História I Always Will Love You (Lets To College) - Promessa

[Nico]

— ANDE LOGO JASON! – gritei ao pé da escada – NÃO É SÓ PORQUE VOCÊ ESTA NOIVO QUE DEVE TREINAR PRA SE ATRASAR ASSIM!

Ok eu admito, estava feliz pelos dois estarem noivos, mas ele escolheu uma péssima hora pra se atrasar.

Após o capitulo das competições dois dias antes, Jason e eu voltaríamos pra Itália, eu ainda precisava de um quadro pra exposição (já que ele me ocupou demais para eu não pintar) e ele iria fazer a apresentação de Romeu e Julieta.

Já eram 6:30 quando ele desceu, o que significava que estávamos atrasados. Bem atrasados.

— Relaxe um pouco Nico – desceu os degraus sorridente – esta muito estressado.

— Como diabos ou vou relaxar? Eu preciso de um quadro pra exposição e eu não tenho nada na cabeça. Eu preciso de um até depois de amanhã se não estou completamente ferrado, vou seu desclassificado e vou acabar tendo complexo de...

Fui calado com um beijo.

— Ele tem razão amor – o moreno a minha frente sorria abertamente – relaxe.

—Pra você é fácil, você já ganhou sua competição – cruzei os braços frustrado e ele apenas riu.

— Não se preocupe – uma quarta voz se fez presente – estaremos lá com você Nick. – abraçou o noivo pelas costas.

— Eu sei, eu sei agradeço muito – suspirei cansado – é só que...

— Que...? – Percy me incentivou a continuar, lançando-me um olhar questionador.

— SÓ VÃO ESTAR LÁ COMIGO SE PERGARMOS A DROGA DO AVIÃO!

...

— Sério que você tem medo de avião? – questionei ajeitando-se na poltrona ao seu lado.

— Mas é claro! – o moreno se exaltava – E se esse treco cair no meio do atlântico?

— De uma de peixinho dourado e saia nadando – dei de ombros recebendo um olhar indignado – relaxe Percy.

O garoto sem mais nenhuma opção, se encolheu na poltrona da janela assim que o avião começou a se mover. Ele apertava fortemente minha mão, eu já não sentia meus dedos.

— Você se agarrou assim no meu irmão quando vieram pra cá? – questionei e ele corou violentamente.

— Foi o pior erro da minha vida – respondeu e lhe lancei meu melhor olhar confuso – ele ri de mim até hoje por isso.

Às nossas costas ouvi risadas, me virei encontrando um Jason completamente vermelho e sem ar.

— E do nada ele agarrou minha mão com a maior cara de pânico que já vi na vida – dizia o moreno entre risos – e começou a chorar. “Não me deixa morrer Juny, por favor, não me deixa morrer”.

E os dois caíram na gargalhada.

Horas depois já sobrevoávamos o mar aberto. Ao meu lado Percy dormia tranquilamente encostado na janela. Seu rosto era sereno, sua expressão tranquilamente sonhadora e seus lábios estavam suavemente entreabertos.

É realmente uma criança no corpo de um homem

Dei um beijo em sua bochecha o fazendo se remexer um pouco. Virei-me na poltrona e olhei para os assentos de trás, encontrando um Jason adormecido com a cabeça apoiada no ombro de Juny, enquanto o mesmo lia um livro qualquer.

— Ansioso pra voltar pra casa? – questionei baixo chamando sua atenção. Ele sorriu.

— Sim, saudade de lá. – olhou o mar pela janela por alguns segundos e logo voltou-se para mim – Você já foi ver a nonna e o nonno?

— Não – respondi triste – estou em Roma mano, Veneza é muito longe.

Um sorriso triste brotou em seus lábios.

— Sinto falta deles – confessou.

— Sim, eu também.

E o restante da viagem foi no mais puro silêncio.

[Percy]

Acordei com um formigamento gostoso na bochecha, o qual distingui como beijos.

— Percy – chamava uma voz baixinho – vamos amor acorde.

— Já é de manhã? – resmunguei ainda de olhos fechados.

— Sim, e você precisa acordar.

— Só mais cinco minutos...

— Vamos meu amor acorde, você tem que ver isso.

Abri levemente os olhos tendo a linda visão do rosto angelical de Nico. Uma bela visão a se ter quando se acorda. Me ajeitei na poltrona e olhei pela janela ao meu lado.

— Uau! – coloquei a mão no vidro não acreditando naquela vista – Estamos em...

— Roma? Sim estamos.

Abaixo de nós estendia-se toda a Roma moderna, construída sobre a antiga. Casas, prédios, igrejas, parques, e... O majestoso coliseu.

