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História Hotter Than Hell - Revenge


Escrita por: Mallu09

Capítulo 18 - Revenge


Fanfic / Fanfiction Hotter Than Hell - Revenge

Anastasia Steele

Estou entrando em casa na ponta dos pés e com as minhas botas nas mãos, são 6:00 horas da manhã e não tem uma alma viva nessa casa, subo as escadas depressa e entro em meu quarto, trancando a porta. A noite com Christian foi maravilhosa, algo que eu não posso definir ao certo as palavras, transamos a noite toda e eu perdi as contas de quantas vezes ele tinha me feito gozar, fui absolutamente incrível. Pela manhã nós acordamos 5:30 da manhã para o Christian me trazer de volta para casa, ele queria que eu ficasse para o café da manhã e então nós iríamos para a escola juntos, mas eu recusei prontamente. Eu não ia perder por nada nesse maldito mundo o surto de Carla vendo o vídeo de sua amada filha perfeita. Esperei tanto para fazer algo, que não vou perder a oportunidade de rir na cara da sonsa, não mesmo. Tiro minha roupa e vou tomar um banho, quando termino, saio do banheiro e me jogo na cama nua, pegando no sono rapidamente.

Acordo com o som do despertador e vejo que já são oito da manhã, ainda estou morrendo de sono mas preciso levantar, ninguém mandou ficar trepando até às 4:00 da manhã. Me levanto correndo e vou me arrumando o mais rápido que eu consigo, tento dar um jeito na minha cara de louca e pego um óculos escuros colocando para esconder as olheiras. Pego minha mochila e saio do meu quarto, tranco a porta. Desço as escadas rapidamente e vou em direção a sala de jantar para  tomar café da manhã, todo mundo está a mesa. Sento e começo a me servir.

— Bom dia a todos, não falem muito alto por que eu estou morrendo de dor de cabeça.— digo com a voz baixa.— Estou com uma ressaca do cacete.

— Bob me falou que você saiu com aquele marginal ontem Anastasia, seu castigo está dobrado.—  diz minha mãe enquanto mexe em seu tablet.— Para você aprender que não deve me desafiar.

— Ok mãe, faz o que você quiser.- digo com a voz entediada enquanto me sirvo de um café forte.— Não sei por que você ainda tenta, sabe que eu nunca vou parar de te desafiar.

— Pelo visto sua noite foi bem agitada não é Aninha? — pergunta Leila irônica.— Sua cara está horrível.

— E como Leila, você sabe, estar com o Christian sempre me deixa exausta.— digo a provocando e ela me olha com raiva.— E essa cara horrível é apenas consequência de uma noite inteira de sexo selvagem.

- Anastasia! Isso é jeito de falar? —  Carla me olha chocada. — Fique quieta e tome o seu café, pare de provocar sua irmã.— diz Carla com a voz monótona se concentrando em seu tablet.— Se não quiser que o seu castigo seja aumentado, cale a boca.

— Como quiser mamãe.— digo e escondo meu sorriso na xícara de café.— Vou ficar quietinha.

Estamos tomando café em silêncio quando de repente eu vejo minha mãe soltar uma exclamação de horror e ficar completamente pálida, tento ao máximo não sorrir por que eu sei o que ela está vendo, faço a minha melhor cara de paisagem. Vocês estão sentindo isso? É o sabor da minha vitória, e é tão saboroso. Fico apenas esperando a bomba explodir. Ninguém vai tirar essa onda de satisfação que estou sentindo nesse dia. Morta de sono e com uma vontade enorme de voltar para a cama, mas ninguém pode tirar de mim esse momento tão glorioso. É somente meu.

— Mamãe? O que você tem? Ficou tão pálida de repente.— pergunto me fazendo de desitendida.— Está passando mal? Quer uma água?

— Leila, você pode me explicar o que significa isso? — grita e entrega o tablet para Leila, ela fica tão pálida e com os olhos arregalados que parecia que iria desmaiar. Prendo o riso de todas as formas, mas é quase impossível me controlar. A cena está impagável.— Explica isso agora, garota!

