Aoi.
O show em Nagoya tinha terminado, e eu me sentia completamente exausto. Estar em turnê é ótimo porque não há nada melhor que sentir a vibração dos fãs, porém é extremamente cansativo se deslocar de uma cidade pra outra, dormindo tarde, acordando cedo, mudando de hotel o tempo inteiro. Eu sentia uma falta absurda da minha casa e da minha cama.
Entreguei minha guitarra ao staff, dirigindo-me ao backstage e encontrando meus companheiros de banda já reunidos. Todos estavam com a mesma expressão cansada, exceto Ruki, que não parava de monologar durante um minuto. Nunca entendi como ele consegue armazenar tanta energia.
Peguei uma garrafa d'água, indo me sentar ao lado de Uruha. Eu ainda me sentia péssimo por tê-lo estapeado sem querer, e mesmo que ele tenha dito milhares de vezes que estava tudo bem, eu ainda me sentia a pior pessoa do mundo por conta desse pequeno incidente, principalmente porque Ruki fez questão de me infernizar durante dias com o assunto, fazendo toda a gama de piadinhas possíveis.
- Kai, nós ainda vamos ficar amanhã em Nagoya, certo? - o vocalista perguntou com um sorriso sapeca nos lábios.
Kami-sama, nos proteja. Eu conheço bem demais esse sorriso pra saber que não vem coisa boa por aí.
- Sim, nós só voltamos a pegar a estrada depois de amanhã. Por quê? Você tem algo em mente?
- Kai é inocente demais pro próprio bem. Isso é coisa que se pergunte? - comentou Uruha.
Assenti silenciosamente, eu não queria perder a resposta de Ruki.
- Sim, eu tenho. A turnê está sendo ótima, então eu pensei que nós deveríamos comemorar em algum lugar hoje. Vai ser ótimo pra nós, visto que nossas vidas nos últimos dias se resumem a hotel, casas de shows e ônibus. Precisamos extravasar.
- Ruki, qual o lugar? - perguntou Reita.
O baixinho sorriu, malicioso.
- Eu estava procurando lugares legais por aqui e descobri uma balada GLS ótima. Nós deveríamos experimentar.
Partes da frase como ''balada GLS'' e ''nós deveríamos experimentar'' ainda estavam sendo processadas pelo meu cérebro quando Kai decidiu se pronunciar.
- Por mim tudo bem. Desde que o lugar seja discreto eu acho que não vai haver problemas. Ainda é cedo, então nós temos algumas horas para descansar.
- Eu também estou dentro - disse Akira.
- Kou, Yuu? - Ruki nos fitava com a sobrancelha arqueada.
- É claro que eu vou - afirmou Uruha.
Ergui o dedo indicador, pensando.
- Deixa eu ver se eu entendi: vocês querem me arrastar pra um lugar onde só há homens pegando homens e mulheres pegando mulheres?
- Sim, é exatamente essa a intenção - disse o vocalista.
Franzi o cenho.
- Eu não vou. Não sou gay e não gosto dessas coisas.
Kouyou colocou a mão em meu ombro.
- Aoi, você precisa relaxar. Qual o problema de ir pra uma balada GLS com os seus companheiros de banda?
- O problema é que eu não sou gay e não estou a fim de ver dois homens se pegando - respondi, irritado.
O mais novo sorriu de canto, me fitando de esguelha.
- Essa é a hora que eu devo te lembrar que você tentou me beijar no Tokyo Dome?
Tentei me concentrar em não ficar corado, mesmo ouvindo as risadinhas dos outros.
- Aquilo foi completamente diferente. As fãs sempre esperaram por algo assim, e era um momento especial, então eu só quis presenteá-las - argumentei.
- As fãs também querem que você volte pro twitter e até agora nada. Deixa de ser mentiroso, Aoi! Você estava louco pra beijar o Uruha, pode admitir - Ruki colocou mais lenha na fogueira, fazendo todos caírem na risada, inclusive Uruha.
Eu sabia que estava tão vermelho quanto possível, mas tratei de manter a compostura.
- Independente de vocês acreditarem no porquê de eu ter feito aquilo, o beijo não aconteceu, já que U-sama virou o rosto, então vamos voltar ao assunto que está em pauta no momento: a boate GLS.
- Eu virei o rosto porque você me pegou completamente de surpresa! E voltando ao assunto que está em pauta no momento: você vai sair conosco sim.
- Eu não vou pra uma boate GLS, e estou pagando pra ver quem é que vai me obrigar.
U&A
Eu vou me lembrar de nunca mais pronunciar uma frase como aquela na frente de pestes como Takanori e Kouyou.
Aparentemente eles levaram minha implicância pro lado pessoal e decidiram me atormentar até conseguir o que queriam. E se ter um Ruki falando constantemente o quanto eu era careta já era ruim, ter um Ruki e um Uruha falando a mesma coisa era três vezes pior.
Já estávamos no hotel - mais especificamente no meu quarto -, e a discussão parecia que jamais chegaria ao fim. Eu só queria me jogar na cama e dormir, porém tal ato não seria possível enquanto eu não dissesse o tão esperado ''sim''. Bom, sabem aquela história de vencer alguém pelo cansaço? Foi exatamente o que aconteceu comigo, no sentido mais literal da frase.
