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História I Can Change For You - I Am Here


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Eu estou aqui.💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 45 - I Am Here


Fanfic / Fanfiction I Can Change For You - I Am Here

 

 

Foi então que um barulho polifônico me assustou. Demorei para ver de onde ele vinha, nenhum aparelho no meu quarto fazia aquele som. Então eu vi que ele vinha de detrás do meu travesseiro. Fui em sua direção meio assustada e com as mãos trêmulas. Tirei o travesseiro com rispidez e vi um celular a tocar. Eu nunca o tinha visto antes! Com meus olhos arregalados, peguei ele vagarosamente e o abri. Um número ligava incessantemente. Olhei no visor e vi que havia oitenta e nove chamadas perdidas desse mesmo número. Não soube o que fazer, um lado meu queria que eu o atendesse, mas o outro queria levá-lo até os policiais e deixar que eles resolvessem isso. Afinal, aquele celular só poderia ser do ladrão que entrou ali e isso poderia ajudar a encontrá-lo. Mas no fim, acabei atendendo, porém não disse uma palavra sequer, apenas escutei, horrorizada.

- Olá, coisa linda.

 

 

 

 

Dianna

 

Um arrepio de medo fez com que todos os cabelos em minha nuca erguerem-se.

Meu coração sentiu um baque tão brusco, bateu de forma tão descompassada, que gemi baixinho de dor.

- Dianna...

- A-a-alex? – Sussurrei em horror.

- Olá, coisa linda. Sentiu minha falta...?

Trinquei meus dentes, já sabendo o que estava por vir.

- O que você quer! – Questionei-o raivosa, porém mesmo assim, com a voz falha.

- Conversar um pouco.

- Não temos nada o que conversar, Alex!

- Bem que temos.

- Você já saiu da cadeia? Foi você que entrou aqui ontem?!

- Calma... uma pergunta por vez, Dianna... – Debochou.

- Fala!!! – Quase gritei. Ele riu.

- Não, não fui eu que entrei na sua casa. Foi uma pessoa de minha confiança e que é muito amigo meu. E que está de olho em vocês vinte e quatro horas por dia. – Comunicou-me em tom ameaçador – E não. Eu não saí da cadeia. Ainda... Logo sairei daqui.

- Então o que você quer!?

- Você sabe, que a única coisa que eu quero, é você.

- Você é um doente!

- Posso ter ficado. Mas por você.

- Seu doente!

- Mas eu amo você.

- Você não sabe o que é amor, Alex!

- Acha que se eu não te amasse eu estaria te deixando ser feliz com esse filho da puta...?! Acha que ele ainda estaria vivo?! Não, Dianna... – Suspirei ofegante – Essa é a maior prova de amor que eu posso te dar. Te deixar ser feliz com... esse... cara... – Ele sussurrou em ódio.

Nossas respirações pesadas se misturavam.

- Então? Ainda acha que eu não te amo?

- Eu acredito, Alex... Eu acredito em você... – Tentei fazer o jogo dele. – Obrigada por isso...

- Não tente me enganar... – Apertei meus olhos com receio de ter sido pega. – Eu estou abrindo o meu coração para você, Dianna... não tente me enganar!

- Alex... você já sabe o que se passa em meu coração... Eu amo o Harry... mas eu ainda tenho um enorme carinho por você... você sabe... – Menti.

- Eu não quero o seu carinho... eu quero o seu amor!

- Sinto muito, mas você já o perdeu... e por suas próprias atitudes erradas, Alex.

- Não diga isso que dói... não sabe como me arrependo...!

- Sinto muito, mas é a verdade.

- Você ainda vai voltar a me amar, Dianna...

- Eu preciso ir, Alex

- Espera!!

Um novo arrepio de medo me cortou a espinha. O que será mais que ele queria?

- Eu quero que venha me ver na cadeia.

- Alex eu n...

- Agora, Dianna!! Te dou quinze minutos. E se não vier, você já sabe das consequências!! – Proferiu raivoso e desligou a ligação.

Não consegui manter a calma e comecei a ficar desesperada. Prendi meus lábios tentando não me desfazer em lágrimas – eu não tinha tempo para isso!

Eu tinha quinze minutos! Quinze minutos.

Busquei qualquer roupa em meu guarda-roupas e tentei tomar uma ducha rápida para tirar toda aquela areia da praia de meu corpo.

- Di? Você vai sair? – Perguntou Harry, ao entrar em meu quarto, fitando toda aquela bagunça.

Comecei a tremer diante de sua pergunta.

- Eu só vou me encontrar com a Ash, amor. Não vou me demorar... – Respondi-o engolindo todas as lágrimas que queriam sair... me sentindo a pior namorada do mundo por estar mentindo.

De novo.

De novo para ele...

Só que eu não podia lhe dizer a verdade. Ele iria me impedir ou pior – iria atrás de Alex.

- Mas tá tudo bem? – Sua vozinha parecia preocupada, e eu só quis bater minha cabeça na parede por está sendo uma dissimulada...

Engoli novamente o bolo que se formou em minha garganta. Eu não ia chorar na frente dele!

- Está sim, amor – Lhe dei um selinho carinhoso e um abraço apertado em seguida.

Ele beijou o meu ombro e cheirou os meus cabelos.

- Eu vou tentar fazer o almoço – Comentou atencioso e eu acariciei o seu rostinho.

Assentindo chorosa.

 

 

                                                                                [...]

 

 

 

Onze minutos. Eu estava em onze minutos atrasada. O táxi não andava, todo o trânsito estava parado. Cogitei ir correndo, afinal a delegacia ficava há dois quarteirões de onde eu estava – e foi exatamente isso que eu fiz.

Fui correndo.

E minutos depois, eu já me encontrava na delegacia, batendo gentilmente em uma porta. Mordi o lábio assim que ouvi passos se aproximando, e quando a porta se abriu, um policial muito mal-encarado franziu o cenho para mim. 

Notei que a sala estava cheia de policiais e carcereiros.

- O que deseja?

- Eu quero ver uma pessoa.

Ele olhou no relógio de parede e voltou a me olhar.

- Ainda não está no horário de visitas. Volte depois. – Disse e tentou fechar a porta em minha cara.

- Eu preciso ver o Alex!! – Proferi desesperada! Se eu fosse embora e ele achasse que eu não fui, ele iria machucar Harry...

