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História I Can Change For You - My Heart Will Go On


Escrita por: AnnaWrou

Notas do Autor


💠💠Título do capítulo: Meu coração vai continuar.💠💠

Boa leitura <3

Capítulo 53 - My Heart Will Go On


Fanfic / Fanfiction I Can Change For You - My Heart Will Go On

 

 

Eu estava em choque.

- Amiga, eu já estou indo para aí!!

- Socorro!

- Eu já estou indo, calma, amiga... – Ela também já chorava.

- Socorro... – Senti o celular escorregar de minhas mãos. Olhei para Harry e voltei a deitar minha cabeça em seu peito. Não para ouvir novamente os seus batimentos, mas, somente para ficar com ele. Acariciava o rostinho dele enquanto chorava e beijava a sua bochecha.

Foi então que a ambulância e os socorristas chegaram. A última coisa que lembro fora de eles entrarem e colocarem Harry em uma maca. Eles falaram algumas coisas comigo, porém eu escutava as aquelas vozes como se estivessem a uma distância muito grande de mim. Foi então que senti as minhas forças se esvaindo. Era como se os meus desejos estivessem sendo atendidos.

Eu poderia estar morrendo...

 

Agora eu posso te deixar, meu amor...

 

 

 

15 de abril de 2016

 

 

 

 

Narrador

 

Atenção, doutor Phillips Green, compareça ao pronto socorro. Doutor Phillips Green, compareça ao pronto socorro.

 

Mais uma noite agitada começava no hospital Saint’s Mary, em Londres.

E mais uma vez o doutor Phillips corria até a emergência.

O médico alto e de aparência madura, já estava há 24horas sem dormir em seu plantão que ainda se estenderia por mais algumas horas.

Doutor Phillips, que havia entrado às pressas na ala de emergência, deparou-se com um garoto, deitado na maca, inconsciente.

- Qual a situação? – Ele perguntou a enfermeira.

- O nome dele é Harry Styles, tem 22 anos e foi encontrado em casa desacordado. Ele está com uma profunda perfuração na cabeça, na região da nuca. Está sangrando muito, doutor...

O médico o analisou minuciosamente.

Pupilas dilatadas.

Ele não reagia a nenhum estímulo.

- Ele teve um traumatismo craniano, isso é certeza. Imobilize-o, leve-o para bater uma tomografia e depois para o centro cirúrgico. Eu estarei lá o esperando.

- Sim, doutor.

Com pressa, os enfermeiros levaram o garoto para uma sala mais afastada e começaram a prepará-lo para a tomografia. Enquanto isso, o doutor Phillips percorria os corredores do hospital atrás de sua equipe para que preparassem tudo na sala de cirurgia.

E assim que Harry chegou a sala, toda a equipe médica já estava à sua espera.

Doutor Phillips analisou o seu exame detalhadamente e explicou toda a situação do garoto a sua equipe. Depois disso, todos começaram a se preparar o mais rápido possível para a cirurgia, porém, sem negligenciar nada. Qualquer imprudência poderia ter um peso fatal ao paciente.

Doutor Green fora o primeiro a sair para esterilizar as suas mãos. Era uma verdadeira corrida contra o tempo, qualquer segundo era importante para preservar aquela vida, e assim que retornou à sala, Harry já estava na mesa de cirurgia.

Doutor Phillips Green era, sem dúvidas, o melhor neurocirurgião da cidade. E iria dar o seu melhor para salvar a vida daquele garoto.

Logo ele iniciou a cirurgia.

Que não fora nada fácil. Havia um edema cerebral muito grande, do qual precisava ser contido rapidamente, antes que isso aumentasse ainda mais a pressão intercraniana do paciente.

Mas ao usar os mecanismos necessários, isso acabou gerando uma hemorragia no qual o médico fez de tudo para controlá-la e acabou conseguindo. Com a ajuda de Deus.

Depois de quase nove horas de cirurgia, o médico finalmente pôde transferir o paciente para a U.T.I. Ele respirou aliviado ao perceber que não havia perdido o paciente na mesa de cirurgia. No entanto, agora viria a parte mais difícil.

Falar com os familiares.

- Familiares de Harry Styles? – O doutor perguntou, ao chegar na sala de espera e duas garotas loiras levantaram indo em direção a ele. – São parentes de Harry Styles?

- Eu sou Ashley, uma amiga, e ela é Dianna, a namorada dele – Respondeu a moça que estava um pouco mais calma.

- Me acompanhem, por favor – O médico pedira e elas o acompanharam até a sua sala. Ele fez sinal para que elas sentassem e logo Dianna perguntou.

- Como ele está, doutor??

O médico respirou fundo. Ele tinha aprendido que independente do tempo que trabalhasse, dar a notícia que um ente querido estava em situação crítica, nunca iria ser uma tarefa fácil.

- O paciente chegou ao hospital com traumatismo craniano. O edema estava muito grande e tivemos que contê-lo. Só que isso infelizmente causou uma hemorragia no paciente.

Dianna voltou a chorar compulsivamente, sendo acalentada por sua amiga.

- Ele morreu? – Perguntou sem saber se fora compreendida. Seus soluços estavam intensos.

- Não, mas está em estado grave na U.T.I.

A garota escondeu o rosto na curva do pescoço de sua amiga, chorando mais ainda.

- Quais são as chances dele, doutor? – Ashley perguntou, controlando o seu choro.

- Elas existem. Tudo depende de como o paciente irá reagir.

- E ele irá ficar com alguma sequela? – Ashley fez uma nova pergunta. Dianna mal conseguia respirar em seus braços, à vista disso, Ashley tomou a frente de tudo naquele momento.

- Talvez. A única maneira de saber será quando ele acordar. – Respondeu prontamente o médico.

- E quando ele vai acordar?

Ele ficou em silêncio, pensativo.

