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História HotBall - Afrontando o estranho - O castigo


Escrita por: EMOJI_GIRL_S2

Capítulo 2 - O castigo


O belo arranjo de flores estava agora dentro de uma das lixeiras do colégio. O desolado rapaz sentia o corpo inteiro pesar, os olhos safira ardendo em um insistente sentimento de querer desabar em choro. Foi até o banheiro, talvez jogar um pouco de água no rosto ajudasse. Entretanto, nem com isso sentiu-se minimamente melhor, se olhava no espelho, odiava aquela imagem, pois Penny havia lhe deixado, nada do que teria para oferecer era o suficiente. Senta-se patético. 

No reflexo do espelho um pequeno ponto de luz colorida fez ele se distrair dos terríveis pensamentos. Foi investigar a origem daquele brilho, em um ponto escuso do local havia um objeto largado, uma peça de metal com uma joia no meio. Pegou aquele pingente, era um broche muito chique. Alguém deve ter perdido isso, pensou.  Colocou o treco dentro de um dos bolsos. O sinal para o início da próxima aula toca. Estava atrasado. 

Saiu às pressas, mas foi impedido por um grito em seu nome no meio do corredor. Vira-se de imediato pois reconhecia a dona daquela  rouca e estridente voz, a professora Símio vinha até ele, o andar acelerado e uma carranca que transmitia fúria. Já esperava pela bronca de estar correndo no corredor. 

— Gumball Watterson, esvazie os seus bolsos! 

— Sou pobre, não tenho nenhum tostão pra emprestar. — Não deixaria ser facilmente intimidado por um valentão, mesmo que esse valentão em questão seja uma docente. 

— Não estou pedindo, estou ordenando! 

— Se insiste… — Ele coloca as mãos em ambos os bolsos da calça jeans, virando eles do avesso e mostrando nas palmas das mãos o que tinha: pacotes de bala amassada e o broche que havia acabado de encontrar. 

— Ahá, eu sabia! — Ela abre um sorriso assombroso. — Venha comigo até a diretoria! 

Gumball mais uma vez abria a boca em uma tentativa de protestar, mas a professora Lúcia o pegou pelo braço, puxando-o com certa violência até a diretoria. Chegando até lá, ela bate na porta da sala, só entrando após ouvir a voz abafada do diretor Brown permitindo o acesso. Ela empurra Gumball para ele ir na frente.

— Oh, querida, digo... professora Símio. — Limpa a garganta, em uma tentativa falha de não demonstrar intimidade em pleno horário de serviço, já que esta era uma atitude antiprofissional. — E... Watterson, claro, o que ele aprontou desta vez? — Suspira, já imaginando o pior.

— Antes de tudo quero esclarecer que tudo foi um mal-entendido e que sou inocente!

— Ele roubou a minha joia! Vamos, mostre para ele! — O garoto obedece a ela novamente, todavia relutante desta vez, tirando do bolso esquerdo o reluzente broche.

— Gumball Watterson... — Balbucia o nome, com um tom de desapontamento na voz.

— Eu não roubei! Encontrei no banheiro masculino!

— É mesmo? E pode me dizer como o meu valioso broche que estava trancado no cofre pessoal da escola foi parar lá? — Ela arranca o pertence das mãos do garoto enquanto colocava a joia na própria roupa.

— Não sou um ladrão!

— Não, você não é, mas sua ficha escolar mostra os diversos delitos que você já cometeu. E tem a sua família, os Watterson são conhecidos por gerarem confusão.

— Você estava correndo enquanto saía do banheiro! — Acrescenta.

— Mas isso não é o suficiente para me considerarem culpado! — Ele sentia querer chorar de novo.

— De fato, por isso não irei te expulsar ou suspender... você vai ficar de castigo por três dias a partir de amanhã.

— Mas eu- — É interrompido pelo indicador do diretor, um simples gesto que o obrigava a fechar a boca no mesmo instante.

— E se aprontar algo irei aumentar a cota ou lhe expulsar de uma vez por todas! — Brown respirava fundo enquanto massageava a testa com o indicador e o polegar. — Você já pode voltar para a sua sala.

Gumball dá meia volta, fechando a porta atrás de si e seguindo caminho até a sala em passos lentos, entretanto, estes foram tão lentos que o sinal para o final das aulas bate antes dele conseguir chegar na sala. Todos saiam alvoroçados e sorrindo, aliviados e contentes, mas novamente, o jovem azul não. Em passos finamente acelerados ele marchava até seu armário, avistando Darwin ao longe, já que os armários dos dois ficavam um ao lado do outro. Sem o cumprimentar, o felino abre a portinha de metal, pegando seu casaco.

— E aí irmão, deixa eu te contar essa novidade...

Gumball Watterson já não ouvia mais os sons ao seu redor, pois guardado em seu armário estavam algumas fotos dele com Penny, seu coração estava despedaçado, sentia como se nunca mais pudesse amar ou ser amado novamente, afinal, muitos o odiavam. Mais uma vez imaginou se era narcisista ou não. E concluiu que era, pois todos o achavam extremamente desagradável.