- Espere, o que disse? – Um carcereiro gordo e também mal-encarado levantou-se ao perguntar.

- Eu preciso ver o Alex, por favor! – Tornei a repeti, dessa vez em suplica.

- Venha comigo – Ele disse e todos permaneceram em silencio entreolhando-se, quietos. – Me siga. – Disse assim que saiu pela porta, e eu apenas o obedeci. – Teve sorte em bater na sala certa. – Gargalhou maldosamente – Se tivesse batido na sala do meu supervisor, iria ter que esperar até as 16h00 para vê-lo.

E ainda eram 14h00.

- E por que aquela foi a sala certa? – Me atrevi a perguntar, mesmo receosa.

- Por que o Alex que é o chefe de todos naquela sala. E ele é um chefe bem generoso... – Ele disse ao fazer sinal com os dedos, dinheiro. Só poderia ser. Alex comprou todos naquele lugar... – Fique aqui que vou chamá-lo – Ele disse e mesmo ele sendo mal-encarado, ele estava sendo gentil comigo. Agradeci-o também gentilmente.

Me sentei em uma sala e permaneci de cabeça baixa até que Alex chegasse. Tentando pensar em tudo e ao mesmo tempo em nada.

- Ora, você veio. – Levantei a cabeça e encarei aqueles olhos maliciosos e sorriso maldoso a minha frente.

- Oi, Alex. – Trinquei os dentes ao dizer.

- Oi, coisa linda – Ele sentou-se à minha frente, algemado.

Ele estava abatido, havia emagrecido notavelmente, porém ainda estava bonito. Alex é sim muito bonito. Mas não presta. É um monstro.

- Por que me fez vir aqui? – Tentei perguntar o mais firme que consegui.

- Eu só queria te ver – Respondeu com um sorrisinho nojento no rosto.

- Eu não acredito em você!

- Pois acredite – Ele se ajeitou melhor na cadeira – Eu só queria ver esse teu rostinho...

- Então agora que viu eu já posso ir embora. – Disse ao me levantar da cadeira.

- Espera!

- Adeus, Alex! – Nem me virei para respondê-lo.

- ESPERA, DIANNA!

Parei e me virei, o encarando.

- Você... está feliz com ele? – Questionou-me, de cabeça baixa. – Mais do que foi comigo? – Perguntou mais baixo.

- Mil vezes mais, Alex. – Ele me olhou. Vi suas narinas inflando de ódio – Com você eu não fui feliz. Eu fui CEGA! – Choquei sobre a mesa o celular que ‘’ele’’ havia deixado em meu quarto. – Isso é seu. Nunca mais me procure, Alex Pettyfer. – O encarei nos olhos ao dizer.

- DiannA...!

Saí de lá no mesmo instante. Sem compreender o que os seus gritos diziam – porém ouvindo todos.

Saí da delegacia como se ele pudesse vir atrás de mim. Atordoada e eufórica. Eu precisava ficar sozinha para poder colocar os meus pensamentos em ordem, então não hesitei em ficar dando voltas e voltas no quarteirão ao caminhar.

 

O que será da minha vida? Alex não vai me deixar em paz nunca... Harry e eu nunca vamos conseguir ficar juntos... Será que tudo isso acabará um dia?

 

As lágrimas começaram a despencar de meus olhos. Meu choro só se intensificou quando imaginei o que Harry faria caso descobrisse o que fui fazer. Que novamente menti. Que novamente o enganei. E se ele me odiar novamente?

- Ei, moça! – Ouvi uma voz chamar. – Ei. Moça! – Virei-me por curiosidade e encontrei um senhor de aparentemente sessenta anos.

- Pois não? – Rebati com uma voz calma.

- Vá para casa. Esse lugar não é para a mocinha. Esse lugar é muito barra pesada. – Ele parecia realmente preocupado comigo.

- O-obrigada. – Agradeci-o e saí atrás de um táxi.

Eu não poderia fugir de ir para casa a vida inteira.

Eu tinha que voltar...

Chegando em casa, os meus soluços baixinhos eram os únicos sons que podiam ser ouvidos na sala assim que entrei. Até que a voz de Harry invadiu os meus ouvidos.

- Amor – O ouvi falar, saindo da cozinha – Amor, por que está chorando? – Ele aproximou-se de mim, porém eu nem me movi – Amor… – Ele tentou novamente – Dianna, olha pra mim – Levantei meu olhar em sua direção. – Por que você está chorando? – Ele perguntou suavemente.

Em seus olhos havia tanta preocupação comigo, que eu nem pensei duas vezes antes de procurar o conforto que precisava...

 - Se eu pedir uma coisa você faz, amor? – Perguntei com dificuldade enquanto chorava.

- Qualquer coisa – Ele respondeu prontamente.

- Me abraça. Eu só preciso que você me abrace agora... – Falei em um fio de voz e o senti puxar-me de encontro a seu corpo num abraço forte.

Chorei livremente em seus braços, e não tentei conter o choro enquanto tinha seus braços me apertando fortemente...

A sensação de segurança que ele me passava era algo que eu não sentia com mais ninguém...

- Amor, por favor, me diz o que aconteceu. Você está me deixando desesperado... – Ele falou baixinho – Por que você está chorando?

- Eu não quero falar sobre isso, por favor – Sussurrei.

- Eu não aguento ver você chorando – Senti uma pequena carícia em meus cabelos – Me diga, por favor.

- Você vai me odiar – Choramiguei enquanto mais lágrimas caíam de meus olhos.

Senti-o empurrar um pouco meu corpo para trás e segurar gentilmente o meu rosto entre suas mãos. Apesar de ter minha visão embaçada pelas lágrimas, os verdes de seus olhos estavam intensos.

 - Eu nunca poderia odiar você – Disse sem quebrar aquele olhar intenso.

- Amor, eu não posso – Funguei um pouco tentando parar o choro.

- Por favor, me diz o que aconteceu, o que quer que seja eu vou estar do seu lado – Ele fora suplicante.

- Eu saí, mas não fui ver a Ashley, amor. Eu fui ver o Alex. – E foi ali que eu estraguei tudo.

Observei aquela expressão preocupada dele mudar-se para chocada, incrédula, em questão de segundos. Me fazendo arrepender-me instantaneamente de ter dito o que disse.

