"Vou com tudo, como se tivesse com uma vontade maldita, vou criar a batida deixar as pessoas em coma, você pode ser um geek ou ser um Rolling Stone"
T.H.E. - Will.I.Am.
Point of View – Katherine Hastings.
Adentrei o shopping praticamente correndo, eu estava em cima da hora. Subi as escadas de dois em dois degraus até chegar ao andar da Calvin Klein, onde eu trabalhava.
– Está atrasada. – Jennifer, uma das garotas que trabalham comigo, cantarolou.
– Estou no horário. – disse revirando meus olhos. Logo me dirigi até ao vestiário dos funcionários para me trocar. Meu uniforme era basicamente uma blusa branca escrito de cinza “Calvin Klein”, uma calça jeans e nos pés eu uso normalmente um allstar. Guardei a minha bolsa e meu casaco no meu armário e me dirigi até a loja.
– Boa tarde, Kath. – Elisa a outra garota que trabalha na loja, mas que é minha amiga, diferente da Jennifer, me cumprimentou.
– Oi, Lisa. – a abracei e nós passamos um tempo conversando aproveitando que não tinha ninguém na loja para atendermos.
– Katherine, cliente. – Jennifer me chamou e eu fui atender a mulher com os cabelos platinados que se encontrava olhando algumas calças na parte feminina da loja.
– Boa tarde, meu nome é Katherine, se a senhora precisar de qualquer coisa pode me chamar. – cumprimentei a mulher que agradeceu e continuou a olhar as calças.
– Katherine – ouvi uma voz doce me chamar e fui até onde a cliente se encontrava – Você podia me trazer essas duas calças 36, por favor? – perguntou e eu assenti.
Tinha a impressão de já conhecer aquela mulher, mas podia ser só coisa da minha imaginação. Peguei as calças que ela queria e levei até ela que agradeceu e entrou no provador. Fiquei esperando-a do lado de fora. Alguns minutos depois ela saiu do provador com as calças penduras no braço.
– Como ficaram? – perguntei.
– As duas ficaram ótimas, vou levá-las – ela disse. Peguei as calças e fui com ela até o caixa. A mesma pegou a sacola com suas compras dentro, me agradeceu e saiu.
O dia seguiu mais ou menos no mesmo ritmo sem muitos clientes, porém a loja nunca estava vazia. Aproximei-me do balcão de roupas onde Elisa estava colocando o preço nas roupas, escorei meus cotovelos no mesmo e bocejei. A mesma riu de mim e eu revirei os olhos sorrindo.
– Ok, o que te fez atrasar hoje? – perguntou e eu dei de ombros.
– Nada de mais. – dei um meio sorriso e foi a sua vez de revirar os olhos com um sorriso no rosto.
– Você não me engana, Katherine. – falou e eu encolhi os ombros.
– Digamos que talvez eu tenha queimado o meu almoço e tive que parar em outro lugar que não fosse minha casa para desfrutar alguma coisa e não ficar me remoendo de fome enquanto trabalho. – falei e ela riu alto. Olhei por cima do ombro para Jennifer e a mesma tinha uma expressão de tédio no rosto e logo Elisa cobriu a sua boca com a mão, para controlar a sua risada.
– Toda semana você faz isso! – ela ri.
– Isso mesmo, ria da minha cara. Quando eu virar máster chefe e comer croissant você vai comer pão com manteiga! – Elisa revirou os olhos rindo e eu a acompanhei na risada.
– Vão continuar rindo? Vocês não conseguem ver aquele senhor na loja? – Jennifer parou ao nosso lado com o sorriso mais cínico no rosto que podia dar.
– Vamos continuar rindo sim, que pena que você não gostou. – fiz bico e a mesma respirou fundo, se controlando para não dar uma má resposta. – O que foi Jennifer? Quer continuar paparicando a chefe? Ótimo, vamos ver se assim você consegue ser a gerente, algo que mesmo há três anos aqui dentro, não conseguiu. – devolvi o sorriso cínico.
– Está tudo bem, Kathe, pode deixar que eu vou lá o atender. – Elisa saiu de trás do balcão de roupas, mas assim que a mesma passou ao meu lado eu segurei em seu braço.
– Não, você não vai, Elisa. Jennifer é vendedora e não a dona daqui. Se ela quiser, ela que vá atender. – falei séria enquanto olhava para Jennifer. A mesma estava com as bochechas coradas de raiva e ela tentava regular a sua respiração. Acho que alguém ficou irritada...
– Katherine, não provoca... – Elisa pediu.
– Provocar, eu? – eu ri ironicamente. – Imagina... Sou vítima!
– Um dia você irá se dar muito mal aqui com tudo isso que você acha que tem, porém adivinhe? Você não tem nada! – Jennifer disse.
– E quando esse dia chegar, eu continuarei em um nível mais elevado que o seu. Não preciso ficar me humilhando e tentando ser quem eu não sou para impressionar as pessoas. Basta ser eu mesma e voai-la, me saio melhor que muito puxa saco. – sorri e ela bufou enquanto ia atender o senhor.
– Quantas vezes eu tenho que falar para você não ficar discutindo com ela? Kathe, não vale a pena! – Elisa disse assim que a mesma foi em direção ao senhor com o sorriso mais falso na cara.
– Não vale a pena a gente ficar quieta e abaixar a cabeça por ela, Elisa. – rebati e a mesma umedeceu os lábios.
– Tudo bem, se você acha isso certo, vá em frente. – tédio era evidente em sua voz. Revirei os olhos e fui para o caixa imprimir alguns boletos que Zoe, a suporte da loja, havia enviado no e-mail. Assim que imprimi tudo, Jennifer aproximou-se do caixa e entrou no mesmo.
Peguei as folhas da impressora enquanto sentia o olhar de raiva dela sobre mim. Ela passou as compras do senhor e então lhe entregou a sacola, e guardou o dinheiro o colocando dentro da gaveta. Comecei a somar o preço de todas as contas que faltavam e assim que terminei, vi que Jennifer ainda organizava as notas fiscais em seu devido lugar.
– Preciso de 970 reais. – disse virando-me para ela e a mesma me deu um sorriso cínico.
– Para quê? Para pagar o cara que fez essa plástica para “consertar” esse seu rosto? – ironizou e eu revirei os olhos.
– Não preciso fazer as mesmas coisas que você. Como eu já disse, eu sou eu mesma. – Jennifer também revirou os olhos. – Agora me dê o dinheiro para que eu vá pagar essas contas. – acenei com os papéis em minha mão. A mesma tirou o dinheiro dali de dentro, contou e me entregou. – Obrigada, querida. – sorri falsamente para ela e sai do caixa logo saindo da loja também.
Andei até o elevador e apertei o botão. Quando a porta do mesmo se abriu, eu vi a mesma garota que eu havia atendido mais cedo na loja. Sorri para ela que retribuiu o sorriso e saiu do mesmo e então eu entrei.
Sai do shopping e fui até o banco que há do outro lado da rua onde se está localizado o mesmo. Assim que paguei, voltei para o meu trabalho.
No final do dia as pessoas já não entravam muito mais da loja e eu estava totalmente entediada esperando dar a hora de ir embora. Até que eu vi um tumulto...
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