[Will]
— Desde quando você da aula? – questionei assim que a sala ficou vazia.
— Desde hoje – respondeu dando de ombros – vamos pro shopping antes que nos atrasemos.
— Você vai pro shopping assim? – Jason questionou referindo-se as suas vestes.
— Se eu trocar de roupa você vai se arrepender – avisou o moreno – tem certeza?
— Agora!
— Ok, ok – levantou as mãos em rendição – sem stress. Me deem 10 minutos.
Pegou a mochila, colocou no ombro e entrou em uma porta no canto da sala, que não percebi que existia.
Dez minutos depois... Bom, vejam vocês mesmos.
— Jason – chamei o garoto distraído com o celular.
— Sim?
— Pode se arrepender agora. – apontei para a porta onde um moreno amarrava os sapatos.
Usava uma calça jeans azul extremamente apertada nas coxas, All Star branco cano alto e uma camiseta vermelha com detalhes pretos com um... Um santo decote. A abertura ia até o umbigo, presas por cadarços finos que deixavam seu peito a mostra.
— Eu vou ter cabelos brancos antes dos 50 – resmunga o loiro – você não tem roupas normais?
— Digamos que eu goste de chamar atenção – respondeu ele se aproximando de nós.
— Não quero que chame atenção de mais ninguém – o Jason cruzou os braços fortes em frente ao peito.
— Eu gosto de chamar sua atenção... – Juny passou o indicador pelo queixo do namorado de uma maneira extremamente sexy, deu as costas e foi em direção à saída. Pude ver que a calça apertada lhe caia muito bem, delineava suas curvas – Vocês vem ou não? – virou-se para nós novamente.
Coloquei a mão no ombro de Jason.
— Você está com problemas parceiro – sussurrei.
— Nessas horas eu me pergunto: Porque não fiquei como Nico?
— E qual seria a resposta? – questionou Luke do outro lado do garoto.
— Nico não me enfeitiçou como Juny fez – respondeu com um sorriso gentil nos lábios – minha vida sem ele não seria a mesma coisa.
...
— Até que enfim! – Percy levantou os braços aos céus – Porque demoraram tanto?
— Jason teve uma crise de ciúmes por causa das minhas roupas – o moreno revirou os olhos fazendo o namorado bufar e cruzar os braços como uma criança contrariada.
— Já podemos comer? – questionou Nico – Estou com fome.
— Você sempre está com fome – retruca Leo.
— Metade de mim é fome.
— E a outra metade? – perguntou Frank curioso.
— Eu comi – deu de ombros.
O estomago de Leo roncou alto.
— Por favor, vamos comeeer! – disse manhoso.
— Jackson você paga – disse ao moreno de olhos verdes.
— Porque eu?
— Somos visitas – dei de ombros e comecei a andar.
Fomos à praça de alimentação, uma senhora praça de alimentação, e nos sentamos para esperar alguém nos atender. Não tinha visto muitos lugares ainda, mas pelo que vi da viagem, a Austrália era linda. Eu esperava um lugar cheio de cangurus coalas, mas não era bem assim. Era praticamente uma segunda Nova York, cheia de prédios e apartamentos, shoppings e lojas, e mais ainda faculdades.
— Posso anotar o pedido de vocês? – uma garçonete veio ao nosso encontro.
— Srta. Angel? – levantei os olhos e encontrei a morena de mais cedo. Os cabelos presos por um boné, uma camiseta vermelha da lanchonete e um avental na cintura.
— Que moça bonita – comentou Percy.
— Realmente – concorda Nico fazendo a garota corar – quem é Jun?
— Pessoal essa é a Srta. Angel – gesticulou para a morena – uma das minhas alunas.
— Alunas?! – questionaram os garotos confusos.
— Longa historia. – respondeu ele – Não sabia que trabalhava aqui Srta.
— Por favor, me chamem de Relena – sorriu tímida – preciso desse emprego pra me manter nesse país.
O celular apitou no bolso da garota.
— Acabou meu expediente – sorriu aliviada – mas vou atendê-los.
— Nada disso – Juny puxou mais uma cadeira – sente-se conosco. – Ela pareceu meio hesitante – Ora vamos Relena, é sexta feira. Vem bater perna com a gente.
Suspirou cansada.
— Tudo bem, acho que não tem problema – chamou outra garçonete – vou me trocar, volto logo.
...
Poucos minutos depois Relena volta, usando um vestido sem mangas decotado e sandálias de salto alto. O cabelo preto estava solto e esvoaçante, revelando uma mecha vermelha.
— Uau – chamei sua atenção – querendo impressionar alguém?
A garota abaixou o olhar levemente corada o que nos fez rir.
