele de roupas completamente pretas e uma jaqueta de couro por cima de tudo, fez Osamu já imaginar eles dois morando juntos e criando um gatinho chamado bisnaga, porque dava pra chamar de bisnaguinha nos momentos fofos e fala sério, bisnaguinha é adorável. 

 

- É, hm, acho que sim. - Sorriu de canto para o garoto que continuava com um olhar indiferente. Isso foi o bastante para que Osamu e se afastasse da mulher e fosse sentar próximo ao seu pai e só passasse a escutar aquela conversa chata sobre negócios que eles tinham, e por deus, adultos são tão entediantes. Vez ou outra seu olhar desviava até Chuuya, que comia uma fatia de pizza quieto. 

 

  Horas se passaram e durante elas Osamu recebia poucas perguntas sobre escola, futura profissão e coisas do tipo, mas Chuuya não havia dito uma palavra sequer, e provavelmente não diria pelo resto da noite. Mas assim que viu seu pai vir com algumas garrafas de vinho da cozinha, congelou no lugar já sabendo o que ele iria dizer. 

 

- Agora é hora dos adultos curtirem um pouco, e as crianças podem ir lá pra cima se conhecerem melhor e quem sabe virarem amigos, não é? - É, foi exatamente o que Osamu imaginou. 

 

- Ótima ideia! - O Nakahara mais velho disse, com um sorriso grande nos lábios. Desviou o olhar até Chuuya, que tinha os olhos mais abertos agora, como se pedisse socorro. 

 

  Osamu não contestou e apenas se levantou, indicando para que Chuuya viesse consigo, e assim foi feito. Logo depois de entrarem no quarto e a porta ser fechada, Chuuya ficou parado no mesmo lugar, observando Osamu se jogar sobre a cama.

 

- O que você gosta de fazer? - Tentou puxar assunto, vendo os olhos azuis presos em si. 

 

- Ficar em casa. 

 

- Percebi. - Se sentou sobre o acolchoado. - Não fica parado aí, pelo menos se senta aqui. 

 

  Chuuya exitou pouco antes de caminhar em passos um pouco apressados até a beirada da cama e se sentar de frente para Osamu, passando a fitar o rosto do mesmo.

 

- O que a gente tem que fazer? Um perguntas e respostas? 

 

- Sei uma coisa bem melhor. - Osamu se levantou e Chuuya o olhou confuso. - Vou lá em baixo bem de fininho e vou trazer uma garrafa de vinho pra nós dois. 

 

- O quê? Tá maluco? E se eles te verem? 

 

- Você faz tantas perguntas. - Revirou os olhos, caminhando até a porta. - Me espera aqui. 

 

  E deu certo, minutos depois ambos estavam sentados sobre o grande tapete ao centro do quarto, um em frente ao outro, virando taças cheias. 

 

- Acho melhor você parar, seus pais podem perceber. - Já soltava risadas bobas, sem sentido. 

 

- Hnm, é, eu devia... - Disse cada palavra arrastada, enquanto virava mais um copo, encarando Osamu. - Mas é que tá tããão bom. 

 

- Já sei! - Disse em um tom mais alto que o normal, deixando os olhos bem abertos. - Já sei o que fazer pra te manter levemente sóbrio! 

 

- O quê?

 

- Perguntas e respostas, ué. - Soltou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. - Não vale mentir.

 

- Tá, eu começo. Você já beijou alguém? 

 

- Não, e você? 

 

- Também não. Minha vez de novo. - Limpou a garganta, nervosamente. - Você beijaria um garoto? 

 

- Hm. - Desviou o olhar, encarando o teto por algum tempo até se voltar a Chuuya novamente. - Sim. 

 

- E você me beijaria? 

 

  Chuuya parecia sóbrio, mas Osamu se sentia tonto, tudo estava rodando, mas com a pergunta que havia ouvido, tudo só piorou, sentiu que podia desmaiar a qualquer momento. 

 

- Sim. - Não desviaram o olhar por um segundo sequer, e Osamu aproveitou a oportunidade para que pudesse se aproximar mais do ruivo, se sentando agora ao seu lado, encostando as coxas. - Mas acho que você perguntou na minha vez. 

