"Tudo que eu quero ouvi-la dizer é "você é meu."
Pov. Katherine Grey
Saí do carro e ajeitei a minha blusa, olhando para os detalhes do lado de fora da mansão de Jane. Caminhei até a entrada da mansão e logo Jane apareceu, me recebendo com um abraço.
– Como você está, querida? – Ela sorriu, acariciando meus cabelos.
– Vou estar muito melhor quando resolver meus problemas. – Mordi os lábios, nervosa.
– Ela está no porão.
Foi tudo o que Jane disse e eu entrei na mansão, seguindo para a porta em um corredor ao lado da sala que dava até o porão. Retirei minha arma da cintura e destravei antes de abrir a porta, desci as escadas lentamente evitando o barulho.
– Eu sei que você está aqui. – A voz de Alison surgiu quando eu pisei no último degrau.
– Não sabia que você tem sexto sentido. Então, vamos conversar civilizadamente, irmã? – Caminhei pelo local, até que a vi parada perto de uma mesa.
Alison limpava a arma em suas mãos e a mesa que ela estava perto, repleta de armas de tudo que é tipo.
– Irmãs? É isso o que somos? – Ela me fitou, arqueando a sobrancelha.
– Acredito que sim. – Ironizei, abaixando a arma.
– Então você é uma péssima irmã.
– Isso é verdade. – Dei de ombros.
– O que quer, Katherine? – Alison jogou a arma em cima da mesa e cruzou os braços.
– Vim me desculpar.
– Você ficou com ele por vingança ou apenas porque não tinha mais ninguém? – Ela perguntou.
– Fiquei com ele porque o amo. – A fitei séria e ela encolheu os ombros. – Eu quero que você volte.
– E por que você quer isso?
– Porque preciso da sua ajuda.
– Tudo bem. – Alison deu de ombros e sorriu, convencida. – Mas saiba que eu só vou fazer isso pela família.
– Tudo bem. Não é como se eu quisesse que todos morressem de qualquer maneira. – Resmunguei.
– Família não termina em sangue.
– Essa família é diferente. – Guardei minha arma na cintura.
– Por que você tem esse sentimento de que não desse confiar em ninguém? Você afasta tudo e todos, não dá pra ser como antes? – Alison aumentou o tom de voz, falando rapidamente.
– Eu não quero ficar por perto se isso te traz dor.
– O seu lugar é aqui, do meu lado. Eu quero que você fique. – Alison se aproximou.
– Você vai continuar amando um homem que você não deveria estar? – Cruzei os braços.
– Isso é o de menos, acredite.
– Eu apenas não confio em vocês mais. Vai ser difícil vocês conseguirem minha confiança de volta. – Disse com um ar sério.
– Nossa família fez de tudo para te proteger no momento em que soubemos de sua existência.
– Eu sei. Mas o mundo está tentando me matar dês do momento em que eu nasci. – Sorri ironicamente.
– Você acredita em perdão?
– Não, Alison. Com certeza não. – Disse por fim, virando as costas e subindo as escadas do porão.
Pov. Owen Grey
Já estava irritado com a demora de Emery para dar mais informações e, começo a pensar que não tenha sido uma boa idéia. A sexta-feira chegou e depois de longos dias de frio e chuva, o sol apareceu.
Na sala de treinamentos, peguei minha garrafinha d'água e uma toalha de rosto que deixei em cima de uma pequena mesa perto de mim. Meu corpo suado e cansado, meus músculos doíam de tantos golpes que eu dei no saco de pancadas.
A porta da sala abriu e Jason e Richard entraram na mesma.
– Viu Katherine? – Jason se apoiou na esteira ao meu lado.
– Não. – Respondi sem fita-lo, secando meu rosto.
– Tem idéia de onde ela pode ter ido? – Fitei Richard e ele riu, logo em seguida fitei Jason e neguei com a cabeça. – Tem certeza?
