História Hurricane - Return.

Certos dias tudo que você mais quer é fechar os olhos por mais cinco minutos e continuar seu sono, numa soneca gostosa e relaxante que faz toda a diferença no seu dia. Naquela manhã fria, tudo que Hope mais gostaria e de cinco horas, pois cinco minutos não daria conta de repor as horas de sono que perdeu relembrando o beijo que permitiu que acontecesse na noite passada.

Não que se arrependesse, não costumava se arrepender das coisas que fazia por vontade própria e naquele momento tudo que Hope mais desejava era a sentir o sabor dos lábios de Malik sobre os seus. E mesmo assim algo lhe alertava sobre o perigo de se aproximar tão intimamente de seu instrutor e durante toda a noite sua mente criou uma lista com alguns motivos para se manter mais resistente aos encantos de Zayn. O que com certeza não seria fácil, já que toda vez que se aproximava dele seu interior se iluminava como uma árvore de natal e o característico frio na barriga se mostrava cada vez mais intenso. Sem contar que quando você experimenta algo pela primeira vez e descobre que o gosto desses algo é bom você com certeza sente vontade de repetir a dose e Hope já se via com essa vontade em relação ao beijo de Zayn. Mas depois de tanto pensar, Hope chegou à conclusão que estava tempo demais sem ninguém e que por isso a atração que sentiu inicialmente por Zayn tomou proporções maiores que o imaginado inicialmente e que mesmo não sendo fácil colocaria uma distância maior entre os dois.

Porem o beijo não foi o único que tirou a noite de sono da jornalista, o convite informal e aparentemente sem nenhuma lógica, feito por Hayden também colaborou para sua manhã não ter começado nenhum pouco bem.

Levantou se com mais preguiça que o normal e como o relógio não estava do seu lado, correu para o banheiro o mais rápido que seu corpo cansado conseguiu e como metade de si ainda dormia, chocaram o dedinho mindinho na quina do móvel que ficava embaixo da pia do banheiro. A dor incomoda que lhe invadiu, lhe obrigando a acordar por completo e logo ela pode ter certeza que um dia longo e difícil lhe esperava.

XXX

Nem sempre o fato de você estar em um lugar significa que você realmente está em um lugar. Lisa que caminhava lentamente entre os corredores escolhendo o que achava necessário e colocando no carrinho que estava sendo conduzido por um Zayn totalmente fora de órbita.

O moreno só havia aceitado fazer compras com Lisa, porque precisava se distrair e não estava certo que ir para a academia ajudaria então julgou essa atividade boa o suficiente para manter sua mente longe do que aconteceu na noite anterior. Mas obviamente arrastar um carrinho de um lado para outro não foi suficiente para isso e as cenas da noite anterior continuavam a passar como u filme antigo e de baixa qualidade em sua mente, como se já não tivesse relembrado o bastante na noite anterior. E cada vez que alguma cena se projetava ele se sentia ainda mais idiota, como a droga de um mocinho de alguma comédia romântica sem sal. Não que Zayn achasse que fizesse o estilo bad boy, só por ser lutador, ter tatuagens e uma moto, mas o fato de toda sua noite anterior ter sido um completo clichê, com cachorros quentes, sinuca, luta e para fechar a noite um beijo em frente à casa da mocinha lhe deixa extremamente incomodando e porque não dizer irritado.

Não que ele não tivesse odiado o beijo, ou odiado algum daqueles momentos clichê, pois havia sim gostado. Gostado demais até, e era aí que morava todo o problema.  Zayn não tinha planos de se envolver com alguém naquele momento em sua vida, seus únicos objetivos eram as lutas e a academia, e não era burro de não perceber que se não tomasse cuidado, a simples atração – que depois do beijo, não era mais tão simples. – poderia se transformar em algo bem mais intenso e perigoso para ambas as partes. E não queria nada que pudesse o machucar por dentro. Preferia mil vezes se machucar exteriormente. Era mais fácil controlar e cuidar da dor.