- Responda, doutor!! – Dianna, ainda mais desesperada, interviu.

- Não sabemos. O paciente está em coma.

- Isso é mentira!!! – Dianna exclamou alto e um gemido baixo escapou de seus lábios.

- Amiga, calma, calma... – Pediu Ashley, apesar de estar tão alterada quanto ela, descendo seus braços e arrodeando a cintura da amiga, abraçando-a.

- NÃO, HARRY, NÃO!! – Dianna gritou apertando o braço de Ashley com um pouco de força.

O médico apenas assistira ao desespero das duas. Sem ter mais nada a dizer, afinal, a situação do paciente era bastante crítica. Não sabia se iria sobreviver...

- Doutor Green? – Uma jovem enfermeira bateu a porta.

- Sim?

- Precisam do senhor na emergência. Chegou uma vítima de acidente de carro. Ele está inconsciente.

O médico olhara para as duas moças que apenas assentiram de volta.

- Eu preciso ir.

Assentiram novamente, sem conseguirem falar.

- Harry está no quarto 202. – Ele informou-as. – Margareth, se o paciente do 202 acordar você me bipe, ok?

- Sim, doutor.

- Eu tenho que ir, senhoritas. – O médico lançou-lhes um olhar calmo – Tentem se manter tranquilas. Iremos fazer de tudo para que ele sobreviva.

Elas novamente só assentiram, abraçando-se em seguida.

 

 

 

 

Dianna

 

- Eu quero vê-lo... eu quero vê-lo... eu quero vê-lo... eu quero vê-lo...  EU QUERO VÊ-LO!! – Eu repetia em insanidade, pelo corredor do hospital.

- Amiga, calma, por favor... – Ash chorava tão quanto eu.

- EU NÃO CONSIGO!!! – Gritei, com uma das mãos sobre a boca e a outra entre meus cabelos.

- Amiga... Você vai ter um treco... Harry precisa de você... – Ela choramingou isso e eu chorei mais ainda.

Todos estavam me olhando, espantados com a minha reação... que naquele momento era de total desespero. Eu sentia uma dor descomunal no peito... e em todas as minhas entranhas...

Se o Harry morresse... eu me culparia pelo resto da vida... eu não seria capaz de conviver com isso... eu não seria capaz de viver sem ele...

- A culpa é minha... EU QUE DEVERIA ESTAR LÁ DENTRO!! EU!!!

- Amiga, não diga isso, por favor...

- É A VERDADE! Foi eu que causei tudo isso!! – Minhas mãos tremiam entre os meus cabelos.

- Do que está falando? – Seus olhos buscaram os meus.

- E-eu que causei tudo isso... – Eu ainda chorava muito.

- Claro que não, Dianna...

- SIM!! Fui eu que liguei para ele!! Ele só queria me proteger... e o Alex... Aquele monstro o atingiu covardemente!!

- Amiga, não foi sua culpa...

- CLARO QUE FOI!! Se ele não tivesse ido até lá... a… a culpa é minha!!

- Foi ele que quis te salvar, Dianna... Harry iria até lá de qualquer jeito... com o seu consentimento ou não... – Ela fungou em seguida.

- Você está colocando a culpa nele? – Praticamente rosnei entre lágrimas.

- O único culpado disso tudo é o destino, Di... – Passei a mão pelo cabelo nervosamente antes de dizer:

- Destino? Eu estou no meio de uma crise e você vem falar de Destino??

- Foi o Destino, Dianna! Tudo isso já estava predestinado por algum motivo e…

- Por que ELE?! – Gritei perdendo todo o meu controle – Por que não pessoas que fazem o mal, Ashley? Por que o Harry?? ME DIZ!!

- Eu não sei! – Ela chorou mais – Não sou eu que mando nessas coisas, amiga, só Deus...

- POR QUE ELE?? – Gritei para o teto.

- Senhorita? – Dois enfermeiros se aproximaram de mim.

- Ela está bem, não se preocupe. – Ash tentou me proteger, eles estavam se aproximando de mim.

- Fiquem longe...! O que vocês querem?! – Eu já havia entendido o que eles queriam. E eu não iria ficar dopada! Eu tinha que está consciente para ficar com Harry. Ele precisava de mim!

- Isso fará bem a ela. Ela se acalmará – Um enfermeiro disse à Ash que se manteve em dúvida.

- Ash, não deixa. Ash, o Harry precisa de mim!

Ela apenas chorou mais ainda.

- ASH!!

- É para o seu bem, moça. Você só irá dormir – O enfermeiro me dizia ao tentar me segurar.

- ASH!! – Gritei em irritação e agonia. Só ela poderia evitar aquilo.

- Me desculpa, amiga... – Ela choramingou com as mãos nos cabelos. – Você precisa...

- EU PRECISO DO HARRY!!

Ash só permitiu aquilo para o meu bem. Eu estava alterada e sofrendo muito. Quase desmaiando. Ela só queria que eu ficasse bem e tranquila. Porém isso não teve sentido algum para mim na hora.

Foi então que eles me aplicaram algo. Logo senti meu corpo relaxando e eu já não chorava... nem me debatia mais. Eu senti até certa paz diante de tudo...

Lembro apenas da Ash olhando para mim e sussurrando um ‘’me desculpe...’’

Depois disso tudo apagou.

 

 

 

                                                                                    [...]

 

 

 

Seis horas da manhã, o relógio avisou.

 

Eu dormi, pensei.

 

Olhei ao redor e eu estava deitada em uma cama e Ash dormia em uma poltrona ao meu lado.

- Ash!! – A chamei em desespero.

Lembrei de tudo.

Ela saltou da poltrona e se aproximou de mim.

- Você está sentindo alguma coisa?! – Perguntou preocupada.

- Cadê o Harry?? Cadê ele??

Ela chorou e negou com a cabeça.

- CADÊ ELE!!!

