História Hurricane - Party Kiss

Três meses depois*

Eu não tinha mais ânimo para sair, esses últimos três meses foram terríveis, eu estava mal na universidade e resolvi sair do estagio. Não saí do apartamento, apenas para ir a universidade, só falava com a mamãe por telefone ou quando ela vem me ver, porque desde a morte da vovó eu não fui em Anaheim. Nathalie e Tomas sempre tentam me fazer sair de casa, só que eu sempre evito, talvez isso seja errado, mas eu não conseguia mais.

Era sábado, e já devia ser 20pm, e eu estava sentada com meu maravilhoso pijama, vendo tv, ate ouvir a campainha, levantei e caminhei ate a porta olhando pelo olho magico, vendo Tomas todo arrumado parecendo que ia a alguma festa. Abri a porta, e ele me olhou de cima a baixo com um olhar de reprovação.

— Não acredito que você esqueceu, Olivia Campbell! — Ele parecia bravo.

— O que eu fiz? — Perguntei sem entender nada.

— Você esqueceu do meu aniversário. — Puta merda, hoje era a festa do Tom.

— Tomas, desculpa. Eu esqueci, me desculpa. — Esperei que ele falasse algo, mas não aconteceu. — Olha, eu não vou poder ir, estou meio ocupada aqui, estudando.

— Estudando? Olivia, olha, eu sei que tudo foi muito difícil pra você, eu sei o quando você amava ela, mas com todo respeito, você ainda esta viva, e você acha que ela gostaria de te ver assim? Você só tem se matado aos poucos, e deixou literalmente de viver. — Ele olhava fixamente em meus olhos. — Eu sei sua dor, mas não precisa esquecer que ainda vive. — Abaixei minha cabeça e suspirei.

— Tudo bem, vou me arrumar. — Dei as costas e fui direto ao meu quarto.

Tom tinha razão, eu esqueci totalmente de viver, deixei que a dor me consumisse, não era isso que a vovó queria pra mim, então hoje eu vou curtir o aniversario do meu melhor amigo, vou voltar ao meu mundo, vou voltar a procurar minha felicidade.
Terminei de me arrumar e fui direto para a sala, Tom estava sentado no sofá com os pés na mesinha de centro.

— Tira os pés dai, folgado. — Gritei, e ele se assustou, rindo.

— Ok mandona, vamos? — Ele falou se levantando, e eu apenas assenti.

(...)

Chegamos ao salão de festas, que agora parecia mais uma balada famosa, o que me fez rir.
A música estava muito alta, luzes piscando, muita gente, alguns eu conhecia, outros não, tinha cerca de 150 pessoas, ou mais. Não achei a Nath em lugar nenhuma, logo depois Tom me disse que ela chegaria mais tarde, então fomos até o bar, pedi um coquetel sky, e o Tom tequila, não demorou muito nossas bebidas chegaram.

— O Justin está aqui. — Tomas falou perto do meu ouvido por conta do som alto. — E ai? Quer uma ajudinha?

— Por que ainda está perguntando? — Respondi e ele deu risada virando a tequila de vez saindo me deixando sozinha tomando meu coquetel. 

As músicas estavam muito boas, era impossível não dançar, enquanto tomava lentamente meu coquetel para não ficar louca antes da hora. Depois de algum tempo vi o Tom e o Justin caminhando ate o bar, tratei de disfarçar e fingir que nem percebi a presença deles.

— Ah, Livy, caramba, eu estava te procurando, onde você se meteu? — Tom falou, e eu logo entendi seu joguinho.

— Bom... Resolvi beber algo, então aqui estou eu. — Falei sorrindo.

— Ok... Ah Justin, lembra da Olivia? — Tom falou

— Claro que sim, como esquecer... — Ele falou sem tirar os olhos de mim, e eu sorri.

— A Nath chegou. — Tom falou olhando seu celular. — Pediu para que eu fosse buscar ela na portaria.

— Tudo bem, quer que eu vá contigo? — Falei.

— Não precisa, só fica aqui e vê se não some de novo. — Ele piscou e saiu rindo de sua ironia.

Eu estava com um pouco de vergonha, não sei porque, mas estava, então voltei a tomar meu coquetel, e me mexia no ritmo da musica, porém nada desesperado, olhei as pessoas que estavam na pista de dança, alguns se beijando, outros apenas dançando mesmo.

— Você é sempre tímida assim? — Justin perguntou próximo ao meu ouvido.

— Não sou tímida. — Falei sorrindo. — Só não tenho muito assunto. — Mentira, sou bem tagarela.

