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História Humanoid Chronicles - Capítulo 19


Escrita por: Maduuuh89 e dasty-sama

Capítulo 19 - Capítulo 19




Olhe a Terra
Olhe o que nós fazemos
Aqui e agora nós precisamos de você
Silêncio pode destruir
Levante-se e aumente sua voz
(Noise – Tokio Hotel)


30 de Agosto de 2109
Pondo o plano em prática
22h02min PM

    Eu estava no saguão, vendo como todos estavam subindo para os andares superiores, foi então que eu realmente confirmei que estávamos no subsolo e não em algum prédio. A base dos Dogs Unleashed deve ser bem escondida e a prova de furacões, talvez fique na parte destruída de Berlim, abaixo de destroços. A saída definitivamente era para cima e não para baixo como pensava antes.
    – Ficarei cuidando de você – Tom falou, ficando ao meu lado e se apoiando nas grades igual a mim – Não pense que possa me enganar.
    – Não vou te enganar – eu disse rindo, mas mentindo completamente – Pode confiar em mim.
    Ficamos um bom tempo ali, esperando que quase todo mundo da base sumisse. Tanto David quanto Bill estavam coordenando tudo, mas um mais calmo que o outro – você pode deduzir quem é o mais estressado e vai acertar. Quando todos sumiram e só faltavam os dois, Bill veio em nossa direção.
    – Tom, fique de olho nela, ela é mais esperta do que imagina – Bill falou com ele como se falasse com seus pupilos – E você, é melhor se comportar, ou vou jogá-la de novo nas celas para fazer companhia ao seu amiguinho.
    Quando Bill virou as costas, mostrei a língua para ele enquanto Tom ria da minha expressão. Juro que a coisa mais chata de escapar daqui é que não vou poder dar um chute na traseira daquele imbecil. Finalmente estávamos sozinhos, não havia ninguém no saguão, nem em qualquer lugar a vista. Eu precisava ser discreta o suficiente para não chamar a atenção dos que ficaram.
    – E então, o que vamos fazer? – Tom perguntou mais como se fosse meu amigo do que meu guarda-costas. Ou talvez ele não estivesse interessado em mim como amiga.
    – Sabe... estou com fome. Poderíamos comer algo, atacar a cozinha enquanto ninguém está por aqui.
    – Desde que não mexamos na cozinha do Bill, ele teria um ataque. Podemos dar uma olhada na cozinha grande – ele disse, fazendo sinal para que eu o seguisse, como se eu não soubesse o caminho.
    Talvez ninguém, além dos cozinheiros da cozinha grande, sabia que eu já estive lá e que conversei com Bill o suficiente para saber um pouquinho de sua história. Acho que por isso acabei sonhando com ele, juro que aquilo mexeu um pouco comigo, mas depois ele estragou tudo. Agora lá estava eu novamente, descendo aquelas escadas para chegar ao -7º andar, como se nunca tivesse ido lá.
    Finalmente chegamos à cozinha grande, ela estava vazia, porque todos os cozinheiros estavam dormindo, ou uma parte deles também saiu, já que eram Dogs Unleashed que sabiam cozinhar. Isso era ótimo, quanto mais vazio estivesse o local, melhor para mim e meu plano.
    – Procure algo para comer, enquanto procuro algo para beber – eu disse, começando a abrir os armários. Ele ficou um tempo olhando para mim como se me admirasse e depois abriu a enorme geladeira.
    Confesso que meus dedos tremiam – os dedos humanos – enquanto eu procurava desesperadamente por alguma bebida, mas só achava panelas e outros utensílios de cozinha. De repente, avistei do outro lado uma adega, com várias garrafas a mostra como se fossem presentes da minha salvação. Corri até lá e escolhi um vinho doce que seria ótimo, Tom cairia perfeitamente.
    – Você sabe onde tem copos? – eu perguntei inocentemente.
    – Acho que é ali – Tom apontou para um dos milhares de armários enquanto tirava frios da geladeira e preparava sanduíches. Talvez ele preferisse alimentos mais rápidos e menos elaborados que o irmão.
    Fui até o armário e achei vários copos ali, mas decidi optar por taças. Sem que Tom visse e com meu coração batendo fortemente, abri a garrafa de vinho – facilmente por causa do meu braço robô – e despejei o conteúdo nas duas taças. Olhei mais uma vez para me certificar que ele não estava me observando e abri meu escapulário, despejando pó no vinho, o suficiente para que ele apagasse, mas que não trouxesse possíveis efeitos colaterais.
    Eu realmente gostava de Tom e não queria fazer isso com ele, mas era necessário, já que precisava fugir daquele lugar e hoje era o dia mais propício. Bill estava a quilômetros de distância, o que tornava o plano muito mais seguro. Claro que se desse errado, a chance de ele me trancar na solitária e jogar a chave fora é muito grande.
    – Pronto! – Tom disse, quando terminou de fazer os nossos enormes sanduíches.
    – Parece delicioso – eu falei, dessa vez sendo verdadeira. Trouxe as taças de vinho e entreguei uma delas a ele – Vai ficar melhor com vinho.
