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História Hurricane 2 - TaeYoonSeok - Um Desabafo e Perdões


Escrita por: NCTZEN_Stan e millaNct127

Capítulo 44 - Um Desabafo e Perdões


Fanfic / Fanfiction Hurricane 2 - TaeYoonSeok - Um Desabafo e Perdões

Não quis saber de nada quando andava por aqueles corredores brancos e silenciosos demais nos quais apenas passos silencioso e conversas sussurradas eram audíveis enquanto corria até o andar e o quarto indicado na recepção do hospital mais caro de Seoul, mas que conhecia bem pois era sempre ali que o omma e o appa o levavam quando ficava doentinho ou se machucava.

Então quando chegou no quarto andar e encontrou Hoseok sentado num dos bancos do corredor ao lado do uma porta soube que estava no lugar certo.

— Hey, aonde ele está?! — parou em frente ao appa, que desviou a atenção do celular pra si.

— Ai dentro. — apontou para a porta. — Seu irmão está ai dentro com ele, privacidade de ômega. — deu de ombros.

— E como ele está?! O que o médico disse ?! — perguntou afoito, com medo até, se Jungwoo tivesse algo sério não saberia como lidar. — Sicheng não explicou nada na mensagem, só disse que  tinham vindo pra cá.

— Ele está com uma infecção intensa na marca, estão fazendo mais exames pra ver qual tipo exato de infecção, já fizeram um curativo com pomada e iniciaram a medicação, ele vai ficar bem.

Xiaojun suspirou profundamente, parecia que aquelas palavras tinham tirado toneladas de cima de si, Jungwoo ia ficar bem, mas saber que foi a marca que causou tudo isso lhe deixava culpado, era sua marca, culpa sua.

— Eu vou vê-lo. — disse e Hoseok assentiu. Não era hora de perguntar nada ao filhote, poderia acabar em discussão e ali não era local, além disso Jungwoo era a prioridade agora.

Xiaojun analisou o appa e suspirou frustrado antes de girar a maçaneta e entrar no quarto hospitalar que mais parecia um quarto de hotel e chamou a atenção dos ômegas ali dentro. Seu coração apertou ao ver o namorado tão fragilizado ligado ao soro pelo acesso cheio de esparadrapo no braço branquinho.

— Hey, babe. — chamou baixinho indo em direção á maca alta e grande, confortável demais

— Hyung. — Jungwoo estendeu o braço sem o acesso na veia para o alfa, chamando como um bebê pedindo colo, tinha um biquinho nos lábios fartos e o rostinho melancólico, Xiaojun sabia que o namorado tinha chorado a pouco tempo.

— Sinto muito, meu amor. — o abraçou como dava, sendo envolvido pelos braços finos e fraquinhos do ômega. — Eu não teria feito se soubesse o que iria causar, desculpa.

— Tudo bem, hyung. — fungou, o cheiro do alfa parecia lhe acalmar um pouco, a presença do mesmo lhe passava segurança e conforto. — Não tinha como saber, tudo bem.

— Como você está se sentindo? Está doendo? — notou o curativo realmente grande no outro lado do pescoçinho do ômega, algo muito mais complexo e profissional do que um curativo caseiro.

— Agora tô melhor. — esfregou o dorso da mão gordinha nos olhos, o remédio estava o dando tanto sono.

— Ele vomitou todo o sanduíche que eu fiz pra ele. — Sicheng se fez presente, já que o irmão mais velho o ignorou totalmente, mas estava tão surpreso pelo hyung se importar tanto com alguém que iria relevar.

— Desculpe, Sicheng-ssi. — murmurou envergonhado, não queria que alguém como Sicheng o visse vomitar, era horrível, mas aconteceu e tanto o ômega mais novo quanto Hoseok-ssi tinham sido atenciosos e cuidadosos consigo.

Xiaojun se preocupou, imaginar seu ômega tão fragilizado ao ponto de vomitar.

— Tudo bem, eu sei que não sou tão bom na cozinha mesmo. — brincou sorrindo e dando de ombros. — Ele chorou quando a enfermeira fez o curativo e o furou, tão fofo.

— Baby, você chorou ? — o ômega assentiu envergonhado murmurando que ''doeu" e ganhou um beijinho na testa do alfa, Xiaojun notou que não havia mais febre.O que era muito bom. — Tudo bem, o pior já passou. Você comeu? Está com fome?

— Não, estou com muito sono, hyung. — bocejou, tinha os dedinhos segurando a jaqueta escura do alfa, o mantendo pertinho.