Enorme e ainda intacto, a construção era ainda mais magnífica vista de cima, as paredes destruídas de séculos passados ainda estavam ali. Era impossível imaginar que naquele lugar aconteciam tantos duelos dos mais fortes gladiadores de toda Roma antiga, os leões, as bigas, lanças, espadas e escudos.

Nico me estendeu a mão.

— Segure.

— Pra que? – questionei e logo seu sorriso divertido me deu a resposta – Estava bom demais pra ser verdade.

Agarrei firme sua mão e o avião desceu.

...

— Bem vindos a nossa humilde casa – Nico abriu a porta.

— Você chama isso de humilde?! – questionei indignado.

Assim que adentrei o lugar me deparei com uma sala tão grande quanto um jardim, as paredes claras davam contraste aos sofás negros e os tapetes vermelhos, nas paredes quadros feitos por Nico.

— Gostei dos quadros – comentou Juny às minhas costas.

— Sintam-se em casa – Jason abraçou sua cintura, e no minuto seguinte o celular do moreno toca.

 — Que estranho... – resmungou antes de atender – Alô? Leo?

O olhei confuso, em busca de respostas e o mesmo pareceu igualmente confuso.

— Calma fala devagar. Respira, se acalma. Pronto? Ótimo. Agora diz o que aconteceu.

Ele ficou em silêncio enquanto colocávamos as malas pra dentro do apartamento.

— Leo, pare de rodeios – irritou-se – fale de uma vez o que quer falar.

Não foi preciso estar no viva-voz pra ouvirmos o grito seguinte.

 — EU VOU ME CASAR!

— Agora fale devagar o que aconteceu – pedia Nico com uma tigela de pipoca entre as pernas.

Estávamos em seu quarto, esparramados em sua cama, comendo pipoca e conversando com Leo pela webcam. O latino abraçava um pequeno robô e sorria como uma criança que acabara de ganhar um brinquedo novo.

— Eu estava na oficina... – começou não conseguindo conter o riso entusiasmado – Ai ele entrou... Robosinho... Pedido... – gritou de felicidade.

— Acho que já entendi tudo – comentou Juny roubando mais pipoca de Nico – parabéns Leo.

— Agora podemos fazer um casamento duplo – disse jogando algumas pipocas na boca.

— Duplo? – Leo fez uma expressão confusa – Quem mais vai se casar?

E em um ato totalmente sincronizado Nico e eu apontamos para os outros dois garotos na cama.

— O QUE?! QUANDO VOCÊS IAM ME CONTAR ISSO? – o garoto atrás da tela se exalta.

— Não achei que fosse preciso... – Jason resmunga.

— É claro que é preciso superman! Como foi? Quando você pediu ele em casamento?

— Na verdade fui eu quem pediu – respondeu Juny – foi na minha apresentação da...

— Espera – pediu Leo – vocês voltaram? Não estavam brigados?

— Longa historia Leo, longa historia – resmunguei.

— Pois podem me contar – cruzou os braços – eu tenho tempo de sobra.

Quando abri a boca pra lhe responder Will aparece em uma tela diferente ao lado de Leo.

— EU VOU ME CASAR! – gritou entusiasmado.

— Era só o que faltava – disse Nico com a boca cheia de pipoca – virou festa agora?

Enquanto eles conversavam sobre os tais pedidos fiquei pensando com meus botões. E quanto a mim? Os outros também estão se casando, mas e eu? Quer dizer eu quero me casar com Nico, deuses como eu quero. Mas como pedir? O que vou dizer? O que deveria vestir ou fazer? Muitas perguntas, nenhuma resposta.

— E quanto a vocês Jackson? – perguntou Will – Quando vai pedir a mão de Nico?

— Will! – Nico corou violentamente.

— O que? Já esta mais do que na hora. Certo Leo?

— Certíssimo. Ai poderemos fazer um casamento quádruplo. Mas pra isso você tem que mexer seus pausinhos Jackson...

— Com licença. – pedi e sai do quarto.

Caminhei até o quarto da frente, revirei as malas em cima da cama escolhendo uma muda de roupas e me tranquei no banheiro. Precisava pensar.

Assim que me despi, entrei no grande e espaçoso box negro e abri o registro, deixando a água fria cair sobre meus cabelos e correr por meus ombros. Aquele contato gelado com meu corpo quente era relaxante.

Enquanto a água escorria pelo meu corpo levava consigo meus pensamentos, pesados e preocupados, para o ralo. Geralmente quando estava na água conseguia pensar melhor, com mais clareza, e foi isso que aconteceu.

Nico, eu prometo que o seu pedido vai ser especial.