História HotBall - Afrontando o estranho - O troféu

— Adeus boss da última fase e olá dia de tédio.

Mesmo naquela época do ano, o sol daquele sábado brilhava com intensidade. Isto fazia o uso de bonés ser requisitado por diversas pessoas sentadas nas arquibancadas, pessoas estas que não somente eram os alunos, mas acompanhados deles estavam seus parentes e convidados. De um lado, Elmore Junior High School, do outro, Richwood High, escolas reunidas para a temporada de jogos do ano.

Ambas as platéias carregam bandeiras, luvas de espuma e muita euforia. Já as equipes de futebol americano estavam separadas de cada lado com seus respectivos treinadores. Para Gumball Watterson, aquilo tudo era entediante, não que fosse o tipo que odeia esportes, ele sendo um grande fã de skate, no entanto, preferia estar em casa com seu videogame.

— Por que nenhum dos jogos que eu gosto está incluído? — Boceja após direcionar a pergunta ao irmão.

— Por um motivo muito simples, Watterson. Há alguns anos fomos obrigados a fazer certos cortes de gastos. — Quem respondeu foi o diretor, ele descia as escadas quando ouviu o garoto falando. — Temos sorte de pelo menos em Futebol, atletismo e natação conseguirmos competir com aqueles mauricinhos. — Aperta o punho com força, como quem busca vingança.

— Lembro que na época em que minha mãe era estudante, aqui ainda tinha beisebol, ah, como adoraria que tivéssemos pelo menos isso ou basquete. — Suspira desapontado.

— Cruze os dedos e torça para valer Wattersons! Se ganharmos, podemos receber mais patrocínio e voltar a ter beisebol. — Diz determinado, ajeitando o boné vermelho com o símbolo do colégio. — A propósito, onde está o resto da sua família? Não quiseram vir?

— Foram comprar comida nas barracas lá atrás, mas a Anais dá pra ver daqui. — Era a vez de Darwin se pronunciar, os três olham para a coelhinha rosa que estava perto dos jogadores, ela havia se candidatado para ser a uma das poucas pessoas ajudando os esportistas.

— Ela está fazendo o melhor que pode, todos estão, mesmo só torcendo estamos ajudando. — Ele continua sua descida, pois seu banco ficava na primeira fileira da arquibancada, junto da Sra.Símio. — Então lembra-se, torçam! Nossos futuros patrocínios dependem disso! — Exclama com determinação, afastando-se cada vez mais.

— Oi meninos, voltamos.

Nicole fala em um tom animado, ela tinha em mãos alguns acessórios que comprou na barraca de torcida, atrás dela estava Ricardo, ele carregava uma exacerbante quantidade de pipoca, pizzas e refrigerante. Após se sentarem de novo em seus devidos acentos, eles compartilhavam os produtos entre si. Agora estavam fantasiados como uma típica família estadunidense.

A partida começa.

Jogadores corriam pelo gramado, pessoas gritavam com fervor, as líderes de torcida soltavam suas rimas e exibiam sua dança empolgante, sacudindo freneticamente os pompons, girando e por vezes pulando no ar. E no meio disso tudo, Darwin vê ao longe sua namorada acenando para si, ela flutuando até ele. Tentaram, mas ao invés de torcer, muitas vezes acabavam por ter conversas paralelas.

Não demorou muito até que Ricardo cutucasse a esposa, implorando por mais lanches, e Nicole sempre perdia a compostura diante daqueles olhos de cão abandonado. E lá iam eles outra vez em sua longa excursão pelas barracas de comida.

Os três adolescentes prosseguem com seu assunto, ao qual estava havendo uma acirrada discussão sobre a escola que iria ser vitoriosa.

— Elmore High tem bons atletas!

— Acho que você não está em posição de dizer alguma coisa, querido. Não leve a mal, mas já perdemos em todas as modalidades de natação. — A namorada tentava não parecer ofensiva.