- Ele ainda está na U.T.I... – Limpou suas lágrimas. Seus olhos estavam rodeados por uma vermelhidão intensa – Mas já já poderemos vê-lo...

- Eu quero vê-lo agora!!!

- Amiga, não pode. Não são nove horas ainda.

- Ashley...

- O horário de visitas é a partir das nove. Não vão nos deixar entrar antes disso.

- Ash, eu quero morrer... – Chorei em desespero.

- Não diga isso... – Me abraçou chorando.

- Anne já sabe? – Perguntei e ela negou.

- Eu não consegui ligar, nem Zayn... – Choramingou. – Zayn está lá fora buscando mais informações do estado dele para quem sabe assim conseguir contar...

- Ash, ele não pode morrer... – Choramos mais.

- Ele não vai, amiga. Harry é forte. Ele é forte...

- Ele não pode me deixar...

- Ele vai voltar para você... – Ela tentava me acalmar.

- Eu quero vê-lo...

- Você vai... daqui a pouco...

Nos abraçamos forte.

E assim que partimos o abraço, ela disse que iria ver se Zayn tinha mais informações sobre o estado de Harry. Tentei me levantar para ir também, mas não consegui. Eu ainda estava grogue. Mole. Sem forças.

Ela me pediu que ficasse.

E eu fiquei.

Apertei a ponta do colchão sentindo a minha respiração descontrolada sair pelos meus lábios entreabertos enquanto algumas memórias vinham chegando... como uma bomba... impedindo-me de respirar.

 

 

~Flashback ON~

 

- People say, we shouldn’t be together, too young, to know about forever, but I say, they don’t know what they talk talk talking about, ‘cause this love is only getting stronger, so I don’t wanna wait, any longer, i just wanna tell the world that you’re mine, girl... – Harry cantarolou em meu ouvido, segurando em minha cintura, me prendendo carinhosamente contra a bancada da cozinha. - They don’t know about the things we do, they don’t know about the “I love you", but I bet you if they only knew... they will just be jealous of us, they don’t know about the up all nights, they don’t know I’ve waited all my life, just to fall in love it feels this right... baby, they don’t know about, they don’t know about us...

Sorri, virando-me para olhar em seus olhos. Eles brilhavam, brincalhões, e um sorriso de orelha a orelha em seu rosto fez o meu coração errar uma batida.

- Just one touch and I was a believer, every kiss, it gets a little sweeter... it’s getting better, keeps getting better all the time, girl...

Acompanhei-o na música, começando um dueto só nosso durante aquela manhã.

- They don’t know about the things we do, they don’t know about the “I love you", but I bet you if they only knew...they will just be jealous of us...they don’t know about the up all nights, they don’t know I’ve waited all my life, just to fall in love it feels this right... baby, they don’t know about, they don’t know about us...

Ele beijou os meus lábios rapidamente, puxando o meu corpo para mais perto, encaixando sua mão na minha e a outra em minha cintura, começando uma dança lenta por toda a cozinha... a trilha sonora estava sendo as nossas próprias vozes... Harry sendo bobo. E eu amava...

- They don’t know how special you are, they don’t know what you’ve done to my heart, they can say anything they want cause they don’t know us... they don’t know what we do best, it’s between me and you, our little secret... but I wanna tell ‘em, I wanna tell the world that your mine, giirl...

- That your mine, boy... – Sussurrei, e aproximei os nossos rostos até que o meu nariz pudesse encostar no dele.

 

 

~Flashback OFF~

 

 

Eu não conseguia aguentar. As lágrimas desciam como cachoeiras e eu apoiei os meus cotovelos no colchão para que não batesse o rosto no metal da cama. Soluços se misturavam a minha respiração e eu tinha a total sensação de que toda a luta que eu teria que ter pela frente teria que começar ali. Naquele exato momento. Mas ali estava eu, chorando que nem uma desesperada por uma pessoa que quando acordasse poderia nem ser mais a mesma...

Mas eu o amaria por igual! Por igual! Para sempre o amaria!!

Por um bom tempo eu fiquei ali, apenas chorando e tentando pensar no que fazer. E decidi ser forte. Eu iria ser forte por Harry.

Ash voltou ao quarto acompanhada de Zayn e choramos os três juntos por mais alguns minutos. Eles não trouxeram nenhuma notícia e infelizmente só o que nos restava era esperar. Ficamos nós três, ali, em silêncio, até eles nos liberarem para a visita.

- Bom dia. – Doutor Phillips nos saudou apenas por educação ao entrar no quarto. Afinal ele sabia que não era um bom dia. – As visitas já estão liberadas. Só é permitido uma pessoa por vez. Quem irá primeiro?

- Ela! – Zayn e Ash referiram-se a mim de imediato. Os agradeci infinitamente e eles me ajudaram a levantar da cama.

- Fique calma – Zayn disse e eu assenti mesmo sabendo que não iria conseguir – Eu vou aproveitar e darei a notícia a Anne. Eu sei que você não vai conseguir fazer isso – Assenti concordando. Eu não iria conseguir mesmo...

Ainda me sentindo fraca, o doutor Phillips que me ajudou a caminhar até a unidade de terapia intensiva e também me ajudou a colocar toda a vestimenta necessária para entrar na sala da U.T.I. Lá era tão gelado, fazia tanto frio, que por um segundo tive medo que aquele frio fosse a representação do frio gélido de morte...

O ar era pesado e o silêncio lá dentro também era perturbador. Haviam tantos pacientes entubados e com fios saindo de várias partes de seu corpo. Inclusive Harry.

Eu quase desmaiei quando o vi.

Senti o chão abrindo sob meus pés... como se o meu corpo estivesse caindo em um abismo...

Por mais que eu estivesse me preparando para aquele momento... encarar Harry deitado na cama... respirando com a ajuda de aparelhos... tendo os seus batimentos cardíacos monitorados a todo momento... fez com que toda a força que eu havia criado se desfizesse...

