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História Homofobia: Parte II - Baque.


Escrita por: fagsdanshi

Notas do Autor


oioioioioIOIOIOIOI EU SEI QUE EU SUMI!!!! eu avisei no último capítulo que estava bem deprimido - ainda estou um pouco, mas estou melhorando ♥ enfim, por favor COMENTEM pq meu sangue suor e lágrimas estão nesse capítulo e eu estou muito feliz com o resultado (espero que vcs fiquem igualmente chocados rsrsrs)

Capítulo 24 - Baque.


Parte I: ACEITAÇÃO

O abraço de Titi e Xaveco era meu novo lugar preferido. Meus quadris doíam e minha mente girava em ziguezague, meu coração estava quentinho, quentinho... Deve ser verdade, eu estou apaixonado. Ainda não tenho certeza de por qual deles estou apaixonado, apenas sei que nunca me senti tão feliz! Tipo, MUITO feliz!

Óbvio, minha cabeça tava explodindo em meio à confusão que aquilo causou em mim: sempre achei que era hétero, que não curtia pau, mas... porra, foi a melhor transa da minha vida! E espero que eles pensem da mesma maneira

Ofegantes, nós três estávamos caídos na cama, pingando suor; nossos corpos lisos estavam grudados graças ao nosso abraço caloroso e nossas respirações quentes se completavam. Nenhum de nós queria falar nada, mas ainda tínhamos uma noite inteira pela frente.

— Foi o melhor sexo que eu já tive! — Xaveco sussurrou, baixo o suficiente para que nós pudéssemos ouvi-lo. — Acho que foi melhor que o de hoje cedo! — Ele fazia questão de lembrar que já havíamos transado pela segunda vez naquele dia.

Titi não falou nada, apenas parou de me abraçar e deitou olhando para o teto. Ele não parece gostar tanto assim de mim, talvez ele tenha encarado isso apenas como um fetiche de ter um ménage a trois com o namorado dele... Isso me deixa um pouco ressentido pois já tem um tempo que estou me apaixonando por ele.

— Não concorda, Ti? — O loiro chamou a atenção do namorado.

Apenas um suspiro pôde-se ser ouvido por parte de Timóteo, que logo em seguida levantou da cama e deixou o quarto. Olhei para Xaveco com um olhar preocupado, porém o mesmo apenas contraiu seus lábios e suspirou, desistente.

— Você quer ir falar com ele? — Perguntei.

— Não... Por que você não vai? Talvez ele converse com você.

— Até parece — arfei com deboche — Ele com certeza saiu pra ver se você ia atrás dele! — Conheço o Titi há quase dez anos, sei quando ele tá querendo atenção. Embora, depois de todos os ocorridos, eu não tenha certeza de nada.

O garoto apenas revirou os olhos castanhos e caminhou atrás do pressuposto namorado. Não me orgulho de tê-lo seguido, apenas imaginei que falariam sobre mim a qualquer momento. Encostei na parede do corredor e fiquei observando.

Xaveco viu o homem sentado no sofá, trocando os canais da TV ansiosamente. "Amor? Você está bem?" Ele perguntou, tocando seus ombros e o abraçando de lado. O pescoço bronzeado de Titi deitou automaticamente no ombro pálido do menor, ele parecia tão vulnerável naquele momento.

"Xaveco..." Suspirou Titi. "Isso tudo é tão complicado!"

"Eu sei..." Xaveco passou seus dedos por entre os fios escuros do escalpo de seu namorado. "Mas, não seria justo se você se abrisse para o Toni também? Poxa, ele gosta muito de você!"

"Ele me agr-"

"Eu sei! Mas você lembra daquela bad trip que eu tive uns dias depois da notícia sobre o Cascão? Você tentou me estrangular porque eu falei que a culpa era nossa! E eu te perdoei, porque eu entendia o lugar ruim onde nós dois estávamos" Aquilo era novidade para mim. Sabia que o Xaveco tinha se afogado em cocaína depois de tudo que aconteceu, mas os efeitos dela ainda eram inéditos.

Titi deu um longuíssimo suspiro e, depois de um silêncio mais longo ainda, voltou a falar. "Tudo bem, eu posso conversar com o Toni!" Xaveco estava de costas para mim, mas consegui adivinhar perfeitamente o seu sorriso.

"Já pode sair do corredor, Toni" Ele chamou, talvez eu não tenha sido muito sutil em meu esconderijo. Foi constrangedor.

— Você estava ouvindo? — De bronze, a pele de Titi tonalizou-se para uma palidez estranha; estava claramente assustado.

— Tava... — Suspirei — M-Mas, eu juro que não tenho nenhum julgamento contra você!

 

Silêncio.