    – Está tentando me embebedar, Wilhelmine? – ele perguntou, apertando os olhos para mim como se desconfiasse de algo. Meu coração disparou e fiquei com medo de que ele não bebesse e tudo iria por água abaixo, ou vinho abaixo.
    – Não! Eu só adoro vinho e é a melhor bebida que achei, se preferir algo que não seja alcoólico...
    – Não, tudo bem – ele disse, dando um longo gole e eu o seguindo, para que não desconfiasse de nada – É só não exagerar, tenho controle.
     – Tom, porque vocês me sequestraram? – eu arrisquei novamente uma chance de conseguir informações – Vão me matar?
    – De onde tirou essa ideia? Não vamos te matar, a ideia inicial não era sequestrá-la e sim seu pai. Wilhelmine, você é apenas uma vítima, nós a queremos do nosso lado, nos ajudando.
    – Está brincando? Bill não parece que me quer o ajudando.
    – Ele passou por tudo que você passou, a solitária, os choques-elétricos, tudo isso para que na guerra criasse disciplina e força. Quando minha mãe nos enviou para a guerra, ela pensou que estaria nos ajudando, pensando que íamos atuar por trás da guerra e não nela.
    – Você foi para a guerra também? – eu exclamei, quase derrubando minha taça de vinho.
    – Fui, mas eu sou uma negação para atirar, agora que estou melhorando, então trabalhei por trás dos panos como minha mãe queria. Bill, ao contrário, parecia uma máquina atirando, acertava o tempo todo e logo se destacou, sem querer, dos outros novatos. Fomos afastados, eu fiquei na parte segura, ele foi para a guerra.
    – Onde está sua mãe? Ela sabe que vocês são Dogs Unleashed?
    – Ela morreu, mas ela sabia. Dessa vez ela acertou, esse é o lugar mais seguro para nós – ele falou, bebendo outro gole.
    – Como assim? Do que estão fugindo? – eu perguntei, querendo que ele contasse mais. Ao contrário do Bill, ele falava mais do seu passado.
    Tom não falou, apenas lançou um olhar para mim, como se eu soubesse da resposta e, na verdade, eu sabia. A World Behind My Wall Corporation estava atrás deles, mas eu não sabia o porquê. Será que eu realmente estava do lado errado? Será que meu pai não era o cara que eu pensava que fosse? Havia muita coisa a descobrir e eu precisava saber de tudo para escolher de qual lado lutar.
    – Por quê? O que a World Behind my Wall Corporation quer com vocês?
    – O mesmo que fizeram com você – ele disse, me fazendo empalidecer – Era para eu ser o Humanoid 483.
    – Não, isso está errado – eu falei, ficando de pé – Eles não fariam isso com pessoas saudáveis, o objetivo do Projeto Humanoid é implantar partes robóticas em humanos que realmente precisam, assim a vida humana irá durar por mais tempo.
    – E você acha que eles vão esperar que alguma pessoa que perdeu alguma parte do corpo apareça e assim eles poderão continuar a pesquisa? Eles precisam de cobaias humanas e não vão fazer isso para o bem delas e sim para o bem da empresa. Imagine humanos poderosos iguais a robôs sobre o poder do governo ou de qualquer pessoa que tenha dinheiro o suficiente para isso? É isso que seu pai quer e sinto muito por ser eu a dizer esse tipo de coisa a você.
    – Isso não pode ser verdade!
    – Bill falou que não seria bom contar isso a você – Tom soltou um suspiro – Ele acha que não está preparada para ouvir e entender. Na verdade, acho que ele tem medo de contar tudo e de destruir todas as memórias boas que você tem. Ele não quer que você se torne o que ele se tornou.
    Sentei-me novamente na cadeira tentando entender o que estava acontecendo. Bill se importava comigo? Era isso que Tom estava me dizendo? Duvido, aquele cara não dava a mínima para ninguém, só se importava consigo mesmo. Mas algo dentro de mim gritava que eu estava errada, mesmo que eu quisesse estar certa.
    Tom tirou uma mecha de cabelo que caíra em meu rosto e ficou me analisando. Ele se aproximou de mim, até seus lábios tocarem minha maçã do rosto, deslizando lentamente até encontrar minha boca. Meu coração começou a disparar com o toque dele e eu nem sequer tentei me afastar, deixei que ele me envolvesse com seus braços enquanto correspondia seu beijo da mesma forma intensa.
    Meu sonho havia se realizando, só que com o irmão errado. Confesso que por um momento pensei que estivesse sonhando novamente e quem estava ali se tratava de Bill, tentei repelir qualquer memória, mas ela sempre acabava voltando. Quando Tom se afastou de mim, percebi que estava tonto e seu corpo vacilou. Segurei-o fortemente até perceber que ele havia desmaiado e que o efeito do calmante começara. Arrumei-o, de forma que seu corpo ficasse apoiado na mesa e não caísse.
    Realmente fiquei arrependida de ter feito isso com ele, mas preciso encontrar respostas e só há um jeito. Espero que quando acordar, não sinta raiva de mim. Tudo que menos quero é mais um inimigo.


Notas Finais


Hey liebes
Não deixem de comentar
E espero que gostem
Bjokas


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