- Ok. Vocês venceram! Eu vou nessa boate idiota, mas por favor, saiam daqui e me deixem descansar.
Os dois se entreolharam, sorrindo.
- Sabia que você ia aderir à ideia, Aoi. Vai ser ótimo, você vai ver - disse Ruki.
- Eu sabia que nós iríamos te convencer, Yuu. Eu venho te buscar mais tarde.
- Quê?!
Uruha riu, dando um tapa em minha perna.
- Só pra garantir que você vai mesmo. Por enquanto descanse, nós teremos uma noite agitada - piscou. - Vamos, Ru.
- Vamos. Até mais tarde, Aoi.
Não respondi e joguei-me sobre o colchão macio, suspirando pesadamente. No final Kouyou tinha toda a razão: nossa noite seria muito agitada.
Acordei com o toque insistente do celular, em conjunto com batidas nada delicadas na porta. No momento em que vi o nome de Uruha no visor me levantei e fui atender o meu companheiro de banda apressadinho.
- Caralho, Aoi! Achei que eu ia ter que começar a cantar Momiji Manju aqui pra ver se você acordava.
Franzi o cenho, dando espaço pra que ele entrasse.
- Péssima ideia. Preferia que você ficasse tocando guitarra, pelo menos não arrebentaria os meus tímpanos.
- Você está insinuando que eu canto mal?
- Na verdade eu estou afirmando.
- Assim você ofende meus sentimentos, Yuu - fez um bico falsamente triste.
Eu ri, abrindo minha mala pra procurar uma roupa.
- E desde quando você tem sentimentos?
- Credo, Aoi! Que tipo de pessoa você acha que eu sou?
Cruzei os braços, segurando um novo acesso de risos.
- Quer mesmo que eu responda?
- Não, foi uma pergunta retórica. Agora vai logo tomar banho e se trocar antes que Ruki comece a dar um chilique.
Meu recente bom-humor evaporou.
- Não acredito que vocês vão me obrigar a ir numa boate GLS.
- Nós não te obrigamos a nada, apenas te persuadimos. E vai ser ótimo conhecer um lugar diferente, você vai ver.
Desisti de discutir, me dirigindo ao banheiro.
O banho foi rápido, e quando eu saí encontrei Uruha acompanhado do vocalista, ambos falando baixo, com os rostos próximos.
Ruki foi o primeiro a me notar, me fitando de cima a baixo, pois eu estava apenas com uma toalha enrolada na cintura.
- Então quer dizer que você não quer ir pra uma balada gay, mas não vê problemas em ficar nu na frente de outros homens? Que interessante, Yuu.
Tirei a toalha, revelando a boxer preta por baixo, e ao olhar pelo espelho notei os olhos de Kouyou percorrerem meu corpo atentamente.
- Vocês são meus amigos, não é como se eu corresse o risco de ser estuprado.
- Com esse corpinho? Não duvido nada.
Revirei os olhos.
- Vai se foder, Takanori.
- Prefiro ser fodido.
- E eu prefiro ser poupado dos detalhes sórdidos.
Me troquei rapidamente, analisando a calça de couro justa em conjunto com a blusa de malha azul royal e a jaqueta de couro. Estava ótimo, mas meu cabelo caindo no rosto era bastante incômodo.
- Ru, consegue dar um jeito no meu cabelo?
- Claro. Senta aqui.
Obedeci, e alguns minutos depois o menor já havia terminado a tarefa, me deixando satisfeito com o resultado.
- Obrigado, Taka.
- Não foi nada. E então? Podemos ir?
Respirei fundo, mantendo em mente que apesar do ambiente não ser um dos meus preferidos, eu estaria junto dos meus amigos, como há muito não acontecia.
Sorri, abraçando o vocalista pelos ombros.
- Podemos.
U&A
Se arrependimento matasse, eu teria ido à óbito naquele momento. O local escolhido por Ruki não era tão espaçoso quanto eu achei que seria uma boate daquele gênero, e o mesmo estava lotado, absolutamente lotado, o que me fez fechar a cara no mesmo instante. Eu odiava ficar em um lugar com tanta gente amontoada.
Por instinto meus olhos varreram o ambiente, a procura de algum lugar mais reservado, e com um pouco de sorte, menos barulhento.
Avistei uma escada que levava ao andar superior, analisando rapidamente que o mesmo estava praticamente vazio. Sem pensar duas vezes segurei a mão de quem estava atrás de mim e conduzi os meus amigos até o local, me largando sobre um dos confortáveis sofás que ali haviam.
Uruha se sentou ao meu lado, enquanto Ruki, Reita e Kai ocupavam o sofá defronte, ambos em torno de uma mesa onde poderíamos deixar nossas bebidas.
- Agora eu entendo porque esse lugar se chama Hot. Isso daqui é quente demais - disse Kai.
Fiquei em dúvida se ele estava se referindo ao fato da boate parecer não ter ar-condicionado, ou ao fato de que nos cinco minutos que passamos na pista termos no deparado com todo tipo de... interação.
