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História Homophobic - XV. Uma amanhã (não tão) agradável


Escrita por: evilsung

Notas do Autor


oi gente!! perdoem o meu sumiço, acabei ficando ocupada demais e sempre esquecia de postar, mas cá estou de novo trazendo essa att pra vcs e lembrando que quarta posto outra sem falta!!

uma ótima leitura ♡

Capítulo 15 - XV. Uma amanhã (não tão) agradável


Senti-me esperta ao aproveitar aquele breve momento que, por sorte, nenhum dos professores havia entrado em sala ainda para começar a minha fuga. Peguei os livros de cima da mesa e os guardei na mochila, saindo do local com pressa. Agradeci assim que cheguei perto do portão e ele ainda estava aberto, o que facilitaria muito a minha chance de sair sem que ninguém desconfiasse, fora que pular um muro de quase dez metros não estava nos meus planos.  

O único problema que encontrava era a coordenadora da faculdade que estava parada em frente ao portão, cumprimentando os alunos que entravam. Suspirei pesado, pensando em algo que pudesse usar para a distrair ou retirá-la o meu caminho. 

Poderia fingir uma dor de barriga ou um desmaio...

— Onde pensa que vai? — meu corpo congelou assim que senti uma mão se firmar em meu ombro, deixando-os tensos. De primeiro pensei que fosse um dos inspetores e já passei a perguntar-me sobre as flores que gostaria em meu túmulo caso fosse para a diretoria e minha mãe descobrisse que estava tentando cabular aula, porém assim que vi fios de cor castanho claro e um nariz fininho, não pude deixar de suspirar aliviada e dar um tapa na cabeça da figura a minha frente. 

— Ei, quer me matar do coração?! — repreendi levando a mão até meu peito. Jessica arqueou a sobrancelha, me olhando como se fosse algum bicho estranho de sete cabeças. 

— Não me diga que você está pensando em cabular o primeiro tempo? — perguntou incrédula, apontando o dedo em meu rosto.  

— Ahn... não? — sorri inocente, vendo a Jung arquear a sobrancelha. — Tudo bem, eu estou. Agora me ajude a distrair a diretora para que eu possa sair sem que ela veja — pedi apressada, empurrando minha amiga para cima da mulher, fazendo-a me xingar baixinho. 

— Pelo menos me diga onde você vai — murmurou cruzando os braços, abri e fechei a boca várias vezes pensando se falar a verdade era uma boa ideia. 

— Vou sair com a Taeyeon — disse sem muita importância, assustando ao que Jessica, de inicio, me olhou desconfiada, mas logo soltou um sorriso que era capaz de rasgar suas bochechas. — O que?

— Por essa eu não esperava — riu, negando com a cabeça. — Está mentindo pra mim, Tiff? 

— Não estou — olhei-a confusa. — Por que mentiria?

— Preciso mesmo lembrar que você odeia a Kim? 

— Eu não odeio ela.

— Não é isso que-

— Eu explico depois! Vai me ajudar agora ou não?

Jessica me encarou por longos segundos, como se quisesse ler meus pensamentos, parecendo surpresa demais para dizer algo, antes de afirmar com a cabeça e andar em direção a mulher parada em frente ao portão, começando uma conversa animada. Sabe-se lá o que a Jung inventou para conseguir tão rápido a atenção daquela senhora que sempre andava tão emburrada, mas ainda bem que conseguiu. Apertei os livros contra meu corpo e andei devagar para fora da faculdade, rezando baixinho para não ser vista. 

Fiz uma dancinha ridícula e alegre ao que contornei o prédio com sucesso.

— Você dança muito mal — a voz de Taeyeon ecoou por meus ouvidos, me fazendo dar um pequeno pulo pelo susto, virando o corpo em sua direção.

— Não lembro de ter pedido sua opinião — rebati, a mesma revirou os olhos antes de acertar um tapa em meu braço. — Vamos antes que nos peguem, estamos em uma área de perigo!

— Você nunca cabulou aula? — perguntou surpresa, soltando um risinho. 

— Eu tenho cara de quem já fez isso? — revirei os olhos. 

— Bem... está fazendo isso agora — Taeyeon me olhou com a sobrancelha arqueada, fazendo com que eu começasse a me arrepender de ter ido encontrá-la. 

Começamos a caminhar lado a lado, apenas apreciando a presença uma da outra e ouvindo os sons dos carros e pessoas que passavam por nós. Não sabia ao certo o porquê de ter aceito o pedido da menor depois do incidente da noite anterior que estava custando tanto para esquecer e muito menos o porquê dela ter me convidado para sair novamente, mas procurei não pensar muito sobre enquanto estava ao lado dela que parecia perdida em seus pensamentos enquanto murmurava baixinho uma música qualquer. Por mais que não quisesse retirá-la daquele mini transe, precisava esclarecer uma dúvida. Parei de andar por um segundo, fazendo-a virar-se confusa e me olhar.