Fiquei encarando-o, esperando por algum tipo de reação e nada. Ainda estávamos na mesma posição, ele ainda mantinha o meu rosto entre suas mãos e olhava fixamente para os meus olhos, mas com um olhar perdido dessa vez, o brilho e a intensidade que me acalmavam antes, haviam ido embora.

- Por favor, diga alguma coisa... – Pedi e mordi o lábio inferior, nervosa.

- Eu… eu…– Ele respirou fundo e voltou a falar – Por que você fez isso? – Sua voz estava incrédula. Ele retirou suas mãos de meu rosto.

- Eu tive que ir.

- Por que, Dianna?! – Seu tom era duro.

- Ele me ameaçou.

- Desgraçado... – Ele rosnou e seus olhos instantaneamente escureceram. Assustando-me. – Por que mentiu pra mim? – Me olhou sério.

- Eu não podia te dizer.

- PODIA!

Balançou a cabeça furiosamente e se afastou, passando a mão pelo rosto. Novamente voltei a chorar.

- Harry, você iria me impedir!

- IRIA MESMO, DIANNA!

- Meu amor... eu não quero que ele te machuque... – Defendi-me com os olhos arregalados, porém suaves.

- Eu sei me cuidar muito bem, DiannA!! – Proferiu irritado.

- Eu não quero arriscar.

- Eu não acredito que estamos nisso de novo... Eu não acredito que você de novo mentiu pra mim... –Sussurrou, com a respiração ofegante.

- Por favor me entenda... me desculpe... – Suspirei fundo e a intensidade de minhas lagrimas só aumentou.

Ele me olhou e negou com a cabeça levando sua mão até seu rosto. Visivelmente pensativo.

- Você me machucou de novo... – Ele di\, e eu ergo a mão para acariciar o rosto dele.

- Eu sei, eu sinto muito... – Respondi-o com sinceridade – Eu só quis te proteger de novo. Não quis te magoar. Me diga o que eu posso fazer para corrigir isso.

Ela suspira, levantando a cabeça. 

- Me promete uma coisa? – Pede, ao me olhar.

- Qualquer coisa – Concordei imediatamente.

- Me promete que a partir de agora você vai falar comigo qualquer coisa que envolver esse desgraçado? Qualquer coisa, Dianna! – Disse.

- Eu prometo, amor.

- Confie em mim quando eu digo que eu vou está com você para tudo. – Ele disse e eu coloquei a outra mão em seu rosto, acariciando-o.

- Eu confio em você, amor – Falei – Honestamente...

- Agora para de chorar... – Falou acariciando o meu rosto ao limpar as lágrimas. Entrelacei meus dedos nos dele e ele sorriu fraco. – Me conta o que aconteceu entre vocês.

- Eu acho que agora acabou, amor... – Comentei esperançosa.

Ele franziu o rosto em uma expressão confusa.

- Podemos simplesmente esquecer isso? – Pedi calmamente – Por favor? Eu estou tão cansada disso... 

- Tudo bem. Eu também quero isso – Admitiu beijando minha testa levemente. Beijei a base de sua mandíbula. – Você quer comer alguma coisa?

Assenti com um pequeno sorriso enfeitando os meus lábios.

Caminhamos até a cozinha e Harry havia feito macarrão ao molho de... Harry. Só ele sabe o que pôs ali – e talvez nem ele mesmo... Não ficou esteticamente bonito, porém ficou delicioso.

- Estou quebrado... – Ele disse caindo de bruços na cama – Aquela barraca acabou com as minhas costas para sempre... – Murmurou com a cara enterrada no travesseiro.

- Se quiser eu posso te fazer uma massagem.

- Obrigado, amor, mas o que eu quero mesmo é dormir – Rimos. – Vem cá...

Deitei-me na cama e seus braços envolveram minha cintura. Minha cabeça pousou na curva do pescoço dele, que se encolheu um pouco, quando eu depositei vários beijos carinhosos.

- Dorme bem, princesa... – Bicou meus lábios em um selinho.

- Dorme bem, amor...

 

 

 

 

Harry

 

Acordei sentindo um peso diferente em meu corpo e uma falta de ar estranha. Abri os olhos e vi que Di estava chorando, dormindo, em cima de mim. A coloquei na cama e chamei-a várias vezes, porém ela não respondeu. Estava claro que ela estava tendo um pesadelo. Me sentei na cama e me aproximei novamente dela e balancei-a algumas vezes. Podia ouvir ela sussurrar com a voz embargada ‘’Harry, não, amor, volta pra mim, por favor!”. Meu coração se apertou mais ainda por constatar que era sobre mim que se tratava o pesadelo. Balancei-a mais algumas vezes até que ela acordou assustada se agarrando no meu pescoço com tanta força, que me fez perder um pouco o ar.  

- Calma, amor, calma, foi só um pesadelo... – Eu disse afagando seus cabelos e o choro dela começou a cessar depois de um tempo me abraçando – O que houve, pequena? 

- E-eu s-onhei que você tinha me deixado – Ela falou com a voz tremida por conta das fungadas que ela ainda dava.

- Eu nunca vou te deixar, meu amor... você tem o meu coração, lembra? – Disse calmamente e ela assentiu, abaixou sua cabeça e depois balançou negativamente. 

- A-a gente não tinha terminado no sonho, amor... – Ela voltou a falar com a voz embargando, ela iria chorar outra vez.

- E o que houve, então? 

- Você morria, amor. Eu sonhei que Alex te machucava e você morria... – Ela falou rapidamente e voltou a chorar.

Senti um forte arrepio em minha espinha e meu coração se apertou. Um pressentimento muito ruim se apossou de mim e eu só a abracei. Acalmando-a. 

- Ele não vai fazer nada. Não vai acontecer nada comigo, amor, eu prometo... – Falei baixinho em seu ouvido e ela me encarou chorando menos. 

- Promete? – Choramingou. 

- Prometo. – Prometi e selei seus lábios. Mesmo que não dependesse de mim tal promessa...

- Quer saber o que eu sonhei? – Questionei-a tentando mudar de assunto e fazê-la esquecer o seu pesadelo. 

- Quero... – Ela disse conectando seu olhar com o meu.

- Eu sonhei com os nossos filhos. – Sorri.

Os olhos dela brilharam.

- E-eu também já sonhei com os nossos filhos. Eram quatro!

- Eu gosto dessa ideia, sabia? – Comentei sorrindo e ela me encarou com um lindo sorriso aberto, que já me fez me imaginar casado com ela... com uma família gigantesca.