Ruki deu de ombros, sorrindo malicioso
- Eu achei que aqui seria um bom lugar pra nos divertirmos. Você não concorda, Uru?
Fitei meu companheiro de banda, observando a expressão serena transformar-se em uma totalmente devassa.
- Claro que eu concordo. Vocês viram que tem dark room?
- Onde? - perguntou Reita.
Ruki apontou para um corredor atrás de nós que eu sequer tinha reparado. Ergui a sobrancelha ante a palavra desconhecida.
- O que é dark room?
Kouyou riu, se divertindo com a minha confusão.
- É exatamente isso: um quarto escuro.
- Mas ele serve pra quê exatamente?
E dessa vez a risada foi geral, me deixando ainda mais envergonhado.
- Yuu, você não pode ser tão inocente a ponto de não saber o que significa um quarto escuro dentro de uma boate gay. O loiro aqui era eu.
- Eu não estou dizendo que não sei o que significa, Uruha. Só não quero imaginar os detalhes.
- Tudo bem, Aoi. Nós vamos fingir que acreditamos. Vou buscar as bebidas. Pode ser uma garrafa de tequila e uma de whisky? - inquiriu Kai.
Todos concordaram e o líder sorriu, informando que voltava logo. Eu já conseguia imaginar que acordaria com uma dor de cabeça absurda na manhã seguinte.
Três garotos subiram a escada abraçados, um deles rodando uma chave displicentemente entre os dedos enquanto os outros dois se beijavam.
Arregalei os olhos ante a cena inusitada, arrancando mais risadas dos meus companheiros de banda.
- Muito traumático, Yuu? - Reita me fitou divertido.
Meneei a cabeça, implorando mentalmente pra que Kai voltasse logo com as bebidas.
Uruha apoiou o rosto na mão, me encarando.
- Eu não entendo. Você tenta me beijar no Tokyo Dome, aceita numa boa o relacionamento dos nossos amigos, vive saindo com Kazuki e Byou, mas faz cara feia quando vê dois homens se beijando. Só eu que não consigo enxergar nenhum sentido nisso?
Suspirei.
- Os nossos amigos não ficam se agarrando na minha frente, e eu não tenho nojo, só é... estranho pra caralho.
- Se esse é o problema então eu e o Reita vamos começar a nos agarrar na sua frente pra você deixar de achar estranho.
- Eu estou muito bem assim, obrigado.
Kai voltou com as garrafas de bebidas e o meu interrogatório foi momentaneamente suspenso enquanto nos servíamos. Virei a primeira dose de tequila, intercalando com um copo de whisky.
Kouyou permanecia na mesma posição, como se estivesse tentando decifrar tudo sobre mim apenas com o olhar.
- Aoi, o que aconteceria se eu tentasse te beijar?
A mesa ficou em completo silêncio, e as batidas fortes e ritmadas da música que tocava podia ser comparada com as batidas descompassadas do meu próprio coração. Eu estava tão chocado que não conseguia articular nenhuma palavra, ainda mais com quatro pares de olhos sobre mim.
- Devo entender o seu silêncio como um ''eu não me importaria'', Yuu?
- Não! - consegui responder.
- Não o quê?
- Você não teria coragem de fazer isso, teria?
Eu não sabia muita coisa sobre a vida pessoal de Uruha, na verdade ninguém sabia, nem mesmo Reita, mas pelos boatos que circulavam sobre o maior - e não eram poucos - eu tinha quase certeza que homens não eram o forte de Kouyou.
- A questão não é eu ter coragem ou não, mas sim o que você iria fazer se eu decidisse tomar esta atitude. Responda a minha pergunta, Aoi.
- Eu não sei, Uruha! Não tenho ideia do que eu faria.
- Então eu devo tentar a sorte pra testar qual seria a sua reação?
- Na verdade eu gostaria que você me deixasse beber em paz. Ru-chan, está a fim de dançar?
O menor se levantou, agarrando-se ao meu braço.
- Eu adoraria.
- Aoi, eu acho bom você cuidar bem do meu namorado.
Sorri pro loiro de faixa.
- Relaxa. Ruki está seguro comigo.
Descemos para a pista, onde a música estava três vezes mais alta. Segurei na mão do vocalista, arrastando-o para o meio.
Ruki grudou seu corpo ao meu, movendo os quadris no ritmo da batida. Envolvi sua cintura, também deixando a música entorpecer meus sentidos.
- Eu achei que você e Kouyou fossem se pegar lá em cima, e não era no sentido bom. Fechei os olhos, sentindo nossos corpos se moverem em sincronia.
- Por isso eu saí, não estava a fim de discussão. Uruha me irrita às vezes.
- Tenho certeza que ele pensa o mesmo de você.
Takanori desceu o corpo lentamente, me olhando nos olhos enquanto ia quase até o chão.
E eu só pude rir da cena, finalizando meu whisky, puxando-o pra cima e conduzindo-o no ritmo.
-Espero que Reita não tenha visto isso.
Ele deu de ombros.
-Mesmo que tenha visto não faz a menor diferença. Akira sabe muito bem que você não faz meu tipo, e para todos os efeitos você é hetero.
- Pra todos os efeitos?