— Sua dor de cabeça melhorou? — perguntei curiosa. Pelo tanto que lembrava de Taeyeon, sabia que era uma cabeça dura e não aceitaria caso eu quisesse lhe comprar um remédio para a dor, porém não pude deixar de ficar preocupada.

— Um pouco — comentou sem muita importância. Olhei-a sério, mentirosa. — Foi por isso que você parou de andar? — me olhou incrédula. 

— Taeyeon, não minta pra mim — repreendi emburrada, a morena suspirou. — Vamos comprar um remédio para você antes de ir tomar sorvete — ordenei. 

— Não precisa, Fany-ah — negou freneticamente com as mãos, revirei os olhos em descrença. — Eu estou bem, sério. 

— Me deixe cuidar de você, ok? — pedi, estendendo a mão para que ela segurasse. — Vamos?

Demorou alguns segundos para Taeyeon entrelaçar nossos dedos, o que me deixou hesitante por um tempo sobre meu ato. Na minha cabeça não havia nada demais, éramos apenas duas colegas segurando as mãos, porém não poderia dizer que o mesmo se passava na cabeça da menor. Minutos depois achamos uma pequena farmácia entre os comércios e Taeyeon bufou quando a arrastei para dentro.

— Bom dia — dei um aperto na mão da Kim ao vê-la revirar os olhos com o cumprimento do homem atrás do balcão. — Em que posso ajudar?

— O senhor não teria algum remédio para dor de cabeça? — perguntei incerta, pude ver a careta do rosto de Taeyeon assim que ouviu a palavra "remédio".

— Eu já disse que não precisa — a morena murmurou, cruzando os braços. Revirei os olhos apoiando os cotovelos no balcão branco. 

— Para de ser teimosa, Tae — retruquei. — O que? — olhei-a confusa ao ver seus olhos brilhando enquanto me encarava boquiaberta.

— Você me chamou de Tae — comentou baixinho, mordendo os lábios para esconder um sorriso. 

— C-chamei? — gaguejei, desviando o olhar. — Está ouvindo coisas, Taeyeon — desconversei ao que o senhor colocou algumas caixas de remédio em cima do balcão, alegando que todas eram para dor. — Você costumava tomar esse, não é? — perguntei ao ver a cartela solta do comprimido que era tão familiar pra mim, me fazendo recordar sobre momentos do passado que passei anos tentando esquecer. Quis bater em meu rosto. 

Taeyeon afirmou com a cabeça como resposta.

— Você ainda se lembra — sorriu, pegando a pequena sacola com o remédio. — Obrigada.

— Não precisa agradecer — pigarrei, soltando sua mão. — Agora vamos que você está me devendo um sorvete. 

×××

Nunca, em toda minha vida, pensei que poderia me apaixonar por uma sorveteria. 

As paredes do local eram em um tom de rosa pastel maravilhoso, com algumas partes em branco que se destacavam das outras. Me encantei com os variados sabores de sorvete, era quase como estar observando um arco-íris de perto. 

— Você gostou? — perguntou apreensiva, afirmei com a cabeça. — Que alívio — suspirou, com a mão sobre o peito, ri baixinho voltando a observar o lugar. 

— Achei que iria me enganar de novo — comentei me referindo ao fato de, no dia anterior, a morena ter me convidado para um lugar e levado para outro totalmente diferente, fazendo-a me mostrar a língua. 

Passei pelo menos cinco minutos escolhendo os sabores de sorvete que queria. Eram tantas as opções e só poderia escolher três. Empurrei o ombro da Kim ao que ela me apressava para escolher logo o que queria. Não tinha culpa de ser uma pessoa tão indecisa, precisava de tempo. Suspirei pesado, pegando três bolas de sorvete de caramelo e colocando calda de chocolate por cima.

— Não acredito que você demorou três séculos para acabar escolhendo só um sabor — Taeyeon me olhou incrédula, apontando para meu pote. Dei de ombros, indo para a mesa.

Ficamos perdidas em um silêncio confortável durante bons minutos, apenas aproveitando a companhia uma da outra e o clima agradável que o ambiente trazia. Poderia ficar o resto dia naquele lugar, apenas aproveitando o momento de paz, sem ter milhares de vozes ecoando em minha cabeça ou a voz esganiçada do meu professor de design chamando minha atenção. 

Meus olhos caíram sobre a Kim e fiquei olhando-a observar as ruas através da janela, só naquele instante havia notado o quanto ela tinha mudado durante os anos que nos distanciamos. Apesar da altura ter continuado a mesma, seu rosto parecia mais maduro, sua presença tornou-se mais marcante e chamativa. Notei as cicatrizes em seus pulsos e alguns hematomas pelo braço e testa, estranhei de início, mas não tive coragem de perguntar. 