- Fique o quanto quiser. – O doutor disse retirando-se em seguida. Senti minhas pálpebras mais pesadas ao vê-lo deitado na cama, quase sem vida, conectado a vários aparelhos. Só Deus sabia como eu queria estar no lugar dele. Só Deus...

Aproximei-me da cama e passei a mão por seu rosto que ainda estava tão lindo, apesar de abatido e inchado dos machucados. Haviam tantas marcas arroxeadas em torno de seus olhos, o seu nariz, estava tão machucado... eu estava lá, eu presenciei tal barbaridade... mas me deparar com aqueles ferimentos tão graves de novo... me assombrou muito.

Acariciei seu rosto, pescoço e ombro e nada. Nenhuma reação. Nenhum pelo arrepiado, nenhuma respiração ofegante, nenhum ‘’eu te amo’’. Ele estava respirando com a ajuda de um ventilador pulmonar, que ainda bem, não tomava toda a sua boca.

Me inclinei sobre ele para tentar mais uma coisa...

Dei um leve selinho em seus lábios.

Nada.

Nenhuma alteração.

Comecei a chorar em angustia.

- Me desculpe por está chorando... – Comecei a falar com ele – Eu sei que tenho que ser forte por você, meu amor... e eu prometo que irei ser... – Respirei – Eu vou estar aqui quando você acordar... eu prometo... – Entrelacei meus dedos na mão dele. Fria. Muito fria. – Meu Deus, você está com frio... – Murmurei baixinho procurando algo em volta. Nem eu mesma sabia o que. Talvez uma manta para o aquecer, porém não havia nada. – Amor. Eu já volto...

Praticamente corri para fora da U.T.I atrás de alguma enfermeira. Pedi a uma delas uma manta, enquanto explicava que um paciente que estava em coma na U.T.I estava com frio.

Ela me olhava como se eu fosse louca. Os seus olhos praticamente me diziam ‘’Ele não está sentindo frio, moça. Ele não sente nada’’

Chorei ao encarar os olhos dela. Eles me diziam isso, sim. Eles diziam. Ela me acompanhou até a U.T.I, e mesmo descrente do que eu dizia, o cobriu com uma manta grossa, só para me manter tranquila.

E funcionou. Parei de chorar um pouco.

- Obrigada... – Sussurrei.

- Não há de que... – Ela me deu um sorriso triste e se retirou.

Voltei a tocar a mão dele que estava um pouco, só um pouco, menos fria. Fiquei conversando com ele um pouco enquanto o acariciava, e até piada contei, para ver se ele ria, mas nada.

Nada...

Se misturando ao meu, eu ouvia o choro baixinho de algumas visitas dos outros pacientes. Os olhava, triste, era impossível não me compadecer diante daquilo... eu compartilhava da mesma dor que eles...

Vi que as pessoas começaram a ir saindo da sala e logo deduzi que o horário de visitas estava no fim. Me senti culpada por Ashley e Zayn e até pensei em sair para que eles pudessem vê-lo rapidinho. Porém não consegui. Não conseguia deixá-lo sozinho...

- Senhorita Agron? – Ouvi o senhor Phillips chamar. O olhei triste. – Infelizmente temos que encerrar as visitas. – Ele disse e eu assenti ainda a chorar.

Me virei para Harry e novamente lhe dei um selinho. Seus lábios estavam gélidos, mas ainda eram dele. Os molhei com um pouco de saliva dos meus lábios, para que eles não ressecassem, e me despedi dele.

Dizendo que o amava.

Que o amava muito.

Voltei para o quarto e abracei Zayn e Ashley, chorando por tudo, e desculpando-me com eles por não o terem visto.

Eles nem se importaram com isso, estavam mais preocupados comigo...

Zayn disse que já havia dado a notícia a Anne e que provavelmente todos já estariam no avião...

Como eu iria encará-la? Como se a culpa disso tudo era minha?

Você provavelmente vai querer saber como eu reagi, inicialmente, ao choque de ver Harry naquele estado...

Eu fiquei maluca... Foi extremamente chocante para mim. Não era o meu Harry...

Não era o meu Harry feliz e brincalhão...

Eu me senti tão mal com isso... que comecei a passar mal no quarto.

Gritei, chorei, esperneei, comecei a bater em mim mesma... eu queria me punir... eu só queria isso... Zayn segurou em meus pulsos e botou-os em minha barriga, antes de abraçar meu corpo contra o dele e sussurrar algumas coisas nas quais eu não escutei. Eu só queria que parasse, que a dor parasse, que o medo parasse...

Eu pirei tanto... que os médicos me internaram sem pensar duas vezes.

Uma enfermeira veio e me aplicou um remédio que rapidamente me fez dormir.

 

 

 

 

18 de abril de 2016

 

 

 

 

Acordei com uma voz me chamando...

- Di... Di... – Eu logo reconheci aquela voz.

Abri os olhos abruptamente.

- Graças a Deus... – Anne chorou abraçada a mim.

Seus lábios estavam trêmulos ao chorar, suas mãos vieram parar em meu rosto, acariciando-me, beijando-me o rosto.  

Olhei ao redor e vi todos me olhando. Meu pai, Elise, Zayn, Ash, Niall, Liam, Brooke, Louis. Todos estavam lá. Todos estavam ali por Harry.

- Amiga... você nos assustou tanto... Você não acordava por nada... – Ash disse, acariciando a minha mão. Os olhei confusa. Ainda não estava totalmente consciente.

- Como assim? – Eu também fiquei em coma? Pensei.

- Você ficou dois dias dormindo... – Ash ainda chorava, no entanto, pareciam lágrimas de alívio. – Tivemos tanto medo... – Enruguei a testa ainda confusa.