O menor riu, beijando meu rosto carinhosamente.
- Não quero falar sobre isso agora, Yuu. Vamos apenas dançar.
E foi o que nós fizemos. Durante mais de uma hora dançamos quase ininterruptamente, exceto pelas idas ao bar para buscar bebidas.
- Yuu, acho que eu bebi demais. Tá tudo girando.
- Eu estou na mesma situação, Taka.
Na empolgação da música havíamos misturado bebidas em excesso, dentre elas Tequila, Whisky e Martini, ato que aumentou ainda mais a probabilidade de uma enxaqueca no dia seguinte.
- Aoi, me devolve pro Akira?
- Devolvo. Eu vou te acompanhar até lá e depois vou sair pra fumar, preciso de ar.
Ele assentiu, se apoiando no meu braço, ao passo que eu envolvia seus ombros com uma das mãos.
Durante a subida até o andar seguinte Taka tropeçou algumas vezes, sempre rindo quando isso acontecia. O menor estava realmente bêbado, e Reita iria me matar por isso.
- Rei-chan! - Ruki se jogou no colo do namorado, apoiando a cabeça em seu ombro.
Akira voltou os olhos pra mim.
- Aoi, quantas doses você deixou ele beber?
Cocei a cabeça, desconcertado.
- Algumas. Me desculpe, eu esqueci que o Ru-san é fraco pra bebidas.
O baixista meneou a cabeça, entregando um copo de água ao menor.
- Esquece. Você não parece estar em melhores condições também.
- Não estou - concordei. - Vou tomar um ar.
Fiz o caminho de volta à pista, tomando cuidado com os degraus, pois também estava um pouco zonzo. Subi uma outra escada que levava à saída, e após o segurança ver a pulseira que identificava que eu era fumante minha saída foi permitida.*
Uma onda de alívio me invadiu assim que eu me vi fora do local apinhado de gente, eu já estava me sentindo claustrofóbico.
Puxei o maço de cigarros e o isqueiro do bolso, acendendo o cilindro de nicotina em seguida. Expirei a fumaça calmamente após o primeiro trago, minha mente finalmente começando a clarear.
- Uau! O que um homem tão lindo está fazendo nessa boate desacompanhado?
Ergui os olhos para o rapaz parado em minha frente, analisando o sorriso malicioso. Eu estava mesmo sendo cantado por um homem?
- Eu não estou sozinho - murmurei, ainda em choque pela abordagem repentina.
Seus dedos se fecharam sob meu queixo, erguendo meu rosto, invadindo meu espaço pessoal.
- Sério? E onde está o seu namorado? Como ele pôde te deixar sozinho aqui, tão... vulnerável?
- Ele foi buscar uma bebida.
- Ah, mas eu também posso te oferecer uma bebida, e coisas muito mais interessantes também - sua mão envolveu minha cintura, me fazendo prender a respiração. Eu não conseguia reagir.
O garoto foi empurrado para longe, cambaleando para trás, minha cintura sendo envolvida por mãos firmes.
- Está acontecendo algum problema, amor?
Uruha parecia realmente irritado, a expressão completamente fechada. Era bastante perturbador pra quem nunca o tinha visto daquele jeito.
- Ah, me desculpe! Eu achei mesmo que ele estava sozinho. Com licença.
Suspirei, sentindo meu coração bater descompassado.
- Obrigado. Te devo uma.
- Deve mesmo, e eu vou cobrar com juros.
Voltei a tragar o cigarro, ainda sentindo a mão de Kouyou em minha cintura, os dedos longos acariciando o local.
Me aproximei mais de seu corpo, ouvindo sua risada baixa.
- Gostou da brincadeira de namorados, Yuu?
Revirei os olhos.
Não quero voltar lá pra dentro agora, e não estou a fim de ser assediado de novo, então já que você me deu a ideia...
Uruha sorriu de canto, me prensando contra a parede, mantendo meu corpo colado ao seu, amenizando a sensação de frio.
- Então já que é pra fazer, vamos fazer direito.
Sorri, enlaçando seu pescoço, arranhando sua nuca de leve. E naquele momento eu não estava pensando em nada, simplesmente deixando o instinto e o efeito do álcool falarem mais alto.
- Como você me encontrou aqui ? - perguntei para quebrar o silêncio.
- Eu vi você levando o Taka e depois descendo sozinho, achei que você precisaria de um auxílio.
Forcei um sorriso, sentindo algo se quebrar dentro de mim com aquelas palavras.
- Eu pareço mesmo assim tão fraco ao seu ver, a ponto de você precisar vir correndo me defender?
- Na verdade você é desejável demais pro próprio bem, só que não percebe isso. É um verdadeiro perigo te trazer pra esses lugares, ainda mais desacompanhado.
Eu ainda não conseguia entender aonde ele queria chegar com todo aquele joguinho, mas eu não me importava de entrar na brincadeira pra descobrir.
- Mas eu não estou desacompanhado, U-sama. Eu estou com você.
Kouyou não respondeu, apenas sorriu daquele seu jeito infantil e deu de ombros.
- Adoro quando as pessoas bebem e começam a falar o que vem à cabeça. Você é desse tipo, Yuu? A bebida entra e a verdade sai?
