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História I Believe In You - Décimo sexto capítulo


Escrita por: Derby_

Capítulo 16 - Décimo sexto capítulo


[Yuk]

 

Sentir as mãos quentes de Kuroda me confortando enquanto eu lembrava de tudo aquilo que eu mais queria esquecer, era de certa forma me lembrar de Cheng. Eu me sentia segura ao lado de Cheng, apesar de tudo. Eu sentia que ele se preocupava comigo muito mais do que minha mãe poderia sonhar em se preocupar. Respirei fundo, e continuei a contar tudo o que havia acontecido.

- Em uma das vezes que voltei para casa, para tomar banho e me trocar, comecei a ouvir comentários maldosos a respeito de meu pai. De que minha mãe deixava o marido em casa para dormir com o dono da loja de porcelanas, que não ficava longe de casa. Ouvir isso duas ou três vezes seguidas, fez com que eu perdesse a razão. Não me lembro de como foi, não me lembro dos detalhes. Invadi a casa do dono da loja de porcelana e pude ver com meus olhos aquilo que as pessoas comentavam. Ver minha mãe como uma vadia embaixo daquele porco imundo me fez ficar cega. O enchi de furos, usando a adaga que havia ganhado de Cheng alguns meses antes no meu aniversário. Ele disse que era pra eu me defender. Mas eu a usei para atacar. Depois que o deixei irreconhecível, olhei para minha mãe. Parecia uma prostituta barata, maquiada, nua e despenteada, gritando como uma louca histérica. Ela deve ter imaginado que eu faria o mesmo com ela. Eu queria fazer. Mas sabia que não teria coragem. Me virei e saí, as pessoas me cercando, a multidão se formando, atraída pelos gritos histéricos daquela puta que eu havia largado nua sobre a cama. Que eu havia deixado viva apenas por ter o azar dela ser a minha mãe. Acho que eu estava em choque. Não me lembro. Quando dei por mim estava numa delegacia. E um oficial nada gentil esfregando na minha cara um extenso papel com todas as acusações que pesavam contra mim. Quando ouvi uma pequena confusão do lado de fora da sala onde eu estava, vi Cheng sendo contido por dois policiais. Me alegrei por vê-lo ali. E me preocupei com o que poderia acontecer com ele, já que ele também já era procurado pelos crimes que cometíamos. Eu fui presa por furto, roubo de carros, tráfico, favorecimento de prostituição. Cheng, por tráfico, roubo de carros e assassinato. De três pessoas, incluindo o dono da loja de porcelanas. Ele havia assumido o crime pra me salvar. Pedi cinco minutos para poder falar com ele, e quando perguntei a ele o porque ele havia feito aquilo ele sorriu. Me disse que já seria condenado a morte de qualquer forma. Queria apenas me proteger. E me pediu pra ter juízo. Eu não pude dar sequer um beijo de despedida nele.

Parei de falar mais uma vez, agora sem conseguir conter as lágrimas que escorriam por meu rosto. Kuroda tinha minha mão imóvel entre as suas.

- Se quiser... deixar pra lá...

- Não... agora que eu comecei eu vou dizer tudo. Você mais do que ninguém merece saber tudo. Fui pra cadeia, me envolvi em uma briga, levei uma facada e quase morri. A garota que me esfaqueou foi transferida, e depois disso eu fiquei quieta no meu canto. Nunca recebi sequer uma visita. Quando saí, Xiao me esperava na porta da penitenciária. A casa de meu pai havia sido vendida por aquela... mulher. Minhas roupas estavam na casa de Cheng. Na casa que um dia foi de Cheng. Xiao me entregou minhas coisas, e um bracelete que Cheng havia guardado para me dar de presente no meu aniversário de dezoito anos. Aniversário que eu completei dentro da cadeia. “Amor. Cheng.”. Não tive coragem de perguntar sobre ele, porque eu sabia o que havia acontecido. Só não queria ouvir de ninguém que Cheng estava morto. Porque eu sabia que estava.

Acariciei a peça de prata que não havia saído do meu pulso desde então. Sorri minimamente e continuei.

- Peguei minhas coisas, dizendo a Xiao que sairia da China e nunca mais voltaria a pisar lá. Ele tentou me convencer a ficar, a fazer parte da família, como ele queria. Ele queria me convencer a substituir Cheng nos negócios. A continuar no mundo de crime que eu havia me enfiado desde que os conhecera. O abracei forte, e disse que cumpriria a promessa que havia feito a Cheng. De não me meter mais em confusão. Saí da China, cheguei na Tailândia com apenas uma mochila nas costas, e um pouco de dinheiro que Xiao havia me dado para que eu pudesse me manter por alguns dias. Procurei emprego em todas as áreas possíveis, onde tivesse um canto pra dormir. Quando procurei emprego na oficina de Somsak, ele me disse que precisava de alguém na oficina, mas com experiência. Eu prometi aprender rapidamente, e que trabalharia em troca de um lugar pra dormir e comida, se ele me aceitasse. Como sempre foi um homem correto, não aceitou a exploração, mas me alugou a parte de cima da oficina, que era onde ele morava antes de se mudar para uma casa que ele havia acabado de construir. Pra ocupar a minha cabeça, fui procurar um curso, alguma coisa pra fazer. Tinha aprendido um pouco de briga de rua com Cheng, e achei que muay thai pudesse ser uma boa opção. O esporte me ajudou a esquecer tudo, a ter respeito, dedicação, me ajudou a não pensar nas bebidas e nas drogas que tanto me fizeram falta enquanto eu estava na cadeia. Era uma forma de preencher meu tempo e minha mente quando não estava trabalhando. Xiao ia e vinha de Pequim, me visitava tentando me convencer a voltar, mas aceitava minas negativas em resposta. E assim foi, até o dia que esbarrei em você no parque. Daí em diante você já sabe de tudo.

- Quase tudo. Porque ele quer te prejudicar agora, depois de tanto tempo?

- Eu não sabia. Até semana passada. Ele me quer ao lado dele. Como era com o Cheng.

- Ele... gosta de você?

- Não sei se gosta. Mas me quer ao lado dele. enquanto eu estava sozinha em Bangkok, ele me vigiava de longe, e sabia que se eu tivesse uma recaída era pra ele que eu iria correr, porque não tenho mais ninguém no mundo. Quando você apareceu... tornou as coisas mais difíceis pra ele. Me prejudicando, fazendo você desconfiar de mim, e não me querer perto... a única pessoa que eu poderei contar volta a ser ele. O que ele não entende é que eu não voltaria pra Pequim, que eu jamais ficaria com ele. Ele acha que me deixando sem saída, eu serei forçada a pedir ajuda a ele.

Kuroda afagou minha mão, me puxando para seu abraço e afagando meus cabelos.

- Você não vai ficar sem saída. Não enquanto me quiser ao seu lado.



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