— O doutor disse que é normal, efeito do remédio para febre. — Sicheng informou ao irmão. — Vou falar com o appa, com licença. — se retirou, preferindo dar licença ao casal enquanto Jungwoo ainda conseguia lutar contra o sono causado pelo medicamento forte.

— O seu appa foi muito legal e bom comigo, Junie. — o ômega disse fazendo o mais velho sentir um bolo na garganta, odiava toda a culpa causada por ciúmes e inveja do irmão que lhe afastou do pai, Hoseok era o melhor de todos, sabia disso, sabia sim e quando ele pareceu preferir Yang todo o seu coração quebrou e a raiva o consumiu e lhe cegou, mas ali estava Hoseok sendo benevolente e altruísta consigo mesmo quando definitivamente não merecia, mas ainda assim ele cuidou do seu ômega.

— Ele é bem assim mesmo. — sorriu um pouco

— Seu irmão também é ótimo, até segurou minha mão na hora do curativo. — isso arrancou uma risada gostosa do alfa, imaginar aquele mimado fazer algo assim era engraçado, mas se sentia agradecido, assim como ao appa.

— Ele é legal quando quer, mesmo que seja um diabinho na maioria do tempo. — suspirou, tocando a testa do outro e jogando os fios pra trás. — Quer que eu ligue para os seus pais?.

— Não, hyung. — negou nervoso. — Não avisa eles, por favor, promete ... O omma vai ficar nervoso e o appa vai querer me levar de volta para o interior, promete que não vai chamar eles.

— Hey, hey. — o acalmou. — Tudo bem então, não vou ligar pra eles, prometo.

Jungwoo suspirou mais tranquilo. Bocejou.

— Quer dormir?. — o menor assentiu. — Tudo bem então, descansa. — Jun o cobriu melhor com o lençol do hospital, que parecia fino demais para o ar condicionado tão gelado. — Tenho que ir em casa pegar uma coberta mais quente pra você.

— Não! Fica aqui, hyung, por favor. — choramingou o segurando, ficar doentinho o deixava sensível e choroso demais.

— Tudo bem, vou ficar aqui com você, babe — se aconchegou na maca, o abraçando de lado e o acolhendo e esquentando com seu calor natural. — Dorme, não vou sair daqui. — o selou o topo da cabeça, os fios oleosos pelo suor da febre. 

Ficou ali até o namorado pegar no sono, o ninando, velando seu sono e o confortando.

— O Xiaojun gosta mesmo do ômega, nunca vi ele se importar tanto com alguém antes. — Sicheng se sentou ao lado do appa.

— Sim, é inédito. — e bom, Xiaojun parecia diferente, mais maduro, menos na defensiva.

— Avisou o omma e appa que tá aqui?. — Hoseok negou com a cabeça.

— Seu omma tá no trabalho e Yoongi também, não quero os preocupar, mas tarde eu aviso.

— O omma vai surtar quando souber que Xiaojun marcou o Jungwoo. — Hoseok deu risada, ah ia mesmo. — O filhotinho dele agora tem dono.

— Ele vai ficar doído.

— E o appa?! Vai ficar puto ?

— Sicheng, que boca suja é essa?! — repreendeu e o caçula deu de ombros nem ai. — Pode limpando essa boca. E sim, não acho que o Yoongi vai aprovar muito, mas não a marca em si ou ter sido o ômega e sim como Xiaojun fez.

— Meu irmão não é nenhum pouquinho romântico. — suspirou

— E você já pode ir pra casa, hospital não é lugar de gravido. — expulsou o filho, Sicheng era uma peste, era melhor ir pra casa e além disso o hospital havia muitas bactérias que não era legal para um grávido ficar exposto

— Só vou quando o Jungwoo melhorar. — decretou

— Você não me obedece, Jung Sicheng?! 

— Não. — respondeu óbvio, nunca foi obediente mesmo. Deu de ombros. — Inclusive, me dá dinheiro pra comprar lanche na cantina , appa — estendeu a mão, esperando o dinheiro.

Hoseok bufou, como tinha um filhote tão abusado e respondão assim?! Lhe desobedecia e ainda tinha cara de pau de pedir dinheiro. Parecia Taehyung.

— Aproveita e traz uma café pra mim, tamanho grande e amargo — instruiu, colocando algumas notas altas na mão do filhote, que sorriu satisfeito

— Não vai querer comer nada, appa?

— Não, obrigada. Só quero o café mesmo. E toma cuidado hein.

— Já volto. — se levantou, Hoseok assentiu vendo o filhote se afastar pelo corredor.

A porta do quarto abriu e Hoseok notou o filhote saindo devagar, Xiaojun suspirou e se sentou ali também.