 

— Então... — Xaveco, como de costume, fez questão de quebrar o silêncio faminto por constrangimento que nos cobria. — Vamos conversar? O que aflige vocês dois sobre essa relação?

— Eu acho que — Eu e Titi começamos ao mesmo tempo, uma voz sobrepondo a outra, entretanto, fiquei em silêncio para ouvir seu ponto de vista.

— Eu- eu- — Ele gaguejou, seu lábio tremendo — Não acho que isso vai dar certo...

— Mas você me disse mais cedo que ador- — O loiro parecia prestes a revelar os comentários de Titi quanto à minha performance na cama, mas logo foi interrompido.

— O sexo é ótimo! O carinho também! Só que... que — seu lábio tremeu uma outra vez, finalmente dando permissão para as lágrimas caírem — Eu tenho medo! Medo que possa dar certo, certo até demais e algo estragar tudo. Medo de perder o Xaveco pra você...

Xaveco suspirou e eu acariciei as costas do homem.

— Isso não vai acontecer-

— É assustador! Eu não consigo acreditar ainda que eu sou gay e que estar ficando com vocês dois me faz bem, mas já é difícil contar que tenho um namorado, pior com dois! O que meus amigos vão pensar?! — Ele atropelava as palavras entre soluços, era desesperadora a maneira que ele chorava.

Além de que tudo que ele disse, eu também sentia. Não queria ser julgado por estar com dois garotos, mas ao mesmo tempo, eles me faziam tão feliz. Felicidade que nunca senti antes.

— Eu também me sinto assim, — o loiro respirou fundo — tenho medo desse julgamento. Mas... ninguém precisa saber! Podemos aproveitar esses momentos só nós três... É tão gostosinho quando é só a gente.

 

Titi sorriu e assentiu lentamente em meio suas lágrimas.

— E aí, vocês estão dispostos a fazerem isso funcionar? — Continuou Xaveco, arrancando um "uhum" dos lábios de Titi e um "okay" meu, acompanhado de um sorriso. — Então... Titi, — olhou para o moreno — Toni, — olhou para mim — vocês dois aceitam namorar comigo e entre si?

Meus olhos encontraram os de Titi. Fazia algum tempo que eu não sentia aquela sincronia dos nossos olhares, quando praticamente nos comunicávamos apenas por encaradas um para o outro, e a dele me dizia "Podemos tentar. Espero que tudo dê certo!" e a minha dizia o mesmo.

Depois de todo o drama passar, estávamos muito felizes mesmo, nada mais parecia importar, passamos o resto da noite conversando, trocando carícias e refletindo sobre nosso como um "casal" de três pessoas – sem nos levar muito a sério – enfim, estávamos agindo como qualquer casal, somente com uma dinâmica diferente. Nove horas, Titi e eu tivemos de ir para nossas casas, no fundo eu ainda precisava processar tudo o que aconteceu e como hoje foi o melhor dia da minha vida.

 

Até o momento em que cheguei em casa.

 

Assim que abri a porta da frente, dei de cara com meu pai segurando um cinto e minha mãe chorando em silêncio, com o rosto afundado em suas mãos. Meu olhar confuso entregava todo o meu pavor por aquele homem nojento, fiquei imaginando tudo que ele possa ter feito com mamãe.

— Me explica isso aqui, Antônio! — Revoltado, meu pai quase esfregou o celular na minha cara: o motivo de sua revolta estampado no ecrã parcialmente iluminado.

Havia um vídeo. Meu rosto estava lá, era facilmente reconhecível, mesmo eu estando de quatro... Meu rosto imediatamente ruborizou em um misto de constrangimento, medo e ódio. Aquele vídeo estava nas mãos – e olhos – de meus pais. Eu queria morrer.

— O que é que tem? — Tentei manter a pose de machão-revoltado-que-não-está-nem-aí-para-o-que-seu-pai-galinha-pensa, mas minha voz tremula me entregava.

— O que tem — Agravou seu tom de voz, me fazendo tremer — É que se essa merda de vídeo se espalhar, eu vou ficar conhecido como o pai de uma bichona que trepou com dois homens de uma vez! — Gritou, esmurrando firmemente a superfície sólida mais próxima enquanto o choro da minha mãe parecia aumentar.

Gelei, suspirei e pensei por um momento em como responder.

 

— Pois, é, Luís. Pelo menos eu estou solteiro, não estou traindo ninguém — larguei um sorrisinho irônico.

— O que você está querendo dizer?! — Urrou meu pai ao me ouvir insinuar suas inúmeras traições.

— Que você meteu chifre na mamãe um milhão de vezes! — Gritei de volta e meu pai rangeu os dentes em resposta.

Me arrependi imediatamente: minha mãe havia parado de chorar e meu pai ficou vermelho, seu bigode parecia ter vida própria quando ele bufava.

