História Human Universe (Steven Universe) - Hoje estou trevosa

~~Morgana~~

Nesses últimos meses, Amber andava esquisita, sempre era gentil comigo, oferecia ajuda. Desde aquele dia que salvei ela mas me machuquei, ela parecia mais próxima a mim, o estranho é que as vezes sentia um frio na barriga perto dela. Que esquisito. Enquanto ao aniversário de minha irmã, oras, passei o dia todo ajudando a mãe, ela me contou sobre a Pery fazer um bolo, era um alívio pois os boleiros queriam cobrar uma nota. Finalmente estava tudo pronto, pude me arrumar tomando um banho. Mamãe que não me dê bronca mas teria que colocar meu lado gótico em dia, fazia tempo que não me vestia de preto. Após um banho colocava um vestido preto, onde ele era cheio de babados. Era curto, até metade da coxa. Pra não ficar vulgar coloco uma meia listrada de cinza e preto por baixo, onde ficava com coturnos aos pés. Um negro laço na cintura, acentuava bem meu quadril, estava com saudade também de ficar bem feminina. Trocava os piercings da minha bochecha por pretos e as argolas, uma no canto de cada lábio. Não fazia muito tempo que havia furado os lábios, ter mãe médica tem suas vantagens, ela furava pra mim. O vestido era de alças, mas não aparecia o decote. Colocava delicadas luvas pretas, nas quais cobriam apenas a palma da mão, os dedos ficavam de fora. Até passava um batom preto. Meus cabelos estavam prateados, fiquei com preguiça de pintar, apenas descolori. Minha pele clarinha tinha um completo destaque. Minha nossa, me sentia a gótica gatinha. Ao sair no corredor via mamãe franzindo a testa.
-Já com essas manias?
Engolia em seco.
-Está tão linda. Awnt, que fofinha.
Era Amber, aquela louca vinha em minha direção pra me abraçar. Quando eu coloco as mãos na frente a mesma já entende.
-Certo Morgana, se comporte.
Mamãe dava as costas. Amber ficava em minha frente e dava uma voltinha. Estava com um gracioso vestido amarelo, os cabelos soltos com um laço amarrado em cima. Estava tão fofinha, nunca tinha visto dela com o cabelo solto.
-Está linda.
A mesma envolvia o braço no meu me levando lá pra baixo.
-Vamos receber os convidados gotiquinha.
Franzia a testa com o apelido. Os primeiros a chegar era. Pery e seu pai. Recebia alguns elogios do homem que apertava minha mão. Era quando Amber separava nossas mãos apertando a mão dele com força. Levo a mão até a cabeça, estava com alguns flashbacks. Tinha uma mulher de olhos verdes, ela beijava ele. Agora via uma de vestido amarelo, ela dizia algo sobre projeto diamante. A mulher de Leonardo deitava em uma cama, ele segurava a mão da mesma com força.
-A senhora está grávida?
A de amarelo dizia. Via outra garota de amarelo próximo. Mas quem eram elas. Leo olhava assustado para a mulher.
-Isso vai atrapalhar na experiência?
As visões logo sumiam com Amber me sacudindo.
-Está bem?
Estava apoiada nela, será que quase desmaiei? Urghh.
-Melhor.
Ela abria um lindo sorriso, só agora que percebi o batom clarinho que ela colocou.
-Que bom, melhor não apertar as mãos dos convidados.
Aceno de maneira positiva com a cabeça. Não demorava e vários convidados chegavam. Acho que todos estavam ali, imaginava que mamãe ria cortar o bolo, é quando a mesma sussurrava em meu ouvido.
-Inventa alguma coisa pra distrair, sua irmã precisa de um tempinho.
Bem, não sabia pra que era o tempo, mas sabia que ela já estava arrumada, então pra isso não era. Preferi nem comentar. Ligava a grande TV da sala, colocando um jogo de dança, pra alegar o povo.