— Ele dormiu ?

— Como um bebê, parecia exausto.

— Ele está com uma infecção, febre alta e o corpo lutando contra o vírus, ele realmente está exausto. — apoiou o cotovelo no apoio de braço que separava um assento do outro. — Porque não contou a ninguém sobre a marca?

— Não sei, não achei que fosse importante contar e bom, é recente, nem deu tempo — deu de ombros

— Seu omma vai ficar chateado por não ter o contato, você ainda é o filhotinho dele. — o garoto sorriu um pouco, estava com saudades do omma — Já seu pai, vai ficar puto.

— Porque?! — encarou com a testa franzida, confuso

— A marca é pra ser feita num momento especial, Xiaojun, um casamento, coisas bonitas e românticas, não assim de supetão. — explicou. — Seu pai leva isso a sério

— Hm. — refletiu, casamento?! Se casar?! De verdade, igreja e essas coisas?! Parecia uma coisa nova. — Obrigado por ter o trazido e cuidado dele, ele disse que você foi ótimo.

Hoseok sacudiu a cabeça negando, não queria ser agradecido por isso, não foi nada

— Tudo bem, ele precisava e bom, você o marcou, o escolheu então ele é da família agora.

— Eu ainda sou da sua família?.— murmurou

— Você nunca deixou de ser, Xiaojun.

— Tão fazendo as pazes?! — a voz divertida do caçula quebrou o momento

— A garoto. — Hoseok pegou seu copo de café da mãozinha alheia. — Vai pra casa que ninguém te aguenta.

— Não vou. — se sentou ao lado do irmão. — Quer ?! — ofereceu um pedaço do lanche e o alfa negou.

— Vou em casa buscar algumas coisas pro Jungwoo, se ele acordar diz que eu já tô voltando.

— Okay. A roupa dele ta suja de vômito , traz outra — Sicheng instriu, Jungwoo usava roupão hospitalar e a roupa suja estava numa sacola no sofá do quarto

— Okay. Eu não demoro.

— Vai tranquilo, não vamos sair daqui. — Hoseok disse e Jun assentiu mais tranquilo antes de se levantar e ir pra casa a passos longos, queria voltar antes de Jungwoo acordar.

— Come um pedaço, appa. — Sicheng levou o lanche até os lábios do pai, que fez careta e afastou o rosto.

— Não quero, menino terrível... — Sicheng deu de ombros desistindo de fazer o appa comer.

— Você e meu irmão vão fazer as pazes, appa ?!

— Eu nunca desfiz as pazes com seu irmão, filho. Xiaojun que por algum motivo passou a me excluir da vida dele.

— Mas você expulsou ele de casa, appa. 

— Porque ele gritou e foi grosseiro, agressivo com o Tae e comigo e não o expulsei, o dei duas opções pedir desculpas ou ir embora, o orgulho lhe falou mais alto.

— Mas você ainda ama ele, né appa ?!

— É claro que sim, nunca deixei de amar o sei irmão, um appa nunca deixa de amar um filho.

      ••••

Suspirou coçando a nuca, era a primeira vez que estava presenciando o namorado em um dia ruim. Haviam acordado e então Yang lhe pegou de surpresa chamando pelo appa sem parar, estava agitado e com um olhar estranho.

— Baby, você não quer tomar café da manhã?. — perguntou baixinho, mas suave do que achava que conseguiria um dia soar

— Quero vê o appa, o appa, o appa, o appa. — estava deitado de lado na cama, o rosto enfiado no travesseiro, o coração do alfa se apertou como nunca ao ver seu bebê tão frágil, como se naquele momento o autismo tivesse o vencido. Era triste de vê

— Okay, primeiro você come e depois eu ligo pro seu appa vim buscar você, tá ?!. — tentou negociar, mas Yang parecia em outro mundo, não parecia de fato lhe ouvir, prestar atenção no que dizia

O ômega se levantou do nada, começando a andar de um lado para o outro no quarto, mexendo em tudo com curiosidade, como se fosse uma criança.

Hendery havia lido sobre crises de autismo, sabia que alguns gritam sem parar, alguns se debatem, outros ficam agressivos, variava, nenhuma crise era igual, não tinha um padrão para todos os autistas, naquele momento percebeu que Yang era até tranquilo em comparação a tudo que tinha lido, ele não estava gritando ou se debatendo, só estava no próprio mundinho.