— Não basta ser uma puta de macho, você ainda quer desafiar o seu pai?! — Embora seu tom de voz fosse mais baixo, sua raiva ainda transbordava na fala.

Minha mãe murmurou algo inaudível, porém logo foi silenciada por um grito do velho Luís. Meu pai gritou por um bom tempo e eu fiquei apenas paralisado. Pelos próximos dois minutos, tudo se sucedeu rápido demais: meu pai começou a me socar sem piedade, enquanto dava cotoveladas fortes no rosto da minha mãe. Eu gritava e chorava, meu corpo inteiro estava sob comando daquele homem nojento. Luís segurou a gola da minha blusa, assim me tacando com força na parede e batendo minha cabeça no concreto com força, repetidamente enquanto me xingava de inúmeras coisas horríveis.

Aos poucos sentia minha vitalidade ir embora do meu corpo, minha visão e respiração falharem e meu corpo querendo adormecer. Dei um suspiro longo e a última coisa que pude ver foi a imagem de meu pai com fogo em seus olhos e suas narinas, com seu punho fechado para me atingir o rosto.

 

 

Parte II: ESCAPE

 

Após receber a ligação de Denise, todos os músculos de Cebola estavam tensos, sua respiração falhava e ele se engasgava no ar. Os gritos de Rubens, antes, tão agoniados, agora estavam abafados, como se sua boca houvesse sido tampada. Cascão estava a vários passos da casa do ruivo, não conseguia ouvir nada do que acontecia: Cebola era o único que poderia salvar o professor de qualquer que fosse o mal. A adrenalina correu pelas veias do garoto que empurrava a porta com toda a força de seu corpo, quebrando-a com alguma dificuldade. Baques harmonizaram-se um ao outro, naquele momento um barulho doído foi ouvido ao mesmo tempo que o barulho da porta sendo arrombada.

Dois gritos assustados preencheram o ar: Eduardo gritava pelo susto de ter sido descoberto, enquanto o de cabelos peculiares estragava sua garganta ao ver a cena, uma que ele jamais esqueceria; o corpo de Rubens caído de rosto ao chão, amordaçado, algumas gotas de sangue molhando o carpete desnecessariamente caro e uma arma na mão esquerda do ruivo. Rubens estava morto, Cebola tinha quase certeza; o garoto estava pálido, a cena de seu professor caído ao chão o dava vontade de vomitar e desmaiar, no entanto, ele tinha problemas maiores.

Cebola avançou e agarrou a arma do modelo em um movimento veloz, quase imperceptível. Por pouca experiência, o garoto tinha dificuldades em segurar a pistola, porém a apontava para Eduardo, que tremia, pálido, sem acreditar no que o próprio havia feito.

— C-Calma, Cê... — Eduardo gaguejava, com medo de ter o mesmo destino que o loiro que repousava no chão ensanguentado.

— Calma o c-calalho! — O cinco-fios escorregava em sua fala, mas conseguia expressar toda a sua raiva impulsiva. — Você matou o namolado do meu amigo e q-quer que eu tenha calma?!

— E-Ele não está- — O dono da casa teve sua fala interrompida por um tiro ao teto. Cebola atirou na lâmpada redonda e o quarto foi tomado por um vão escuro.

— O QUE VOCÊ FEZ COM O LUBENS?! — Gritou. Seu arrependimento era não ter atirado em Eduardo enquanto ainda o conseguia enxergar.

Um vento forte correu pela janela do quarto, desorientando Cebola. Consequência do vento, as janelas bateram forte, tampando a única fonte de luz fraca que possibilitava conseguir enxergar os outros dois homens no ambiente. O garoto saiu tocando cada canto do quarto, apenas ouvindo respirações, completamente desorientado sem sua visão. Matar o Eduardo já não era mais prioridade, tudo que ele queria era chamar Cascão e seu namorado, antes que fosse tarde demais. A passos lentos, Cebola finalmente conseguiu sair daquele quarto escuro. Corria pelo corredor pouco iluminado em direção à porta de saída. O toque da pistola já estava tão acomodado que Cebola sequer percebeu que corria com ela.

Finalmente em um local iluminado, o rapaz procurou pela janela mais próxima e logo escapa pela mesma. E correu, como se sua vida dependesse da velocidade de seus pés ansiosos.

 

 

 

 

Eduardo estava em desespero; do seu lado estava o corpo caído de um jovem professor que ele conheceu por poucos dias apenas, possivelmente morto. O ruivo podia ser jovem, mas não escaparia da prisão de qualquer jeito, tinha dezenove anos apenas, uma vida pela frente que não poderia ser gastada na cadeia. Ele tinha um futuro brilhante, era o que todos diziam, era um modelo super bem pago em São Paulo, de família rica. Fora todo seu status e beleza, ele também sempre recebeu elogios de todos os seus professores — e ele só dormiu com alguns deles.

