Acordo com o barulho de Baekhyun tentando se levantar da cama e tento o ajudar. Baekhyun perdeu muito sangue com o tiro que levou à alguns dias atrás e não deixa ninguém olhar o ferimento. Provavelmente a situação piorou, mas tento afastar esses pensamentos.
A palidez de Baekhyun está cada vez mais forte, assim como a febre.
Ele se apóia na parede e tenta ficar de pé, me levanto correndo e o puxo novamente para a cama mas de tão fraco que ele está, Baekhyun não recusa minha ajuda.
Coloco minha mão em sua testa e Baekhyun fecha os olhos, sinto sua temperatura alta e tento abrir o curativo em volta do braço, mas ele segura minha mão impedindo que eu o faça.
- Por favor, não tente. - Baekhyun implora.
Me sento do seu lado e coloco sua cabeça em meu colo e acaricio seu cabelo, tentando aliviar o que quer que Baekhyun esteja sentindo, tentando sugar sua dor para mim apenas para vê-lo melhor.
Algumas horas depois, Baekhyun adormece e vou à procura dos meninos novamente em busca de ajuda. Baekhyun rejeitou todas as tentativas de ajuda que ofereceram, mas agora a situação estava óbvia e por mais que ele negasse, Baekhyun estava em seu pior estado.
Desço atrás de Luhan para pedir ajuda e encontro Kris sentado conversando com o mesmo de forma séria e baixa. Quando entro no cômodo o silêncio se estende e Kris se levanta e me ignora, indo até a cozinha.
- Luhan, a febre de Baekhyun aumentou e ele ainda não me deixa ver seu braço... - Me dirijo à ele.
- Vou conversar com ele e ver como o ferimento está, mesmo ele recusando. Ele está fraco demais para recusar alguma coisa. - Luhan sai e Kris aparece.
- Ele não deixa você ver o braço dele mas deixou você ver outras coisas...interessante. - Kris entra com as mãos no bolso e olhando para baixo. Era a primeira vez em dias que falava comigo.
- Será que você pode ter um pouco de compaixão pelo menos uma vez na vida? - Grito para Kris, me aproximo e bato em seu peito várias vezes, fazendo com que ele se assustasse e olhasse para mim.
Começo a chorar ainda batendo em Kris. Meus olhos se enchem de lágrimas tampando minha visão.
Kris me abraça de forma protetora e fico ali, chorando em seus braços. Quando ele percebe que eu não iria parar de chorar tão cedo, ele me puxa para o sofá. Ele se senta e me coloca do seu lado, o que nos deixou por um tempo ali e seu peito acabou abafando meus soluços.
Luhan desce correndo e se senta na nossa frente. Antes de falar percebo seu olhar arrasado e tentando buscar uma forma de escapar da realidade.
- SunHee... precisamos conversar...
- Diga logo Luhan, precisamos cuidar de Baekhyun. O que podemos fazer? - Kris parece estar realmente preocupado com a situação de Baekhyun
- É sobre isso... - Luhan respira fundo e enxugou minhas lágrimas. - Não há nada que podemos fazer...
- Luhan! Como assim? Precisamos arranjar um jeito de cuidar dele para ele melhorar! - Kris fala irritado e se levanta.
- Não há mais jeito, Kris! A ferida está infeccionada e não podemos fazer nada! Ele já era Kris!!! - Luhan também se levanta.
A última frase foi como se tivessem arrancado meu coração. Kris gruda na camisa de Luhan e o joga na parede.
- Luhan, tem que haver algo! Não podemos deixá-lo! Ele é um de nós, ele é nosso irmão! - Kris começa a chorar e Luhan o abraça.
- Eu sinto muito... - Luhan também começa a chorar. - SunHee, fique com ele enquanto pode. Alivie o sofrimento dele.
Me levanto sem sentir o chão e vou até o banheiro e coloco o pouco que tinha no meu estômago para fora. Fico sentada no chão do banheiro por um bom tempo e percebo que estou em estado de negação.Eu precisava ser forte por ele.
Vou até o quarto e fico lá com Baekhyun, cuidando dele. Conforme a noite se passa, os meninos, um por um vão até Baekhyun e se despedem dele, mas sem falarem do que aconteceria.
Quando falta pouco tempo para amanhecer fico a sós com ele. Baekhyun aos poucos vai se apagando, mas não deixa de sorrir para mim.
Eu não sabia quanto tempo mais duraria essa tortura de vê-lo sofrendo daquela maneira e começo a chorar em silêncio ao seu lado.
Se eu não tivesse saído com Sehun aquele dia, será que ele estaria bem? Será que ele teria a chance de viver mais, de ser feliz, de passar mais tempo comigo e com os meninos? A culpa caiu em meus ombros silenciosamente e ficou ali.
- Eu quero ver o mar, SunHee. Eu preciso ver o mar... - Baekhyun quebra o silêncio e quase em um sussurro me faz seu último desejo.
- O que você quiser... Vamos ver o mar. - Sorrio para ele e uma lágrima escorre ao saber o que viria a seguir.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.