– Você é um péssimo amigo. – Concluiu Lisa, parada de braços cruzados em frente à Zayn, o impedindo de continuar arrastando o carrinho de forma robótica pelo corredor branco cheio de enlatado nas prateleiras. – poderia pelo menos fingir estar prestando a atenção no que eu digo. – descruzou os braços, mas sua expressão ainda estava fechada. Zayn tentou argumentar, porém a mulher foi mais rápida. – tudo bem você me ignorar sobre o sabor dos biscoitos, ou o quanto de batatas deveríamos levar, mas eu estou a vinte minutos tagarelando sobre o Duke e você me ignorou completamente! O que está acontecendo com você? – questionou voltando a cruzar os braços o encarando seriamente aguardando uma resposta satisfatória.

– Lisa, pelo amor de Deus, estamos no meio do supermercado. As pessoas estão reparando, vamos apenas vamos terminar essas compras logo. Em casa a gente conversa. – Lisa pareceu pensar antes de suspirar profundamente antes de virar as costas e continuar andando pelo, atendendo ao pedido de Zayn. – Ei me desculpe ok? – a segurou pelo pulso, fazendo a encarar nos olhos.

– Eu espero que ela seja realmente muito incrível e valha a pena, porque eu não aceito ser ignorada dessa forma a toa. – Zayn ponderou responder, mas apenas riu enquanto Lisa se afastava indo buscar mais alguns intens. da lista de compras. Ele a seguiu, disposto a escuta lá, mas ela já não estava mais disposta a falar.  O que foi bom, já que agora ele realmente estava distraído tentando arrancar palavras e risadas da amiga que era orgulhosa e não se rendia fácil às piadas idiotas do moreno.

XXX

Escrever sempre fora a grande paixão de Hope, não se lembrava da última vez que se sentiu feliz em ter que parar de escrever, mas o dia havia se passado e ela não conseguiu concluir a matéria que precisaria ser entregue em dois dias e seu ritual de entregar tudo com pelo menos dois dias de antecedência tinha se quebrado por um bloqueio idiota que fez tudo o que ela escrevia parecia uma completa bagunça de letras do que com uma matéria de uma profissional. Fechou o documento em branco – tinha apagado o conteúdo das paginas mais de mil vezes – e se levantou juntando suas coisas, tentando ao máximo não encarar a mancha de café recente em sua blusa branca extremamente cara, que comprou com um aperto no coração pelo valor ser tão alto e que por isso e por realmente amar o modelo, nutria um carinho especial pela peça, e sem demorar um segundo a mais que o necessário deixou sua mesa indo o mais rápido que suas pernas deixavam até o elevador.

– Me desculpe, novamente por isso. Se quiser posso te comprar uma nova. – o grande responsável pela enorme mancha de café em sua blusa se desculpou pelo que parecia ser a milésima vez desde o ocorrido e aquele excesso de desculpas estava aumentando consideravelmente seu nível de estresse.

– Não tem problemas, Will. – sorriu amigavelmente, apenas para que ele entendesse que não havia necessidade de mais desculpas. O elevador chegou vazio e os dois entraram em silêncio. Aparentemente o sorriso havia funcionado.

Assim que as portas de metal se abriram no grande térreo, Hope suspirou aliviada e saiu do cubículo, sem se despedir do novo estagiário. Não estava no clima de ser simpática. Estava quase do lado de fora quando a voz de Will lhe impediu de dar os últimos três passos que a separam do exterior da editora.

– Você está de carro? Aceita uma carona? – o garoto parecia tímido e incerto se estava ou não fazendo a coisa certa.

– Obrigada pela gentileza Will, mas não precisa se preocupar. Tenha uma boa noite. – sem deixar o estagiário dizer o que quer que fosse, abandonou o local, sentindo a brisa gélida invadir seus poros.

Alguns segundos depois de pensar sobre ir ou não ir à academia, Hope chegou à conclusão que aprender alguns golpes novos e socar algo seria bom para relaxar.

