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História Hot space - Calling all girls


Escrita por: ennois

Notas do Autor


arte da capa por @bi_smooth no twitter.

oi
tô aqui com essa joesar que muito provavelmente vai ter dois capítulos, mas não sei, tô pensando ainda
enfim, espero que esteja bom e que vocês gostem :) boa leitura

ps. pensei no cesar com 16 anos e o joui com 15 mas para completar 16 ainda em 83, que é o ano que se passa a fic. só pra não ficar confuso, beijos

Capítulo 1 - Calling all girls


Cesar não era nada bom com apresentações mas confiava em seu senso de qualidade e achava que poderia convencer Joui a gostar de queen apenas com o início de “Under Pressure”. Falho. Ok, talvez “Dancer”, “Black Chat”. Falho. De novo? 

— Você é louco — suspirou, quase desistindo pelas várias tentativas falhas —, essa é a minha favorita, não aceito críticas negativas. — deu play em “Staying Power” no toca fitas e sentiu a perna de Joui bater no chão ao ritmo uma vez, timidamente, o fazendo sorrir vitorioso. 

— Mantenho minha opinião, ainda acho que uma banda favorita vira sua favorita pelos momentos da vida em que você relaciona as músicas. — Joui respondeu torcendo para que parecesse firme, mas era um péssimo mentiroso, como Cesar sempre soube. 

— Joe, não precisa fingir, é uma boa música, não é? — perguntou, vendo Kouki abaixar o olhar levemente, assentindo com a cabeça. — Viver os momentos quando já se conhece a música é bem mais fácil. Você vai ver, não vai demorar nada pra ela virar sua banda queridinha, você vai amar o Freddie tanto quanto eu.

Era verão de 1983, e Cesar estava no lugar em que todos sabiam que estava: no quintal da casa do melhor amigo, arrumado para ir com ele até uma lanchonete. Estavam atrasados, mas era por um bom motivo, há alguns dias Cesar havia prometido para Joui que levaria todas as fitas do Queen que tinha em casa, e ele não cumpriu a promessa, levou só uma, do seu álbum favorito “Hot Space”.

— Quem sabe um dia, Cesar-kun. Quem sabe um dia. — Cesar deu um falso sorriso amigável, que fez Joui rir anasalado, puxando o amigo para a sala, encontraram Liz, que bufou forte quando os viu.

— Pensei que iam passar a noite toda lá atrás, vão pro carro — a mãe de Joui disse, sentada toda esparramada em uma poltrona da sala, levantando em um salto. 

Cesar tinha um carinho especial por Liz, ela não só era a mãe mais legal que já tinha conhecido como sempre deixava a casa livre pra eles todo sábado a noite. Eles nunca sabiam o que a mulher fazia fora de casa naquele horário, mas também não se importavam, a casa era deles.

— O Cesar tava me mostrando as músicas da banda favorita dele, mãe. — Joui comentou, vendo Elizabeth pegar as chaves do carro e ir até a garagem, a seguindo de prontidão.

— Ele disse que não gostou de nenhuma, tia! De todas as músicas do Queen que eu mostrei, nenhuma fez o gosto dele!

— Sério isso, Joe? É Queen! — Liz disse para o filho, ofendida, entrando no carro, sendo acompanhada de Joui ao seu lado e Cesar no passageiro, se encaixando entre os dois bancos da frente.

— Exatamente!! Tá vendo, até sua mãe concorda.

— Ele só me mostrou três músicas, ok? — o outro garoto se defendeu, entre risos. — E outra, mãe, você não concorda que pra uma banda ser sua favorita você precisa ter experiências com as músicas? 

Liz se calou. estava pensando em uma resposta.

— Bom ponto. Vai cesar, coloca aí a fita, ele vai viver vários momentos com o Queen agora.

Não deixou nem a mais velha terminar de falar, cesar avançou até o rádio do carro, tirando a fita do bolso e colocando-a, dando play em “Life is Real”, ao mesmo tempo em que Liz dava partida no carro, indo até a lanchonete, enquanto Joui revirava os olhos disfarçadamente — o que não era muito efetivo, os dois conseguiam ver a falsa feição descontente do garoto, e riam baixinho.

Não demoraram muito até chegar em frente a lanchonete. Quando os garotos estavam para sair, Liz desligou o carro, o que era relativamente estranho, normalmente ela ia embora para seja lá o que ela faz fora de casa. 