Comemos conversando sobre assuntos aleatórios, o papo estava ótimo, Relena era muito amigável e simpática, mas algo nela me incomodava. Aquela sensação de que já tinha a visto em algum lugar antes.
Saímos da praça e andamos pelo grande shopping, olhando vitrines, conversando e brincando. Segurava a mão de Luke enquanto andávamos, vez ou outra selando nossos lábios disfarçadamente, e logo chegarmos ao nosso destino inicial.
— Essa é a tal loja? – questionei quando paramos em frente a uma grande loja repleta de fantasias de personagens de games e animes.
— Aham – Juny adentrou o lugar – tudo o que precisamos está aqui.
— Por acaso vocês vão ao evento de sábado que vem? – perguntou à morena.
— Sim – responde Nico – viemos atrás das nossas roupas.
— Que coincidência – sorriu – eu também vou.
— Melhor ainda – Leo se pronuncia – podemos ir juntos.
— Então vamos às compras – disse.
...
A loja era enorme, tanto por fora quanto por dentro. Perucas, fantasias, maquiagem, acessórios, tinha literalmente de tudo naquele lugar.
— Muito bem – Juny virou-se para nós – vamos fazer duplas e pegar tudo o que precisamos, como já sabemos os cosplays uns dos outros vai ser mais fácil. Will e Luke vocês vão atrás das perucas, Percy e Nico das roupas, Leo e Frank da maquiagem, Jason e eu dos acessórios, Relena – apontou para a garota e fez uma pausa pensativa – nos vemos mais tarde.
A morena apenas riu.
— Nos encontramos aqui em uma hora. Duvidas?
Todos bateram continência.
— Não senhor!
Ele revira os olhos e sorri de canto.
— Sumam da minha frente seus palhaços.
Puxei meu amado para um corredor qualquer e começamos a busca pelas perucas.
— Certo – comecei contando nos dedos – precisamos de uma loira, uma ruiva, uma azul, uma laranja e duas pretas. Esqueci algo?... Amor?
— Olha isso – virou-se para mim com um par de orelhas brancas e marquinhas nas bochechas – como ficou?
— Que lindo neko – sorri acariciando sua bochecha com as costas da mão – meu neko.
Aproximei meu rosto do seu até nossos lábios roçarem um no outro.
— Só meu... – sussurrei acabando com a curta distancia entre nós com um beijo. Nada de línguas, nem mordidas, apenas um beijo. Um selar de lábios repleto de carinho.
Nos separamos segundos depois e olhei no fundo dos seus olhos, seu olhar era repleto de ternura, paixão e esperança. Luke era meu raio de luz, minha bomba da paz, minha esperança. Minha vida.
Ele era minha vida.
Nostálgico? Muito. Não consegui não sorrir com a lembrança. Acordei dos meus devaneios quando senti uma tiara ser coloca em minha cabeça, seguida por alguns fiapinhos nas bochechas.
O garoto a minha frente levantou o celular para que pudesse ver meu rosto. Meus fios compridos cobriam a tiara, deixando a mostra apenas as orelhas brancas idênticas as suas. Os bigodinhos nas bochechas faziam cosegas.
— Meu neko-chan – sussurrou sorrindo gentilmente.
Tirei o celular do bolso e abri a câmera frontal. Posicionei-me ao lado do loiro, coloquei a ponta da língua pra fora e passei-a suavemente por sua bochecha no mesmo instante em que tirei a foto.
— Que perfeita – comentou – minha vez.
Ergueu o celular no mesmo instante em que roubou de meus lábios um selinho. Ambos de olhos fechados, naquele instante o mundo resumia-se apenas a nós dois, meu mundo girava em torno de Luke Castellan.
— Eu te amo sabia? – sussurrei em meio aos selinhos.
— Eu te amo mais – e desta vez selou nossos lábios em um beijo de verdade.
Nossas línguas travavam uma feroz batalha pelo domínio da boca um do outro, a qual não se estendeu por muito tempo já que cedi passagem a sua. O músculo quente adentrou minha boca, explorando cada canto da mesma. Seu sabor inebriante de amoras silvestres, seus lábios quentes e macios, suas mãos fortes em minha cintura, meus dedos em seus cabelos macios. Era tudo tão...
Perfeito
Nos separamos minutos depois por falta de ar, ao abrir os olhos a linda visão daquele gatinho era apaixonante.
Luke Castellan era apaixonante
— Vamos gatinho – tirei minhas orelhas e os bigodes – temos que voltar a missão de achar as perucas.
Enquanto andávamos pelo corre dor ouvia ele tagarelar sobre alguma coisa de Kuroko no Basket, eu não estava prestando atenção. Estava mais interessado em cortar a foto que tiramos e usa-la como protetor de tela.
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