– Por que não coloca logo um rastreador nela? – Ironizei.
– Muito engraçado, você melhor do que ninguém sabe que ela pode fazer merda a qualquer momento. – Ele disse ríspido.
– De quem será que é a culpa? – Richard cantarolou.
– Ela não tem que ser essa pessoa, eu não quero que ela seja. – Jason fitou Richard.
– Só pensa, Jason. – O fitei. – Vocês tratam ela como se ela não fosse nada, você que quis ela nisso, esqueceu?
– Isso tudo começou quando você entrou na vida dela. Você está destruindo quem ela é.
– Outra pessoa já fez isso. – Coloquei a toalha no meu ombro e peguei minha blusa que estava no chão.
– É tudo sua culpa. – Richard cruzou o braços, negando com a cabeça enquanto fitava Jason.
– Me desculpe? – Jason franziu o cenho.
– Nenhum de nós nascemos gângster, você fez isso com a gente quando inventou de ter uma equipe.
– Você está se escutando? – Jason começou a gritar e eu saí daquela sala o mais rápido possível.
Não estou com paciência pra lidar com Jason. Ele simplesmente não entende tudo o que ele causou na vida de Katherine, e nunca vai assumir que errou.
Entrei na mansão e fui direto para a cozinha, encontrando John e Dylan em pé com os olhos vidrados na tela do notebook, que estava em cima do balcão. Eles nem perceberam minha presença. Me aproximei e coloquei minha garrafinha em cima da mesa e eles desviaram o olhar da tela, me fitando.
– O que tem de tão interessante aí? – Me apoiei na mesa.
– Estamos procurando um novo armazém. – John caminhou até a geladeira, pegando um suco na mesma e despejando em um copo que estava próximo.
– E por que não voltam a usar o antigo? – Franzi o cenho.
– Porque está caindo aos pedaços. – Dylan respondeu, voltando a olhar para a tela do notebook.
– Acha que consegue arranjar um armazém tão rápido assim? – Fitei John, arqueando a sobrancelha.
– Se liga no que eu vou te dizer, eu sou o cara, valeu? – John cruzou os braços.
Dylan e eu nos olhamos e começamos a rir, John revirou os olhos. A porta dos fundos da cozinha (que dá até a garagem) abriu e as risadas cessaram assim que Katherine entrou na cozinha, seguida por Alison.
Katherine passou por mim e abraçou Dylan, mas os olhares ainda estavam em Alison.
– Estou de volta, mis amigos. – Ela sorriu, levantando as mãos e dando de ombros.
– Familia é complicado. – John riu e se aproximou de Alison, a abraçando.
Fitei Katherine e ela sorriu de canto, dando de ombros. Neguei com a cabeça e saí dali, indo para o meu quarto. Minha cabeça já não consegue entender essa família, teve muita confusão em apenas um mês.
Quando cheguei em meu quarto, joguei minha blusa em cima da cama e entrei no banheiro, terminando de me despir e entrando embaixo da água gelada.
Não demorei muito no banho e quando estava saindo do box, escutei a porta do quarto abrir. Enrolei uma toalha na minha cintura e saí do banheiro.
Katherine estava parada perto da minha janela, fitando o jardim da mansão e com uma caixinha preta em suas mãos.
– Pelo visto Alison não te recebeu a tiros como você achou. – Sorri de canto.
– É... – Katherine colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e sorriu sem graça.
– Por que você está envergonhada? – Arqueei a sobrancelha.
– Eu não estou envergonhada! – Ela bufou, revirando os olhos.
Franzi o cenho e ela se virou para mim, mas continuou parada no mesmo lugar.
– Eu vou falar de uma vez, ok? – Kath me fitou e respirou fundo. – Você é a única pessoa que nunca me traiu, e mesmo assim eu sempre te afastei.
– Então me diga. – Cruzei os braços. – O que eu deveria fazer com você agora?