— Mamãe! Eu posso explicar, isso não é o que parece.— começa a se desesperar.— Eu não tive culpa.

— Como não é o que parece? É um vídeo seu transando com um professor.— fala alto e dá um soco na mesa.— Se você não teve culpa, quem teve Leila? Eu? Fui eu que abri as minhas pernas para um professor como se eu fosse uma vagabunda? E ainda tenho um vídeo para provar?

— O quê? Leila como você foi capaz de fazer uma coisa dessas minha filha? — diz Bob começando a gritar também.— E isso está na internet? Que decepção meu Deus.

— Meu Deus eu preciso ver isso.— falo rindo e vou pegar o tablet da mão de Leila, ela tenta resistir gritando mas eu brigo e consigo pegar.— Não sei por que o escândalo, todo mundo já viu. Calminha aí maninha.

Volta a sentar na cadeira. Coloco o vídeo desde o início e começo a rir muito alto enquanto Carla e Bob brigam com ela, Leila começa a chorar e dizer que não queria ter feito aquilo mas ela precisava passar na prova. Em meio a todo o caos e a confusão, eu só consigo rir. É tão cruel ficar feliz com as desgraças dos outros não é? Mas eu realmente não me importo com isso. Meu Deus esses comentários estão hilários, cada um mais engraçado que o outro, vejo que tinham alunos da escola compartilhando. O pornô de quinta categoria se tornou viral, Leila bem que poderia me agradecer não é mesmo? Se não fosse por mim, ela não se tornaria famosa.

— Meu Deus que hilário, maninha agora você está famosa! Seu vídeo se tornou viral, e o melhor são os comentários, irei ler alguns, ouçam.— digo gargalhando.— " Pornôzão no High school, se quiser dar para o professor, certifique- se que não pode ser filmado". — leio sem deixar de gargalhar.— E mais esse, " Sentando no pau do educador você garante sua melhor nota no bimestre".— lágrimas saem dos meus olhos.— Não, não, tem um melhor ainda " Ela pode ter ganhado uma nota do professor mas no quesito gemidos, eu dou nota zero". Meu Deus quanta criatividade, eles estão de parabéns. Adorei.

— Chega Anastasia! Você não sabe a hora de parar? — Carla grita e eu levanto as mãos em rendição, mas sem deixar de rir.— Tem noção Leila, do que isso vai trazer para a escola? Do escândalo que vai ser? — pergunta minha mãe aos berros.— Você abrindo suas pernas para o seu professor como uma vagabunda! Você é uma decepção.

Engraçado, é estranho ouvir ela proferindo essas palavras para alguém que não seja eu. Abro um sorriso maldoso e cruzo os braços. Percebo que eu tinha demorado tempo demais para mostrar quem essa vadia realmente era, isso não mudaria nada do que eu passei, mas não vou negar que ver essa família indo a baixo, e que o alvo dessa vez não sou eu, me deixa muito contente. O prazer é em dobro por que fui eu que causei tudo isso, estou muito orgulhosa de mim mesma. Bom trabalho, Ana.

— Me desculpa mamãe, eu não queria.- diz Leila aos prantos.— Me perdoa.

— Eu sempre disse que ela era uma vadia, ninguém quis me ouvir.— balanço a cabeça sorrindo.— Mas eu avisei, ela é uma vadia da pior espécie, está aí a prova mamãe, fodendo com  o professor para passar, além de vadia, é burra.

— Fique quieta Anastasia! Só Deus sabe o que eu posso fazer se eu ouvir a sua voz outra vez. Não me teste.— Carla grita. Nossa, seu rosto está vermelho de tanta raiva. — Reze muito para que essa merda não comprometa minha escola e meu nome Leila, por que se não você vai se ver comigo. —  pega as coisas dela e vai em direção a saída.— Mas desde já, acabaram as mordomias para você.