-Vou ganhar de você.
Pery já me desafiava, ela ficou fofinha parecendo um garoto. Se bem que ela tinha uma perturbação relacionada a isso, mas o jeito dela não era estranho, apenas diferente. Era quando ficava dançando com ela. Hahá eu era melhor, se bem que ela dançava muito bem. Agora era a vez de Lazuli, como sempre eu vencia. Amber também me desafiava. Caramba era muito boa naquilo, mamãe até ligava um som.
-Nunca vi alguém que dance tão bem.
Amber me elogiava. Dava de ombros.
-Gosto de lutar e dançar, qualquer coisa que me acalme.
Ela estava me olhando com um certo brilho no olhar, sentia algo estranho em mim, logo me afastava. Sentava em uma poltrona, era onde Lazuli e Amber dançavam.
-Já pensou na hipótese da Amber está gostando de você?
Pery comentava comigo. Olhava para o lado vendo Amethyst sentada, parecia triste, estava pensando na namorada que não veio, de certeza.
-Pery não viaja.
Negava com certeza a afirmação dela. Infelizmente Leo ouviu nossa conversa, logo opinava.
-Oras, não duvide garota. Sabia que nunca pensei que iria me apaixonar? Até conhecer a mãe de Pery.
Franzia a testa.
-Não quero saber, me deixem.
Ambos se calavam. Ficamos um tempão jogando, até mamãe chamar para o bolo. Ruby e Sapphire já estavam ali, cantamos os parabéns. Comemos um bucado, nunca havia comido tanto. Estava delicioso aquele bolo, foi o que menos sobrou por sinal. Os pais logo iam embora. Leonardo convidava minha mãe pra dar uma volta, sério isso? Ela parecia encantada com o charme dele. Desaprovava tudo aquilo, mas fazer o que né. Lorena não ficou pro aniversário, ela foi pra casa do filho, ia passar o fim de semana com ele. Agora estava na hora da festa do pijama. Não teria adultos além de mim por perto.
-Seguinte, se alguém incomodar vai dormir trancado no quartinho trevoso.
Todos davam uma risada, Pery ousava perguntar.
-E o que tem nesse quartinho que o deixa tão trevoso.
Olhava para ele bem séria.
-É todo escuro, não consegue ver nada, apenas escuta os rangidos agonizantes, sem mencionar que há aranhas por toda parte, e criaturas bem piores.
Ambos engoliam em seco. Esperava que não notassem que eu falava do porão. Amber era a mais assustada.
-Coloquem seus pijamas, mamãe está fora, vou organizar tudo aqui.
Com a ajuda deles, estendia um grande edredom na sala, dava pra dormir todo mundo junto. Cada um tinha um travesseiro e cobertor. Logo cada um colocava seu pijama. O meu era trevoso, todo preto com caveiras. Usava até pantufas que pareciam crânios. Amber chegava a rir, com aquele pijama amarelo de bolinhas dela.
-Tá rindo das minhas pantufas?
Ela acena positivamente com a cabeça.
-Nem vem que hoje estou trevosa.
Novamente ela ria. Estava séria, mas ela não parava de rir, portanto começava a rir junto. Era quando a mesma parava de rir, me olhando.
-Está rindo?
Ué? Não é que estava. Minha expressão séria voltava. Sentia uma esquisita invasão de felicidade em meu corpo, será que eu sentia aquilo ou era coisa da Amber. Que estranho, parecia diferente essa alegria, vinha de dentro de mim? Acho que me sentia feliz por fazer os outros felizes. Talvez entendesse a Amber, ela também se sentia bem assim. Minha irmã estava com uma camisola azul e Ruby com seu pijama vermelho. Pery tinha um pijama verde, estava tão fofinha parecia um sapinho, Lazuli não parava de abraçar ela. A mesma estava com um pijama azul.
-Está tão fofinha Pery, vou te abraçar pra sempre.