 

  Chuuya sentiu as bochechas queimarem, pensou em desviar o olhar para qualquer coisa naquele quarto, mas quando percebeu Osamu já havia aproximado mais os rostos, até que os narizes se encontrassem, roçando um ao outro, se sentiu na obrigação de ficar imóvel. Queria dizer algo, queria ouvir algo do outro, mas nada veio, pelo menos até seus lábios estarem colados. Os lábios de Osamu se juntaram aos seus com muita leveza. Uma leveza que foi completamente desconstruída pela mordida que levou no lábio inferior, antes de sentir a língua dele deslizar para dentro de sua boca. O beijo se tornou calmo e lento, lento e manso, manso e ardiloso, ardiloso e quente, quente. Chuuya se dissolvia sentindo a saliva com gosto do vinho. Brincavam com a língua dentro da boca um do outro de uma forma inexperiente, até se separarem pela falta de ar, coisa que não queriam. 

 

- Seu beijo é horrível. - Chuuya disse ofegante, deslizando as mãos em torno dos ombros de Osamu. 

 

- Então me devolva. - Sorriu ladino, deixando a taça de lado e levou sua destra até a cintura de Chuuya, enquanto sua outra mão foi até seu pescoço, o puxando de volta para si.

 

  Trocaram mais beijos, até se sentirem quentes demais e perceberem que já era hora de parar, por mais que essa fosse uma decisão difícil. Porém, só mais um não teria problema, não é? Era o que pensavam, sem se dar conta do tempo, e sentados sobre a cama juntaram as bocas novamente, mas rapidamente as separaram ao verem a porta ser aberta abruptamente e o pai de Osamu pôr o rosto na frecha. 

 

- Desculpa! Meu deus, eu juro que não queria atrapalhar, mas é que já está tarde e seus pais me pediram para chamar. - O Dazai mais velho disse, com um sorriso largo nos lábios. - Vou dar mais alguns minutos para vocês se despedirem, vou lá enrolar eles, tá? Mas, por favor, não demorem. - E então ele se retirou, deixando ambos os garotos com os rostos completamente vermelhos.

 

- É-é, eu já vou indo, então. - Se levantou, ficando em frente a Osamu, que ainda o encarava.

 

- Desculpa meu pai, sério. Ele não é assim sempre. - Segurou com ambas as mãos a cintura do ruivo, se levantando. 

 

- Relaxa. Ele é legal. - Contornou o rosto de Osamu com os dedos, o puxando para um selar curto, selar esse que foi se intensificando até se tornar um beijo afoito novamente. 

 

- Se você continuar me beijando assim, não vou conseguir te deixar ir. - Soltou uma risada curta, deixando um beijinho no canto da boca do mais baixo.

 

- Eu realmente queria continuar te beijando. - Desceu os dedos pelo pescoço pálido, passando as unhas curtas até suas clavículas expostas por conta da camiseta que usava. - Mas quem sabe na próxima.

 

- Então você quer me beijar de novo? 

 

- Eu não disse isso. Eu quero beber vinho com você, e quem sabe a gente faz um joguinho de perguntas e respostas e acaba se beijando de novo, não é? Nunca se sabe. - Se desvencilhou dos braços de Osamu, rumando a porta e dando um tchauzinho com as mãos antes de sair do quaro. 

 

  Osamu se jogou sobre a cama novamente, com um sorriso largo nos lábios e o corpo ainda quente, Chuuya o deixava fervendo. E sentindo ainda um pouco da bebida, fechou os olhos e acabou por cair no sono. 

  No dia seguinte acordou com sua cabeça quase explodindo, mas estava coberto e suas cortinas estavam fechadas. Se levantou cambaleando da cama e percebeu que a garrafa de vinho não estava mais no centro do quarto, como na noite anterior. Fodeu, foi o que pensou enquanto descia as escadas e caminhava lentamente até a cozinha. Agradeceu a todos os deuses por ser sábado. 

 

- Bom dia, beijoqueiro! - Seu pai disse enquanto quebrava dois ovos dentro da frigideira, com um sorriso grande nos lábios. 

 

- Bom dia, senhor-empata-beijos. - Seu pai o olhou e franziu o cenho, indignado.

 

- Eu sou seu anjo da guarda, tá? Imagina se o Nakahara abre aquela porta e te vê agarrado com o filho dele, seria trágico. Eu estaria de luto agorinha mesmo! - Retirou a frigideira do fogão, deixando os ovos sobre um prato no balcão. - Você deveria me agradecer. 