— A culpa não é minha se tive de sair do time por razões médicas, você sabe que cloro é um veneno pra mim. — Enche as bochechas de ar como um tique em momentos de raiva. — Tive de compensar na apresentação do desfile… — Fica um pouco melancólico ao se lembrar o quanto adorava o clube de nado sincronizado.

— E você foi fantástico! — Aproxima-se mais, quase ficando colada nele. — Mas não podemos nem competir, faz mais de uma década que deixamos de ser os protagonistas no esporte em Elmore. Fato. — No canto de olho, ela avista a amiga Clare Cooper se aproximando, logo a chamando junto de seus dois acompanhantes, Jared e Hot-dog Guy. — Clare, você chegou na hora certa, me ajude a fazer eles entenderem que nossa derrota já está escrita nas estrelas.

A garota de cabelo verde retira um pouco da franja para ver melhor os dois garotos, soltando um de seus famosos suspiros mórbidos antes de sentar-se ao lado da Krueger. Seu pequeno grupo fez o mesmo, com Jared sentando-se na fileira de cima, mais próximo da namorada e Hot-dog ao lado dele.

Gumball olha para o rapaz de moicano, ele estava usando o mesmo moletom uma vez emprestado naquele dia de muita chuva, sentiu uma sutil cócega por dentro e a cauda inquietou-se. Fez um aceno tímido que logo foi retribuído.

— Desculpa pelo vacilo na natação, foi patético o que aconteceu. — A Cooper esfregou a nuca, envergonhada por ter perdido. — Um dia eu vou pôr fogo em todos os estúpidos moletons do Troy! Mas sim, eles são falcões e nós somos patos. — Faz um trocadilho com o fato de os respectivos mascotes serem um pato e um falcão.

— Nem vem com essa, os patos são muito superiores! Falcões só voam; patos voam, andam e nadam. Falcões são tão ridículos que nem sabem nadar! — O garoto peixe gesticulava com as mãos como um mímico.

— Conseguir voltar a época de ouro vai ser muito difícil, a economia está um desastre e sem boas verbas não vamos conseguir “voar”. — Jared toma sua posição na conversa. — Mas diz aí Todd, como um fanático por futebol, acha que temos chance de vencê-los?

— Não acho que eu seja um fanático, mas sim, não temos a menor chance. — No exato momento que ele diz isso, o time adversário faz um touchdown e um alvoroço explode numa mistura de gritos, berros e xingamentos se espalhando pelas arquibancadas. Poucos minutos depois acaba o segundo tempo, com o jogo agora na metade.

— Irmão, acho que não te avisei, né? — Darwin era tomado por uma aura brilhante. — Clare e Jared estão na nossa banda!

— Você com certeza não me contou isso. Que irado! Muitas bandas têm quatro integrantes, né?

— Não é uma coincidência numérica, fica mais fácil de administrar uma banda entre quatro pessoas. — Carrie explicava.

Com o intervalo, a apresentação de líder de torcida começa, Clare dedicava sua atenção agora ao amigo, Wilson Bilson levando uma bronca da treinadora. Isso irritava ela, pois era nítido que ele estava se esforçando.

Steve Pequeno passava por eles vendendo cachorro-quente, algo que assustou muitos.

— Achei que ele era vegetariano. — Clare sussurra.

— Ele é, mas só pra se sentir superior que todo mundo. — Gumball solta um riso debochado.

— SR.PEQUENO! VOU QUERER TRÊS! — Jared berra, sacudindo sua mão para cima e arrancando algumas notas de dinheiro do bolso. Ele fica com uma porção para si, entregando os outros dois lanches para o amigo ao seu lado e para a namorada.

— Carrie, depois quer sair pra comer no lugar de sempre? Eu deixo você me possuir, se bem que… eu já sou todo seu.