O jovem, então, suou como nunca antes: arrastava o corpo adormecido pelas portas dos fundos, o dirigindo até seu quintal. Respirou aliviado, mas, teria muitos problemas se alguém o visse, precisava urgentemente pensar em algo para escondê-lo de uma maneira que não o incriminasse. Rapidamente, teve uma ideia maravilhosa, foi quase como se uma lâmpada tivesse se acendido em cima de sua cabeça, uma maneira de acertar dois pássaros com uma pedra só: incriminar Cebola. De alguma maneira. Ainda era cedo, mas se Cebola abrisse a boca, poderia ser tarde demais.

Novamente, arrastou o corpo pesado de Rubens pela casa escura, iluminada apenas pela lanterna de um dos iPhones 11s que havia ganhado de seu pai, procurava alguma mala grande, que pudesse esconder todo o corpo do professor. Não conseguiu encontrar, mas encontrou uma maca que usava para carregar champagne pela casa; deitou o loiro na maca e o foi levando até sua garagem, onde escolheu um de seus carros para esconder o corpo.

Seu plano estava em andamento, ele só precisaria enterrar o corpo em qualquer lugar da casa de Cebola e Do Contra. Antes, ele precisava checar algo.

— Alô? Maumau? — Ligou para o namorado do futuro incriminado. — Você está em casa? O Cebola tá aí? — Ofegava por causa do cansaço de carregar um corpo, aproveitou-se disso.

— Oi, tô sim, bebê, tô sozinho — um sorriso se formou automaticamente nos lábios pálidos e trêmulos do modelo — O que foi? Você tá bem? — Soou preocupado.

— DC- — começou a soluçar — Foi horrível, o Cebola tentou me atacar, e-ele atirou — sua atuação era perfeita, sua voz conseguia emitir um medo contagiante — A bala não pegou em mim e- o Rubens viu tudo então o Cebola... — Chorou. — Ele é um psicopata, Mauricio! Eu tô com muito medo!

— Calma, calma! — DC parecia assustado com tudo. — Eu estou indo aí! — A fala do garoto fez Eduardo perceber o erro que cometeu: se DC aparecesse em sua casa, ele não poderia esconder o corpo.

— N-Não... Eu vou aí, tá? Minha casa tá sem luz, ele atirou na lâmpada.

— Meu Deus... — Suspirou. — Tudo bem, estou te esperando.

 

 

 

Alguns minutos depois, DC ouviu o toque da campainha e logo foi correndo para atender a porta. O garoto parecia abalado, seu rosto estava inchado, vermelho e molhado. Maurício automaticamente o acolheu, abraçou, o acalmou e permitiu que estacionasse o carro em sua sala.

Quando o relógio marcava meia-noite, o dono da casa foi dormir, mesmo sem seu namorado ao seu lado. Edu aproveitou-se e deitou na mesma cama que o moreno; ele abraçava Do Contra bem forte, esquentava seu corpo com o dele, sentia seus shorts ficar apertado, junto com um volume cutucando sua bunda. Era uma péssima ideia, ele precisava que DC dormisse!

Eduardo olhou para o rosto de DC, fingiu algum constrangimento e se afastou.

— A-Acho melhor a gente dormir separado...

— É, boa ideia — Maurício estava tão embaraçado quanto Eduardo parecia estar, ele não tinha controle completo de seu corpo, tentava esconder a óbvia ereção a todo custo.

— Eu vou dormir na sala...

E assim começou a executar seu plano. Tirou o corpo do homem do porta-malas e tentou não arrastar para não acordar o dono da casa e, o carregando, levou o corpo até o quintal da casa do casal. Gastou todo o seu tempo em cavar um buraco bem fundo para escondê-lo.

Uma hora depois, Eduardo dormia serenamente, após ter assassinado um homem que um dia já amou precipitadamente.

 

 

 

Cebola continuava correndo pelo bairro, em busca de Cascão. Gritava seu nome por todos os lugares, pedia informações e o descrevia para todos os moradores, pela noite inteira. Por volta das duas da manhã, resolveu voltar para casa. Foi uma péssima decisão, assim que abriu a porta viu o carro do assassino. Não falou nada, apenas correu para longe da própria casa.

                 Passou a noite em um hotel, pensando no turbilhão de emoções que havia sido aquele dia.

 


Notas Finais


E AI????????????
POIS É POIS É POIS É
queria agradecer ao meu irmão que me apoiou DEMAIS com o roteiro e algumas ideias e agora sim esse final sai!!!!


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