— Hey, não pode, não pode. — correu, quando o viu bagunçar o potinho de canetas e lápis, achando uma tesoura e levando até os próprios cabelos

— Eu quero cortar o cabelo

— Você não quer nada, eu hein. — guardou a tesoura na gaveta. Mas o não foi o suficiente para o choro acontecer. — Não, não chora, baby — o abraçou, afagando as costas do menor com carinho. — Você pode machucar se brincar com a tesoura e vai me matar quando voltar a si e vê que lhe deixei cortar o cabelo, não pode. — era como falar com um bebê.

— Você é chato, quero o appa, o appa

— Senta aqui. — o colocou sentado na ponta da cama e pegou o celular, fingindo ligar. — To ligando pro seu appa.

Yang o observava com aqueles olhos grande parando de chorar, fungando baixinho e usando as mãos fofinhas para secar os olhos, era adorável

— Alô, Hoseok- ssi ?! — fingiu. — Yang tá aqui chamando você, mas ele não quer comer, nem se vestir direito... Aham, tá tchau. — encerrou— Ele disse que só vai vim te buscar se você comer e vestir a roupa.

— Você é fofoqueiro. — ralhou pirracento e Hendery quis rir, mas não fez.

— Você vai tomar o café da manhã agora?! Vai vestir o moletom direito agora?

— Vô"" — respondeu que mal agrado

— Ok, fica ai, já volto, tá bom?. — Yang assentiu

Hendery suspirou profundamente e então saiu do quarto, correndo pra o preparar o café pro namorado, encontrou o omma na cozinha e Jimin obviamente notou sua agitação.

— Bom dia? — Jimin perguntou indeciso

— Bom dia, pai — pegou a cesta aonde guardavam os pães de forma, pegando duas fatias

— O que houve? Porque tá agitado? Cadê o Yang, ele não dormiu aqui?

— Dormiu, mas ele acordou num péssimo dia

— Crise?!. — assentiu e Jimin suspirou, sabia que aquilo era difícil, mas se Hendery quissesse de fato namorar Yang precisava aprender passar pelos dias ruins, porque Yang era metade feito deles. — Não acha melhor ligar pro Taehyung? Os pais dele sabem o que fa-

— Não, pai. — o cortou. — Eu tenho que aprender a fazer isso, não posso ligar pro Taehyung sempre que o Yang tiver num desses dias, eu tenho que aprender, até porque um dia os appas dele infelizmente não vão mais estar aqui pra socorrer. É minha função como namorado sabe como lidar.

— Okay então, mas você não precisa jogar isso tudo pra cima de si de uma vez, meu filho. — o alisou as costas nuas, estava orgulhoso mas ao mesmo tempo muito preocupado.

— Está tudo bem, pai .. Eu vou ver com o irmão dele se ele tem que tomar alguma coisa nessas situações

— Okay

Jimin suspirou preocupado vendo o filhote sair da cozinha levando uma bandeja com um copo de chocolate e pão com requeijão.

— Trouxe seu café da manhã, babe. — anunciou entrando no quarto, quase caindo duro ao ver a bagunça que o ômega tinha feito. — Yang!!

— Esse é mais legal, quero esse, hyung. — mostrou o moletom preto que tinha algumas correntinhas pratas pendurados, que achou ao bagunçar o guarda roupa do alfa, tirando todas as peças. — Faz barulho assim, ó — sacudiu as correntinhas.

— Okay, pelo menos ta vestido. — suspirou, vendo o lado bom da coisa. — Senta aqui pra comer.

— Fala pro appa trazer o zennie, hyung

— Sim, eu vou falar, babe — suspirou.— Come tudinho.

        •••

— Meu irmão já volta, ele foi no 'ap buscar algumas coisas pra você e provávelmente comer algo também. — Sicheng acalmou o ômega mais velho, que não encontrou o namorado ao acordar.

— Hm, tudo bem.— esfregou o rosto sonolento.

— Deve estar com fome, vou pedir pra alguém trazer algo pra você comer. — Hoseok disse, estava parado com as mãos nos bolsos perto da porta.

— Não precisa Hoseok-ssi

— Precisa sim, appa — Sicheng interferiu notando que o outro tinha vergonha do seu appa, o que era uma tremenda bobeira, um absurdo, o appa era a pessoa mais gentil do mundo.

— Você não precisa ser tão formal comigo, Jungwoo. — Hoseok sorriu leve, gentil como sempre.— Pode me chamar só por Hoseok, tudo bem ?!

— Tudo, Hoseok-ssi. — era quase automático tratar o mais velho de forma respeitosa. Sicheng e Hoseok deram risada leve

— Certo, eu vou providenciar a comida, com licença. — Hoseok abriu a porta e saiu do quarto branco e gelado.

— Seu pai é muito altruístas e gentil

— Ah, sim ... O appa é ótimo. — sorriu. — Você pode ser menos formal com ele, tá tudo bem — deu de ombros.