— Credo, isso foi muito brega, cara! — Dava gargalhadas. — Se eu não te achasse extremamente adorável, te dava um pé na bunda agora mesmo. — E riam juntos.

O jogo prossegue com o que muitos preferiam nomear de: caça aos patos. Todos retomam sua atenção para o jogo, tanto é que o rapaz azulado nem sequer percebeu quando Todd estava próximo de si, só o percebendo quando foi tocando de leve no ombro.

— Você quer? — Referia-se ao fast food em sua mão. — Me dói o estômago só de pensar em comer isso.

Gumball arqueia uma sobrancelha, ainda não entendia se era enjoo de comer algo muito gorduroso ou de ser quase canibalismo, mas não fez muito caso, logo agarrando o presente para si. Primeiro, analisou; era um clássico: pão, salsicha, queijo e mostarda, a combinação perfeita de sabores. Se adiantando em uma grande mordida. O loiro, através de seus óculos de sol, assistia com divertimento a cena, para ele o outro parecia um esquilo com as bochechas repletas de comida. Um suspiro de satisfação saiu quando Gumball engoliu tudo.

— É tão bom assim?

— Pode crer que é, eu amo cachorro-quen... — Uma vergonha espalha-se pelo rosto, já o garoto bronzeado apenas solta um riso curto.

O felino mordiscava o restante com timidez, jurando que iria esfregar aquela porcaria na cara de Todd caso ele não parasse de lhe encarar, mas isso ele não fez, terminando o lanche em silêncio.

Resultado do jogo: Richwood vence, levando a taça consigo. Era quase cômico assistir à torcida de Elmore High bufando de raiva e jogando seus bonés no chão, quase cômico se não fosse trágico. O time vencedor acenava enquanto era aplaudido, exibindo sua tão merecida taça e desfilando com ela belo campo.

— E mais uma derrota pra pôr no mural! — Clare suspira, limpando o bigode de ketchup. — Só falta perder mais uma vez em atletismo e essa chatice toda acaba.

— Não, isso significa que ainda temos uma chance. VÃO PATOS! — Darwin gritava em conjunto da plateia.

— Ele continua sendo uma pessoa bastante persistente, né? — Cooper sussurra para a amiga, ela em resposta se limita a mais outro suspiro. No fundo, gostavam daquele jeitinho positivo do amigo.

Mas não é que a torcida de Darwin funcionou mesmo? Porém, não era de se surpreender que contra Jamie não havia rivais à altura, a garota era excelente em praticamente todos os esportes, tão excelente que vencia todas as modalidades sem dificuldade alguma. Uma reviravolta surpreendente que reviveu os ânimos de Elmore Junior. Vitórias consecutivas, apenas faltava a corrida de revezamento. O árbitro então toca um sinal estridente, um dos atletas torceu o pé. A treinadora desespera-se, olhando para a plateia, ela avista quem caçava, correndo para perto da incomum alcateia.

— Gumball. Preciso. Que. Entre. No. Lugar. Do. Billy. Agora! — Ordena em meio a respiração de hiperventilação. O garoto tentou refutar, mas logo foi impedido. — Vai se trocar. Rápido! E bem-vindo ao time! — A voz grossa e rouca volta ao normal já quando ela voltava para perto do campo.

— Qual o problema dessa doida?!

— É, ela pirou de vez… — Clare bufa, saindo de seu transe de espanto.

— Não posso fazer isso e-eu-

— Não quer pelo menos tentar? Você vai se sair bem. — Todd lhe toca as costas.

— Como pode ter tanta certeza?

— Não tenho, nenhum vencedor tem, isso você só descobre depois. — Eles se entreolham por alguns segundos, com o azulado cortando o silêncio com uma risada mesclada de uma sensação desacreditada.

— Ainda acho que o que vou descobrir depois vai ser só arrependimento. — Levanta-se do banco. — Mas isso é serviço para o Gumball do futuro, o do presente tem outra tarefa. 

