Screw off
I’ll bury my head in the sand
Screw off, screw off
Get lost
You call I won’t come on command
Get lost, get lost
Oh, I so screwed.
I so screwed - Blondie.
Meu corpo estava fraco, frio devido a temperatura extremamente gelada na qual esse local tinha, um cheiro horrível que possivelmente faria qualquer outra pessoa vomitar, minhas mãos e pernas estavam amarradas, então comecei a entender o que estava acontecendo, era ele.
Senti a faca passando pelas minhas coxas me arrepiando até a espinha, o medo era evidente em minha fisionomia, então era assim que tudo iria acabar? Com apenas um erro? Um estúpido erro e eu havia acabado com a minha vida.
Seu sorriso era doentio, preocupante, a satisfação em me ver sofrer em silêncio era gratificante, ele lambeu seus lábios de forma maliciosa e se aproximou de mim.
— Qual o problema minha doce Jane? Você não estava interessada em me conhecer? Não foi pra isso que me seguiu? Como eu disse, vamos brincar, vadia.
Ele passou a língua em meu rosto, e naquele momento eu senti nojo, repulsa e ódio de mim mesma por ter me sentido atraída por esse garoto, mas o que eu podia fazer? Ele era um deus. Mais uma vez ele deslizou a fraca pela minha coxa e então a enfiou na mesma, com toda a sua força.
Coração acelerado, o suor descia pela minha testa, tirei rapidamente o cobertor de cima de mim e alisei minha coxa, respirei fundo, era apenas um pesadelo, suspirei aliviada e voltei a me deitar de lado, tomei um susto que me fez pular da cama, era ele, mas... o que ele poderia estar fazendo aqui? Transamos? Ele fica parecendo um anjo dormindo.
Caminhei até o banheiro, liguei a torneira para lavar o rosto, a noite não estava sendo das melhores, me curvei diante da pia e lavei o rosto, logo em seguida peguei a toalha secando meu rosto e me olhei no espelho, berrei, ele estava atrás de mim com uma faca e antes que pudesse correr, sua faca deslizou pelo meu pescoço.
— Não - gritei ao despertar do pesadelo que não havia acabado, meu coração está tão acelerado que posso jurar, estar ouvido ele bater. — Odeio pesadelo dentro de pesadelo. - Resmunguei e com muita calma, olhei para o lado direito da cama e suspirei aliviada ao ver que era somente Chaz ali.
Me levantei e caminhei até o banheiro, lavei meu rosto, o sequei e muito relutante abri os olhos devagar e nada... tudo normal. Encostei na porta aliviada por estar salva.
— Espera... que? - Os flashbacks da noite anterior vieram á tona em minha cabeça, eu estava com o tatuado, que diabos... — Chaz, Chaz, Chaz – corri até o mesmo e comecei a cutuca-lo — Chaz, acorda...
— Que foi, Jane? - falou completamente sonolento.
— Como eu vim parar aqui em casa? - perguntei, temendo a resposta.
— Eu não sei, quando entrei pela janela você já estava dormindo – ele respondeu e virou de lado, tentando voltar a dormir.
— E que horas você veio pra cá?
— Mmm... não sei, às 22h00? - Às 22h00, não poderia ser, eu estava na balada.
— Tem certeza?
— Jane, podemos conversar sobre isso de manhã? - Resmungou.
— Não, eu preciso saber disso agora
— Por que? Vem cá, tudo isso é ansiedade porque suas aulas começam amanhã? - Virou de frente para o teto ainda com os olhos fechado.
— Aulas?
— É, Jane. Tem um aviso enorme na sua parede... porra.
— Chaz, esquece isso, podemos focar no meu caso?
— Podemos... amanhã. - Ele virou para o lado e voltou a dormir.
— Chaz... Chaz – sussurrei mexendo o mesmo, mas de nada adiantou, ele havia capotado.
Deitei novamente e fiquei horas encarando o teto, tentando lembrar o que havia acontecido, até que eu dormi.
(...)