- Acho que sim. Eu já falo demais sóbrio, quem dirá bêbado.
- Então não há problema se eu resolver me aproveitar desse seu estado para descobrir algumas coisas interessantes, certo?
Ergui a sobrancelha.
- Por mim tudo bem, amanhã eu não vou lembrar de nada mesmo.
O sorriso infantil foi rapidamente substituído pelo malicioso.
- Pois eu te garanto que amanhã vou te fazer lembrar de tudo, com riqueza de detalhes - sussurrou ao meu ouvido. - Vem, vamos voltar.
Deixei que ele me conduzisse, sentindo o aperto firme da sua mão na minha.
- Nós vamos subir? - perguntei.
- Mais tarde. Por enquanto nós vamos apenas dançar.
Uruha parou em um canto mais escuro, perto de uma parede. Não havia tanta gente por ali, e eu teria maior liberdade para me movimentar.
A música que estava tocando era Saga**, e foi impossível não mexer os quadris no ritmo que a batida exigia, me deliciando com aqueles gemidos hipnóticos.
Kouyou me abraçou por trás, seu corpo moldando-se perfeitamente ao meu, uma das suas mãos adentrando a minha blusa, tocando uma ínfima parte da minha pele. Nossos movimentos eram fluidos, rítmicos, provando que a nossa sincronia não existia apenas em cima do palco.
- Você não acha essa música excitante, Aoi? - seu dedo indicador circulou meu umbigo, um arrepio suave passando por todo o meu corpo com o ato.
- Acho. Na verdade ela é um orgasmo cantado.
Uruha riu, sua mão direita arranhando a parte interna da minha coxa, me obrigando a reprimir um gemido. Ponto fraco.
- Se você pensar bem, ela pode ser a trilha sonora de um orgasmo real. Imagine comigo, Yuu: um quarto à meia luz, os gemidos reais se misturando aos da música, as estocadas cada vez mais erráticas, o clímax se aproximando...
Senti meu membro fisgar, e eu nem tinha percebido que a mão que estava anteriormente em minha coxa, agora se encontrava na minha virilha, perigosamente perto de onde eu queria ser tocado.
Joguei a cabeça para trás, apoiando-a em seu ombro, pois apesar da minha mente estar uma bagunça, eu não queria desfazer o contato entre nossos corpos.
- O que exatamente você está fazendo, Uruha?
- Estou te seduzindo, e achei que isso estivesse bem óbvio.
- Ficou bem claro agora que você falou - revidei.
Kouyou me virou bruscamente, prensando-me contra a parede, uma das suas mãos apoiada ao lado da minha cabeça, a outra segurando meu queixo.
- Bom, agora que você já sabe eu vou te fazer novamente a mesma pergunta: o que você faria se eu te beijasse?
Mordi o lábio, tentando bloquear qualquer pensamento racional, deixando somente o desejo falar mais alto. Eu não queria pensar que a minha decisão poderia foder com a banda, com a nossa pseudo-amizade, e ainda derrubar a máscara que eu havia tido tanto trabalho para manter. Eu o queria, e no presente momento, não havia a menor necessidade de negar isso.
Tirei sua mão do meu queixo, enlacei seu pescoço, e o beijei.
Só que eu não estava preparado pra toda sua intensidade. Sua língua invadindo minha boca sem cuidado algum, sua mão segurando em minha nuca firmemente, o choque dos seus quadris contra os meus.
E eu tentei corresponder da melhor forma possível, os músculos úmidos brincando dentro da boca alheia, conhecendo, explorando.
Puxei-o pela camisa pra mais perto, afastando as pernas pra que houvesse mais proximidade, me perdendo completamente na sensação de tê-lo tão perto.
Ele abandonou meus lábios com uma mordida forte, decidindo dar atenção ao meu pescoço. Seus dentes se fecharam sobre a minha pele, causando uma dor fina, mas o suspiro que saiu dos meus lábios foi de puro deleite.
Uma das minhas pernas foi erguida, e sua boca voltou a encontrar a minha em um beijo forte, meus cabelos sendo puxados com força, voltando a ficarem soltos.
Uruha quebrou o ósculo, me virando de frente pra parede, deixando meu rosto colado ao mármore frio.
- Você é uma perdição, Yuu - sussurrou, lambendo toda a cartilagem da minha orelha, terminando com uma mordida no lóbulo.
Seus dedos ágeis desabotoaram minha calça, abrindo o zíper logo em seguida, sua mão infiltrando-se sob o pano, massageando meu membro negligenciado.
Empinei os quadris inconscientemente, sentindo sua ereção roçar em minhas nádegas. Fechei os olhos, rebolando no ritmo da música, querendo mais daquele contato.
Kouyou riu, seguindo meus movimentos, imitando estocadas lentas enquanto me masturbava, toda aquela aura apenas contribuindo para me deixar mais excitado.
- Aoi, vamos subir. Acho que aqui não é o lugar ideal para continuarmos com isso.
Voltei a ficar de frente pra si, envolvendo seu pescoço e selando seus lábios.
- Por que nós não voltamos pro hotel?