 

- Okay, okay. - Limpou a garganta, pegando uma xícara com o homem de ferro estampado nela e despejou café preto. - Muito obrigado, meu anjo da guarda, por me salvar da minha trágica possível morte. Eu te devo minha vida. - Disse sarcástico, sorrindo para o homem do outro lado do balcão, esse que soltou uma gargalhada alta.

 

- Moleque ridículo. - Se sentou ao lado de Osamu, puxando uma xícara com o Capitão América estampado nela e a encheu com café. A competição entre homem de ferro e capitão américa sempre foi muito levada a sério naquela casa. - Eu preciso conversar com você sobre uma coisa, Osamu Dazai. 

 

- Credo, pai. Que crime eu cometi? - Já sabia que crime havia cometido e estava pronto para policiais invadirem sua casa e o levarem para um centro de reabilitação de menores por estar bebendo sendo menor de idade. 

 

- Olha, Osamu. Eu não quero que isso seja um sermão sobre bebiba. Porque eu sei que você bebeu, tô sentindo o cheiro podre daqui, você não tomou banho? - Soltou uma risada baixa, vendo a expressão que seu filho fez. - Mas sério, eu sei que daqui a um tempo você vai fazer seus 18 e que vai tomar as próprias decisões, só que ontem eu me senti um pouco inseguro em relação a isso, me senti um pai ruim por- 

 

- O quê? Você é um pai incrível! 

 

- Shhh, o homem da casa tá falando aqui. - Deu um peteleco na testa de Osamu. - Como eu ia dizendo, eu me senti um pai ruim por você ter feito aquilo escondido, mas me sinto seguro em relação a tudo que envolve você, porque realmente confio em você. O meu real medo são as coisas que você faz escondido, como roubar o vinho do seu pai. No geral, as coisas que você não me conta ou não me mostra. 

 

- Relaxa, velho. Essas coisas meu terapeuta fica sabendo. - Viu o outro soltar risada e tocar seu ombro. 

 

- Eu quero que você se sinta seguro comigo pra contar todas as coisas. Bom, menos as coisas que você faz com o Chuuya quando ninguém está olhando. - Viu o garoto arregalar os olhos e seu rosto ficar vermelho rapidamente, gargalhou. - Você sempre vai ser meu menino. E eu sempre vou ser seu pai. Então pode contar comigo sempre. Não me esconda as coisas. Pode me contar tudo o que quiser, porque eu te amo e sempre vou te ouvir. 

 

- Obrigado, pai. 

 

- Eu te amo demais, filho. 

 

- Mas você tá ligado que esse foi o sermão sobre álcool mais frouxo da história da humanidade, né?

 

- É, eu sei. 

 

- Você também tá ligado que vai ser desligado da comunidade de pais fodas depois disso, né? 

 

- Cala essa boca! - Ele disse entre uma gargalhada e outra, quase se engasgando com o café. 

 

 

 > > > > > > 

 

 

  Dois anos haviam se passado desde o primeiro beijo de Chuuya e Osamu, beijo que se repetiu diversas vezes em diversos lugares. Não importava se estavam na casa um do outro, bebendo escondidos, se estavam na empresa dos pais, se estavam no carro ou atrás de uma árvore em qualquer parque. Mas agora o que importava é que a maioridade já havia chegado para Osamu, e para Chuuya ela chegava naquele dia. Seu pai organizou uma grande festa em uma chácara distante da cidade. Já estava tudo pronto, os pais de Chuuya haviam o deixado naquele local uns 30 minutos atrás e já haviam ido embora. Entrou no local lotado, percebendo alguns conhecidos e outros não, mas sequer se importava, seu foco agora era achar Osamu, e não demorou nadinha, bastou bater os olhos no bar. Andou apressadamente até ele, o vendo se sacudir na batida da música, enquanto virava um copo com sabe deus que bebida. 

 

- Osamu, você está aqui a quanto tempo? - Disse em um quase grito, por a música estar alta demais para dizer qualquer coisa em tom normal. Osamu se virou para si, sorrindo abertamente. 

 

- Caralho. Você tá lindo. - Passou um dos braços em torno da cintura fina, e quando iam aproximando os rostos, foram cortados por alguém. 