- Gosta? – Ela indagou curiosa em um tom animado e eu assenti – Eu prometo que nós teremos uma família enorme – Ela finalizou antes de ficar sobre mim me enchendo de beijos no rosto. 

- Agora, amor – Eu dizia entre os beijos dela – Eu quero saber uma coisa, duas na verdade – Completei e ela me encarou curiosa. 

- Diga... – Falou sorrindo e começou a beijar o meu pescoço. 

- V-ocê... – Falei entre suspiros – C-casaria c-comigo? 

Ela levantou seu rosto tirando a boca do meu pescoço e me encarou com os olhos brilhando.

- Claro que sim! Claro que sim! – Seu sorriso não cabia no rosto.

- E você desejaria ter quantos filhos?

- Dez pode?

Gargalhei.

- Pensa direito... – Ponderei divertido, ela sorriu.

- Não importa quantos... eu quero um menininho com os seus olhos... – Sorri – E com esse seu sorriso que me faz ficar bamba... – Ela dizia sorrindo me fazendo sorrir pela forma derretida que ela falava. Lhe dei um selinho carinhoso.

- Eu também quero uma menininha com os seus olhos... – Ela sorriu maravilhada. – Então está combinado. Teremos dois filhos, uma menina como você, um menino como eu – Finalizei e ela sorriu. 

- Isso, a nossa família... – Ela disse e diminuiu a distância entre nós, me dando um beijo tão apaixonado, que me fez suspirar diversas vezes.

Mas aquele pressentimento ruim ainda não havia saído do meu peito...

- Neném...? – Ela chamou e eu logo abri um sorriso bobo. – Está tudo bem? – Acariciou o meu rosto.

- Uhum... – Assenti calmo.

- Você não me engana... – Olhei em seus olhos e ela me olhou nos olhos de volta – Que está havendo?

- Nada, meu amor – A selei. – Me faz carinho... – Deitei sobre o peito dela, manhoso – Quero dormir...

- Está bem, eu faço... – Ela disse e eu voltei a deitar ao lado dela na cama. Ela começou a acariciar a minha barriga por baixo da blusa e eu arfei me arrepiando.

 

 

 

Muitos dias depois...

 

 

 

Dianna

 

Levantei cedo e fui até o mercado comprar algumas verduras que faltavam para o almoço. Eu estava sozinha, preferi deixar Harry dormindo. A noite passada o deixou exausto... reunimos todos aqui em casa para uma farrinha culinária somente entre amigos. Harry aprendeu muito com as minhas aulas e até já está cozinhando melhor do que eu. Opinião de Niall, Ashley, Zayn, Liam, Louis e é claro, minha.

Já estava caminhando de volta para casa com todos os pacotes em mãos. As ruas estavam praticamente vazias, só com um ou dois carros passando.

Foi quando o pior aconteceu.

Avistei Alex.

O meu corpo gelou.

Suspirei tão amedrontada, que lágrimas de terror brotaram em meus olhos.

Desejei nunca ter saído de casa.

As minhas pernas tremeram tanto, que acabei por cair na calçada. Trêmula e fraca, consegui levantar e juntar os pacotes apressadamente. Baixei a cabeça para passar por ele, porém senti quando ele segurou no meu braço, me puxando de volta.

- Não tão rápido, coisa linda! – Falou com um sorriso maldoso nos lábios. – Achou mesmo que eu não ia aparecer novamente? – Questionou, apertando mais o meu braço. – Surpresa! – Sorriu maldosamente – Sabe o que faço com pessoas que me traem, Dianna? – Seguiu perguntando. Os meus olhos transbordavam todo o medo que eu estava sentindo. – Sabe? – Chacoalhou o meu corpo.

Então senti sua mão agredir o meu rosto, e como reflexo, levei a minha ao lugar onde ele bateu.

- Você me traiu, garota! Você disse que iria fazer tudo que eu mandasse e me enganou!! – Proferiu com raiva, me jogando no chão. Choquei-me contra o asfalto e meus braços e joelhos ficaram todos ralados. – Isso é só um aviso, Dianna – Me puxou de volta, pelos cabelos, com força. – Da próxima vez eu não serei tão bonzinho com você. – Cheirou o meu pescoço, me deixando enojada, e me jogou de volta no chão. – E nem com aquele infeliz que você chama de amor! – Rosnou entre os dentes e virou-se para ir embora.

Eu não conseguia me mover e muito menos racionar. As lágrimas de pavor caiam desenfreadas, eu já soluçava. Coloquei o rosto entre as mãos, me sentindo fraca. Indefesa. Perdida. Porém, receosa que ele pudesse voltar, busquei forças para andar até em casa, sentindo os meus ferimentos sangrarem ainda mais. Respirei fundo, e passei as mãos tremulas pelo rosto, a fim de secar as lágrimas – as minhas pernas, pareciam não aguentar o peso de meu corpo, acabei sentando novamente, em uma calçada.

Ainda trêmula, peguei o celular que estava em meu bolso e liguei para Harry. Ele atendeu, e sua voz tornou-se desesperada quando ele notou que eu estava chorando.

- Amor... você pode vir me buscar? – Choraminguei calmamente.

- Onde você está, amor? Pelo amor de Deus por que você está chorando, Dianna?!

- Eu estou há dois quarteirões de casa. Na rua L, amor...

- Calma, calma. Eu já estou indo para aí!

Já estava há cinco minutos sozinha no mesmo local, assustada, com medo, com dores. Foi quando Harry estacionou quase à minha frente, e veio correndo até onde eu estava. Me pegou nos braços, e assim que senti eles em volta de mim, senti-me segura.

- Meu amor, o que aconteceu?! Você foi assaltada?? Atropelada?? O que aconteceu com você?! – Ele tentou se afastar para me olhar, mas não deixei, o abracei fortemente, buscando o seu apoio. – Está tudo bem agora... – Sussurrou choroso, me acolhendo em seus braços, sua voz estava tomada por uma emoção que nunca havia visto – Vamos... – Sussurrou em meu ouvido me pegando no colo.

Ele sentou no carro, comigo em seu colo, e eu fui abraçada a ele até em casa. Agradeci mentalmente por isso.

Minhas pernas estavam viradas para o banco do passageiro, eu estava encolhida e completamente muda em seu colo. E somente aí notei, que ele também chorava...