— Jane, acorda... tá atrasada – Ouvi uma voz feminina me chamando
— Merda, são que horas? – Me sentei na cama, olhei para o lado e Chaz não estava mais. Bastardo.
— 07h30, você não ouviu seu despertador? - ela perguntou se sentando em minha cama com uma xícara de café nas mãos.
— Ainda bem que não foi trabalhar ainda – Agradeci entrando no banheiro, tirando a roupa mais rápido que podia.
— Feche a porta pelo menos, não sou obrigada aos meus 35 anos vê sua perereca horrível.
— Desculpe, mãe. Sem tempo – Falei me ensaboando – E outra a senhora viu minha perereca sua vida toda, para de ser chata.
— Falando nisso, filha você tem ido à depilação? - Ela perguntou enquanto eu lavava os cabelos
— Óbvio, mãe, por que? Oh, Deus, já tem pelo? - olhei para minha perereca o mais rápido que podia — Droga, shampoo nos olhos, ódio.
Minha mãe riu.
— Como vai com os garotos, nenê? - Perguntou minha mãe dando um gole em seu café.
— Não sei, acho que bem... - Passei o creme, escovei os dentes, me enxaguei e desliguei o chuveiro. Coloquei uma toalha no corpo e outra nos cabelos e sai do banheiro.
— Mmm... Interessante – Respondeu após eu ter pego uma roupa no closet
— Por que a pergunta? - Perguntei pegando a xícara de sua mão dando um gole no café.
— Eu conheci um garoto muito engraçado hoje, saindo pela janela, Chaz não é? - Naquele momento eu cuspi o café e o que tinha em minha boca desceu bem quente pela minha garganta e minha mãe deu risada — Relaxa, querida. Avise-o que ele pode utilizar a porta para sair.
Fiquei parecendo um pimentão e balancei a cabeça negativamente, minha mãe pegou a xícara de minhas mãos rindo, visivelmente se divertindo com aquilo.
— Mais uma coisa... - Olhei atentamente para ela. — Tem tomado seu anticoncepcional e vocês usam camisinha?
— Mãe! - Exclamei e ela me olhou com uma cara de que iria me matar se eu não estivesse usando — Sim, estamos usando camisinha e sim, utilizo meus remédios, e é só um sexo casual, não estamos namorando ou saindo.
Vesti minha calça jeans, minha regata preta e coloquei meu all star branco.
— Acho bom em – e dizendo isso ela saiu.
Fui até minha prateleira, peguei a escova e comecei a pentear meus cabelos molhados, depois de penteados, deixei eles soltos mesmo, peguei minha base, pó, rímel e um batom rosinha e taram, depois de me produzir estava pronta, peguei minha mochila laranja e conferi se tudo que eu precisava estava ali.
Desci correndo as escadas e peguei a chave do carro que estava pendurada na porta chave.
— Tchau, mãe - gritei.
— Querida, espere. - Ela me trouxe um sanduíche embolado no plástico e uma garrafinha pequena de suco natural – Só pra você não ficar sem comer nada.
— Obrigada mama, amo você - dei um beijo em seu rosto, peguei minhas comidas e sai correndo para a garagem.
Destravei o carro e entrei no mesmo, desembolei meu sanduíche, e coloquei em cima do banco do passageiro, tirei a tampa no suco e deixei sobre o suporte próprio para isso, peguei o pequeno controle que tinha em meu carro e apertei o botão para subir a porta da garagem, dei a partida e após a porta ter sido aberta, sai com o carro do mesmo, logo apertando o botão para fechá-lo. Apertei a buzina para minha mãe saber que eu já estava indo. Liguei a música do carro e acelerei para a faculdade, enquanto comia e mastigava durante o trajeto.
Não demorou muito para que eu chegasse na faculdade, olhei o relógio e já eram 08h46, eu estava tão ferrada.
Entrei na faculdade como quem não queria nada, caminhei suavemente até a secretaria.
— Oi, é, bom dia, você poderia fornecer meus horários? - Perguntei gentilmente.
