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História Hope - Capítulo 36


Escrita por: Imadeleine

Capítulo 37 - Capítulo 36


||Julho de 2018 - Cerca de um ano depois||

Guardo os papéis que estão em cima da mesa com os rascunhos de algumas plantas de casas neles. Tenho de trabalhar arduamente no meu projeto de faculdade do fim do semestre. Encosto a porta do escritório e no meio do caminho vou recolhendo algumas pelúcias perdidas pela casa. Um helicóptero de madeira está sobre a mesa da sala de jantar e jogo ele no sexto de brinquedos também.

Subo as escadas até o segundo andar e vou até a porta branca com um urso marrom de pelúcia pendurado nela. Abro a mesma lentamente e coloco o sexto no chão. Olhinhos pequenos e inexistentes como os de seu pai me procuram assim que escutam mínimos barulhos. Então esse mocinho já está acordado! Sua voz soa alguns barulhos de bebê e me aproximo com um sorriso bobo nos lábios. Seus braçinhos e mãos gordinhas se esticaram em minha direção e pego meu rechonchudo e fofinho bebê no colo.

Suas mãos se enroscaram não meu cabelo e ele deitou sua cabeça em meu ombro coçando os olhos de sono. Nunca vi alguém dormir tanto quanto ele dorme, parece ser até parente do Hyungwon. Minha bolinha gorducha de cabelos pretos e olhos puxados, branco como a neve me olha com uma carinha de piedade como se pedisse para que o coloque para dormir mais uma vez.

- Já está com sono? Era para você ter dormido meu amor. - Beijei o topo da sua cabeça e ele fez mais uma vez aqueles barulhos de bebê como se conversasse comigo também - O padrinho Chang disse que os convidados já estão chegando - Ele levou suas mãozinhas até minha bochecha e deixou-as ali olhando para mim. Meus olhos marejaram e meu peito ardeu de vontade de chorar enquanto eu olhava para ele - Queria que seu pai estivesse aqui meu amor. Ele ia ficar tão feliz de estar participando do seu primeiro aniversário.

Ele encostou sua cabeça em meu peito mais uma vez como se me abraça-se. Escutei dois toques na porta e Jooheon entrou no quarto com Phoebe e sua barriga um pouco mais redonda do que a duas semanas atrás. Dali a um mês sua menina iria nascer. Nossas rotinas andam tão corridas que mal temos tempo de nos ver, estou praticamente perdendo os grandes momentos da gravidez dela.

- Com licença - Jooheon entrou fazendo reverências - O padrinho chegou - Jooheon fez uma voz fininha para Eunwoo e o mesmo riu em meus braços. Jooheon começou a dançar e fazer sua voz infantil divertindo o pequeno. E logo pegou ele dos meus braços.

- Vá Alexia, se arrume. Deixa-me treinar um pouco como se cuida de uma criança. Tome um banho e fique linda - Phoebe insistiu e olhei para Jooheon que brincava com Eunwoo em seus braços.

- Vá Alexia - Ele falou com uma voz normal e um sorriso bobo no rosto - Eu dou conta desse pequeno.

...

Meu filho é algo raro. Mas não ele, e sim como ele surgiu. Eunwoo apareceu em nossas vidas no momento mais inoportuno e acabou nascendo no mesmo mês que conheci seu pai. Esse mês completa dois anos que Hyunwoo estava naquela rua e eu entrei em seu carro sem ao menos ele saber o meu nome ou eu o dele. Hoje nosso bebê completa seu primeiro ano de vida e a festa toda branca e verde combinando com as cores do batizado a duas semanas atrás está repleta de convidados, que alguns não sei nem quem são. Juro que vou matar o Wonho quando essa festa acabar. Ele não sabe o que é um evento para os mais próximos.

Changkyun rodava Eunwoo no ar que gargalhava quando me aproximei deles. Eunwoo sorriu para mim e esticou seus braçinhos em minha direção.

- A omma chegou - Chang sussurrou para ele. Peguei meu bebê de seu colo e sorri ao ver Kihyun acariciando a barriga de Phoebe que sorria encantada para ele.