Passava pelos amigos até chegar nas escadas, às descendo em um trote acelerado para o vestiário, trocando as peças de roupa o mais rápido que pôde. Ao chegar finalmente de volta ao estádio, é recebido com uma boa bronca verbal da alta mulher, com ela em seguida lhe entregando um canudo e explicando o que ele deve exatamente fazer. Um forte desejo de apenas jogar aquele objeto na cara da mulher se apodera de si, todavia, ignorou a sensação como se ali ela não estivesse.

— Oh estonteante Anais, suas mãos pousam em mim tal qual o mais suave dos pardais, uma pétala de rosa, um beijo de-

— Cala a boca, Billy! — A coelha tratava do machucado do garoto, a torção no pé. Porém, era mais do que óbvio o contragosto dela.

— Por qual razão deveria eu me silenciar se aqui estou-me diante da mais belíssima profis- — Para de tagarelar para soltar um protesto de dor.

— Opa, desculpa, apertei muito forte? — O fingido tom carinhoso não mascarava o ódio. 

O irmão mais velho se perguntou onde a enfermeira Joan poderia estar, e não muito distante dali ela estava, flertando com seu namorado vulgo colega de trabalho.

— Será que aqui não tem nenhum profissional que se preste?

— Se tivesse, eu não teria te chamado, Watterson. — A firme voz da treinadora rouba sua atenção, o fazendo perceber que ele havia posto seus pensamentos em voz alta. — Entendeu exatamente o que tem de fazer?

— Assim que eles dispararem o sinal, eu corro e passo o bastão pra Tina. Easy peasy lemon squeezy.*

— Se acha tão simples assim é bom que não me decepcione, caso contrário é melhor comprar uma cadeira de rodas.

— …..metaforicamente? — Os ombros se retraem apenas com o olhar sério posto sobre si. — Eu vou conseguir, pode confiar, hahaha… haha... ha...

A mulher aponta para a linha de partida, ele então vai até o local, só então percebeu que todos da plateia estavam o encarando, logo, já sentindo na pele a ansiedade lhe atingir. Como ele, um sedentário que nem ao menos havia se preparado uma única vez para tal situação, poderia ter alguma chance? Afinal, isso que estavam fazendo não é contra as regras? Richwood poderia protestar a qualquer momento.

— E aí cara, há quanto tempo! — Um garoto alto, loiro e vestido igual a um almofadinha aparece. 

— Carlton?

— Eu mesmo, vim aqui pra derrotar vocês de novo. Mesmo que eu te respeite muito, minha escola é imbatível e não tem nada que você possa fazer! Vamos dar o nosso melhor! — Ele estende a mão para um High five que foi ignorado.

— Ah é, eu tinha me esquecido que a sua escola vive numa sitcom dos anos 80.

— Todos em suas marcas! — O árbitro grita, fazendo a multidão ficar em silêncio e os competidores atentos. — Preparar……… já! — O tiro de festim é acionado.

Da parte de Gumball, tudo se tornou mais acelerado, as pessoas e as coisas, no entanto, era ele quem estava se movendo, corria no seu ritmo e viu o adversário lhe ultrapassar, então, algo singular aconteceu. Durante seu percurso, ouve a torcida de seu colégio gritando para si, não em fúria, mas sim em encorajamento, até as líderes de torcida exclamavam seu nome em uma sinfonia, aquilo tudo lhe pareceu quase uma canção composta para si. Jamais antes chegou a sentir tal coisa parecida.

Uma chama de determinação lhe consome. Segurando o canudo com firmeza, ele respira fundo e aperta o passo, se movendo cada vez mais e mais rápido. O sangue correndo pelo corpo quente, o vento frio secando o suor, as pernas já reclamando de dor e os grunhidos que soltava da garganta em um sinal de esforço. Consegue por fim retomar a liderança, e quando Tina estava a poucos metros de si, estica o canudo de metal, a garota agarra o objeto e em questão de segundos ela estava a muitos metros de distância.

