História Human Titan - Prólogo

A terra flutuava tranquilamente no vazio do espaço. Imperturbável. Realizando seu movimento de translação ao redor do sol. Já haviam se passados bilhões de anos desde sua formação com os materiais do disco protoplanetário originado do nascimento de sua estrela e a colisão com o corpo celeste que resultou na criação da lua. Agora ela estava passando por um processo de resfriamento, permitindo a condensação de água na superfície e o surgimento das primeiras formas de vida.

Um titã olhava para o jovem planeta, admirado. Ele esteve observando esse longo processo desde o início, esperando esse exato momento da existência do pequeno planeta para realizar seu plano, mas agora que o momento havia chegado ele não pode deixar de se sentir assustado com o que planejava fazer. 

Alarion, o titã que observava o planeta, é o mais novo e poderoso dentre seus irmãos. Como um titã, ele tem um tamanho colossal, chegando a superar até mesmo estrelas em tamanho. Um par de chifres brotava de sua cabeça, curvando-se para cima. Ele não possui uma boca, mas ainda pode se comunicar telepaticamente se desejar. Seus olhos emitem um fraco brilho esverdeado. Seus ombros, trapézio e pernas do joelho pra baixo são revestidos por escuras mechas de pelo felpudo. Uma juba amarela reveste sua cabeça. A luz do jovem sol refletia nos cabelos amarelos fazendo-os brilhar em uma bela tonalidade dourada. Sua pele é de tonalidade avermelhada, com alguns traços e pontos em uma tonalidade mais escura. 

Assim como seus irmãos, seu trabalho é ajudar os Arachnitects na criação do universo e na sobreposição das dimensões. Mas Alarion foi criado com um presente e uma missão a mais: o dom de gerar a vida e espalhá-la pelo universo, dados por um dos próprios seres de luz inimaginável, que criaram seus criadores.

Tudo ia bem e do jeito que devia ser. Alarion e os outros titãs expandiram cada vez mais o universo. Alarion espalhou a vida em planetas que julgava serem propícios para mantê-la. Em certo ponto o universo começou a se expandir sozinho, sem mais precisar da influência dos titãs, mas isso já era esperado. Agora o único trabalho dos titãs e dos Arachnitects era manter a ordem em tudo que tinha sido criado e estava sendo criado. Mas então eles chegaram ao fim do universo. um lugar de escuridão sem fim onde mora um mal invencível chamado Invictus.

Invictus envenenou quase todos os titãs, corrompeu-os, e começou uma guerra com os Arachnitects pelo universo. O caos reinava descontrolado. Bolo e Alarion foram os únicos titãs que resistiram ao poder de Invictus e permaneceram incorruptos.

Os Arachnitects exigiram que Bolo e Alarion se juntassem a guerra. Bolo aceitou, mas Alarion não conseguiu encontrar as forças para lutar contra seus irmãos perdidos. No desespero ele fugiu para a região mais profunda do universo onde a guerra ainda não tinha chegado e se escondeu, mas ele sabia que seria apenas uma questão de tempo até os Arachnitects ou Invictus saírem a sua procura e, inevitavelmente, o encontrarem. Tudo isso levou ao momento atual.

Alarion planejava usar seu poder para encerrar sua existência como um titã e ressurgir como uma das formas de vida que surgiam no planeta. Isso o prenderia em um ciclo sem fim de renascimento no planeta. Seus poderes de titã ainda existiriam em sua nova forma, mas estariam tão adormecidos e restringidos que ele provavelmente nunca seria capaz de usá-los novamente. Entretanto, nem os Arachnitects, Invictus e os outros titãs poderiam sentir a presença de Alarion se ele estivesse em tal estado, e consequente não seriam capazes de encontrá-lo.

Alarion esperava que seus criadores e irmãos pudessem perdoá-lo pelo que ele iria fazer. Ele fechou os olhos e soltou seu poder. Seu corpo inteiro irradio luz quente e ofuscante que podia ser vista a anos e anos luz de distância, e se encheu de dor.

Os Arachnitects, Bolo, Invictus, os titãs, todos olharam para a mesma direção no espaço quando escutaram o grito de agonia e viram o ponto de luz que surgiu a milhares de anos luz.

O universo pareceu ficar mais frio e quieto, como se lamentasse a perda do Titã.