- Porque eu não conseguiria resistir a você até chegarmos lá, e eu quero que você conheça um dark room pessoalmente.
- Mas e os outros? Eles podem nos ver e...
Seu dedo indicador sobre meus lábios me fez calar, e o típico sorriso malicioso se fez presente.
- Essa noite eu não quero que você se concentre em nada além de mim, entendeu? Confie em mim.
Assenti, sendo conduzido até o bar, observando Uruha trocar algumas palavras com o bartender, recebendo uma chave segundos depois. Aproveitei para pedir mais um Martini, apreciando o gosto doce da bebida.
O mais novo tirou a taça da minha mão, tomando um longo gole e colando nossos lábios. O gosto doce da bebida inundou meu paladar, se misturando às nossas salivas, fazendo com que um pouco de líquido escorresse por meu queixo.
Kouyou se afastou, e mesmo com o jogo de luzes eu conseguia ver suas pupilas completamente dilatadas.
- Vamos subir logo, antes que eu arranque suas roupas e te foda aqui mesmo.
Acompanhei-o de bom grado, e não olhei pra trás após subirmos a escada. Fomos até o fim do corredor, onde Uruha abriu a última porta, revelando um quarto à meia luz parcamente decorado, mas que tinha uma cama grande e aparentemente confortável. Tirei os sapatos, e Uruha me imitou.
Eu não tive tempo de analisar o ambiente, pois logo seus lábios capturaram os meus, sua língua tocando o céu da minha boca, as mãos firmes na minha cintura.
Meu corpo foi sendo gentilmente empurrado para trás, e no momento em que minhas pernas encostaram na beira da cama eu me deixei cair sobre o colchão macio, puxando-o junto comigo.
Uruha sorriu, me ajeitando melhor sobre a cama, seu olhar perscrutando meu corpo minuciosamente, se detendo durante alguns segundos na minha ereção evidente sob a calça de couro.
- Gosta do que vê? - provoquei.
- Muito, e eu vou aproveitar cada pedacinho.
Seus dedos encontraram a barra da minha camiseta, erguendo-a lentamente, tendo prazer em ver minha pele ser descoberta. Levantei os braços para ajudá-lo, e logo o pedaço de pano estava fora do meu corpo.
Kouyou uniu minhas mãos acima da cabeça, usando minha blusa para atá-las à cabeceira.
- Você se importa? - perguntou, o sorriso cheio de promessas não ditas.
Meneei a cabeça, umedecendo os lábios.
- Eu sou seu essa noite.
Ele não respondeu, tirando a própria blusa rapidamente, começando a beijar meu pescoço, algumas vezes deixando mordidas mais fortes e chupões. Sua boca desceu por minha pele, deixando um rastro de saliva até o meu peito, e no momento que sua língua tocou meu mamilo eu gemi, completamente entregue.
Uruha afastou minhas pernas, seu baixo-ventre colando-se ao meu, seus dentes tomando o lugar de sua língua, envolvendo o bico rijo. Ele soprou o local em seguida, me fazendo arrepiar. O mesmo foi feito com o outro mamilo, e em nenhum momento seu quadril parou de se mover junto ao meu, a fricção entre nossos membros me deixando extasiado.
Movi as mãos impacientemente, querendo me soltar para tocá-lo.
- Kou...
- Não vou te soltar, Aoi. Apenas relaxe e aproveite.
Kouyou continuou a explorar minha pele com os lábios, deixando uma trilha de beijos por meu abdômen, chegando à minha barriga, a língua adentrando meu umbigo, me fazendo arquear as costas.
Ele aproveitou o momento para abaixar minha calça, arrancando-a do meu corpo, minha intimidade agora sendo coberta apenas pela boxer. Seus lábios envolveram minha glande sobre o pano, e eu só pude gemer, implorando pra que ele continuasse.
O mais novo riu, começando uma masturbação lenta, seus olhos encontrando os meus.
- Pede o que você quer, Yuu.
Tentei responder, mas eu não conseguia articular nenhuma palavra, meu quadril se movendo em direção a sua mão.
Talvez ele tivesse entendido a minha situação, porque minha boxer foi tirada sem aviso prévio e minhas pernas foram colocadas sobre seus ombros, deixando-me totalmente exposto.
Uma mordida foi deixada na parte interna da minha coxa, seus lábios deixando um beijo cálido logo depois.
- Eu quero que você peça, Aoi. Com todas as letras.
- Me chupa - falei sem pensar, a expectativa me corroendo. - Por favor, me chupa.
Kouyou apenas sorriu, desdenhoso, mas minha glande sendo tomada por aqueles lábios apagou qualquer outra coisa da minha mente.
Tentei me soltar mais uma vez, percebendo ser inútil, me contentando em sentir meu membro tocar cada vez mais fundo em sua garganta, sua língua por vezes prendendo-o no céu da boca, os dentes raspando a pele sensível, enquanto sua mão trabalhava em meus testículos, acabando com o pouco de sanidade que eu ainda mantinha.
Eu não era nada além de um poço de sensações sobre o colchão, e tudo só piorou quando eu o vi melecar os dedos com lubrificante, derramando parte do conteúdo em minha entrada, seu indicador circulando o orifício sem pressa.