 

- Oi Chuuya. - Akutagawa, um amigo de escola do ruivo apareceu, com um sorriso de canto nos lábios. - Eu te procurei muito, onde você tava? 

 

- Ah, oi. - Sorriu um pouco forçado, tirando o braço de Osamu que contornava sua cintura. - Eu cheguei agora mesmo. Desculpa. 

 

- Relaxa. Mas, hnm, você tá muito lindo.

 

  Osamu encarou o rosto do garoto incrédulo, enquanto tomava mais um gole de sua bebida. 

 

- Obrigado. - Disse agora com um sorriso sincero nos lábios. 

 

- Quer dançar? 

 

- Ah, claro. - Olhou brevemente para Dazai, que mantinha o copo colado na boca, e saiu acompanhado do outro garoto. 

 

  Osamu sabia que eles não tinham nada sério, que não podia prender Chuuya. Mas também sabia dos seus sentimentos por ele e o medo da rejeição falava muito mais alto, e ver ele saindo assim com outro cara, fazia seu sangue ferver. 

  Continuou naquele bar, bebendo de tudo um pouco, misturando cerveja e vinho, vinho e uísque, uísque e vodka. Até se sentir mais solto, e assim que se moveu pra pista de dança, pôde ver Akutagawa dançando com o corpo colado ao de Chuuya, de seu Chuuya. Qual a coisa mais racional para se fazer em um momento desses? A) Sair dali e chorar em um cantinho. B) Ir lá e meter a porrada em Akutagawa. C) Fazer o mesmo. 

  Osamu se sentia muito idiota porque optou pela última opção e agora tinha uma garota se esfregando em si, rebolando, e Chuuya que agora não dançava mais com Akutagawa, estava o encarando de longe, com os olhos cerrados. 

  Viu o ruivo voltar para a pista de dança e se chegar em qualquer cara desconhecido por si, passar as mãos pelos ombros e descer pelos braços, igual fazia em si. Não demorou para que eles estivessem se beijando, e Osamu deixou de ligar para a garota que tinha as costas coladas em seu peito e passava uma das mãos por seu pescoço, enquanto dançava contra seu quadril. 

  Agora Chuuya já tinha perdido a conta de quantas bocas tinha beijado, passou até a se preocupar. Se afastou da pista de dança e caminhou até o bar, observando diversas pessoas beijando, dançando e algumas fora de si de tanto beber, ou se drogar, não tinha mais tanta certeza. Deveria se sentir bem por ser seu aniversário e ele estar aproveitando. Mas ainda assim sentia um aperto e um pouco de preocupação por não fazer ideia de onde Osamu estava agora. Talvez a resposta fosse um pouco óbvia. 

 

- Nossa, mas e esse tanto de boca que você beijou hoje? 18 anos é do caralho mesmo. 

 

  Assim que olhou para o lado viu Dazai encostado no balcão com um sorriso grande nos lábios, virando uma garrafa de vinho. Como se nada daquilo tivesse o afetado. 

 

- Você deveria estar fazendo a mesma coisa, já que gosta tanto de gente rebolando em você. 

 

  Osamu negou com a cabeça, agora se virando para encarar Chuuya, que não havia desviado o olhar em momento algum. 

 

- Eu não tô querendo ninguém dessa festa não, Chuuya. Mas posso abrir uma exceção pra você. - Deu mais um gole, agora secando a garrafa. 

 

  E é aquela coisa, né? Tá no inferno, abraça o capeta. 

 

- Vai se foder. - Deu as costas para Osamu, propositalmente, passando pelo meio de diversas pessoas e indo até o corredor com alguns quartos. Abriu algumas portas, atrapalhando algumas pessoas em, bom, vocês devem imaginar. Até que finalmente achou um quarto vazio. E, como esperado, não demorou nada para que Osamu estivesse batendo na porta e pedindo para entrar. - O que caralhos você quer comigo? - Abriu a porta e deu espaço suficiente para o outro passar e trancar a porta atrás de si. 

 

- Que porra você vai fazer sozinho aqui? - Agora Osamu tinha mais uma garrafa de vinho cheia nas mãos. 