Observo o Bob saindo da mesa furioso e só ficamos eu e Leila na mesa, ela está chorando descontrolada. Eu poderia apenas sair por que eu tenho um horário a cumprir e não posso me atrasar, mas eu não vou deixar passar a oportunidade de pisar nela mais um pouquinho. Sei que ela já está fodida o suficiente, mas chutar cachorro morto é a minha especialidade. Podemos perceber que é a dela também, basta olharmos para um dia atrás e poderemos ver em como ela não hesitou em mexer com os meus traumas. Eu fui bem benevolente comparado ao que ela fez comigo, não concordam? E é pensando nisso que eu vou apertar seus botões mais um pouco, não estou completamente satisfeita.

— Pois é Leila, finalmente sua máscara caiu e a Carla viu quem realmente você é, eu não queria estar na sua pele.— digo rindo maldosa.— Sei que isso não é novidade, mas estou adorando o que está acontecendo com você agora. É legal como o mundo dá voltas não é? Esse é o karma que você está recebendo.

— Foi você não foi? Você tinha esse vídeo e o colocou na internet.— diz ela tentando em vão enxugar as lágrimas.— Não existe outra pessoa que faria uma coisa dessas, a não ser você.

— Eu não tenho nada haver com isso, eu bem que queria ter tido essa ideia genial.— digo rindo.— Se você foi uma vadia descuidada e foi filmada, não vem colocar a culpa em mim, amadora.— abro um sorriso maldoso.— Mas não posso negar que eu estou adorando ver a sua queda, estou adorando muito.

— Chega dessa conversa, estou indo para a aula.— pega sua mochila e vai levantando da mesa.— Não aguento mais ouvir essa sua voz.

— Vai querer mesmo ir para s escola com esse vídeo rodando por aí? Corajosa. Muito corajosa.— digo irônica.— Se eu fosse você ficava em casa, fiz questão de repassar para todos os nossos colegas. Todos tinham que ver essa obra prima.

— Vagabunda.— grita levantando a mão para me bater, mas eu sou mais rápida, me levanto e seguro seu pulso com força o torcendo.— Me solta, vadia.

— Não vem querer me bater outra vez vadia, quer saber? — torço o seu pulso com mais força e Leila solta um gemido de dor. Abro um sorriso sádico.— Fui eu que filmei você sim, e fui eu que joguei o vídeo na internet. Mas sabe por que eu fiz isso? Para você aprender a não mexer comigo, por que eu não jogo para perder entendeu? Muito menos para empatar.— sussurro perto de seu rosto.— Por tudo que você me fez passar sua piranha, por tudo que eu tive que ouvir ontem, o que você teve hoje foi pouco. Mas só de saber que você está arruinada, eu já fico satisfeita, esse vídeo só foi um aviso, fique fora do meu caminho.— digo largando seu pulso, pego minhas coisas e vou em direção a saída.— Ou as coisas se tornarão cada vez mais piores para você. E você não faz ideia Leila, do quão longe eu sou capaz de ir quando eu estou disposta a me vingar. Tenha isso em mente, irmãzinha.

— Eu vou dizer a mamãe que foi você que fez isso, você vai ver! Você vai me pagar caro Anastasia.— diz com raiva e eu paro e me viro para ela sorrindo calmamente.— Você não sabe o que te espera.

— Ah Leila, eu não tenho medo de você.— digo gargalhando ironicamente.— Você é tão ridícula que não é capaz de fazer nada contra mim por conta própria, precisa da ajuda da mamãezinha. Patética.— reviro meus olhos em divertimento.— Em quem você acha que ela vai acreditar? Na vadia que fodeu com o professor e foi exposta, ou na vadia que mesmo sendo como é, nunca esteve envolvida em um escândalo como este? —pergunto irônica.— Faça suas apostas.

E saio de casa ouvindo os gritos dela, começo a gargalhar e pego um taxi, já que meu carro ficou no estacionamento da escola desde ontem. Dou o endereço do colégio ao motorista, e vou durante o trajeto mexendo no meu celular  olhando a repercussão que o vídeo na estava tendo na rede. Eu estou tendo tantas crises de riso que acho que o taxista acha que sou louca, e na verdade eu sou um pouco. Esse dia não poderia ter começado de forma mais perfeita, eu não acredito que eu fiz isso. Eu fiz a história acontecer! Está bem, sei que estou soando exagerada mas por favor me dêem um pouco de crédito aqui, eu posso me gabar nem que seja um pouquinho.