Meus músculos ficaram tensos automaticamente, e Uruha ergueu a sobrancelha.
- Você precisa relaxar, senão não vai dar certo.
- Kou, eu nunca fiz isso.
- Eu sei, por isso você precisa relaxar.
Minhas pernas foram colocadas sobre a cama novamente e ele soltou minhas mãos.
- Vira de bruços.
Obedeci, tentando regular a respiração, sentindo seus lábios em minha nuca, suas mãos arranhando minhas costas, a boca acompanhando o caminho que elas faziam, até ambas pararem em minha bunda, separando-as, deixando minha entrada visível, a língua se embrenhando pelo local, todo meu corpo estremecendo de prazer com o ato.
Apertei o lençol entre os dedos, relaxando, sentindo meu membro ser estimulado conforme eu me mexia.
- Ah, Uru!
Ele ergueu meu quadril, me deixando de quatro, e eu fui obrigado a afastar as pernas para ter melhor apoio.
Senti seu indicador forçar passagem pela minha entrada, a temperatura gélida do lubrificante contrastando com a minha, totalmente inversa.
- Se toca pra mim, Aoi. Geme bem gostoso pra eu ouvir.
Gemi só com o tom da sua voz, fazendo o que ele pediu sem pestanejar, tocando meu falo intumescido, sentindo seu dedo se mexer dentro de mim em movimentos circulares. Acariciei minha glande só com o polegar, umedecendo-o com o pré-gozo, um segundo dedo sendo adicionado em minha ânus.
Mordi o lábio, reprimindo a exclamação de desconforto.
- Continue se tocando, Yuu. Eu quero ouvir você gemendo como uma puta que nem agora há pouco.
Voltei a me tocar, dessa vez em um ritmo mais rápido, permitindo que os meus gemidos preenchessem o ambiente. Seus dedos já não eram mais um incômodo, e sim um estímulo, entrando cada vez mais fundo em meu corpo, estocando-me com certa força, e eu tinha de admitir que era bom.
Uma das suas mãos se fechou sobre a minha, me ajudando na felação.
- Você é tão apertado, Aoi. Eu não vejo a hora de te foder bem gostoso.
- Então por que não faz isso logo? - sussurrei, sentindo os espasmos cruzarem meu corpo com mais frequência.
Uruha mordeu meu pescoço, girando os dedos dentro de mim, tocando em algum lugar que me fez gemer ainda mais alto.
- Porque primeiro você vai me chupar enquanto se masturba, e depois que você gozar eu vou te proporcionar a melhor foda da sua vida.
Fui virado sem cuidado, e antes que eu pudesse protestar seus lábios colaram-se aos meus, me calando com um beijo forte.
Ele se afastou repentinamente, tirando a calça e a cueca de uma vez, sentando-se na beirada da cama e me olhando com um sorriso sacana nos lábios.
- Quero você ajoelhado na minha frente agora, Yuu.
Obedeci ao seu comando sem hesitar, e uma parcela do meu cérebro gritava que eu nunca havia ficado tão submisso a alguém em toda minha vida.
Uruha prendeu meus cabelos entre seus dedos, enquanto a outra mão segurava a base do próprio membro.
- Chupa - ordenou.
Me aproximei devagar, passando a língua pela glande, sentindo o gosto característico. Entreabri os lábios, envolvendo só a cabeça, sugando de leve.
- Assim, Kou-chan?
- Isso. Agora abre mais a boca, relaxa a garganta e bate uma punheta gostosa pra mim.
Sorri de lado, voltando a envolver seu membro entre meus lábios, abrigando-o o máximo que eu podia dentro da minha boca, começando um lento movimento de vai e vem, ouvindo seus gemidos de aprovação.
Envolvi minha própria ereção negligenciada, voltando a me tocar em um ritmo rápido, meus gemidos reverberando em seu membro.
O aperto em meus cabelos se intensificou.
- Mais fundo, Aoi.
E eu tentei corresponder, relaxando mais a garganta, tentando lidar com o volume a mais dentro da boca. Uruha moveu o quadril, procurando por mais contato, grunhindo de prazer quando meus dentes raspavam por toda sua extensão.
Eu me sentia cada vez mais perdido no prazer que me tomava por completo, meu corpo ficando ainda mais quente com a visão de Uruha com a cabeça jogada pra trás, o abdômen se contraindo quando eu o sugava com mais força.
Tive que me afastar em seguida, fechando os olhos, um espasmo mais forte anunciando o orgasmo iminente.
Kouyou percebeu, erguendo minha cabeça pra que eu olhasse em seus olhos.
- Goza pra mim.
Senti todo meu corpo se contrair uma última vez, gozando no tapete claro.
Uruha me ajudou a levantar, deitando-me novamente sobre o colchão, acomodando-se entre minhas pernas. Nossas bocas voltaram a se encontrar, dessa vez em um beijo mais lento e profundo, mas não menos intenso. Eu sentia sua ereção roçando em minha entrada, então joguei o quadril em sua direção, deixando claro que eu queria aquilo tanto quanto ele.