— Vou tentar, mas ele é tão importante e forte, me intimida um pouco.  — riu leve, ainda estava um tanto sonolento pela medição mas não conseguia dormir muito

— Ele é seu sogro, vai ficar chamando ele de Hoseok-ssi pra sempre?! Não dá né. Como o appa disse, você é da família.

— Obrigado, você também é muito gentil

— Claro que sou, não acredite quando eles dizem que eu sou uma peste, só dizem isso porque eu engravidei do meu primo, nada haver isso. — estalou os lábios fazendo bico. Jungwoo deu uma risada boa, não tinha como não rir com aquele menino jovem e travesso.

— Não vou acreditar, relaxa. Mas me diga, vai casar então...

— Aah, sim. — sorriu enorme, com os olhinhos miudinhos brilhando e isso contagiou o ômega acamado. — Ele ainda tá em Ulsan resolvendo as coisas dele mas assim que vier vamos casar, eu não quero sacar com o maior barrigão não, eu hein.

— E ele é bonito?!

— Bonito?! Puff . — sacudiu a cabeça. Bonito era até xingamento.— Ele é o mais lindo e gostoso de todos, mas é convencido demais então não o conte, nunca. — ergueu o indicador, aquilo era serio. Jungwoo assentiu leve. — Vou te mostrar uma foto.

Sicheng pegou o IPhone para mostrar uma das muitas fotos que tinha de Yukhei no celular, desde do alfa em momentos espontâneos ( fotos essas que o alfa não sabe da existência) até fotos comuns aonde o alfa sorria pra câmera.

O papo sobre casamento, o noivo gato de Sicheng, a gestação e tudo isso durou uns vinte minutos até a porta ser aberta e Xiaojun entrou, trazendo consigo uma bolsa de academia pendurada no ombro esquerdo, parecia ter tomado banho e colocado outra roupa mais apropriada.

— Hey, você já acordou, babe. — se aproximou, deixando a mala no sofá-cama do quarto.

— Não consigo dormir muito. Foi em casa? — Jun assentiu deixando um beijo na testa branquinha, sem febre. — Comeu?!

— Comi, e você, está com fome?!

— Seu pai foi pedir comida para mim. — informou e Jun assentiu

— Está com frio ?! Trouxe sua coberta preferida. — disse, pegando a mãozinha gordinha e deixando beijinhos pelos ossinhos de cada dedo, Sicheng concluiu que definitivamente nunca tinha visto o irmão mais velho assim. Estava orgulhoso.

O ômega assentiu, pedindo pela coberta quentinha, o ar ali era forte demais e o lençol com logo do hospital não esquentava nada.

— Também trouxe seu carregador e kit de higiene. — cobriu o ômega com a coberta de 'pelinho' macio, JW gemeu pelo conforto quentinho.

— Jun, quando eu for parir meu bebê quero que você cuide de mim. — Sicheng arrancou risadas dos mais velhos. — O que ?! Sou seu irmão caçula!! Me cuide!!

— Até parece que o omma vai deixar alguém além  dele se meter no seu parto, Sicheng. Capaz ele brigar até com o Yukhei.

— Tsck . — Sicheng estalou os lábios cruzando os braços chateado.

A porta do quarto abriu e Hoseok entrou trazendo consigo um copo de café e vendo que Jun havia retornado.

— Uma enfermeira tá trazendo algo pra você comer, Jungwoo... Provavelmente uma daquelas sopas sem sal, lamento.

— Tudo bem, muito obrigado, Hoseok. — experimentou sem o honorífico e o alfa sorriu erguendo o polegar num "joinha" — Babe. — chamou baixinho, puxando o namorado pela jaqueta e Jun se inclinou pra chegar mais perto.

— O que foi ?!

— Quero fazer xixi. — murmurou

— Quer ir no banheiro.?! — o menor assentiu. — Tudo bem, te levo, meu bem.

— Tenho vergonha. — murmurou olhando pra trás do alfa, indicando o appa e irmão do mesmo. Ja basta te vomitado na frente deles, agora ser visto com aquele roupão hospitalar que mostrava sua bunda e ir ao banheiro era constrangedor demais.

— Oh. — Xiaojun entendeu. — Vocês dois podem ...

— É claro, vem Sicheng — Hoseok chamou o filho, já saindo em direção a porta.

— Até logo, mijão!. — provocou sorrindo

— Sicheng!!!

Hoseok deu um tapinha na nuca do filhote ômega, que resmungava enquanto a porta era fechada.

— Seu irmão é engraçado.