Chegando a escola, eu pago o taxista e saio com ainda de olho no celular.  Estou rindo muito com os comentários e entro no colégio, estou tão absorta encostada em meu armário, vendo todos detonarem a Leila que não percebo minhas amigas chegando. Elas param em minha frente mas mesmo assim, eu não tiro a minha atenção do celular, tudo está muito mais interessante na internet.

— Ei Ana! Desde ontem não vimos você, onde a senhorita se meteu? — pergunta Kate raivosa.— Anastasia! Olha para mim quando eu estiver falando com você, piranha.

— Aconteceram umas coisas ontem e o Christian me ajudou.— digo mexendo no celular e rindo.— E eu já estou falando com você Kate, não preciso olhar em seus olhos para isso.

— Podemos saber o motivo da graça? —  pergunta Mia sem entender.— Você nunca ri com facilidade, só sabe ser irônica e hoje está toda sorrisos. O que aconteceu?

— Vocês não viram o vídeo da Leila fodendo com o professor? — digo gargalhando.— Virou viral na internet, olhem só.

Passo meu celular para elas e mostro o vídeo, Kate e Mia também dão altas gargalhadas, mostro os comentários e conto como minha mãe surtou quando viu o vídeo. Os números de visualizações vão subindo cada vez mais, não entendo por que as pessoas dão visibilidade a uma porcaria daquelas, é pornô ruim, não dá nem para um cara se masturbar vendo aquilo, mas serve para dar umas boas gargalhadas. Depois da sessão de risadas, minhas melhores amigas olham para mim com desconfiança. O quê? Elas acham que fui eu? Fazer o que se essas vadias me conhecem.

— Por que eu estou sentindo que tem dedo de Anastasia Steele nessa história? — Kate pergunta desconfiada.— Dedo não! O corpo inteiro.


— Por que fui euzinha mesmo.— digo abrindo um sorrindo provocador.— Ontem eu passei por um inferno, por causa daquela vagabunda. É claro que ela não merecia sair ilesa.

— O que você fez com ela? — as duas perguntaram juntas. Fico indignada.

- Eu fiz com ela? Ela fez comigo primeiro! Me fez relembrar de coisas que eu luto para esquecer! — falo com raiva.— E como presente, eu bati a cabeça dela na pia do banheiro feminino.— digo como se fosse normal.— Apenas para ela saber com quem está lidando.

— E que coisas são essas, Ana? — Mia pergunta sem entender.— Você nunca falou sobre isso conosco.

— Não são coisas que merecem ser lembradas.— desvio do seu olhar.— Esquece o que eu falei.

— Ana! Você precisa aprender a controlar seus impulsos, você quer voltar para o internato novamente? — me pergunta Kate seria.— Então você precisa aprender a ser mais controlada. Se não pode se dar mal quando menos esperar.

Ah Kate, não era um internato. Nunca foi...

— Quer parar de falar isso? Já dei o que ela merecia, Leila vai para a lama e de quebra, a mamãezinha via junto.— sorrio maldosa e vejo o Christian chegando.— O Grey chegou, vou falar com ele.

Ouço as meninas chamarem meu nome, mas não dou importância e sigo até onde o Christian está, quando chego perto dele, Grey  me puxa para um beijo, correspondo sem pensar duas vezes. Abraço a sua cintura ficando na ponta dos pés e as mãos dele entrelaçam a minha cintura.

— Eu só não vou dizer nada sobre essa ousadia por que eu estou de muito bom humor hoje.— digo sorrindo perto dos seus lábios.— Bom dia, baby.

— E aí como sua mãe reagiu? Ela ficou louca?— pergunta querendo saber de tudo.— Filmou a briga no café da manhã?

— Louca é pouco, o café da manhã em família foi por água abaixo no momento em que  Carla viu o vídeo. Infelizmente eu não filmei, mas deveria ter feito. Nunca me esquecerei daquela cena.— digo gargalhando.— Você precisava ver como a Leila chorou para amolecer o coração da mamãe, mas nada adiantou. Acho que ela está desesperada até agora.