— Irmão? Você tá ouvindo? Tá tudo bem com você? — Indaga preocupado enquanto pousa uma das mãos sobre o ombro do parente.

— Eu... preciso limpar esse armário.

Gumball pega uma das fotos e amassa, pondo-a dentro do bolso de seu casaco moletom, e, assim como todos os outros alunos, marcha caminho até a saída, Darwin o segue. Dois minutos de espera foram o suficiente até que o pai finalmente chegasse.

— Boa tarde, meninos! Como foi o primeiro dia de aula do ano? — Sorria bobo como sempre.

— Foi legal, não ganhamos nenhum novo aluno na nossa sala, mas foi bom rever a turma. — Darwin responde enquanto se sentava no banco de trás junto de Gumball, ambos pondo o cinto de segurança, entretanto, só o ruivo olhava para o pai. — A propósito, posso ir ao cinema com uns amigos na quarta?

— No cinema? Meio caro, temos que falar antes com a sua mãe, mas e você, Gumball? Vai também?

— Não, eu estou de castigo até quinta. — O azulado respondia ao pai sem deixar de encarar a paisagem, apoiando a cabeça ao braço sob a janela. O rosto melancólico e sofrido.

— Caramba, logo no primeiro dia? Desta vez você se superou, filho! — Ria ao falar. — Mas não conte para a sua mãe, senão ela vai ficar zangada. — Franze a testa, porém sem desfazer o sorriso bobo.

Chegando na casa dos Watterson o jantar ainda não estava pronto, mas Nicole já estava separando os ingredientes, e pelo que parecia, haveria macarrão. Sem dizer muito, Gumball segue para seu quarto, deixando o restante da família no térreo. Ele joga sua mochila em qualquer canto, deitando e cobrindo sua face no travesseiro, soltando logo em seguida um rosnado que teve o som abafado pelos tecidos da cama.

— Pu fabor, nãu me biga qui vucê vai vicar assim o bia todo. — Era Anais, a irmã caçula que estava na parte de cima do beliche. 

— Olha quem fala, seu nariz está tão entupido que poderia inventar uma nova língua. — Gumball vira o corpo para cima, deixando a voz se propagar com clareza.

— Acunteceu algu qui eu deberia saber?

— Não... — O tom de voz entregava a mentira.

— Obimo! — Mesmo sabendo da mentira, a resposta esclareceu que o primogênito não queria tocar no assunto. A garotinha pega um papel e assoa antes de se cobrir novamente para espantar o frio que a gripe trazia.

Gumball olha para seu quarto, agora que estava crescido, não havia mais brinquedos espalhados pelo chão, apenas roupas, fato este que o fez se lembrar de que precisaria por elas para lavar antes que sua mãe fizesse escândalo. Deste modo, assim levantou-se. Pegou todas as vestes e as enfiou no cesto do banheiro. Contudo, antes de voltar para seu confinamento, ouviu seu pai o chamando para o jantar.

— Ok, vou chamar a Anais! — Segue caminho até o beliche de cima, balançando a irmãzinha para a acordar. — O jantar ficou pronto.

A garota se levanta aos poucos, dando um último beijo de despedida antes de se separar de sua pelúcia de burrinha, mesmo estando com oito anos, ainda era muito apegada a Daisy. Os dois desceram para a cozinha, se sentando nos respectivos lugares da mesa. Ricardo colocou a mesma quantidade para todos, exceto para ele, onde se serviu de duas colheradas a mais. Todos deram um breve agradecimento pela comida e logo em seguida iniciaram a refeição. Ricardo devorava o jantar sem mastigar muito, Anais mais assoprava o macarrão do que comia, Darwin mastiga cada garfada trinta vezes antes de engolir e Nicole era a única que aparentava almoçar de maneira normal.

— Gumball, filho, você está sem fome? — A mãe pergunta ao reparar que ele não havia sequer tocado no prato. — Está enjoado de comer macarrão? Eu sei que não é grande coisa, mas...

— Não... tudo aqui está perfeito, mas é que eu estou com um daqueles caroços imaginários que surgem na garganta quando você está muito angustiado.

— Ah, querido... se quiser falar sobre, somos sua família, estamos aqui para te ouvir e apoiar.

— E para comer os restos. — O pai pega o macarrão que Gumball se recusou a comer e põe em seu próprio prato.

— Ricardo! — Nicole apoia as mãos na cintura e franze o cenho.

— O quê? — Não entendia o porquê da esposa ter lhe repreendido.

— Eu... vou dormir.

Se retira da mesa, dando boa noite para a família antes de subir as escadas. Ele se enfiando entre os cobertores, estavam cheirosos, provavelmente Nicole os lavou mais cedo. Inalando profundamente aquele delicioso cheiro de amaciante, o azulado adormece depressa. Torcendo para que o dia seguinte fosse bom, ou pelo menos, não tão ruim.


Notas Finais


É difícil escrever falas tentando fazer com que o personagem pareça estar resfriado.

PS: Tenham um bom dia. (⁀ ᗢ ⁀) ♡


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