— Ele é terrível. — suspirou. Se perguntava todo dia quem aquele garoto tinha puxado. — Vem, te ajudo a levantar

— Devagar, eu fico tonto quando tento levantar. — se apoiou o maior, que pacientemente o segurou firme pela cintura o ajudando.

— Okay. Acho que tem que levar esse troço, babe. — puxou o suporte com rodinhas do soro, que estava ligado a veia do ômega.

— Me segura!!

— Tô te segurando, baby, relaxa... Sempre vou segurar você.

Não muito longe dali e não num cenário muito diferente, Taehyung tirou as luvas ás jogando na lixeira e então tirou a touca verde, jogando fora também, dando um suspiro de alívio enquanto tirava aquela proteção de cima da roupa, havia acabado de deixar o centro cirúrgico da clínica após uma operação num Bulldog.

— Até que pra alguém fora de forma você não foi nada mal, Taehyung. — Jinhwan tirou sarro do amigo e sócio, fazia meses que Taehyung não dava as caras pra trabalhar, por a mão na massa de verdade.

— Quem tá fora de forma? Eu não!!... Tô com sede.

— Somos dois. — foram até o bebedouro preso na parede. — Mas então, vai voltar á trabalhar ou essas suas férias não acabam nunca?

— Porque?  Não tá dando conta é?! — sorriu ladino provocando o amigo.

— Cala a boca!! É claro que dou conta, mas sinto saudades.  — fez biquinho e o ômega mais alto riu alto.

— Debochado. Como estão as crianças?.

— Que crianças, Taehyung ?! Yerin tá com dezessete, meu único bebê é o Yeosang e ele tá deixando a mim e o June loucos!! — suspirou!!

— Ele só tem quatro anos, Jinhwan.

— Exatamente!!

Taehyung sacudiu a cabeça, já teve três filhos, conhecia bem essa fase travessa, aos quatro anos eles querem mexer em tudo, correr, se esconder, é terrível ... Mas ao mesmo tempo é adorável.

— Doutor Kim ? — a voz feminina de uma das enfermeiras fez o ômega se virar.

— Sim.

— O seu celular estava tocando alguma vezes, pediu pra ficarmos de olho então. — deu de ombros. — Pode ser importante.

— Ah, obrigado, Jae

Agradeceu e a mesa se curvou breve pedindo licença e saindo.

— Quer vê que é marido me procurando?!. — rolou os olhos estalando a língua e indo até o CT, aonde tinha deixado o celular numa bancada.

Desbloqueou o celular aonde uma foto dos três filhos juntos ocupava a tela inicial do aparelho, logo vendo as chamadas perdidas de Jimin, isso lhe fez franzir a testa enquanto retornava a ligação, Jimin não era de lhe ligar, naquela família costumava ser mais próximo de Jeongguk. Por todo o passado e tals.

— Oi, Tae. — ouviu a voz doce, característica daquele ômega. — Bom dia.

— Oi, bom dia, Jiminie ... Você me ligou? Eu to aqui na clínica e ai não tinha escutado tocar.

— Ó. Tudo bem... É que o Yang tá aqui em casa e ele, bom, não acordou num dia muito bom. — suspirou, Taehyung entendeu na hora e seu coração apertou, seus sentidos ficaram alertas, rapidamente se preocupou com seu filhotinho do meio. — O Hendery tá cuidando dele, mas a gente não sabe se ele toma alguma coisa quando tá assim.

— Ele toma sim, Jiminie. — murmurou pra Jinhwan que estava ali perto ajudando as enfermeiras com um gato que iria embora. — O que ele tá dizendo?  Ta agressivo? Agitado?

Perguntou enquanto pegava suas coisas pra ir embora, pelo que dizia Jinhwan já podia compreender a situação.

Fazia tempo que Yang não tinha um dia ruim assim, crises assim então isso lhe deixou realmente preocupado, o medo de ter que passar por toda aquela merda assustadora do passado de novo, seu menininho ter que passar, só de pensar já tremia todo. Todos aqueles sedativos, injeções, internações, diagnóstico errado. Tremia. Seu medo e preocupação pareciam se tornar real naquele momento e isso era desesperador, todo dia acordava e tinha a incerteza se Yang teria uma crise, se ele ficaria bem, era algo sobre o qual nunca conseguia relaxar .

—Ele não tá agressivo, tá mais com um senso de curiosidade e parece não nos ouvir muito... Mas ele tá chamando pelo "appa"

— É o Hoseok. — suspirou, desde criança quando as primeiras crises começaram era o conforto do colo de Hoseok que o ômegazinho buscava, coisa de proteção, instinto do lobinho. — Eu vou avisar ele, tô saindo daqui da clínica e indo até aí, jaja chego.