Entrou na sala onde aconteciam as aulas e por um pequeno momento pensou ter entrado no lugar errado, pois quem estava à frente das poucas alunas reunidas de forma aleatória pelo ambiente não era Zayn como o de costume e sim Duke. Passado o choque inicial e após ter reconhecido o rosto de algumas garotas Hope se juntou a elas e começou a prestar atenção no que Duke explicava e logo entendeu que Zayn precisou faltar e a aula seria dada por Duke.

A aula seguiu normamente e Hope se sentia extremamente mais relaxada e todo o estresse que lhe consumia havia finalmente a abandonado como um passe de mágica. Seu corpo todo levemente dormente devido às inúmeras repetições de movimentos novos e já conhecido, o suor escorrendo por todo seu corpo de uma maneira surpreendente não a deixava com nojo e sim feliz por saber que havia dado o seu máximo em cada golpe. Estava amando aprender boxe tanto quando amava escrever.

Duke terminou oficialmente a aula e dispensou todas as garotas, que seguiram quase que imediatamente para o banheiro. As aulas de Zayn costumavam ser menos intensa. Hope ao contrário da maioria seguiu tranquilamente para o espaço onde treinou algumas vezes com Zayn. Ainda estava cedo e ainda havia energia para treinar mais um pouco.

Para sua surpresa o lugar não estava vazio como o de costume. Havia um homem treinando de costas para ela o que dificultou um pouco o reconhecimento, mas assim que ela se aproximou alguns poucos passos a figura desconhecida se tornou bastante conhecida. Mais conhecida do que ela gostaria.

Zayn intercalava entre movimentos de socos e chutes numa velocidade que Hope nunca imaginou ser possível. O moreno estava tão concentrado que ela preferiu se retirar, pois não queria atrapalhar seu treino e também porque não sabia como agir. Afinal nunca havia beijado nenhum professor antes e mesmo que não estivesse mais no colegial, correndo risco de ser pega pelo diretor e levar bronca dos pais, não sabia se era certo se envolver, mesmo que minimamente, com Zayn.

Porem, assim que ela começou se afastar, ele se manifestou, sem parar por um segundo com o que estava fazendo.

– Não precisa fugir só porque me viu. – Hope parou no mesmo instante. Como ele sabia que ela estava ali?

– Achei que não estaria na academia hoje. Já que estava aqui por que não quis dar aula? – perguntou curiosa.

– Não consegui chegar aqui a tempo de dar a aula. Mas tenho certeza que Duke foi um bom substituto. – finalmente o moreno virou se de frente para Hope a encarando. Mesmo com uma boa distancia entre eles, Hope sentia que precisava de espaço, talvez pela intensidade que imanava dos olhar que ele lhe lançava ou pela pose relaxada que o deixava ainda mais atraente.

Por que se havia uma palavra que Hope usaria para definir o homem a sua frente essa palavra seria sem duvidas nenhuma atraente. E isso dificultava muito sua vida.

– Entendi. – foi tudo que conseguiu dizer. Um silêncio constrangedor se instalou por alguns segundos antes de Zayn se pronunciar.

– Se você está assim por causa do que aconteceu ontem... – Zayn tentou dizer, mas Hope o interrompeu antes que pudesse concluir.

– Assim como? – cruzou os braços e ergueu a sobrancelha assumindo uma postura séria.

– Estranha e distante. Não que há alguns dias atrás fossemos grandes amigos, mas eu sei que está desse jeito pelo beijo que aconteceu antes e eu só quero deixar claro que não irá se repetir então pode relaxar e treinar ou tentar treinar. – a maneira direta como Zayn pronunciou cada palavra fez Hope desfazer sua pose superior e concordar com a cabeça e sem dizer uma palavra seguiu até o saco de pancada mais distante possível e começou a reproduzir ali todos os socos que aprendeu como se sua vida dependesse daquilo.

Estava com raiva e nem sabia se fora pelo o que ele disse ou pela forma dita. Esperava que a segunda opção fosse a certe, porque a primeira era sensata. Tudo o que ele havia falado ali era completamente sensato, ela também esperava que aquilo não se repetisse, afinal esse era o certo, não era?