- Amor, não chore... – Sussurrei limpando as lágrimas dele com os meus polegares.

Ele mordeu o lábio e fungou baixinho. Deitei a cabeça em seu ombro, acariciando a sua nuca, eu não queria tirar a atenção dele da estrada, ele estava dirigindo...

- Eu estou bem... – Sussurrei em seu ouvido. Ele só chorou mais ainda.

Rocei meu nariz em sua bochecha e a beijei calmamente, repetidas vezes.

Até ele se acalmar...

 

 

 

 

 

Harry

 

Ver a Di daquele jeito... o meu coração não aguentou e as lágrimas caíram. Vê-la frágil me machucava, vê-la machucada me matava. Assim que chegamos em casa eu a levei ao meu quarto e a deitei em minha cama com todo cuidado do mundo. Eu queria cuidar dela, não sair de perto dela por nada e lhe passar proteção. Porém eu mal conseguia chegar perto dela sem chorar. Desisti momentaneamente e decidi tomar um banho, para me acalmar. Notei meus olhos inchados, não havia como negar que eu só chorei desde que a encontrei. Voltei até o quarto e a vi deitada em minha cama, quieta.

- Oi... – Sussurrei me ajoelhando ao lado dela.

- Oi, amor... – Ela sorriu gentilmente e acariciou a minha bochecha com o seu dedo indicador. Era incrível como ela, mesmo machucada e visivelmente assustada com algo, ainda conseguia ser extremamente doce e gentil.

- Como você tá? – Sussurrei sem crer que estava fazendo essa pergunta. Estava obvio que ela não estava bem.

- Estou melhor agora. – Sussurrou calmamente.

Notei uma marca vermelha em seu rosto. Em seguida olhei os machucados em seus braços e joelhos, ainda sangravam.

- O que aconteceu? – Perguntei, já com a voz embargada. – Quem fez isso?

- Amor... – Murmurou.

- Por favor, me diz... – Pedi a fitando.

- Alex. – Disse. Os meus olhos encheram-se de lágrimas. Lágrimas de ódio.

Senti o sangue ferver por minhas veias. A raiva subiu em todo meu corpo com uma força tão grande, que antes que eu me desse conta, eu já havia pegado o carro e ido atrás daquele canalha desgraçado. Eu estava tão cego de ódio, que não parei para pensar que não sabia nada dele. Muito menos onde encontrá-lo.

Ela me ligava a todo segundo, desesperada e desesperando-me mais. Resolvi voltar.

E quando cheguei, com os olhos cheios de lágrimas, pude ver perfeitamente a situação em que Di estava a me esperar. Sua mão esquerda estava apoiada na mesa da sala, a mão direita segurando firmemente o estômago, a cabeça baixa e os olhos fechados. E como se não bastasse, a grande quantidade de sangue que ainda escorria dos seus ferimentos era grande.

Ao escutar o barulho da porta da sala se fechar, ela abriu os olhos e olhou rapidamente para mim. Corri até ela e a abracei com cuidado para não machucá-la ainda mais.

- Meu amor... – Disse em um sussurro que escapou dos meus lábios. – Vem. Eu vou cuidar de você... – A peguei no colo e novamente a pus em minha cama.

Peguei o kit de primeiros socorros no banheiro e sentei ao lado dela na cama. As minhas mãos tremiam. Eu não conseguia tocar nela. Não queria machucá-la. E para piorar, encarar todo aquele sangue estava me deixando em pânico. Será que eu era hematófobo e não sabia?

- Meu Deus eu não sei como fazer isso... – Confessei nervoso ao passar a mão pelo meu rosto.

- Eu te ajudo, amor – A olhei. Ela sorriu terna. – Pegue um algodão e faça uma limpeza nos ferimentos com soro fisiológico primeiro...

Ergui a sobrancelha.

- O soro está na geladeira. – Sorriu de canto ao dizer.

- Tudo bem, eu vou pegar – Dei um selinho nela e fui até a cozinha.

Peguei o soro fisiológico na porta da geladeira e aproveitando que já estava lá, tomei uns dez copos de água – seguidos.

Voltei e vi que ela observava com atenção os ferimentos no seu braço.

- Amor? – Chamei-a e ela me olhou.

- Os ferimentos são superficiais. Só vai ser preciso limpar e colocar remédio. – Informou-me ao me ver.

- Ok... – Sentei novamente na cama. Respirei fundo calmo e concentrado.

Peguei o kit e coloquei em meu colo. Peguei a caixa de algodão e retirei um pedaço dele. Peguei o tal soro fisiológico e pus um pouco no algodão. Ela ergueu o braço e passei de leve o algodão sobre os seus ferimentos assoprando ao mesmo tempo para que não ardesse. Ela sorriu do meu gesto.

- Está doendo? – Perguntei receoso.

Ela negou com a cabeça.

- Por que doeria? Eu tenho o enfermeiro mais gato e carinhoso de todos cuidando de mim – Ri nasalmente ainda a limpar suas feridas. Minhas mãos estavam leves, suaves e cuidadosas. Meus olhos o tempo todo estavam prestando atenção em seu rosto, a cada expressão que ela fazia. Ainda bem que não eram expressões de dores. Depois de limpar todos os machucados, dos seus braços e joelhos, pus um remédio que ela me indicou. Então, com muito cuidado, passei a pomada sobre os arranhões e cortes, eu sabia que iria doer um pouco, mas não podia deixar aquilo infeccionar. E foi nessa hora ela fez umas caretinhas, porém, eu assoprava levemente o local.

- Pronto, amor. – Disse ao terminar – Espero que eu não tenha te maltratado muito – Comentei sinceramente. Ela sorriu negando.

- Você foi perfeito, amor. Obrigada. – Sorri e me aproximei lhe dando um beijo de esquimó.

Ela segurou meu rosto em suas mãos e colamos nossas bocas em um beijo demorado e vagaroso.

Assim que partimos o beijo, a abracei apertado por um longo tempo.

- Ainda não consigo acreditar que ele fez isso com você... – Neguei com a cabeça, suspirando, ainda abraçado a ela.

Ainda me martirizava com isso... nada tirava da minha cabeça que a culpa disso tudo era minha... era por causa de mim que ele a maltratava e a perseguia... por causa de mim...

- Ele provavelmente me seguiu desde que saí de casa... – Ela comentou calmamente ainda com sua cabeça deitada sobre meu ombro.