— Não precisa se apressar, tá tudo sobre controle, Tae.

— Diz isso para meus instintos paternos, amigo.

Hoseok pegou o celular que tremia no bolso frontal da calça, logo vendo no visor quem era, a foto familiar e bonita iluminava o display.

— É o appa ?!. — Sicheng fofoqueiro se esticou para ler o nome de quem ligava para o alfa.

— É o Tae. — deslizou o botão verde, atendendo a ligação do esposo. — Oi, meu amor.

Ao lado do app Sicheng não conseguia ouvir com clareza o que o omma dizia, o som saia distante e parecia embolado, mas o appa pareceu ficar tenso.

— Taehyung, fica calmo. — pediu, vendo que o ômega estava agitado demais. — Você precisa ficar calmo ou vai deixar o Yang nervoso também.

" Você vai me encontrar na casa dos Jeon ?! Você sabe que lida melhor com o Yang assim do que eu, Hoseok"

— Taehyung eu tô no hospital mas-

" No hospital?! — perguntou confuso e preocupado. — O que houve?! Ta passando mal?! Porque não me avisou que estava no hospital, Jung Hoseok ?! Vocês querem me deixar loucos, loucos!!!"

— Não é nada comigo, Taehyung, fica calmo... O Jungwoo, namorado do Xiaojun tá doente e eu o trouxe para o hospital — explicou ouvindo um "Ah" surpreso do ômega.

" O que ele tem ?! O Xiaojun tá ai ?!"

— Ele tá com uma infecção — coçou a nuca, preferindo não contar sobre a marca agora. — E sim, o Xiaojun ta aqui, é claro. E o Sicheng também.

Ouviu o suspiro do ômega. Xiaojun e Hoseok juntos deixava o ômega meio preocupado, receoso com que brigassem mais.

— Quer que eu vá até a casa dos Jeons ?! — perguntou e Taehyung demorou uns segundos

" Eu não sei, Hobi ... Se você acha que tá sobre controle ai, eu quero. Preciso levar Yang pra casa, mas ele não é mais um bebê que posso pegar no colo, preciso da sua ajuda." — suspirou, e o Jung também, Taehyung parecia aamedrontadocom aquela situação, talvez caísse em lágrimas.

— Okay, babe. Eu amo você, vai ficar tudo bem.

— Também amo você, Hobi.

Hoseok desligou a chamada, guardando o celular de volta no bolso e dando um suspiro

— O que houve com meu irmão?! Porque falou pro papai ter calma?!

— Seu irmão está numas daquelas crises severas dele, seu pai ta indo o buscar na casa dos Jeon mas quer que eu vá também.

— Faz muito tempo que o Yang não surta. — constatou franzindo a testa, um tanto preocupado com o irmão do meio. Yang era seu bebê.

— Siim, eu vou falar com o seu irmão que tô indo embora.— se levantou, ajeitando a roupa

Bateu na porta ouvindo a voz forte do filhote alfa dizer que podia entrar, girou a maçaneta e entrou devagar

— Como você está se sentindo, querido?!

— Um pouco enjoado... — disse fraquinho, Hoseok notou que estava pálido ainda, estava tendo uma melhora lenta, mas o médico disse que seria assim mesmo, pelo menos até terem o resultado dos exames e poderem tratar mais intensamente.

— Não quis comer tudo. — Xiaojun resmungou quase num sermão. — Come mais um pouquinho, meu bem.

— Não quero, Junie. — manhou e o mais velho suspirou frustrado, desistindo mesmo.

— Não o force, Xiaojun, o estômago dele tá embrulhado, vai acabar vomitando se comer á força. — Hoseok instruiu — O Taehyung ligou, disse que o Yang tá em crise, eu tô indo resolver isso e volto amanhã cedo, tudo bem, Jungwoo?

— Claro, Hoseok- ssi.... O Yang-ah tá bem ?! — se preocupou, já tinha visto Yang ter uns ""colapsos"" na faculdade, era sério.

— Vai ficar, tá tudo bem... E você, se cuide, durma um pouco. — o ômega assentiu.

— Eu vou, obrigado por tudo, Hoseok-ssi

— Não é nada, querido. Até amanhã então. Tenha uma boa noite.

— Você também, até.

Hoseok saiu do quarto devagar, fechando a porta sem fazer barulho.

Mas dentro do quarto, Xiaojun segurava a bandeja prateada com força, a respiração estava descompensada e se tornando forte, seus olhos pareciam focados em algo além

— Xiaojun!! — Jungwoo chamou assustado quando o alfa colocou a bandeja em cima da cômoda pequena ao lado da maca e se leva saindo quase correndo e pisando duro.