 

- E quem disse que eu ia ficar sozinho aqui? - Se sentou sobre a cama que havia no centro do quarto, vendo Dazai puxar uma cadeira giratória de perto de uma escrivaninha que havia no cômodo e se sentar.

 

- Não me surpreende. - Deu mais um gole. 

 

- Você não acha que já bebeu o bastante por hoje? - Olhou de relance para Osamu. 

 

- Você não acha que já beijou o bastante por hoje? - Rebateu, levantando-se e indo até Chuuya, se sentando ao seu lado. - Vamos jogar um jogo. 

 

- Jogo? 

 

- Perguntas e respostas. Como da primeira vez. Não vale mentir. - Puxou a garrafa de vinho e deu mais um gole. - Okay, eu começo. Você tem noção de quantas bocas beijou hoje?

 

  Chuuya sentiu seu corpo congelar.

 

- É óbvio que não. - Observou Osamu dar mais um gole, puxou a garrafa de sua mão e também deu. - Você está ficando comigo só por diversão? - Parecia que Nakahara havia acabado de xingar o pai de Osamu. 

 

- Claro que não, eu te acho maneiro. - Puxou a garrafa de volta e virou novamente. - Você só está ficando comigo para chamar a atenção do Akutagawa? 

 

- O quê? Claro que não! - Chuuya parecia indignado. - Vo-você ainda é virgem? - Perguntou e imediatamente percebeu ser uma pergunta idiota. Osamu estava com um sorriso de orelha a orelha, mordendo o próprio lábio, o encarando como se o ruivo fosse o ser humano mais ingênuo da face da terra.

 

- Você é? - Rebateu a pergunta, e virou o restante da bebida que continha na garrafa, a deixando de lado. Passou a alternar entre encarar os olhos e os lábios de Chuuya. 

 

- Sou. - Respondeu, também fitando a boca dele. - Como é não-ser-virgem

 

  O rosto de Osamu estava perto demais, e Chuuya só percebeu quando seus narizes estavam colados, como na primeira vez. 

 

- Isso você vai ter que descobrir. - Dazai esfregou os narizes e então se beijaram. Chuuya passou os braços em volta do pescoço de Osamu, que segurou firme sua cintura. O beijou foi se aprofundando cada vez mais, até Dazai puxar Chuuya em direção a escrivaninha, empurrando tudo que havia sobre ela. 

  Dazai agarrou com firmeza as duas coxas de Chuuya, o deixou sentado sobre o móvel e voltou a beijá-lo. Apertava com força as coxas fartas, enquanto Nakahara puxava com leveza os fios escuros, vez ou outra descendo as mãos por seu pescoço. Ficavam cada vez mais ofegantes, tendo que separar o beijo para respirar. Se encaravam com sorrisos estampados na face, mas o contato foi quebrado quando Chuuya deslizou os dedos pelo pescoço de Dazai, se voltando aos seus olhos como se pedisse autorização, ele então assentiu. 

  Segurou o queixo de Dazai, virando seu rosto para o lado, deixando seu pescoço exposto. Aproximou os lábios da pele branquinha e pressionou os lábios em uma região, sugando a pele. Após alguns segundos, se afastou e viu a região que antes estava entre seus lábios agora totalmente avermelhada

 

- Agora vão saber que você é meu. - Deixou um selar sobre a marca, voltando a encarar Osamu. 

 

- Eu quero que saibam que você é meu também. - Puxou o ruivo pela gola da camisa e segurou seu queixo com firmeza, virando seu rosto para deixar seu pescoço à mostra. E assim como Chuuya, se aproximou do pescoço ainda branquinho, sugando a pele entre os lábios e demorando pouco mais que o ruivo, e por fim passou a língua no local, sentindo o mais baixo estremecer. - Prontinho. Todo meu. 

 

- Todo seu. - Retornaram um beijo lento, mas que ganhava velocidade com o tempo, e logo já estavam com as mãos passando pelo corpo um do outro. 

 

  Chuuya foi deitado sobre a mesa, sendo guiado pelos comandos de Dazai. Se sentiu um pouco confuso sobre o que fazer em cada parte e se de fato deveria mesmo fazer algo. A mão de Osamu desabotoou os botões da camisa social que o ruivo usava, conforme seus olhos escuros encaravam o corpo pequeno com cautela. Era como se ele analisasse as reações do outro para tudo, esperando sua autorização para continuar fazendo qualquer coisa que fosse. 