— Mãe? — quase como se lesse os pensamentos de Cesar, Joui para pra perguntar: — Não vai sair hoje?

— Vou, mas você já é bem grandinho e pode voltar pra casa dirigindo — ela respondeu, despreocupada. —, o Thiago veio me buscar, falei que ia deixar o carro com vocês hoje. — catou algumas coisas no porta-luvas e deu um sorriso fofo, antes de sair do carro e jogar as chaves no colo de Joe. — Tomem cuidado — e saiu.

— Deve ser um sonho — Cesar disse, sorrindo fraco, enquanto passava para o banco do motorista. 

— Ela disse Thiago? Quem é Thiago? — Joui parecia não prestar muita atenção na felicidade do amigo, que pegava a chave do seu colo e colocava na ignição. 

Cesar deu partida no carro, o tirando da frente da lanchonete. Havia aprendido a dirigir há muito tempo, com o pai e um amigo veterano da escola, ambos faziam aquilo muito bem por sinal.

— Eu realmente não tô nem aí pro Thiago, vamos dar uma volta. 

— Mas e o lanche? — Joui pareceu acordar para a situação, esquecendo o tal do Thiago. Depois perguntaria a mãe sobre o segundo-homem-da-vida-dela

— Estamos de carro! Drive thru, até o Taco Bell tem hoje em dia. — Cesar respondeu como se fosse óbvio, dirigindo até o drive thru, para que pegassem alguma coisa pra comer. 

A fita repetia várias vezes as músicas, Hot Space não era um álbum com muitas músicas, mas Joui não parecia notar isso. Ele gostava das que tocava, principalmente naquele momento, onde tudo parecia tão divertido.

Já Cesar tinha notado muito que bem os pézinhos do japonês batendo contra o chão do carro, além dos dedos que batucavam ao ritmo na própria coxa.

— Para quem não estava gostando... — Cesar disse, parando o carro no drive thru. Joui o ignorou, fazendo o pedido. 

Joui não estava muito confiante de como sua voz ia soar naquele momento, por isso preferiu ignorar a provocação. Cesar não sabia o que estava fazendo, e deixava Joui irritado por isso; odiava quando o mais velho fazia tudo com apenas uma mão, como estava naquele momento, manobrando o carro com apenas uma mão no volante, ágil e simples. Desejava que cesar soubesse ler linguagem corporal como a música do Queen que tocava naquele momento dizia. 

Queria que Cesar percebesse que aquela coisa que ele tava fazendo mexia com o japonês, muito. “Body Language” parecia não ter fim naquela hora além do pedido que parecia uma eternidade para ficar pronto. 

No dia em que cesar lhe prometeu mostrar as músicas da tal banda, Joui prometeu a si mesmo que falaria sobre a atração esquisita que sentia pelo moreno. Confiava no seu taco, sabia que Cesar não o julgaria, eles são melhores amigos afinal, por que ele faria isso? 

Mas era uma falsa convicção, o Jouki ainda tinha medo, muito medo. Medo principalmente de perder Cohen para sempre, não sabia o que faria sem Cesar lhe mostrando todos os dias um recorde diferente no fliperama, sem Cesar lhe apresentando livros e bandas que descobriu recentemente. Não sabia o que faria sem Cesar, esse era o ponto.

É difícil ser um garoto que gosta de garotos, mas mais difícil ainda é ser um garoto que gosta de garotos nos anos 80. Lidaria com a rejeição, mas não sabia o que faria com o linchamento, caso ele viesse.

— Tá meio tenso você, né? Já tá vindo, relaxa, olha o moço ali — Cesar apontou com o queixo para o moço, que agora entregava o lanche. 

— Não tô tenso, é só essa música chata tocando que me deixa irritado — mentiu, e sabia que era um péssimo mentiroso. 

— Sei, mesmo que fosse verdade, é a única fita que tem aqui e eu odeio dirigir em silêncio. — Cesar deu de ombros, voltando à pista depois de pagarem o lanche que agora estava no colo de Joui. 

Cesar estava com sua típica camisa preta de gola e mangas longas, por baixo de um colete cinza e verde, mas hoje tinha adicionado um colar com pingente de caveira, bem esquisito, Joui diria. Já o Kouki estava com seu típico suéter vermelho e uma bermuda mais curta que o normal, além do All Star preto todo surrado e desenhado. 