Estava tão perdida em meus devaneios que sequer notei quando o sorriso da Kim tornou-se uma carranca irritada. 

— O que faz aqui? — perguntou para a mulher de cabelos curtos e vermelhos que sentou ao seu lado sem autorização. — E quem disse que você poderia se sentar? — arqueou a sobrancelha. A ruiva deu de ombros, não lhe respondendo. 

— Bom dia para você também, Taeyeon — resmungou cutucando a bochecha da Kim, a mesma revirou os olhos e deu uma colherada grande em seu sorvete. — Oi Tiffany, como está?

— Muito bem, obrigada — sorri mínimo, Soonkyu sorriu de volta, passando o braço pelos ombros da morena. Acabei me sentindo sem graça por um momento.

— Não tem problema eu me sentar aqui, certo? — perguntou com falso receio, neguei com a cabeça. — Ótimo!

Entortei a cabeça para o lado, observando Taeyeon com cara de poucos amigos, brincando com os granulados em cima do sorvete. Aquele clima agradável e bom que estava a minutos atrás definitivamente não existia mais.

— Vocês não tem aula? — perguntou apontando o dedo para mim e Taeyeon, sucessivamente. A Kim revirou os olhos, suspirando pesado. 

— E você não deveria cuidar da sua vida? — respondeu com sarcasmo. — O que você quer afinal, Soonkyu? Achei que tinha deixado bem claro quando disse que não queria vê-la mais — Taeyeon foi certeira e seca, fazendo um grande ponto de interrogação crescer em minha cabeça.  

— Você sabe que foi um erro ter terminado comigo, Taeyeon. 

— Vai embora — pediu baixo.

— Eu sei que nosso amor não morreu, Tae — sorriu, colocando uma mexa do cabelo para trás da orelha. — Nós terminamos por um motivo tão bobo, por que não podemos tentar de novo? 

— Traição é motivo bobo? — arqueou a sobrancelha, virando furiosa para olhar a ruiva. — Eu não vou discutir com você outra vez, então por favor... vá embora.  Não estou afim de perder o meu tempo brigando — a morena murmurou, fazendo uma careta de desgosto. Soonkyu bufou irritada.

— Eu cometi um erro sim, mas por que você não pode me perdoar? Não vai acontecer de novo, eu prometo! — segurou o braço da Kim, olhando-a suplicante. — Eu amo você, Taeyeon.

As palavras de Soonkyu não atingiram só a Kim como eu também, me fazendo sentir um aperto desconfortável no peito. Minha cabeça estava confusa, cheia de perguntas e sem resposta alguma. Se Taeyeon havia me dito que terminaram por causa de uma discussão banal, por que comentou sobre traição? Havia mentido pra mim?

E, afinal, o que eu ainda estava fazendo ali mesmo?

Uma intrusa, era como me sentia. Não sabia o porquê da Lee querer discutir um assunto tão particular em meio a uma sorveteria, só sabia que Taeyeon parecia estar com os nervos a flor da pele e que poderia explodir a qualquer momento. Seu rosto estava vermelho e sua respiração pesou. 

— E-eu vou pegar mais sorvete — murmurei, me levantando. Taeyeon bufou irritada, virando-se de lado para poder olhar melhor a ruiva. 

— Você me conhece, Soonkyu, sabe que sou paciente e que não consigo ficar brava com facilidade, mas você está conseguindo me tirar do sério e eu não quero gritar contigo — comentou baixo, olhando firme para a Lee. — Então eu te peço novamente... vá embora, não temos mais o que conversar. 

— Tae, por favor, me dê mais uma chance — pediu, achava que a qualquer minuto a ruiva poderia se ajoelhar em frente a Taeyeon e implorar mais de mil vezes para ela voltasse. — Eu prometo que vou ser melhor, eu só preciso que você me dê mais uma chance e-

— Mas que porra, Soonkyu, eu já disse que não! — elevou o tom de voz, o que chamou a atenção de algumas pessoas que estavam presentes no local. Taeyeon estava com as bochechas vermelhas de raiva e, como havia previsto, ela tinha explodido. — Eu não vou te dar outra chance, eu não quero ficar perto de você, ouvir sua voz e muito menos ver o seu rosto. A única coisa que sinto por você é nojo. 

— Taeyeon...

— Me esquece caralho, que saco! — exclamou irritada, deixando uma quantia de dinheiro sob a mesa e saindo do local com passos duros e largos.

No final das contas acabou não sento uma boa ideia matar o primeiro período do dia. 


Notas Finais


alguem ja teve uma/um ex doidinha assim que nem a tae? amo a sunny mas tive que colocar ela no papel ruim da historia 😔😔

até quarta!!


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