  Os gemidos de Chuuya escalaram sua garaganta e autorizavam Osamu a continuar o que fazia. Dazai fazia seus movimentos com lentidão, um misto de cautela e piraça. Cauta no olhar. Piraça nos sorrisos discretos, quase imperceptíveis. Ele se inclinou e deslizou a língua pela barriga do ruivo. De uma forma tão lenta e tão molhada, que chegava a ser torturante. Nakahara arranhou a mesa quando Dazai chegou em seus mamilos rijos. Sentiu seu corpo entrar em alerta quando Osamu alcançou sua calça. Se sentiu intimidado e não conseguiu disfarçar isso. 

 

- Se você quiser, eu paro por aqui. - Dazai disse aparentemente calmo, quando sua respiração mostrava totalmente o contrário disso.

 

- O quê? - Não quis, mas soou desesperado, e então Osamu soltou uma risadinha curta e abafada, descendo beijos desde seus peitos, pela barriga novamente. Agora, se inclinava entre as pernas do ruivo. Chuuya pôde sentir os cabelos bagunçados se esfregando nas suas coxas quando ele chegou lá. 

 

  Desde então só sentiu suas calças serem deslizadas por suas pernas até o chão, com alguns beijos nas laterais de suas coxas, que o fizeram morder os lábios. Hesitou ao que sua cueca foi puxada por entre suas pernas, então cobriu o rosto com um dos braços. De repente, Chuuya se sentiu molhado, como nunca havia se sentido antes. 

  A língua de Osamu era quente, quente e precisa. Mordeu o próprio braço, por conta dos sons que insistam em sair a todo custo, mas Dazai percebeu. 

 

- Não se segura. Geme pra mim. 

 

  Agora, ele ia de cima a baixo, de baixo para cima. Pincelava sua glande com a ponta da língua. Sentia tudo pulsar. Mais ainda quando sentiu um dedo molhado rumar sua entrada, sequer viu Dazai o umedecer, mas também não houve tempo para pensar nisso. Se perdeu nas diversas sensações, se sentindo ser penetrado lentamente. Quando já não aguentava mais, se inclinou um pouco sobre a escrivaninha para vê-lo, nem que por poucos segundos. Osamu percebeu e ergueu os olhos junto, sem parar o sobe e desce sobre o pênis de Chuuya ou os movimentos que fazia com um de seus dedos no interior do ruivo. E com essa cena, Nakahara veio forte e se desfez na boca de Dazai, que o retirou de seus lábios e pôs a língua pra fora, mostrando a porra branquinha e em seguida, engoliu tudo. 

 

  E Osamu sorriu, sorriu para Chuuya. Ele estava uma bagunça. Sentia suas pernas tremerem, ainda com aspasmos percorrendo todo seu corpo. Se sentiu ser puxado e então sua boca estava colada a de Dazai novamente, agora em um beijo lento. Suas coxas foram seguradas com firmeza e sabendo o que Osamu faria, rodeou as pernas no seu quadril. Dazai o tirou de cima do móvel e se direcionou para cama, chegando lá e caindo junto a Nakahara sobre o colchão macio. Os lábios se descolaram e passaram a se encarar, mas o olhar de Chuuya desviou, passando a fitar a marca agora mais roxa no pescoço de Osamu. 

 

- Gostou do que fez? - Quebrou o silêncio, roubando um beijo do ruivo. Chuuya não o respondeu, mas passou as mãos pelo pescoço de Osamu e o puxou para mais um beijo, um beijo apressado. As mãos pequenas percorriam o corpo do maior, tratando de retirar cada uma das peças que ele usava, por último, abaixou a boxer com seu auxílio e abriu um pouco mais os olhos. 

 

- V-Você vai meter isso em mim? - Indagou apreensivo. 

 

- Não se você não quiser, claro. - Abaixou o rosto, passando a distribuir selares molhados por todo o pescoço de Nakahara, vez ou outra puxando a pele entre os dentes. 

 

- É óbvio que eu quero, só não sei como vai entrar. 

 

- Quer que eu mostre? - Sorriu malicioso, voltando a encarar Chuuya. 

 

- Idiota. 