— Oi mocinha, primeiro dia de aula e já está atrasada? - ela deu um sorrisinho – Posso sim, me fala seu nome.
— Jane Clark.
— Só um momento senhorita Jane – respondeu ao terminar de digitar meu nome no computador.
— Oi, estou atrasada e preciso do meu cronograma – Falou uma garota que também havia acabado de chegar.
— Temos duas atrasas hoje, uhn? - falou a secretária brincando conosco — Qual seu nome senhorita?
— Lindsay Rose
— Ok, só um momento – enquanto eu digitava olhei para a garota ao meu lado e no mesmo instante ela olhou pra mim e sorriu, então sorri de volta.
— Você é nova aqui? - ela perguntou
— Sou e você?
— Sou, estou um pouco assustada, escola nova, pessoas novas, tenho medo, quando entrei o segurança me olhou com uma cara feia. - Ela disse e riu.
— Sério? Ele me deu um bom dia, só que eu estava com tanta pressa que eu não respondi de volta – ri.
— Oh, então entendi o que aconteceu – Ela ficou cabisbaixa.
— Como assim? - Perguntei confusa.
— É que eu sou negra, por isso ele não me deu bom dia, bem que meu pai me disse, esse lugar vai ser o inferno pra mim.
— Ou, ele pode não ter te visto – Falei e mesmo assim ela parecia abatida, bati meu ombro no seu e sorri — Qual é, vai ser divertido. - Lindsay era lindíssima, negra com seus cabelos liso também pretos.
— Pra você é fácil, é branca, olhos claros, loira... e tenho quase certeza que não é bolsista.
— Verdade, eu só precisei fazer uma carta para entrar, porém e entretanto, as pessoas daqui não podem ser racistas, século 21, isso é insano, de qualquer forma, ficaremos juntas.
— Legal – ela sorriu
— Aqui está – falou a senhora da secretaria. — Boa aula meninas.
— Obrigada – falamos e unissono.
— Qual sua segunda aula? - Perguntei
— Literatura e a tua?
— Também, vamos? - Ela assentiu e fomos andando até a sala, acredito que isso será o começo de uma nova amizade top.
Ao chegar na sala o relógio marcava 09h10, estávamos atrasadas até mesmo na segunda aula. Lindsay bateu na porta e todos os alunos e o professor se voltou para nós.
— Primeiro dia de aula e já estão atrasadas?
— Ahn... desculpa?
Ele balançou a cabeça negativamente e suspirou.
— Entrem, mas que seja a primeira e última vez – assentimos e fomos sentar, o local era enorme e estava completamente lotado, sentamos no meio e então a aula começou e eu só conseguia pensar no que teria acontecido, eu sabia exatamente quem poderia me dar essa resposta. Keron. Eu só precisava encontrá-lo.
(...)
— Teria como você devolver o meu livro, imbecil? - Me aproximei do armário da Lindsay e vi que ela estava completamente irritada com um garoto.
— O que está acontecendo? - Perguntei me aproximando, cruzando os braços.
— Esse babaca brotou da puta que pariu, tomou o caderno de matemática da minha mão e tá fazendo graça pra me devolver. - Respondeu a Lind, completamente estressada
— E aí gracinha – Falou o idiota com o caderno da garota na mão.
— Você não acha que está muito grandinho pra fazer esse tipo de coisa? - Perguntei semi cerrando os cílios
— Não sei, me diz você, quer sair comigo?
— Não - falei como se fosse óbvio — Quero que devolva o caderno da minha amiga.
— Sim, Cole. Teria como você para de ser um babaca e devolver o caderno da garota?
Essa voz. Eu reconheceria essa voz em qualquer lugar, era ele, tinha que ser ele. Me virei lentamente e me deparei com... ele. Eu estava tão ferrada.
Parafuso off
Eu vou enterrar minha cabeça na areia
Parafuso off, parafuso fora
Dá o fora
Você chama eu não vou entrar em comando
Se perder, se perder
Eu estou tão ferrado.
Estou tão ferrado - Blondie.
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