Ele alcançou o tubo de lubrificante, espalhando o conteúdo por todo seu membro, afastando ainda mais minhas pernas. Fechei os olhos ao senti-lo forçar passagem pelo canal estreito, penetrando-me lentamente, vencendo cada barreira que meu corpo impunha.
- Caralho, Aoi! Você é uma delícia.
Seus lábios envolveram meu mamilo, uma das suas mãos embrenhando-se entre nossos corpos, acariciando meu membro.
Gemi baixinho, me sentindo endurecer novamente entre seus dedos, meu corpo relaxando com a carícia em lugares tão sensíveis.
Uruha começou a me estocar lentamente, testando as minhas reações. Era desconfortável, mas não o suficiente pra pedir que ele parasse.
- Achei que você fosse me proporcionar a melhor foda da minha vida, Kouyou. Isso é o melhor que sabe fazer? - alfinetei, mesmo sabendo que eu estava brincando com fogo.
Seus olhos encontraram os meus, e eu tive certeza que havia tocado no seu ponto fraco.
- Eu estava tentando ser cuidadoso, mas já que isso não é problema pra você...
Suas mãos seguraram meus quadris, e ele saiu do meu corpo lentamente para em seguida voltar com uma força que me deixou zonzo, fazendo-me grunhir de dor.
- Você provocou.
Me mantive calado, sentindo-o cada vez mais fundo dentro de mim, a dor diminuindo aos poucos, permitindo-me aproveitar melhor as sensações. Ergui o quadril, buscando por mais contato, gemendo um pouco mais alto quando senti seu membro resvalar em minha próstata.
Cruzei as pernas em torno da sua cintura, tornando a penetração ainda mais profunda e forte, minha ereção sendo estimulada involuntariamente entre nossos corpos. Eu gemia em seu ouvido, totalmente envolvido na sensação prazerosa que era tê-lo dentro de mim.
Uruha girou na cama, puxando-me junto, deixando-me sobre seu colo, nossos corpos ainda conectados.
- Quero saber se você é tão bom rebolando aqui quanto no palco, moreno.
Deixei a vergonha de lado e comecei a me mover, a nova posição permitindo que eu controlasse os movimentos. Movi o quadril circularmente, sentindo minha próstata ser atingida novamente, repetindo o ato várias vezes, o prazer se tornando cada vez maior, me engolfando por completo.
Kouyou envolveu meu membro com a mão, me auxiliando nos movimentos de sobe e desce, que ficavam cada vez mais erráticos conforme a conclusão do ato se aproximava.
Eu não controlava mais o volume dos meus gemidos, e Uruha se divertia com meu escândalo particular, sussurrando obscenidades ao meu ouvido, me masturbando cada vez mais rápido, acompanhando o ritmo das estocadas.
Ele apertou minha coxa, sua respiração ficando suspensa durante alguns segundos, um gemido longo deixando seus lábios enquanto eu sentia seu sêmen preencher meu interior. Minutos depois eu gozei novamente, melando sua mão e seu abdômen, escondendo o rosto na curva do seu pescoço.
Saí de seu colo, me jogando de bruços sobre o colchão, mantendo o rosto no travesseiro. Aos poucos a consciência do que eu tinha feito começou a me atingir, e mesmo com a letargia que tomava meu corpo, minha cabeça fervilhava com milhares de hipóteses do que poderia acontecer.
- Aoi, olha pra mim.
Eu estava dolorido, mas acatei o pedido, encarando os olhos que me fitavam atentamente.
Ele selou meus lábios, encostando sua testa à minha.
- Qual o problema?
Eu não queria que ele me achasse dramático, mas precisava dizer o que estava na minha cabeça. De qualquer maneira, nós teríamos que conversar em algum momento.
- Estou pensando no que vai acontecer daqui pra frente. Na banda, na nossa relação, no que os outros vão pensar. Merda, Uruha! O que a gente fez?
Meu amigo riu, envolvendo minha cintura e me aconchegando ao seu corpo, deixando minha cabeça repousar em seu peito.
- Eu tinha esquecido que você é uma pessoa naturalmente paranoica. Primeiro: nós fizemos sexo. Você está arrependido de ter transado comigo?
- Não, só que...
- Segundo: - cortou-me - ninguém tem nada a ver com a nossa vida, e o máximo que os rapazes vão fazer são piadinhas infames, o que já é bem comum em qualquer situação. E terceiro: eu não sou nem a metade do que dizem por aí.
- Muitas garotas dizem que você é bom de cama, e é a mais pura verdade - brinquei.
- Você sabe que eu não estou falando disso. O que eu quero dizer é que eu não sou o galinha pegador que todo mundo diz. Eu adorei transar com você, Yuu. E nada nos impede de repetir essa noite quantas vezes quisermos, da mesma forma que nada nos impede de termos uma relação mais... profunda.
Sorri contra sua pele, deixando um beijo leve em seu pescoço.
- O que você está sugerindo?
Seus dedos embrenharam-se entre meus cabelos, fazendo um carinho gostoso.
- Vamos deixar fluir e ver no que dá.
Assenti, me aconchegando melhor ao seu corpo, sendo envolvido por suas mãos firmes. E não importava o que aconteceria no futuro, porque no momento, eu me sentia absolutamente feliz.
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