- Obrigada por ficar com ele - Me virei novamente para I.M.

- É sempre um prazer ficar com o nosso menino - Ele sorriu para Eunwoo - Eu agradeço até hoje por ter escolhido Jooheon e eu para sermos os segundos pais dele.

- Changkyun, não diga bobagens. Não há o que agradecer. Não foi ninguém além dos dois que levantou as três da madrugada porque eu acordei com contrações insuportáveis; não foi ninguém além de vocês dois que foi atrás de macarrão italiano com brigadeiro para mim, de melão com limão, e batata frita com pasta de amendoim porque eu estava desejando - Sorri - Eu devo tanto a vocês que não sei explicar - Eunwoo puxava meus cabelos. Estou considerando cortá-los curtos mais uma vez já que eles cresceram para o seu antigo tamanho, acho que vou ficar careca graças aos puxões desse bebê.

- Não fizemos mais do que deveríamos.

- Não. Vocês não deviam nada. Fizeram por livre e espontânea vontade e eu admiro muito isso. Convidar vocês para serem padrinhos do meu filho não é mais que a minha obrigação. Eu quero que os segundos pais do meu filho sejam os dois homens que choraram uma noite inteira quando ele teve a sua primeira febre, que se vestiram de coelho da páscoa e trouxeram ovos para ele, que ficaram com ele para mim quando eu virei a noite estudando porque tinha uma prova importante, que ficaram de babá quando eu tinha que ir para a faculdade e a senhora Jung não estava e Yang também estava estudando, mesmo tendo que faltar no trabalho, que fazem vozes infantis só para tirar um sorriso de uma boca com gengivas vermelhas, que não se importam de dançar no meio do shopping uma música de Girl Group só para ele parar de chorar.

Olhei para Eunwoo que prestava atenção atentamente no que eu falava, assim como Chang.

- São essas pequenas coisas que me fazem ver em vocês algo que ninguém vê. São essas coisas que me mostram que vocês são os segundos pais perfeitos para o meu filho. Você poderia ter ficado para sempre magoado comigo quando eu subi no altar para casar com o Hyunwoo mesmo você dizendo que me amava, mas não, você está aqui, e você ama o meu filho com ele como se fosse seu, sem o menor preconceito. Eu admiro muito isso em você e no Jooheon, e você não tem que agradecer em nada, já eu, devo tanto que palavras não são capazes de pagar - Ele secou as lágrimas do rosto tentando passar uma imagem forte.

- Alexia! - Maya chamou - Vamos fazer umas fotos do Eunwoo.

- Claro - Respondi. Aproximei meus lábios do rosto dele e dei um selar em sua bochecha. Changkyun sorriu, mas antes que tivesse a chance de falar alguma coisa Kihyun me puxou me afastando dele.

Maya insistiu em uma foto só dela e de Minhyuk com Eunwoo. Mesmo um ano após seu casamento eles se beijam como se fossem recém-casados. Meu cérebro joga contra mim a dura frase: Poderia ser você e o Hyunwoo. Balanço a cabeça afastando o pensamento balançado o brinquedo em minha mão tentar fazer Eunwoo sorrir, assim como todos da nossa família também tentavam, meu bebê não sabe nem para quem olhar de tanta gente o chamando. Hyungwon se jogou no chão rolando na grama, o que arrancou uma gargalhada do pequeno. Não sei se ele fingiu cair ou caiu da verdade. Vindo de Hyungwon, tropeços e quedas nunca são propositais.

Crianças... Crianças corriam pelo jardim da mansão aonde vim morar assim que sai de NY. Não tive coragem de mudar dessa casa, eu me apeguei a ela te tal forma que pretendo passar o resto da minha vida na tranquilidade desse bosque. Voltando as crianças: Quem convidou elas? Estão quebrando as orquídeas do Chang e ele não vai ficar nada feliz quando for cuidar das suas plantas e elas estiverem todas despedaçadas. Wonho. Para o jantar vamos ter um ensopado de loiro oxigenado.