Seus pés desaceleram e ele sai da pista, recebendo de Carlton alguns tapas camaradas nas costas antes do mesmo ir para perto de seu treinador, decide seguir o exemplo, todavia, o rosto que avistou de longe não era nenhum pouco amistoso. Engoliu a saliva ao pressentir o sermão lhe dar um tapa verbal ao rosto… mas nada veio.

— Até que se saiu bem, Watterson. — Seu rosto ainda era de pura rocha, mas ter ouvido aquilo fez Gumball ficar desacreditado, era o mais próximo de um elogio que já recebeu por parte dela. — Agora vá secar essa cara suada.

— Ela sempre vai ser assim? — Cochicha em uma pergunta retórica.

— Pode apostar que vai. — Anais entrega uma toalha e uma garrafa d'água. 

Gumball tomava boas quantidades do líquido, molhando o rosto e a nuca, refrescando a pele e sentindo o choque térmico lhe arrepiar a penugem.

— E o Billy?

— Não calava a boca, então tive de dar um mata-leão nele.

— Essa é a minha irmãzinha! — Batem os punhos.

Os berros são muito mais estrondosos naquele instante, a corrida havia acabado e Elmore High vencido, todos aplaudem, assobiam e lançam confetes. Anais foi correndo para parabenizar Jamie, ela ainda estava perto da linha de chegada, já que foi a última no revezamento. Um suspiro pesado de desapontamento escapou dos lábios de Gumball, era óbvio que a atenção era toda direcionada aos verdadeiros integrantes do time, ele mesmo se achava um penetra ali. Subitamente, seu corpo é levantado do chão, ao olhar para baixo, vê Todd a lhe carregar nos ombros, as mãos dele segurando suas coxas para não o deixar cair.

— Eu disse que você iria se sair bem! — Exibe um belo sorriso confiante.

— Gumball! — Darwin, Carrie, Clare, Jared e Penny lhe chamam. Eles cercam o garoto que estava empilhado sobre Hot-dog, mas ninguém parecia estranhar aquilo.

— Você foi ótimo!

— Incrível!

— É, fez ele comer poeira!

Estes e mais outros elogios eram distribuídos a sua pessoa, fazendo com que um sorriso de timidez tomasse por inteiro o rosto agora ainda mais vermelho, vermelho não somente pelos elogios, como também pelo recente exercício físico e o fato de estar sendo carregado de tal maneira, como se fosse coroado rei. Contudo, não se incomodava com tal situação, pois a esta altura alguns toques já se tornaram muito naturais por parte de Gum e Todd, tanto que se permitiu ficar assim até o momento da distribuição dos troféus.

O resultado desse dia gerou uma grande comemoração, não somente por parte dos colégios em que ambos saíram ganhando. Um mais do que o outro, mas igualmente para os Watterson que estavam desacreditados no humilde, porém carismático, regalo de vidro que o primogênito carregava em mãos. Comemoraram com pizza no jantar e o azulado não conseguiu segurar a vontade de espalhar a notícia, fosse em redes sociais, para os parentes, amigos ou até pessoas que não compareceram ao evento, Sr.Robinson até ameaçou ligar para a polícia, alegando que eram proibidas quaisquer formas de vida em seu quintal. Na segunda seguinte, a lembrança dos jogos foi varrida com a véspera desesperadora da terrível semana de provas, Gumball não poderia mais estudar com Todd, pois agora ele fazia parte do time de atletismo, era frustrante como o fato de todas as inúmeras tentativas de escapar de tal responsabilidade se mostraram inúteis no final, entretanto, ele quis aceitar as mudanças, decidindo que era hora de parar de ser um preguiçoso e que a partir de agora vai correr atrás das coisas que deseja. Afinal, correr é o seu maior talento e o troféu na estante de seu quarto iria sempre o lembrar disso.