- Olha... – A olhei – Eu te prometo que nunca mais ele vai chegar perto de você. – Acariciei seu rosto, sobre a marca de um suposto tapa. Desgraçado! – Eu não vou permitir.

- Não se meta com ele, amor, por favor. Eu te peço... – Ela tocou minha mão, tirando-a levemente de seu rosto e entrelaçando nossos dedos. – Ele é muito perigoso, ele pode te machucar muito...

- Eu não tenho medo dele, amor... – Afirmei.

- Mas eu tenho... – Confessou angustiada. E assim que ela disse isso, eu acabei com o espaço entre nós e a abracei o mais forte que consegui.

- Não tenha medo. Eu estou aqui... Eu não vou deixar nada te acontecer... – Sussurrei próximo ao seu ouvido e ela assentiu seguidas vezes. Nem que para isso eu tenha que morrer... Pensei.

- Eu te amo. – Me selou várias vezes. Sorri entre os selinhos.

- Eu também amo você... – Ela sorriu e me deu mais um, talvez, três selinhos. – O que acha de pedirmos uma pizza? – Perguntei sugando toda a atenção dela.

- Eba, pizza!! Eu quero! – Vibrou animada.

Ri do jeito animado dela e logo em seguida pedi nossas pizzas.

Enquanto esperávamos as pizzas chegarem, ficamos deitados um ao lado do outro, em um silencio agradável, com as nossas mãos entrelaçadas. Eu não sei em que ela pensava... mas em minha cabeça, só se passava uma coisa:

Vingança.

Eu não ia deixar as coisas desse jeito. Eu não iria mesmo... iria procurar e encontrar esse Alex até no inferno!

Eu não estava chorando, porém, lembrar de tudo, da cena dela machucada... fazia o meu peito doer.

Muito...

Senti a mão dela acariciar a minha com o seu polegar e eu simplesmente retribuí o carinho na sua.

- Estamos juntos e vamos passar por isso juntos, ok? – Ela comentou ao notar o meu jeito.

- Ok... – Respondi-a e beijei suavemente seus lábios com um selinho. Que logo ela aprofundou transformando-o em um beijo carinhoso e gostoso.

Naquele momento, quando ela começou a distribuir beijos molhados pelo meu pescoço, eu pensei que nada poderia atrapalhar aquele momento. E nada seria capaz de fazer isso mesmo...

A não ser a campainha tocando... indicando que a pizza havia chegado.

Resmunguei baixinho e ela suspirou sorrindo.

- Eu atendo... – Murmurei e trocamos mais um selinho carinhoso.

Levantei da cama e peguei minha carteira em cima do criado mudo. Fui atender a porta de uma vez e voltei o mais rápido possível para o lado da garota mais linda do mundo – que me aguardava.

Fui até o quarto, e deixei as caixas com as pizzas com ela, e fui até a minha cozinha pegar os copos e o suco.

Começamos a comer e no segundo pedaço ela já encheu. Tive que comer o resto... a minha barriga ficou tão cheia, tão cheia, que estava difícil até respirar... me mexer então... parecia impossível...

- Amor, perae... eu preciso deitar... – Alarmei e deitei lentamente na cama.

- O que foi, amor?!

- Eu comi demais... – Murmurei travesso.

- Imagina. Eu nem percebi isso – Gargalhei e gemi com a mão sobre a barriga. Até rir doía. Quer dizer, principalmente isso.

- Ai, amor... – Gemi em reprovação.

- Está doendo? – Perguntou preocupada. Neguei com a cabeça e os meus olhos se encontraram com os dela.

- Não é dor, é um incomodo...

Ela deitou ao meu lado e ficou fazendo carinho na minha barriga. E como se não fosse possível, me apaixonei mais ainda por ela...

- Melhor?

- Mil vezes melhor... – Sorri entre arrepios e tremores.

Ela se inclinou um pouco e deu um suave beijo em minha barriga. Ela é tão carinhosa... todos os dias agradeço por tê-la em minha vida...

- Você é tão cheiroso... – Ela sussurrou em meu ouvido e eu me arrepiei. Ela começou a me cheirar no pescoço e a distribuí beijos por ele. Me arrancando um grunhido manhoso. Fechei os olhos para sentir melhor aquelas sensações maravilhosas que ela estava me proporcionando. Ela desceu os beijos pelo meu ombro, depois subiu novamente para o meu pescoço me fazendo arrepiar e rir levemente por ter feito cócegas. 

- Amor… para com isso... – Pedi rindo, mesmo em deleite, enquanto ela ainda beijava o meu pescoço.

- Tem certeza que quer que eu pare? – Murmurou contra a minha pele.

- Não... – Admiti em um grunhido. Ela riu.

Inclinei a cabeça para trás lhe dando mais espaço para as carícias. Ela continuou e eu mordi o lábio inferior com força sentindo todos os pelos da minha nuca se eriçarem. E dos meus braços e pernas.

- Chega, amor, chega... – Encolhi meu pescoço a contendo.

- Ok – Sorriu satisfeita.

- Provocadora.

Ela sorriu cínica.

- Estou com sono, princesa... – Murmurei baixinho.

- Já sei. Quer carinhos – Ri nasalmente. Garota esperta.

- Quero – Admiti manhoso.

- Tudo bem – Deu um beijinho em meu maxilar.

- Como eu posso ficar sem que te machuque? – Perguntei receoso.

- Assim está bom, amor – Respondeu-me calmamente.

Soltei um suspiro ao sentir sua mão direita em minha nuca fazer um carinho gostoso e calmo. Posicionei melhor meu rosto em sua barriga, deitando sobre ela. Fechei os olhos. Senti sua outra mão acariciar minhas costas com carinho. Não sei ao certo em que momento peguei no sono, eu só sei que quando abri os olhos, era de manhã.

Pisquei seguidas vezes, tentando focar minha visão na janela do quarto. Cocei os olhos, bocejando. Somente então senti o braço da Di em volta de meu pescoço, de uma forma relaxada, serena. Mirei sua barriga, onde estava deitado, e dei-lhe um beijo suave.

 

Céus, como eu faço para sair daqui sem acordá-la?!

 

Olhei um de seus braços e todos aqueles machucados... senti um nó se formar em minha garganta ao lembrar de tudo. Eu até estremeci de ódio. Me sentia um inútil. Logo eu que prometi não deixar que ninguém a machucasse – não consegui evitar isso...