...

A hora tão esperada do parabéns chegou. Em um bolo delicado uma vela de um aninho foi posta, peguei Eunwoo dos braços de Yang - O tio mais coruja que você vai conhecer na sua vida - Indo para trás da mesa do bolo. Kihyun e mais alguns fotógrafos tiravam diversas fotos e meu bebê parecia assustado com tanta gente. Seus olhos encheram de água e seus lábios rosados formaram um biquinho manhoso.

- Vamos meu amor. Não vá chorar agora - Sussurrei para ele fazendo movimentos de ninar.

Jooheon passou na frente de todos já em pânico vendo a reação de Eunwoo. Ele sabia que não demoraria muito para meu rechonchudo começar a chorar. Ele parou em frente à mesa do bolo dançando uma música de um Girl Group, um dos favoritos de Jooheon, fazendo Eunwoo sorrir novamente.

- Vamos lá. Hora do parabéns em - Jooheon comandou.

- Saengil Chukhahamnida, Saengil Chukhahamnida, Sarangha-neun Eunwoo, Saengil Chukhahamnida - Todos batiam palmas e cantavam em coro.

Eunwoo de mãos gordinhas acompanhava batendo palmas também. Assim que a música acabou, abaixei junto com ele e assopramos a vela. Se ele não tinha o dom de fazer um pedido ainda, eu peço no lugar dele: Que Hyunwoo esteja bem. Ele se virou sorridente para mim, com gengivas vermelhas e uma boca com os primeiros dentes nascendo e se jogou no meu ombro. Sua forma particular de mostrar carinho, ele não sabe abraçar, mas em sua realidade infantil encostar a cabeça no ombro de alguém e como abraçar no mundo dos adultos.

- Eh meu amor! - O balancei o ninando mais uma vez - Vamos comer bolo? - Perguntei. Ele ergueu sua cabecinha coçando os olhos e vi que não ia ter jeito. Hora da soneca outra vez. Hyungwon está influenciando muito o meu filho. Eunwoo resmungou algumas expressões tentando falar, mas nada saia.

...

A noite quente, algo raro na Coréia, era aparada pelos ares-condicionados da casa. Subi as escadas para o segundo andar, mas ao invés de ir para o quarto cheio de brinquedos e com um berço espaçoso segui até o fim do corredor com Eunwoo enrolado em uma manta, com sua chupeta na boca e coçando os olhinhos depois de comer a papinha que Kihyun preparou. A casa hoje está cheia, mas depois de um dia agitado eu só quero descansar um pouco. Abro a porta do quarto de Hyunwoo, agora arrumado por mim, com cada coisa no seu devido lugar. Em cima da mesinha ao lado da nossa foto no noivado, existe agora uma foto de Eunwoo com um pijama de bichinho sorrindo para a câmera de Kihyun que capturou esse momento.

Encosto a porta e me deito na cama colocando Eunwoo deitado de forma confortável entre os travesseiros e almofadas. Quando estou chateada, precisando pensar, ou até mesmo com saudade eu venho para cá. Eu nunca dormi aqui com Eunwoo, mas hoje é um bom dia para matar a saudade de Hyunwoo ao lado da outra pessoa mais importante da minha vida. Sua mãozinha procurava o meu rosto, deixando-a pousada em minha bochecha assim que encontrou. Son Eunwoo olhava para mim com se eu fosse a coisa mais preciosa e importante da vida dele. Sua outra mão puxou a chupeta da boca. Ele tentava dizer alguma coisa com suas expressões desconexas, até que saiu. Não perfeitamente, mas da forma mais doce e linda que eu poderia ouvir.

- Omma - Ele disse baixinho com a voz fininha e a língua enrolada na hora da pronúncia. Meus olhos marejaram e lágrimas rolaram pela minha face. Seus olhos se fecharam adormecendo profundamente. Não ligo se alguém vai escutar o meu choro, meu filho falou sua primeira palavra e ela foi mãe. 



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