— É, você conseguiu o que queria.— diz divertido.— Como é sentir o sabor da vingança? Qual é a sensação.

— Tem gosto de martini de morango, se você quer saber.— digo rindo, abro um sorriso maldoso em seguida.— Mas a vingança ainda não está completa, eu quero ver a Carla perder vários alunos com esse escândalo.

—  Até a hora do almoço, veremos  alguns pais virem falar com a diretora.— diz ele rindo.— E Leila? Desistiu de vir hoje?

— Acho que sim por que ela precisaria ser muito corajosa para vir hoje.— balanço a cabeça rindo.— Mas estamos falando de Leila. Ela é uma vadia covarde.

— Pelo pouco que eu vi, todo mundo na escola tá comentando.— o sinal toca. Christian passa um braço pelos meus ombros e vamos juntos em direção a sala de aula. — Ela não vai poder se esconder para sempre.

Iniciamos as aulas e por incrível que pareça, eu presto atenção no que o professor diz, é o último ano então eu não posso me dar o luxo de me destrair nas aulas. No intervalo entre uma aula e outra, descobrimos que a aula de física iria ser vaga por que o professor foi demitido, óbvio que todo mundo tirou  muito disso quando soubemos. Eu estou rindo demais hoje e isso não é um bom sinal, sempre que estou feliz demais, a vida me derruba mandando seu recado. " Não Ana. Você não pode ser feliz por tempo indeterminado, sua felicidade tem prazo de validade". É triste dizer, mas infelizmente é a minha realidade.

É hora do almoço, vou em direção ao refeitório, chegando lá posso perceber olhares sobre mim. Acho que é por conta do que houve com a minha irmãzinha, acordem gente! Quem teve um vídeo exposto na internet foi ela, não tenho nada a ver com isso. Vou com a minha bandeja em direção onde minhas amigas estão e me sento em um dos lugares, começamos a conversar sobre a confusão que estava armada na diretoria. Parece que a queda para a Carla veio bem mais rápido do que o esperado, eu não poderia estar mais feliz com isso.

— Quando eu estava vindo para cá, eu vi alguns pais querendo conversar com a Carla.— diz Kate baixo.— Será que tem a ver com o vídeo Ana?

— Com certeza tem, a escola mais tradicional e conceituada de Seattle envolvida em um escândalo? — pergunto rindo sarcástica.— Isso é inadmissível.

— Pelo visto, você matou dos coelhos com uma cajadada só, Leila se fodendo e de quebra, sua mãe também.— diz Mia sorrindo.— Você é genial amiga.

— Eu sei disso, um brinde a minha vitória.— brindamos com suco e rimos.— É tão bom ser eu.

Quando eu estou contando os mínimos detalhes sobre o que aconteceu ontem para elas, o Christian chega e senta a nossa mesa. Jogo as minhas pernas em cima das suas e ele automaticamente começa a acariciar, acho que ele nem percebeu o que estava fazendo, estava parecendo um reflexo involuntário. Me aproximo dele e lhe dou um selinho.

— Está uma confusão lá na diretoria, acabei de passar por pela porta.— Christian diz sorrindo pra mim.— Ouvi até falarem sobre cancelar matrículas e pegar o dinheiro de volta.

— Isso está ficando melhor do que a encomenda.— digo gargalhando.— Não pensei que os pais viriam tão rápido.

— Você é muito eficiente.— Christian ri e me dá diversos selinhos em meus lábios.— É uma das coisas que eu gosto em você.

— Ai Christian por que você tá aqui hein?! — Mia pergunta chateada.— Estamos conversando. Não vê que nos atrapalhou?

Reviro os meus olhos diante desse comentário. Mesmo depois de ter se passado um tempo, quase três meses para ser mais exata. Mesmo depois que o Elliot foi preso e mostrou quem era o verdadeiro monstro, Mia ainda não deu o braço a torcer. Não é possível que ela não enxergue o que está tão óbvio. Que mesmo o Christian errando, ele é uma pessoa maravilhosa e lá no fundo eu consigo enxergar bondade nele. Ele só precisa de uma chance para mostrar isso, mas como poderia se tudo o que fazem e julga-lo? Não poderiam pelo menos ouvir a versão dele dos fatos?