- Como você está, anjo? – Anne perguntou, limpando suas lágrimas, e sentando perto de mim acariciando a minha mão.

 

Morta, despedaçada. Sem vontade de viver. – Pensei.

 

Olhei para o meu pai com medo de responder...

- Por favor... – Anne pareceu me entender – Vocês podem nos deixar sozinhas? – Ela pediu calmamente, senti meus olhos pesando.

Todos assentiram.

- Anne... me perdoe... – Choraminguei baixinho, assim que todos saíram.

- Por que diz isso, querida...? – Ela ainda chorando, perguntou.

- A culpa disso é minha... – Baixei a cabeça.

- Minha querida, eu já sei de toda a história... a culpa não foi sua... – Neguei.

- Se ele não tivesse ido... – Lamentei outra vez.

- Harry teria ido de qualquer jeito... ele é muito teimoso, querida...

- Eu sei... – Assenti sorrindo entre lágrimas ao lembrar.

- Eu sei que está sendo difícil para você... – Ela fungou rapidamente e levou uma de suas mãos até suas mechas de cabelo – Está sendo difícil para todos nós... – Fungamos – Mas você precisa ser forte. Ele precisa de você. – Ela falou e eu assenti.

- Você já o viu? – Sussurrei.

- Sim, rapidamente – Ela soluçou – Aquele não era o meu filho... – O nosso choro compulsivo apenas se misturou no momento seguinte. 

- Eu sei...

Ficamos longos minutos chorando abraçadas, sem pausas, dando colo uma a outra...

- Ele vai acordar. – Eu disse colando as nossas testas. – Ele vai acordar e nós temos que estar bem para ver isso.

Anne assentiu se recompondo.

- Você está certa. – Suspiramos fundo – Chega de lágrimas. – Ela as limpou tentando sorrir – Apenas oração...

Então nós duas ficamos ali... em silêncio... rezando, juntas.

E depois de alguns minutos, quando Anne saiu do quarto, me permiti fechar os olhos e viajar para quando Harry ainda estava bem...

 

 

~Flashback ON~

 

 

Harry me parou de repente, e com isso o meu estômago embrulhou com a intensa ansiedade que voltou. Ele abriu uma porta e novamente, me guiou. Escutei ao fundo, baixinho, uma música francesa, porém não reconheci. Entramos no que, eu achei ser meu quarto – talvez o dele – até que de repente tudo ficou silencioso... somente escutava os seus passos e as nossas respirações. Não me atrevi a perguntar o que ele estava aprontando, afinal, eu amo as suas surpresas. Até que senti sua mão em meu rosto e a venda sair de meus olhos.

Por uma fração de segundos acreditei que estava tendo somente uma miragem. Pisquei seguidas vezes, em choque.

- Am… – Tentei pronunciar algo, porém não consegui.

Bem a minha frente, havia uma bandeira da França pendurada na parede, onde antes havia um quadro de vidro com o desenho da torre Eiffel, continuei olhando e haviam rosas brancas em um vaso azul sobre a mesa com diversas comidas e bebidas tipicamente francesas. Pétalas brancas e vermelhas estavam sobre a cama que parecia muito macia. Cada canto que eu olhava via algo que lembrava aquele país encantador. 

- Eu tentei trazer um pouquinho da França para cá... –Disse ele, com a voz terna. – Para que você possa curtir de algum jeito o seu país preferido... – Me abraçou por trás. – Queria fazer algo especial. – Beijou a minha bochecha.

Ele não poderia ter me deixado mais feliz. Além de toda a decoração, que certamente o fez ter que pesquisar muito sobre tudo, teve o fato de que não foi nada clichê. Ou esperado... nunca que eu iria imaginar que ele enfeitaria o meu quarto com velas azuis e rosas brancas e vermelhas. Ele sempre consegue surpreender.

Sempre...

Quando saí do transe, tirei a venda que estava em volta de meu pescoço e a soltei sobre a mesa. Ele fechou a porta, o barulho fez com que eu o olhasse. Em seus olhos havia um brilho diferente. Um brilho que não reconheci.

- Meu amor... eu não sei como te agradecer por tudo isso...

- Eu só quero que essa noite seja especial. – Ele deu um passo na minha direção e em segundos ele estava com os braços envoltos em meu corpo. 

- Qualquer noite que tenha você já é especial... – Afirmei, acariciando o seu rosto. Ele respondeu com um leve sorriso e um beijo em minha testa.

- Eu só não sei se isso ficou bom. – Soltou, mostrando-me as comidas. – Foi bem difícil cozinhar.  – Fez uma careta, inseguro.

- Meu amor, está tudo perfeito! – O tranquilizei, sorrindo. – Você não precisava ter tido todo esse trabalho... 

- Não foi trabalho... – Sorrimos um para o outro – Eu só queria fazer alguma coisa diferente... Londres está me deixando sem ideias. – Ele comentou rindo e eu ri também – Eu já te levei em todos os lugares possíveis.

Eu ri com a frustração dele. Toquei seu rosto, acariciando-o e ele sorriu. 

- Por isso eu decidi hoje criar um lugar só nosso... – Seu tom de voz saiu com tanto carinho, que o abracei com força.

- Você é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci... – Sussurrei em seu ouvido, com a voz doce. – Eu te amo muito… – Rocei meu nariz no dele e em seguida fiz o mesmo com os nossos lábios.

 

 

~Flashback OFF~

 

 

 

~Flashback ON~

 

 

O sol se esgueirou pela janela do quarto e veio nos abençoar com mais uma linda manhã. E quando ele tocou a pele de Harry, que ainda dormia profundamente ao meu lado, eu me perguntei se alguém nesse mundo poderia ser mais lindo que ele... rapidamente tive minha resposta.

Não poderia...

Levei minha mão ao rosto dele e o acariciei levemente, ele se mexeu um pouco, me abraçou e disse: ''Bom dia, minha princesa...”