– Eu sei que fui uma idiota por sempre te afastar e depois voltar correndo para os seus braços de novo. – Ela desviou o olhar, mordendo os lábios.
– Talvez você seja destinada para sempre voltar pra mim. – Dei de ombros e ela voltou a me fitar.
– Eu te amo e, estou aqui agora dizendo que vou enfrentar o inferno que for, só pra te ter de volta.
– Está dizendo que tudo voltou como era antes? – Me aproximei em passos lentos e descruzei os braços.
– A gente não pode simplesmente voltar do jeito que era antes. – Katherine disse calmamente.
– Sim, a gente pode. – Segurei seu queixo, acariciando-o.
Ela negou com a cabeça e abaixou a mesma.
– Você diz que tudo está acontecendo de novo. – Acariciei sua bochecha. – Então, você pode me mostrar o caminho de novo?
– Eu não posso, porque eu não quero viver no passado. – Katherine abriu a caixinha em suas mãos, revelando duas alianças. – Quero um novo futuro com você.
– Sra. Grey.. – Um sorriso divertido surgiu em meus lábios. – Está me pedindo em casamento, de novo?
– Não espere que eu fique de joelhos. – Ela ironizou e eu dei uma risada. – O que me diz, Sr. Grey?
Com minhas mãos ainda no seu rosto, a puxei e selei nossos lábios. Nossas línguas se encontraram e suas unhas arranharam meus braços. A puxei pela cintura e a abracei, depositando vários beijos em seu rosto.
– Eu te amo. – Katherine acariciou meu rosto.
– Eu te amo.
Pov. Katherine Grey
7:40 PM
No jardim da mansão, Nick e Peter brincam de alguma brincadeira que eles inventaram com a bola, enquanto eu e Dylan observamos.
Fitei a aliança em meu dedo, observando o brilho do diamente e sorri. Dylan percebeu e riu pelo nariz.
– Alguém além de mim já sabe? – Dylan perguntou.
– Não devo satisfações pra mais ninguém.
– Sinto sua falta. – Ele me fitou.
– Me desculpe.. – O fitei e sorri de canto, me aproximando e acariciando seu rosto.
– Eu estou feliz de ter você de volta. – Me abraçou de lado.
– Dylan, sou eu. Eu sou sua melhor amiga! – Exclamei, sorrindo. – Nunca estive longe.
Ele ia responder, mas o barulho de que uma notificação chegou no meu celular cortou sua fala. Desbloqueei a tela e vi que era uma mensagem de John.
"Reunião no escritório, agora."
Mostrei a mensagem para Dylan e o mesmo chamou um segurança que estava parado perto da garagem, pedindo para ele vigiar as crianças.
Dei um beijo em Peter e Nick e saí dali junto com Dylan, entrando na mansão e indo até o escritório.
A maioria estava sentada no sofá e nas poltronas, o restante em pé. Sentei na minha poltrona e fiz um gesto com a mão para que John falasse.
– Consegui um novo armazém, escondido e sem muito movimento por perto. – Ele disse e fitou Dylan e Owen com um sorriso, se gabando.
Franzi o cenho vendo aquilo mas resolvi deixar pra lá.
– Sallow deu alguma notícia? – Perguntei.
– Ele mandou um e-mail. Temos todas as informações sobre o sequestro de Adams e vamos falar sobre no novo armazém. – John informou.
O silêncio ocupou a sala e todos pareciam perdidos. Até que Colton se levantou e passou as mãos pelos cabelos.
– Não sei, dude. Sinto que isso vai ser o fim da nossa família.
– Se é que podemos chamar isso de família. – Resmunguei e me levantei, apoiando as mãos na mesa em minha frente.
– Vamos sobreviver e passar por cima disso, nós sempre conseguimos. – Olivía disse, envolvendo seus braços na cintura de Richard.
– Será que vamos mesmo? – Michael me fitou.
– Vocês não suportariam a verdade, nem eu suporto.
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