Joui gostava quando o Cohen amarrava o cabelo como estava naquele dia, uma parte solta e a outra amarrada, com uns fios na frente soltos. Cesar gostava quando Joui usava bermudas curtas, achava as pernas do japonês muito bonitas. 

Eram 19h da noite, estavam numa parte distante da cidade, parecia que todas as casas estavam lá embaixo enquanto eles subiam incessantemente e Joui ainda assistia o mais velho dirigir, como se estudasse a forma com que ele manobrava o carro para fazer igual numa próxima vez. 

— Vai ficar aí me encarando sem perguntar pra onde eu tô te levando? — Cesar perguntou, vendo o mais novo colocar os pés no banco do carro, escorando o rosto em seus joelhos, abraçando suas pernas. 

— Confio em você, e não acho que você consiga matar uma pessoa. — clCesar riu fraco, Joui sorriu junto. 

— Nunca duvide da minha capacidade, Jojo.

Cesar estacionou o carro em um lugar bem iluminado, o que era estranho, porque estavam meio longe da cidade. Era um tipo de morro, Cohen fez questão de colocar o carro em uma posição contrária ao que queria mostrar ao jouki, o que deixou o japonês confuso. Quando “Cool Cat” começou a tocar, Cesar saiu do carro, levando consigo os lanches que eles tinham comprado.

— Vem ver. — sem que Joui notasse, Cesar deu a volta no carro, abrindo a porta para que ele saísse com um pouco de dificuldade por suas mãos estarem ocupadas.

Joui saiu do carro, indo ver o que Cohen tinha para mostrar assim como lhe foi pedido, e se surpreendeu um pouco. Era um lugar muito bonito, como já tinha notado antes, no topo da cidade, as luzes dos postes e das casas ficavam parecendo estrelinhas no meio do escuro da noite. um lugar muito bonito para se matar alguém, pensou.

— Se eu morrer aqui, vou morrer muito feliz. — o Jouki estava hipnotizado na vista, aquilo fez Cesar rir. 

— Agora, o grand finale — clCesar colocou os lanches num banco que tinha ao lado de um poste, em frente à paisagem e de costas ao carro, correu até o veículo, tirando a fita e recolocando no toca fitas menor. — a música.

— Só não vou ficar de cara feia por causa do lugar bonito. Uma vista dessas não merece que eu revire os olhos — Joui deu uma carreirinha até o banco, se sentando ao mesmo tempo que Cesar.

— Todo lugar bonito merece ser apreciado com uma boa música — Cesar disse, assentindo com a cabeça retoricamente, tirando os fones do aparelhinho para que escutasse o som também. —, e com tacos. — completou.

“Calling All Girls” começou a tocar, Cesar começou a cantar baixinho automaticamente, animado, enquanto comia junto de Joui. Joui não entendia porque de tanta animação, a letra lhe era confusa, mas cesar parecia cantar com tanta confiança que começou a achar que falava sobre ele, sorrindo inconscientemente.

O Freddie é gay. — Cesar comentou, notando a feição confusa do mais novo enquanto ouvia a música.

— Hm? 

— Você tá aí com a feição mais confusa do mundo. O Freddie é gay, e eu também, isso é um problema?

Com certeza não era, definitivamente não era. Joui estava estático, cesar por outro lado parecia tranquilo — por fora. Estava fora de cogitação aquilo ser um problema para Joui, não imaginava um sequer universo onde se assumiria e ele não aceitava. 

— Joui, me responde. é um problema? — pressionou, se sentindo culpado logo após.

— Porra, com certeza não é. Definitivamente — Joui disse, pausadamente, sorrindo fraco. — não é um problema. — completou. — Eu também...

— Você também é gay? — Cesar interrompeu. Joui negou com a cabeça.

— Eu também gosto de garotos, e... — Joui hesitou, era um bom momento? — e eu gosto de como você fica bonito com esse penteado. 

— Isso é bom. Muito bom. — Cesar sorriu com os lábios. — Eu gosto quando você xinga, é sexy.

Joui riu e corou, talvez Cesar já soubesse. Cesar, por outro lado, sentia o peito pequeno demais para suportar toda a ansiedade que esvaziava com piadas sobre a palavra que saiu da boca do amigo engomadinho. 

Queen não tinha virado sua banda favorita, mas “Calling All Girls” era definitivamente a música de Joui.



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