- Bom dia, amor da minha vida... – Beijei sua bochecha macia ganhando um beijinho na testa.

-  Amor do quê? – Perguntou manhoso enquanto se espreguiçava na cama.

- Da minha vida – Segurei seu rosto e o enchi de selinhos. Ele sorriu enrugando o nariz daquele jeito lindo de sempre.

- Você dormiu bem? – Perguntou ainda sonolento.

- Divinamente bem. – Eu disse ao fechar meus olhos – Eu sonhei com você.

- Eu sonho com você todas as noites – Ele disse com toda a naturalidade do mundo.

Senti meu coração bater mais acelerado.

Sorri e o apertei mais contra mim de um jeito que eu achei não ser mais possível.

- O que acha de levantarmos? – Perguntei.

- Eu acho péssimo – Rimos – Aqui está ótimo.

- Vamos, amor. – Acariciei seu cabelo, desejando jamais ter que quebrar a nossa bolha de felicidade...

- O que acha de tomar banho comigo? – Corei profundamente.

- Por que isso? – Ele me olhou travesso e logo depois começou a cantar.

- Por que...

 

I got that boom boom

(Eu tenho aquele boom boom)

I got that boom boom that you want

(eu tenho aquele boom boom que você quer)

I don't think you should wait

(Eu não acho que você deve esperar)

One minute might be too late

(Um minuto a mais pode ser tarde demais)

 

 

- Minha nossa! Desde quando você cita Britney Spears a essa hora da manhã?? – Ele riu alto e eu tive que acompanhá-lo.

- Desde quando eu posso me beneficiar com isso. – Ele disse e eu fiz um pouco de cócegas nele.

Depois de um breve silêncio, ele suspirou e disse:

- Ainda estou esperando a minha resposta... – Engoli a seco – O que acha de tomar banho comigo?

- Se você quiser… – Deixei as palavras soltas no ar, propositalmente.

Ele saltou para fora da cama no mesmo instante. Não aguentei e comecei a rir diante de seu tamanho afobamento.

Ele me olhou risonho e disse:

- Vai se trocar e me encontra no banheiro em dois minutos.

- Cinco, amor. – Rebati.

- Quatro.

Ele foi para o banheiro e eu levantei da cama indo até o meu guarda-roupas. Vesti meu biquíni ao som de Chandelier. A música vinha do banheiro... certamente do celular dele. Comecei a cantarolar balançando o meu corpo no ritmo da música.

 

One, two, three, one, two, three, drink

(1, 2, 3, 1, 2, 3, beba)

One, two, three, one, two, three, drink

(1, 2, 3, 1, 2, 3, beba)

 

E sem parar de acompanhar Sia na música, me virei e Harry estava ali, estava parado lá encostado na porta com os braços cruzados, me assistindo. Com os olhos brilhantes e nos lábios um sorriso de canto que não passou despercebido por mim. Sorri e continuei cantando sendo acompanhada por ele que apenas movia seus lábios.

 

One, two, three, one, two, three, drink

(1, 2, 3, 1, 2, 3, beba)

Throw 'em back till I lose count

(Engulo tudo até perder a conta)

I'm gonna swing from the chandelieeer

(Eu vou me pendurar no lustre)

From the chandelieeeeer

(No lustre)

 

 

Sorri enquanto o olhava e cantava. Ele balançava a cabeça no ritmo da música sorrindo daquela forma que me fazia perder o ar. Contorcia o rosto tentando dublar os agudos dela, joguei minha cabeça para trás rindo.

 

 

I'm gonna live like tomorrow doesn't exist

(Eu vou viver como se não houvesse amanhã)

Like it doesn't exiiist

(Como se não houvesse amanhã)

I'm gonna fly like a bird through the night

(Eu vou voar como um pássaro pela noite)

Feel my tears as they dry

(Sentir minhas lágrimas enquanto elas secam)

I'm gonna swing from the chandelieeeer

(Eu vou me pendurar no lustre)

From the chandelieeeeeer

(No lustre)

But I'm holding on for dear life

(E estou aguentando firme pela vida)

Won't look down, won't open my eyes

(Não vou olhar para baixo, não vou abrir os meus olhos)

Keep my glass full until morning light

(Mantenha meu copo cheio até de manhã)

'Cause I'm just holding on for tonight

(Porque só estou aguentando firme essa noite)

Help me, I'm holding on for dear life

(Me ajude, estou aguentando firme pela vida)

Won't look down, won't open my eyes

(Não vou olhar para baixo, não vou abrir os meus olhos)

Keep my glass full until morning light

(Mantenha meu copo cheio até de manhã)

'Cause I'm just holding on for tonight

(Porque só estou aguentando firme essa noite)

On for tonight

(Firme essa noite)

On for tonight

(Firme essa noite)

On for tonight

(Firme essa noite)

 

 

 

- Caralho, que tom, Dianna! Como você alcança esse tom? Sia que me perdoe, mas essa música fica mil vezes melhor na sua voz. – Expressei um leve sorriso.

- Que mentiroso.

- Estou sendo extremamente sincero.

Sorri aberto.

- Vamos do começo. – Ele disse e deu play na música de novo.

- O que?? – O olhei em pânico.

- Cante – Moveu apenas os lábios.

 

 

I'm the one for a good time call

(Sou aquela para quem ligam para se divertir)

Phone's blowin' up ringin' my doorbell

(Os telefones ficam tocando, estão tocando minha campainha)

I feel the love, I feel the love

(Eu sinto o amor, sinto o amor)

 

 

Eu andei até ele lentamente, sem tirar meus olhos dos seus.

Ele sorriu e passou a língua pelos lábios, me olhando de cima a baixo.