Senti a mão dela se aproximando e passando suavemente as pontas dos dedos em meu rosto. Sorri e a olhei.

- Tá tudo bem? – Perguntou calma.

- Tá sim. – Menti – Bom dia, amor. – A saudei.

Ela sorriu.

- Bom dia, bebê. Vem aqui – Fez sinal com as mãos me chamando mais pra cima.

Subi com cuidado e a abracei com mais cuidado ainda.

Senti beijos em meu maxilar, bochecha, pescoço.

- Beijoqueira – Murmurei manhoso.

- Eu sei que gosta.

- Eu amo. – Sorrimos. – Está com fome?

- Na verdade eu preciso de um banho primeiro. – Comentou calmamente. – Só não sei como... – Encarou seus ferimentos nos braços.

- Eu posso te ajudar – Comentei sem malícia.

Ela corou totalmente sem jeito.

Sorri, a olhando.

- Hey... – Ela ergueu o olhar para mim – Você confia em mim? – Ela assentiu ainda corada. – Então vem...

Levantei da cama em um salto para ajudá-la a levantar também, então eu vi. Sua pele branquinha estava cheia de hematomas roxos.

- Desgraçado... – Rosnei e senti minhas narinas inflando.

- Amor, esquece isso, esquece o Alex. – Pediu, me olhando assustada e nervosa.

- Desculpa, amor, mas eu não vou descansar até fazê-lo pagar por isso! – Proferi cheio de ódio.

Ela suspirou angustiada e negou com a cabeça. Seus olhos estavam marejados.

Eu estava fora de mim.

- Mas não vamos falar disso agora. – Comentei e dei um beijo em sua testa – Vamos providenciar o seu banho...

Caminhamos até o banheiro e logo eu voltei para o quarto.

- Amor? – Ela me chamou, confusa.

- Eu estou procurando um biquíni para você. – Respondi procurando um na gaveta do guarda-roupas dela.

Afinal, eu não tinha a pretensão de achar que ela iria ficar nua na minha frente. Eu sabia que ela ainda não conseguia...

Mesmo revirando tudo, eu não estava encontrando os biquínis por pares iguais, então, peguei a parte de cima de um com a parte de baixo de outro.

- Voltei. Só achei assim – Mostrei-lhe ganhando um risinho abafado dela.

Agora vinha a parte mais difícil.

Tirar a roupa dela?!

- A-amor... – Gaguejei nervoso.

- S-sim... – Ela também estava. Ela nem me olhava nos olhos.

- E-eu vou tirar a sua roupa e quando for tirar o seu sutiã e calcinha eu vou fechar os meus olhos, está bem? – Ela assentiu repetidas vezes, corada. Quis sorrir por achar lindo mas controlei-me. – Depois eu vou te dar os biquínis e você vai colocá-los superficialmente para depois eu amarrá-los. Ok? – Ela assentiu novamente. – Certo... vamos lá...

As minhas mãos tremiam antecipadamente. Respirei fundo e comecei a tirar a blusa dela passando por seus braços, com todo cuidado, para não entrar em contato com os seus machucados. Evitei ficar olhando o corpo dela, senão... eu nem sei o que aconteceria. Tentei vê-la apenas como minha irmã naquele momento – o que obviamente – não consegui.

Notei que o sutiã dela era preto e rendado.

O meu preferido.

 

Se controla, Harry... você já fez merda uma vez.

 

- V-vou tirar seu short – Avisei-a manso e ela só assentiu.

Abaixei em frente a ela e comecei a abrir o seu short. Desabotoei-o e comecei a descer com cuidado sem que encostassem em seus joelhos. A calcinha dela também era preta e rendada. Tá de sacanagem!

Era uma puta sacanagem!

Engoli a seco com a respiração alterada.

Parei de olhá-la e finalmente tirei o seu short por completo.

Agora vinha a parte pior ainda.

Tirar seu sutiã e calcinha.

- Está tudo bem? – Perguntei mais para mim que para ela.

- Sim.

- Bom... – Levantei ficando cara a cara com ela.

 Envergonhada, ela virou o rosto, que estava vermelho, para a parede. Dei um beijinho na bochecha dela.

- Posso começar? – Perguntei a fitando. Sua pele branquinha era extremamente linda...

- Pode. – Respondeu envergonhada.

Peguei o biquíni em uma mão, e ela já estava com os braços levemente abertos. Passei meus braços por baixo deles e com as mãos trêmulas, envolvi-as em volta das costas dela para abrir o seu sutiã. Ficando assim, quase colado nela, com ela seminua a minha frente. Eu senti o corpo quentinho dela encostar no meu, me arrepiando inteiro. Tirei seu sutiã e o joguei no chão fechando os olhos. Agachei-me e apalpei as laterais de suas pernas para encontrar onde estava a sua calcinha. Encontrei-a e a desci até o chão. O meu coração batia tão forte, tão forte, que eu o ouvia em meus ouvidos. O calor dela, o cheirinho dela, estava me deixando louco e o meu corpo já estava dando os sinais. A Di é completamente irresistível, até mesmo com os meus olhos fechados.

Levantei-me bruscamente – ainda com os olhos fechados. Juro que estavam completamente fechados. Não a espiei... embora não me faltasse vontade...

- Toma, amor – Entreguei-lhe o biquíni e a senti pegá-los da minha mão.

Então eu mantive meus olhos fechados e esperei que ela colocasse o biquíni.

- Pronto, amor. – Ela disse.

Abri meus olhos brevemente, desci meus olhos cautelosamente pelo corpo dela e rapidamente fechei meus olhos de novo. Mordi o canto do lábio com certa força tentando manter a calma. Meu corpo esquentou mais que fogo e minha respiração tornou-se pesada.

- Amor? – Ela chamou, rindo baixinho.

- Oi...

- Já pode amarrar pra mim... – Abri os olhos com cautela e ela estava olhando para mim, linda.

- O-ok – Respondi em dificuldade, deixando o meu nervosismo à tona.

Ela virou-se com cuidado e eu, tremendo, amarrei seu biquíni.

Liguei o chuveiro e a coloquei embaixo dele segurando-a – por sua cintura nua e macia – tomando cuidado para não me molhar.

Ela resmungou baixinho.

- O que foi? – Perguntei preocupado e a tirei debaixo da água.

- Ardem um pouco... – Ela comentou, fazendo uma careta.