 

  Osamu procurou por sua calça e puxou do bolso um pacote de camisinhas, e Nakahara anotou mentalmente que deveria perguntar o porquê de ele estar andando com camisinhas nos bolsos por aí. Assistir Dazai rasgar o pacotinho e colocar a camisinha no próprio pau fez com que Chuuya tivesse algumas crises internas sobre como Osamu era bonito rasgando aquele pacotinho laminado nos dentes ou como ele fazia uma expressão estranhamente atraente enquanto a arrumava em torno de seu pau. Teve seu transe interrompido por Osamu, que ficou por cima e se encaixou na sua entrada. Chuuya suspirou baixo e agarrou os lençóis da cama com força, força essa que só aumentou com a ardência que veio em conjunto a Osamu enquanto ele invadia seu interior. 

 

  As estocadas que preenchiam Chuuya eram de início lentas, mas precisas, faziam o ruivo revirar os olhos e morder os lábios com força. Mas com o passar do tempo as estocadas aceleravam e Nakahara já não conseguia apenas apertar os dedos nos lençóis, então passou a procurar um ponto para descontar o prazer, e o ponto que encontrou foram as costas de Osamu. 

 

  Os gemidos de ambos preenchiam todo o ambiente, junto ao som das peles se chocando, o que deixava Chuuya ainda mais inerte. Segurou com força o ombro esquerdo de Osamu ao sentir a destra do mesmo rodear seu pau e lhe apertar entre os dedos, o fazendo arquear as costas no acolchoado. Nakahara sentiu os mesmo aspasmos de antes e então havia se desfeito sobre a palma quente que lhe rodiava. Osamu por sua vez, preciava de mais e Nakahara entendeu isso, porque puxou o maior para um beijo quente e ousado, ousado e quente. Sentiu as estocadas ainda mais fortes e logo Dazai veio, diminuindo a intensidade até estar completamente fora do ruivo. Retirou a camisinha e a jogou no lixo, ao lado da cama. 

 

  Agora deitados um ao lado do outro, com apenas suas partes íntimas cobertas por um lençou fino, ambos encaravam o teto branco pensando sobre o que havia acabado de acontecer.

 

- Nossa. - Osamu quebrou o silêncio. 

 

- Nossa. - Chuuya rebateu. 

 

> > > > > > 

 

  Osamu e Chuuya rolavam pela cama, roubando beijos um do outro. Pararam quando Nakahara deixou uma perna em cada lado do corpo maior. 

 

- Hm, Osamu... - Resmungou sentindo os apertos do moreno em sua cintura. 

 

- Eu quero você todinho pra mim. - Mordeu levemente o pescoço do ruivo, sugando a pele entre os lábios. 

 

- Eu sou todinho seu. - Afastou o rosto de Osamu de seu pescoço para juntar seus lábios aos dele novamente. 

 

  Depois da noite que passaram juntos estavam mais próximos que o normal, até os pais de ambos chegaram a perceber. Não haviam assumido um relacionamento nem nada do tipo, só continuam ficando, mas Osamu sabia bem porquê e Chuuya agora também. 

 

- Você tem mesmo que ir? - Perguntou arrastado, puxando o lábio inferior de Osamu entre os dentes. 

 

- Você sabe que sim. - Empurrou o ruivo na cama, ficando por cima de si e voltando a beija-lo. 

 

  Osamu se mudaria temporariamente, estava indo fazer faculdade fora do país, iria estudar para assumir a empresa de seu pai futuramente, mesmo que não estivesse tão interessado nisso. 

 

- Por que você quer tanto ir embora? - Segurou os fios rubros da sua nuca, os puxando levemente. 

 

- Eu não quero ir embora, eu preciso ir. - Se deitou ao lado do ruivo, encarando o rosto tão bonito. - Você sabe que eu sempre pensei nisso. Tudo pelo meu pai. 

 

- Tudo pelo seu pai. - Sorriu abertamente, deixando um beijo na bochecha dele. - Vou cuidar dele enquanto você estiver fora. 

 

- Não fala como se meu pai estivesse morrendo ou como se você fosse pegar ele! 

 

- Mas seu pai é parecido com você. Preciso matar a saudade de alguma forma. - Provocou, mordendo seu lábio inferior. 

 

- O quê? Que horror! - Se sentou bruscamente sobre o móvel. - Se quer matar a saudade, me liga.