 

 

One, two, three, one, two, three, drink

(1, 2, 3, 1, 2, 3, beba)

One, two, three, one, two, three, drink

(1, 2, 3, 1, 2, 3, beba)

One, two, three, one, two, three, drink

(1, 2, 3, 1, 2, 3, beba)

Throw 'em back till I lose count

(Engulo tudo até perder a conta)

 

 

Seus lábios franzidos e um olhar malicioso em seus olhos. Ora sorria, ora ria, ora sorria de novo.

 

 

I'm gonna swing from the chandelieeer

(Eu vou me pendurar no lustre)

From the chandelieeeeer

(No lustre)

I'm gonna live like tomorrow doesn't exist

(Eu vou viver como se não houvesse amanhã)

Like it doesn't exiiist

(Como se não houvesse amanhã)

 

Cheguei bem perto dele e me inclinei para mais perto de seu rosto... os nossos narizes se tocaram... os meus lábios roçaram nos dele... mas eu ainda não pretendia beijá-lo... o ar quente que saía de minha boca ao cantar... bateu suavemente em seu rosto... ele agarrou a minha cintura suavemente apertando-a... e pressionou seus lábios contra os meus que se moveram lentamente...

Sentir seus lábios era a sensação – eletrizante – mais incrível de sempre... beijei o canto de sua boca e lentamente corri minha língua sobre o contorno de seu lábio inferior... ele sorriu e me beijou novamente... entrando em minha boca com a sua língua quente...

Explorava cada parte de sua boca... ele gemia baixinho e apertava ainda mais suas mãos em minha cintura nua...

‘’Sex’’ de Chris Brown começou a tocar e eu comecei a rir. Enterrei meu rosto em seu pescoço tentando controlar meu riso, ele riu junto e beijou o meu ombro.

- Isso não é nada comparado com as outras músicas – Comentou ainda rindo.

Sorri e mordi o seu pescoço.

Ele parou de rir e ronronou.

Nos olhamos nos olhos, profundamente... perdidos um no outro...

- ...você nem imagina o quanto é sexy, princesa... – Disse em um tom rouco, corei e sorri logo depois.

Ele mordiscou o meu lábio inferior e eu abri a boca ligeiramente permitindo que sua língua entrasse. Ele me puxou para cima e envolvi minhas pernas em sua cintura tentando não quebrar o beijo. Ele caminhou até que senti minhas costas baterem na parede úmida e fria.

Suspirei encolhendo meus ombros.

Sem quebrar o beijo... eu subia e descia minhas mãos por seu rosto bagunçando algumas vezes o seu cabelo... as minhas pernas cada vez mais se apertavam em volta de sua cintura...

Nos beijávamos quase em desespero... como se pudéssemos nos fundir... e quem sabe pudéssemos...

Foi quando ‘’So Good’’ de Bob começou a tocar...

- Vou jogar a porra desse celular privada abaixo... – Murmurou ele, em meus lábios. Soltei um riso contra seus lábios e ele abriu o sorriso mais lindo do mundo.

E por falar em mundo... eu só desejei que ele parasse naquele momento...

 

~Flashback OFF~

 

 

Um sorriso enorme veio ao meu rosto. Virei-o na direção da parede do quarto e vi no relógio de parede que era 15:40.

Um soluço escapou de minha boca, e eu me encolhi, deixando que o choro viesse e me dominasse. O meu peito apertava como se alguém estivesse pressionando as duas mãos em algo lá dentro... o ar acabava e não havia oxigênio que resolvesse o meu problema... eu me sentia morta... Por um longo momento eu fiquei assim... chorando sem colo nenhum... e enquanto chorava, eu tentava repetir para mim mesmo a mesma frase: Seja forte, ele precisa de você... seja forte, ele precisa de você... seja forte, ele precisa de você... eu repetia em minha mente, mas era quase como se fosse Harry me dizendo... eu quase podia ouvir a voz dele em meus ouvidos dizendo: ‘’Seja forte, meu amor. Seja forte...’’

Levei as mãos ao rosto tentando conter o desespero até que vi todos – com exceção de meu pai, Anne e Elise – entrarem no quarto.

Niall, Liam e Louis me abraçaram, enquanto faziam carinhos em meus cabelos. Ash, também chorando, segurava a minha mão e Zayn segurava a outra.

Me deixei ser amparada por eles por falta de forças...

Quando na verdade eu só queria explodir...

Eu queria explodir!

Observei todos ali e o clima pesado e triste entre nós ainda pairava. Levantei calmamente da cama e todos levantaram juntos das cadeiras quase como um reflexo.

- Eu vou matá-lo. – Rosnei com uma voz fria e calculista.

- Di. Alex fugiu. Ele sumiu. – Disse Ash, tentando me fazer mudar de ideia, mas eu não liguei.

- Não importa. – Proferi seca – Eu vou caçá-lo, e torturá-lo e depois vou matá-lo. – Meus dentes estavam travados.

Todo o medo que eu um dia senti por aquele monstro foi transformado em ódio... em força... eu só queria vingança.

- Você sabe como ele é perigoso, Dianna. Deixe isso com a polícia, por favor. – Zayn pareceria angustiado por mim.

- A polícia está procurando por ele? – Perguntei.

- Sim, a polícia do estado inteiro e o FBI. Eu mesmo e Anne já o denunciamos… e adivinha. – O olhei – Isso acabou repercutindo e abrindo um enorme leque de investigações sobre ele. – Explicou-me Zayn.

- O que? – Nem sei por que fiquei surpresa – Que investigações?

- Alguém mais o denunciou. Parece que você não foi a única garota que ele tentou violentar.

- Finalmente alguém fez alguma coisa! – Proferi com uma felicidade mórbida.

- Amiga… E agora, o que pretende fazer? – Perguntou Ash e eu conectei nossos olhares.

- Eu vou cuidar do meu namorado. – Ela assentiu entre lágrimas. – Não importa o que aconteça, nada importa, eu vou ficar ao lado dele. Sempre. – Fui categórica – Vinte e quatro horas...