Amber ficava rindo da situação. Ligava a TV deixando em um filme de terror. Amy deitava mais na ponta, era a primeira a dormir com seu pijama lilás. OS casais ficavam abraçados vendo o filme. Ruby abraçava Sapphire. Pery ainda estava nos braços de Lazuli e eu? Bem eu estava esticada de boa vendo o filme. Minhas mãos iam atrás da nuca. Amber estava deitada próximo a mim. Ela virava o rosto pra mim, escondendo o mesmo embaixo do cobertor, aquele filme nem me assustava, já vi tantas coisas.
-E-eu tenho medo.
Dizia ela com uma voz de choro. Olhava pra mesma sem entender.
-De demônios?
A mesma acena de forma positiva com a cabeça.
-Um demônio amarelo me atormenta. Em sonhos. Ele colocou fogo na minha casa uma vez.... e acho que o mesmo colocou no apartamento do meu ex.
Agora estava pensativa. Demônio? Acho que a mente dela distorceu algo.
-Calma Amber. Olha só, nada pode acontecer a você aqui tá? Tenho contato com o mundo espiritual, então nada irá feri-la.
A mesma me abraçava sorridente. Sorte que meu pijama era de manga cumprida ou iria novamente compartilhar memórias.
-Beija.
-Beija.
-Beija.
Hein? As garotas estavam dizendo pra nos beijarmos? Que merda era isso? Meu rosto ficava rubro. Amber olhava pra mim corada. Empurrava ela devagar separando o abraço. A mesma se sentava olhando pras meninas.
-Hey... parem, não vamos nos beijar.
Dizia a mesma.
-Exatamente.
Eu concordava.
-Ahh maninha, você nunca beijou, pode ver como é bom.
Sapphire brincava.
-Nem vem, nunca vou beijar ela.
Falava em tom cortante. O silêncio dominava, Amber olhava para mim.
-Não precisava ser tão grossa.
A mesma comentava e logo deitava. Aquele silêncio era estranho, sentia um enorme desaponto no peito, era uma tristeza, Amber estava sentindo aquilo? Acho que de mim sentia apenas um peso na consciência. Após o filme acabar eu desligava a Tv, estava todo mundo em silêncio, escutava alguns sussurros dos casais se desejando boa noite. Até ouvia Pery dizendo pra Lazuli soltar ela, mas a mesma dizia que Pery ia ficar entre os braços dela, no qual a menor cedia dizendo que adorava ficar junto dela. Ouvia alguns suspiros, estavam se beijando? Arghh aquilo já nem importava. Imagino que todos estavam dormindo, mas não conseguia, me sentia estranha. Aquele peso tomava conta de mim. Sentia um frio na espinha quando um vento frio entrava pela janela. Levantava imediatamente para ver, claro que poderia ver em minha forma astral, mas estava tão intrigada com aquele frio na espinha que referi ver eu mesma. A rua estava escura, era atípico isso. Novamente um vento sinistro me causava arrepios. Meus olhos se moviam rápido, procurando alguma coisa, estava escuro, ao fundo via alguns olhinhos me encarando. Tinham a cor vermelha. Olhando mais pro lado via mais pares de olhos, dentre verdes, amarelos até azuis. Eram algum tipo de gem, mas não pareciam em plena consciência. Próximo da luz eu via um tipo de cão com espinhos esquisitos ao corpo, os olhos vermelhos dele estavam fixos em mim, como eles entraram no quin... ahh deixa. Via alguns olhos pulando o muro. Olhava pras meninas, estavam dormindo, talvez não fosse boa ideia acordá-las. Fechava meus olhos, onde saía de meu corpo, saltando pela janela. Aqueles seres me causam arrepios. Tentaria afugentá-los de alguma maneira, afinal, nessa forma eles não conseguiriam me atingir, além me assemelhar a um espírito, poderia fazer alguns sons que os incomodem. Esperava que tudo desse certo.