— Então... Não precisamos conversar. — Fiquei sem entender, ate que ele me beijou, fiquei sem reação ate ele parar. — Desculpa...

— Ele falou já dando as costas.

Antes que ele se afastasse, peguei em seu braço fazendo ele me olhar, com a outra mão, coloquei minha bebida no balcão, e logo após puxei ele e beijei. Ele ficou meio surpreso, mas logo cedeu. Seu beijo era diferente, era inexplicável, a música que estava alta, em meus ouvidos agora quase não se ouvia mais. Ele segurou minha cintura me aproximando mais dele, transpassei meus braços em seu pescoço dando intensidade ao beijo, que logo foi interrompido por alguém que esbarrou em nós dois.

Ele ainda estava com as mãos em minha cintura, e eu abraçada em seu pescoço, e ele olhou em meus olhos e deu sorrisinho de canto.
 

— Estava imaginando isso desde a pizzaria. — Ele falou me fazendo sorrir.

— Olha eles, não posso dar as costas um segundo e já estão se pegando. — Tom falou, chegando com a Nath ao seu lado, que quando viu a cena fechou logo a cara.

Me afastei do Justin, um pouco constrangida com o comentário do Tom e a reação da Nath.

— Oi... — Falei me aproximando da Nath, e abracei ela, que não teve um retorno muito agradável.

— Oi? Mano, você passa três meses enfurnada naquele apartamento, e quando sai já é pegando o primeiro que aparece? — Nath falou para que só eu e ela escutássemos.

— Uau, Nath! — Falei ofendida com suas palavras. — Olha eu não vou discutir contigo, porque você tem sempre uma opinião negativa para tudo, e eu odeio isso, então vou curtir a noite sem precisar saber do que você acha bom ou não. 

— Olha me desculpa, ok? Mas é estranho pra mim ver você do dia pra noite assim. Me desculpa, ok? 

— Ok... — Ela sorriu e me abraçou, sentia falta dos seus abraços. — Vamos dançar? — Ela apenas assentiu,

(...)

Já devia ser umas 4:40am o sol estava nascendo. estava no apartamento do Tom, porque ficava mais próximo do salão de festas, então iria dormir la com a Nath, que a proposito já estava dormindo.

Falando em festa, adorei. Dançamos muito, se eu e o Justin ficamos novamente? Claro que sim, dançamos juntos e ficamos praticamente a festa toda juntos. Foi tudo perfeito, o Tom estava feliz com sua festa de 21 anos, nos divertimos muitos, me senti viva novamente, e a Nathalie ficou logo bêbada, por isso já está em seu decimo sono na cama do Tom.

Fui para o banheiro tomar um banho. Me despi e liguei o chuveiro, sentindo a água morna batendo em minha pele. Não conseguia parar de pensar na festa, e muito menos nos lábios do Justin, nossa que homem é aquele? 
Terminei meu banho, peguei uma roupa minha que já tinha de reserva no closet do Tom, já que sempre eu e a Nath dormíamos na casa dele, e vice versa.

Botei um babydoll azul bebê e sai do quarto indo em direção ao sofá, já que o Tom estava jogado na cama com a Nath, e só tinha um quarto no apartamento.

Dei de cara com o Justin deitado no sofá, porem acordado, e sem camisa... Que visão maravilhosa.

— Opa, desculpa, não sabia que estava aqui. — Falei constrangida pelo fato do meu babydoll ser muito curto.

— Tudo bem, desculpa. — Ele falou se sentando, com um sorriso no rosto.

— O Tom e a Nath estão mortos na cama. — Falei rindo, e ele sorriu.

— Senta aqui. — Ele bateu no lugar do sofá ao seu lado. Então eu fui, sentando ao seu lado. Percebi que em seus braços havia algumas tatuagens, o que só deixa ainda mais atraente. — Foi ótimo estar contigo esta noite.

— Digo o mesmo. — Falei olhando em seus olhos, sorrindo.

— Podemos sair juntos, qualquer dia desses? Quero te conhecer melhor. — Ele falou com um brilho nos olhos.

— Eu adoraria. — Falei e logo após selei nossos lábios. — Preciso dormir, vou para o outro sofá. — Falei sorrindo, e ele concordou.
Deitei no outro sofá, com uma vontade imensa de dormir, mas meus pensamentos não deixavam. Eu iria adorar sair com o Justin... Ele é um cara atraente, e parece ser legal. Vou adorar conhecê-lo.