A cada segundo ficava mais confusa e já estava parecendo uma adolescente inexperiente. Na verdade não era muito experiente, mas com certeza já era uma mulher adulta e não havia motivos para estar tão confusa sobre o que estava acontecendo, ou melhor, sobre o que não estava acontecendo.

– Eu acho que já lhe disse sobre a importância da respiração e se você continuar socando dessa forma vai quebrar o pulso. – disse já se aproximando ficando a alguns poucos passos de distância. O que dava certa insegurança para Hope, mas mesmo assim ela não parou com os movimentos agressivos que já estavam realmente começando a machucar seus dedos e punhos.

– Porque você não volta a treinar e me deixa aqui em paz? Só quero extravasar um pouco. – não queria ter respondido nada, mas as palavras escaparam por seus lábios antes que ela pudesse impedir.

– Eu poderia, mas como instrutor de boxe não posso deixar uma aluna da academia se machucar por falta de informação. Então para de ser grossa e escuta o que estou dizendo. – Hope cessou os movimentos e deixou com que Zayn a ajudasse.

– Muito melhor. – ele disse, após ter concertado todos os erros que julgou necessário para que ela pudesse extravasar sem trazer nenhum dano a si mesmo. – Porque a necessidade de extravasar? – questionou e Hope logo parou de reproduzir o último golpe que ele havia lhe explicado a maneira correta dos ombros e lhe encarou incerta sobre responder ou não.

– Tive um dia péssimo. – suspirou cansada só de lembrar os acontecimentos do dia. – Acordei atrasada, não consegui produzir nem um terço do que deveria no trabalho, tomei um banho de café, aturei gente chata o dia inteiro. – inúmero as situações mais estressantes.

– Espero não estar inclusa no grupo de pessoas chatas que você citou. – fingiu uma expressão magoada que quase fez Hope rir.

– Acredite você está mais que incluso nessa lista. – mentiu. Por mais que quisesse certa distancia do lutador, Hope gostava da companhia dele, a maneira leve como eles conversavam a deixava bem.

– Eu realmente não consigo acreditar nisso. Você não mente bem mocinha. – mesmo tendo sido usada poucas vezes, Hope odiava quando ele usava aquele adjetivo infantil com ela e a julgar pelo sorrisinho divertido que dançava no canto dos lábios dele, ele tinha plena ciência que o apelido não a agradava.

– Talvez o grupo “pessoas irritantes” seja o ideal para você mesmo. – sorriu amarelo e se afastou para ir até onde havia deixado sua garrafa d’água, bebendo todo o liquido transparente que havia nela. – Pode me informas as horas?

– Nove e cinquenta. – essa não era a resposta que estava esperando. Um oito e meia ou nove e dez talvez, mas nove e cinquenta com certeza não era o esperado. Seu rosto deve ter transparecido toda sua surpresa, já que Zayn se preocupou.

– Está tudo bem? Atrasou-se para algum compromisso? – perguntou visivelmente desconfortável com a mudança na face da menina. – se quiser posso te deixar em casa.

– Não, não precisa se preocupar. Eu só não esperava ficar aqui até essa hora, tava imaginando ir embora um pouco mais cedo. Emma já teve ter ido embora há algum tempo. – pensou alto, a última parte, então logo completou. – sério, não precisa se preocupar, essa hora tem um monte de taxi livre.

– Você sabe que não tem problema nenhum, e de moto é muito mais rápido.

Hope até pensou em continuar negando, afinal o plano inicial era manter certa distancia e caronas certamente não era uma boa maneira de conseguir o objetivo inicial, mas ele tinha razão, chegaria muito mais rápido com a moto e naquele momento o cansaço resolveu bater aumentando consideravelmente sua vontade de chegar o mais rápido possível em casa.

– Tudo bem, vamos. – Zayn pareceu feliz com a resposta.