- Me desculpa... – Rocei nossos narizes – Prometo que te encho de beijos depois – Passei meu dedo por sua bochecha, fazendo um carinho.

Ela sorriu.

Peguei o sabonete e comecei a passar na pele dela onde não havia machucados. E mesmo assim – com todo o cuidado do mundo... como se ela fosse quebrar a qualquer momento...

Deixei a água cair pelo corpo dela somente o necessário para tirar o sabão. Nos olhamos por alguns segundos e não tinha mais como resistir. Pus uma de minhas mãos em sua nuca e a trouxe para um beijo. Senti um tremor em meu corpo quando as nossas línguas se encontraram. A encostei na parede com cuidado e aprofundamos o beijo. Apoiei minhas mãos na parede, atrás dela, por medo de colocá-las em algum lugar indevido em seu corpo. Era um beijo calmo, porém cheio de vontade. Seus dentes prenderam o meu lábio inferior e o puxaram sugando-o depois, gemi manhoso, arranhando a parede com meus dedos, fechando-os em punho em seguida. Não conseguia parar de beijá-la. E nem queria...

Porém já estávamos sem fôlego, e então partimos o beijo. Ela me deu um selinho demorado e sorrimos.

- J-á acabamos aqui... – Comentei, ainda ofegante e fechei a chave de registro do chuveiro. Peguei a toalha e a enrolei. - O que quer vestir? – Perguntei, abrindo a porta do guarda-roupa dela.

- O que for mais simples...

- Vestido. – Dissemos por igual e prendemos o riso.

Peguei o primeiro vestido que vi e a segurei pela cintura. Fechei os olhos e esperei que ela tirasse o biquíni molhado. Me senti tentado a espiá-la dessa vez – porém se o fizesse – com certeza gemeria e ela saberia o porquê...

Eu ainda estava de olhos fechados quando ela começou a me dar repetidos selinhos. Sorri de leve.

- Amor? Acabou? – Murmurei contra seus lábios.

- Sim.

Abri meus olhos e ela já estava vestida.

- Amor, eu ia te ajudar. – A questionei rapidamente.

- Eu consegui. – Sorriu animada.

Sorri de volta e abracei-a pela cintura apoiando o meu queixo em seu ombro.

- É o seu amor que está me fazendo melhorar... – Sussurrou em meu ouvido e eu fechei os olhos, sorrindo, sentindo tudo dentro de mim derreter.

Fomos interrompidos pelo meu celular tocando.

- Brincadeira... – Murmurei baixinho. Ela riu.

Peguei meu celular.

- Oi. – Atendi.

- STYYYYYLES!!!

- PORRA, Niall!! Fora o susto, doeu pra caramba aquele grito no meu ouvido.

Só ouvi a risada escandalosa dele.

- O que é, Niall! – Perguntei já impaciente.

- E aí, cara? O que acha de fazermos uma nova reuniãozinha com todo mundo?

Olhei para a Di, que já estava sentada na cama, olhando pela janela.

- Niall, eu não sei não. – Baixei meu tom, quase em sussurro – A Dianna não tá muito bem.

- Melhor ainda. A gente tenta animar ela.

- É. Talvez seja boa ideia... – Concordei ao pensar sobre – Podem vim. Mas só vocês, Niall! – Ele tem a mania de chamar Londres em peso e o mundo todo para as nossas reuniões.

- Tudo bem, Styles. O que a princesa tem? – Mostrou-se preocupado.

- Aqui a gente conversa. Ei! – O chamei antes que ele desligasse. – Trás alguns cannolis de chocolate pra ela, por favor. Aqui eu te pago.

- Beleza. Claro que não precisa pagar, Styles. Eu compro pra princesa.

- Tá. Mas olha a melação, Horan.

- Ciumento possessivo – Murmurou e caímos na risada.

- Niall, agora eu preciso desligar. Não quero deixá-la tanto tempo sozinha.

- Certo. Já já aparecemos por aí.

- Falow.

- Falow, Styles. – Encerramos a ligação e novamente a olhei.

- Amor? – Deitei cuidadosamente no colo dela.

- Diga... – Ela acariciou os meus cabelos.

- Niall está vindo aí com todo mundo. Espero que não se importe... – A sondei.

- Não, amor, imagina. Vai ser ótimo tê-los aqui.

- Hm, que bom... – A olhei – Agora eu quero beijo. – Pedi manhoso.

- Ahh mas eu vou te encher de beijos, Styles – Começou a beijar o meu pescoço me fazendo ri. Me contorcia tentando afastá-la do meu pescoço. Encolhi meu ombro e virei meu rosto puxando seu lábio para mim ao iniciar um beijo vagaroso.

Beijo esse que se transformou em outro, em outro, em outro, em outro... em muitos!

Din-don! A campainha tocou.

- Que droga... – Murmurei contra os lábios dela, em meio a outro beijo.

- Amor. Estamos nos beijando há mais de meia hora. – Comentou baixinho ao olhar no relógio.

- Nunca é o suficiente. – A selei. – Mas vamos – Sentei na cama. – Já chegaram.

Descemos as escadas juntos e logo fomos surpreendidos, ao abrir a porta, pelos gritos do Niall.

- PRINCEESA!! HAAARRY!! – Ele nos saudou contente, porém o seu sorriso se desfez quando ele mirou a Di.

- Dianna, por Deus! – Ash tomou a frente dele e exclamou incrédula, aproximando-se para abraçar Di, cuidadosamente.

- Oi, Ash – Di sorriu doce, ao abraçar desajeitadamente Ash.

- Amiga, o que houve com você?! – Ash estava visivelmente chocada com o estado dela. Assim como todos ali. Ela estava quase toda roxa e machucada.

- É uma longa história isso... – Di a respondeu calmamente.

- Você caiu de algum lugar?? – Ash continuou perguntando.

- Não. – Eu disse – Foi um monstro desgraçado que fez isso com ela. – Quase rosnei ao dizer.

- Alex! – Ash exclamou, surpreendendo-me.

Notei que ela não se mostrou surpresa diante da história. Pelo contrário, ela pareceu saber muito mais do que eu.

Franzi o cenho em silencio – perdido em alguns pensamentos – a fitando.

 

Então é isso. Ashley que será o meu passaporte até esse desgraçado... 

 


Notas Finais


Gente... isso não vai dar certo.
Me digam o que acharam e até o próximo capítulo ❤️


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