— Por que eu fiquei afim, do que vocês estavam falando? — pergunta tentando pegar um pouco do meu almoço mas eu bato em sua mão.— Ah qual é Ana!

— Eu estava contando para elas o que aconteceu para eu ter sumido ontem.— digo continuando a comer.— Essas garotas são muito enxeridas.

— Falou da noite louca que tivemos? — pergunta malicioso.— Os detalhes sórdidos são bem interessantes de se contar.

— Claro que não babaca, não é da conta delas.— digo  rindo e dando um tapa em seu braço.— Elas não precisam saber o que aconteceu ontem.

— Noite louca? O que vocês aprontaram? —  pergunta Mia já com raiva.— Christian, não está levando a Ana para os seus esquemas, não é?

Reviro os olhos mais uma vez. O que Mia diria se soubesse que eu estou vendendo drogas com Christian e que nós somos sócios? Ela provavelmente iria surtar. Mas não tem por que ela saber disso, não preciso dela se entrometendo na minha vida.

— Que esquemas Mia! Eu não me meto em confusão desde que cheguei, a polícia está de olho em mim, esqueceu? — pergunta entre dentes.— Ah não sabe, por que você é uma alienada com tudo que está acontecendo ao seu redor. Se deixou levar pelo nosss pais e pelo filho da puta do Elliot acreditando em algo que não é totalmente verdade. Me dá pena o quanto você pode ser influenciável.

—  Você não tem o direito de falar assim comigo, Christian.— diz com os olhos cheios de lágrimas.— Eu sou sua irmã.

— Ah! Agora você é minha irmã. E pensou nisso quando começou a me condenar sem nem saber de toda a verdade? — pergunta a olhando nos olhos.— Você, como todos naquela família, viraram as costas para mim.

— Não fiz menos do que você merecia.— sussurra pegando suas coisas e sai. Kate se levanta e olha para Christian.

— Eu sinto muito Christian.— Kate diz com pesar e se prepara para sair.— Mia ainda vai perceber que o que ela está fazendo com você, é uma completa injustiça.

— Isso será bem difícil.— Christian ri um pouco.— Mas obrigado.

Kate sai e vai atrás de Mia, restando só eu e Christian na mesa. Olho para ele e vejo que está pensativo, percebo que mesmo que ele não queira admitir, essa rejeição de Mia em relação a ele o afeta. Conheço ele o suficiente para saber que sim, acaricio os seus cabelos e Christian olha para mim.

— Uau, pelo visto não é só a minha família que tem dramas.— digo apenas para descontrair.— Sua irmã está muito revoltada contigo.

— Ela escolheu acreditar em outras pessoas do que no próprio irmão, ela que conviva com isso.— diz serio e desvia o seu olhar do meu.— Foi escolha dela. Eu não me importo mais.

— Será mesmo? — pergunto suave.— Não se importa, ou não quer se importar?

Christian fica me olhando por um momento sem saber o que responder, antes que ele abra a boca o meu celular apita. Recebo uma mensagem no celular e vejo ser de Leila.

" Ainda vão descobrir que foi você sua cachorra, e você vai se foder quando a mamãe souber. Eu estou na merda mas pode ter certeza que vou levar você comigo."

— Ana, sua mãe está te chamando na diretoria.— diz uma colega de sala, ela sai em seguida.

O que será que ela pode está querendo falar comigo? Será que Carla mandou investigar e descobriu alguma coisa? E pior, será que me aponta como a culpada? Meu coração começa a acelerar e eu vou ficando muito nervosa, se ela descobrir sobre isso eu estarei arruinada e sem escapatória. Merda! Porra! Caralho! Agora que eu me lembro que deixei rastros, eu estava tão cega de ódio e revolta, estava a ponto de ter uma crise mas fiz de tudo para me controlar, vejo que não me controlei o suficiente por que eu não me toquei no fato de que eu joguei o vídeo na rede através do meu computador! E isso seria tão fácil de se descoberto, Carla apenas mandaria investigar o endereço de IP de onde o vídeo foi compartilhado e automaticamente, chegariam a mim. Fico cada vez mais nervosa e parece que Christian percebeu.