Estava puto, estava cansado disso, desde criança era assim, era o trocado, o renegado, o esquecidos e mesmo agora quando adultos isso continuava acontecendo!!

— Você vai mais uma vez atrás dele, não é?!

A voz alta e  um pouco agressiva pegou Hoseok de surpresa em meio ao corredor silencioso enquanto tentava fazer Sicheng levantar pra ir embora consigo, não o deixaria voltar para casa de noite, sozinho e grávido.

— O que?

— Você, toda vez que o Yang tem algum problema você corre pra ele, sempre, você sempre para o que está fazendo pra ir com ele, é só ele chamar ... Todo mundo faz isso, porque ninguém liga pra mim ? O papai, o omma, você, ninguém nunca se importou comigo, só com ele.

— Xiaojun você est — Sicheng ia tentar acalmar o irmão, mas Hoseok indicou com a mão que não fizesse, que deixasse Xiaojun falar.

— O seu irmão é... complicado. Você sabe o que ele passou quando era criança, você estava lá, Xiaojun, você viu as primeiras crises, os remédios, as idas aos hospitais .... Seu irmão precisava de atenção porque estava doente.

— E eu também era criança !! Mas ninguém se importou, o Yang era o meu melhor amigo e de repente eu o perdir para as crises e para os remédios que o davam tanto sono que sequer brincava mais, eu o perdi e ninguém se importou, ninguém se importou se eu estava triste, se eu também sentia com tudo aquilo, você e os papais só se importavam com o Yang, o motorista passou a me levar e buscar na escola, a empregada me dava meu almoço, porque o omma não estava mais lá pra mim, e ainda tinha o Sicheng, que era um bebê e precisava de atenção... E o que sobrava pra mim ?! Nada!!

— É por isso que você fazia todas aquelas coisas?! Era por ciúmes?!

— Era pra chamar a atenção, pra vê se assim você ou o papai lembrava que eu estava ali também. — fungou, passando o antebraço no rosto, chorava, pois havia guardado aquele peso por tanto tempo, aquela mágoa guardada e agora simplismente falar era um alívio.

— Se você queria tanto atenção, porque me afastou?! Porque passou a me tratar com frieza, quando eu ia brincar com você, você não queria e era rude e foi crescendo e piorando.

— PORQUE VOCÊ PARTIU O MEU CORAÇÃO!! Você era o meu pai favorito — riu nasal, desacreditado de como aquilo era idiota, riu de si mesmo. — Porque o seu descaso me doeu mais que a do papai e do omma, porque eu amava mais você.

— Venha cá. — se aproximou, puxando o filhote choroso num abraço, Jun não recuou ou tentou se afastar, no fundo tudo o que sempre quis era o afeto e atenção daquele pai, o amava demais, demais, tanto que ao se ver esquecido e trocado a raiva o dominou, mas Hoseok estava a levando embora agora, estava trazendo o seu garotinho travesso que sabia estar escondido ali dentro. — Me perdoa, se eu fiz você se sentir assim, se eu não lhe dei atenção o suficiente ou o carinho que você precisava e merecia, se eu falhei contigo, me perdoe, meu filho. Eu te amo,sempre, você é o meu filho.

Sicheng fungou vendo o irmão corresponder abraçando o pai apertado, também chorava, sentia muito que o irmão tenha se sentindo assim por tantos anos, que tivesse guardado isso dentro de si, essa mágoa, por tanto tempo, aquilo justificava muitas coisas. Chorava principalmente porque era bom o ver se libertar, os ver fazer as pazes, era como se a ferida da sua família tivesse se fechando.

Eu amo você, pai. Não me deixe.

— Hey, olhe para mim. — murmurou, segurando o rosto incrivelmente lindo do filhote, que definitivamente era uma mistura incrivel de Yoongi e Taehyung. Usou os indicadores pra secar todas aquelas lagrimas que lavavam Xiaojun por dentro, levando as mágoas. — Eu não vou deixar você nunca, eu nunca deixei, sempre estive lá, mesmo que não tenha sido o suficiente. Me desculpe.

Xiaojun assentiu, voltando a abraçar o corpo grande do appa, apertado como se tivesse o abraçando por todos os anos perdidos, estava matando a saudade do abraço aconchegante e carinhoso de que se lembrava da infância, o abraço que tanto lhe fez falta.

— O seu abraço ainda é como me lembro, appa.


Notas Finais


Tão sentindo o cheirinho do fim ? Rses


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