 

  O ruivo soltou uma risada gostosa, se levantando e sentando sobre o colo de Osamu novamente, tomando seus lábios. Mas agora foram interrompidos por batidas na porta, e logo o Dazai mais velho estava lá. 

 

- Hm, eu sempre atrapalho, né? - Coçou a nuca. - Mas é que não podemos nos atrasar. As malas já estão no carro. Temos que ir.

 

- Não, ele não vai. - Se agarrou mais ao corpo do maior. - Por favor, senhor Dazai, cancela essa passagem! 

 

  O mais velho soltou uma gargalhada alta e permaneceu com um sorriso nos lábios. 

 

- O máximo que eu posso fazer é aguentar vocês se beijando no caminho para o aeroporto.

 

  

  No aeroporto, Osamu permaneceu com o braço em torno da cintura de Chuuya, deixando o corpo pequeno rente ao seu, enquanto conversava com seu pai sobre alguns assuntos da faculdade. Pelo menos até ouvir a chamada para seu voo.

 

- Acho que eu tenho que ir. - Sorriu um pouco forçado. 

 

- Ainda da tempo de desistir. - Insistiu o ruivo. 

 

- Eu preciso estudar pra podermos viver juntos com nossos gatinhos em uma casa na beira da praia, ou você tá pensando o quê? - Ergueu uma das sombrancelhas. - Precisamos criar nossos filhos, ou gatos, mas filhos. 

 

- Vai com calma, último romântico, pensem em filhos, ou gatos, mas filhos depois da faculdade. 

 

- Vou sentir sua falta. - Chuuya abraçou a cintura de Osamu, afundando seu rosto no peito dele. 

 

- Você sabe que eu não quero te prender, não é? - Se abaixou, até seus lábios estarem colados a orelha do ruivo. - Não quero que pare de viver por mim. 

 

- Cala essa boca! Eu ainda vou te encontrar em um sério jantar de negócios, beleza? 

 

- E eu vou estar aposentado! - Exclamou alto, abraçando os dois garotos. 

 

- É, você vai estar sim. - Osamu sorriu, retribuindo o abraço e quando se afastou, segurou as mãos de seu pai. - Você promete que vai ficar bem e não vai morrer de saudade? 

 

- Eu e o Chuuya vamos ficar bem nos embebedando na sua falta. 

 

- Sim! Vamos! - O ruivo soltou uma risada baixa. 

 

- Vou ligar todos os dias. - Afirmou o mais velho. - Agora vai logo, ou vai acabar perdendo o voo ou me vendo chorar. 

 

- Okay, okay. - Se virou para Chuuya e deixou um selar demorado em seus lábios. - Eu... Eu te amo. 

 

  Nakahara arrelagou os olhos, sentindo seu rosto queimar em pura timidez. 

 

- E-e-eu também amo você. Vou sentir saudades. 

 

- Eu sei. - Sorriu convencido, mas fechou a cara ao levar um tapa do mais baixo. - Também vou sentir saudades. 

 

  Chuuya e o pai de Osamu o observaram se afastar e logo sumir de vista. Nakahara se virou para o mais velho, o vendo com os olhos cheios de lágrimas e então o abraçou. Sabia como seria difícil ficar só agora, já que desde sempre eram ele e Osamu, para absolutamente tudo. Mas prometeu para si mesmo que seria presente no cotidiano do Dazai mais velho, jamais o deixaria se sentir só. 

 

- Eu adoro tanto te ter como genro, Chuuya. - Disse, acariciando os fios ruivos. 

 

- O quê? Mas- 

 

- Você é meu genro sim, shhh. - Soltou uma risada baixa. - Osamu realmente ama você, eu reconheço isso. Vou esperar meu netos, ou gatos, mas netos. 

 

  Chuuya sentiu seu rosto esquentar e algumas lágrimas descerem por suas bochechas, e então se agarrou mais ao corpo que lhe abraçava. 

 

- Eu espero lhe dar netos, ou gatos, mas netos. 

 

  Chuuya com toda a certeza sentiria falta de Osamu, mas sentia que ainda se encontrariam, mesmo que em uma reunião onde já seriam homens de negócios.


Notas Finais


FIM.
obrigada por ler até aqui!!!
até a próxima.


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