— Christian depois da escola eu vou para a sua casa, pode ser? — pego minhas coisas rapidamente e levanto da mesa. — Não vai embora, fica me esperando.

— Mas o que sua mãe quer com você? — pergunta alto.— Ana, o que está acontecendo?

— Isso eu vou descobrir, não dá para explicar agora.— digo saindo correndo. Grito.— Me espera.

Enquanto eu estou a caminho da diretoria, penso que o que eu fiz pode ma ajudar mas pode me foder também. Não vai ser muito difícil achar o endereço de onde o vídeo foi compartilhado se minha mãe investigar, ela vai saber e vai fazer algo bem cruel comigo, então eu tenho que me preparar. Eu não entendo como pude ser tão burra a esse ponto, como que eu foi ser tão descuidada? Burra, burra, burra, mil vezes burra. Eu me odeio. Chego na diretoria e bato na porta, minha mãe fala para eu entrar e assim eu faço.

— O que queria falar comigo? Olha eu não fiz nada hoje.— digo imediatamente.— Por que você apenas me chama quando eu faço algo de errado.

— A Leila está aí? Quero falar com ela, eu estou tão louca tendo que lidar com os pais dos alunos e perdi vários, tudo culpa dela.— diz com a voz fria.— Eu não acredito nisso, está tudo dando errado.

— Até agora ela não deu as caras, acho que tá com medinho me ser a piada da escola, coisa que ela já é.— digo rindo e Carla me olha seria.— Foi mal.

— Isso não podia ter acontecido, vai acabar com a reputação da escola.— Carla leva uma das mãos até a cabeça, fechando os olhos em demonstração de cansaço.— Mas eu já mandei investigarem, vou descobrir quem colocou esse vídeo no ar.— diz com raiva.— Se minha escola perder metade dos alunos, eu vou fazer essa pessoa pagar caro.

— Mas a senhora é inteligente, tenho certeza que vai saber contornar essa situação.— digo tentando parecer calma.— Posso ir para casa?

— Tudo bem Anastasia, você pode ir, as aulas acabaram mais cedo por causa desse escândalo.— diz com a voz cansada.— Vou ficar aqui tentando resolver esse problema.

— Ok. — caminho até a porta.— Até mais tarde.

Saio correndo pelos corredores da escola o mais rápido que posso, vou em direção a saída eu só penso em uma única coisa, eu estou muito fodida. Carla vai fazer alguma coisa comigo assim que ela descobrir, acho que quem me vê de fora, deve está dando para notar nitidamente a expressão atormentada em meu rosto enquanto eu não paro de correr. Tenho que pensar em alguma coisa,  preciso deixar tudo preparado caso algo aconteça, preciso me proteger para não acontecer a mesma coisa que acontece a quatro anos atrás. Chego no estacionamento e  Christian está me esperando como o combinado.

— Então? O que ela queria? — pergunta curioso.— Você está pálida Ana, o que houve?

— Vamos para o Escala logo? Quando chegarmos eu te explico tudo— ele concorda e me dá um selinho.— Me segue, tudo bem?

Entramos em nossos carros e partimos indo em direção ao Escala. No caminho eu vou pensando em tudo e a única conclusão que eu tiro é que eu estou a um passo de me dar mal. Não posso deixar isso acontecer de forma alguma, tenho que impedir que uma catástrofe se instale novamente em minha vida. Tudo está caminhando para o desastre, mas sinto que eu estou a um passo a frente, tenho diversas cartas na manga e sei que tenho alguém para me ajudar. Está na hora de abrir o jogo para Christian, ele precisa saber sobre todo o meu passado obscuro. Eu não queria ter que fazer isso, mas por motivos de força maior, é necessário. Não vou deixar aquilo me acontecer outra vez. Agora estou mais atenta e esperta em relação ao que acontece ao meu redor, não sou mais aquela garotinha de 12 anos que tinha medo de tudo. Está na hora de enfrentar os monstros.



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