Zayn cumprimentou de longe, algumas das poucas pessoas que ainda malhavam na academia e logo os dois já estavam correndo pelas ruas movimentadas de Nova Iorque. A sensação do vento chocando se contra o rosto ainda levemente soado de Hope era tão gostosa que a garota nem sentia mais o medo de cair presente nas vezes anteriores em que esteve no automóvel de duas rodas.

Como o esperado, em pouco tempo haviam chegado, mas o que Hope não esperava e nem podia imaginar era encontrar a garota loira que não via há um ano e meio sentada na sua calçada, praticamente onde Zayn havia estacionado.

Desceu da moto com o coração acelerado e a boca seca. Não conseguia acreditar no que via a sua frente.

– Nossa até que em fim você chegou! A senhora tinha me dito que não iria demorar. Ela claramente se enganou.

– Aimeé? – Hope estava tão assustada que Zayn podia jurar que a loira era um fantasma. – O que você veio fazer aqui? – só depois de ter dito, Hope percebeu o quão rude suas palavras soaram.

– Bom eu vou indo nessa. Uma ótima noite para vocês. – Zayn se manifestou apenas porque não achou educado sair sem nem ao menos uma boa noite, embora achasse que qualquer coisa que falasse fosse ser totalmente ignorada. Infelizmente ele estava errado.

– Namorado novo? Não vai me apresentar? – encarou Hope esperando qualquer atitude da morena que continuava sem saber ao certo como agir com sua irmã que há quase dois anos havia decidido cortar todo o tipo de relação com a família. Mesmo tendo plena ciência da doença de Caleb Aimeé decidiu partir sem se preocupar em atender as inúmeras ligações ou mensagens então Hope se via no direito de não lhe dar a mais calorosa recepção.

– Não somos namorados. – Zayn respondeu ao perceber que Hope não iria se dar ao trabalho de dizer nada e também porque queria logo ir embora, o clima ali não era um dos melhores. – Eu me chamo Zayn, muito prazer. – estendeu a mão para Aimeé que logo a apertou se apresentando também.

– É uma pena vocês não namorarem. – Aimeé disse parecendo sincera. O que deixou Zayn totalmente sem graça, mas Hope ainda parecia alheia demais para de mostrar qualquer reação.

– Bom, eu realmente preciso ir agora. Até mais meninas. – sem esperar qualquer resposta, Zayn ligou a moto e as deixou sozinhas.

– Agora você poderia fazer o favor de me responder Aimeé? – Hope perguntou. Seu tom de voz denunciando a quão nervosa ela estava. – cansou da vida na Europa ou simplesmente acordou e lembrou que tem uma família?

– Hope, por favor, eu não quero brigar não aqui fora pelo menos. Vamos entrar e conversar lá dentro? – Hope teve vontade de gritar para ele sumir de vez e nunca mais aparece, de reproduzir os golpes que aprendera com Zayn naquele rostinho delicado emoldurado pelas mechas platinadas ou de simplesmente entrar e bater a porta na cara dela, mas não tinha coragem para nada disso, pois ela ainda era sua irmã, sua única Irma e seria mentira dizer que não sonhava com o dia que ela iria ligar ou responder alguma das mensagens.

– Na verdade acho melhor conversamos outra hora.  – respondeu visivelmente abalada. Não tinha condições nenhuma de manter um diálogo com a irmã. Pelo menos não naquele momento. Aimeé, no entanto, pareceu entender. Sua expressão tranquila e o meio sorriso que ofereceu antes de concordar com a cabeça diziam que ela já esperava aquela reação.

– Me mande uma mensagem assim que puder. Prometo responder dessa vez. – entregou para Hope um pedaço de papel amassado com seu novo numero de celular e um pedido de desculpa torto e falhado em baixo.

Hope suspirou fundo e observou Aimeé se afastar de casa e uma sensação de aperto invadiu seu peito. Sentiu vontade de gritar para que a irmã voltasse, mas precisava pensar, se acalmar e acima de tudo descansar.