Fomos interrompidos por batidas na porta.

- Pode entrar – Zayn disse.

- Com licença. As visitas aos pacientes que estão na U.T.I já estão liberadas. – Disse uma enfermeira e eu me remexi inquieta na cama, olhando o relógio. Eram 16h00 em ponto.

- Obrigado por avisar – Zayn disse.

Ela assentiu e saiu fechando a porta.

- Eu quero vê-lo... eu quero vê-lo... – Repeti eufórica me levantando novamente da cama.

- Amiga, eu não sei se você pode... – Disse Ash, suavemente – Você está internada. – Meu coração se fechou ao ouvir isso.

- Eu preciso vê-lo!! – Alterei-me.

- Calma... calma... eu vou falar com seu médico... – Ela disse calma e saiu logo em seguida.

Eu nem esperei que ela voltasse com alguma resposta... tentei arrancar os fios do meu braço e consegui. A vontade de ver Harry, era maior do que tudo. Maior até, que a dor intensa que eu senti quando puxei a agulha bruscamente da minha veia.  

Mesmo com tantos homens dentro daquele quarto, nenhum deles conseguiu me impedir de fazer isso.

Rapidamente Zayn pegou alguns lençóis e tentou estancar o fluxo de sangue que saía desenfreado do meu braço. Niall e Liam estavam apáticos, quase passando mal perto de nós. Ficou bem claro que eles não eram fãs de sangue.

Quando eu finalmente parei de sangrar, e lavei o meu braço rapidamente no banheiro, ainda sem resposta alguma de Ash... eu saí do quarto e segui pelos corredores até a sala da U.T.I.

Cumprimentei o segurança que ficava na porta controlando as visitas e o mesmo me olhou estranho. Com certeza pelo fato de eu estar descalça e usando apenas aquela bata hospitalar.

- Você não pode entrar assim, senhorita. – Ele me barrou.

- Eu preciso ver uma pessoa. Ele está aí dentro – Eu já quis chorar e estava tremula.

- Por favor, volte depois. – Ele insistiu me afastando.

- Ok... – Concordei me retirando.

Por mais descontrolada que eu estivesse, eu não queria infringir nenhuma regra. Pois se eu fizesse, isso poderia comprometer totalmente as minhas visitas a Harry...

Voltei ao quarto e todos me olharam abismados, inclusive Ash.

- Dianna que loucura foi essa que você fez?! – Ela perguntou-me, em tom de bronca.

- Agora não, Ash. – Minha voz saiu cheia de emoção, dor e irritação. Não irritação com ela, mas sim com toda a situação. 

Passei os meus olhos por todo o quarto procurando as minhas roupas.

- Roupas... roupas... roupas... mas onde estão as minhas roupas?? – Me virei para Ash.

- Estão no armário. – Ela disse e eu rapidamente caminhei até ele.

- Dianna. – Ela me chamou como se quisesse conversar comigo, porém, eu apenas peguei as minhas roupas e me tranquei no banheiro para vesti-las.

Enquanto eu me vestia, eu ouvia apenas os cochichos deles do lado de fora... tendo a total certeza, a total certeza de que eram sobre mim...

Saí do banheiro e novamente todos me olharam abismados.

- Dianna. Você precis...

- Me desculpa, Ash – A interrompi e saí do quarto sem ao menos deixá-la terminar. E eu só não me senti triste por isso, porque desculpei-me antes de sair.

- E agora? – Perguntei diante do segurança que me barrou.

- Pode entrar. – Ele me entregou uma touca, um avental, e calcei em minhas sapatilhas propés descartáveis. Lavei minhas mãos em uma pequena pia de alumínio que havia ao lado da porta e em seguida entrei sozinha.

Ele ainda estava tão inchado e em um sono tão profundo, que nem parecia estar vivo...

Escuras olheiras já se formavam abaixo dos seus lindos olhos, ainda fechados...

Ainda o olhando, notei que o soro, misturado a um remédio de coloração amarela, gotejava em sua veia... instantaneamente imaginei como ele devia estar com medo daquela agulha se ele estivesse de alguma forma sentindo tudo... se ele estivesse sentindo o seu ao redor...

Ajeitei melhor o travesseiro em sua cabeça e também ajeitei o cobertor que havia em cima dele. Subi e desci meus dedos pelo seu antebraço, logo abaixo do escalpe do soro, fazendo um carinho... atenta a qualquer reação que o seu corpo pudesse ter... mas nada... 

Sentei em uma cadeira perto da cama e cuidadosamente peguei a sua mão esquerda e acariciei-a com o polegar, enquanto continuava a olhar para ele. Levei meu rosto até ela e a beijei. O cheirinho dele ainda estava ali... Mesmo com todo aquele cheiro de hospital e alvejante... E depois de me fazer de forte por tanto tempo... eu chorei.

Chorei por ele, por mim. Chorei por nós. Chorei por não tê-lo protegido daquele desgraçado. Chorei por todo aquele sofrimento absurdo cometido a ele, aquele anjo inocente, puro e único. Chorei por seu futuro incerto...

Chorei lágrimas que eu nem imaginava que ainda teria...

Mas eu iria vingar o que aquele infeliz fez com ele...

Alex vai pagar, vai sofrer, vai implorar por misericórdia... mas eu nunca irei ter... eu não irei parar até ouvir o último fôlego de ar que aquele crápula não merece respirar.

E em meio aos meus pensamentos vingativos e tantas lágrimas dolorosas, levei minha mão a sua bochecha e alisei seu rosto tão delicado...

- Eu quase te perdi, amor... – Chorei ainda alisando seu rostinho e cabelos. Eu só queria tocá-lo, mostrar que eu estava ali com ele... – Me perdoe, por favor, eu amo tanto você... me perdoe por não ter conseguido afastá-lo daquele monstro... – Fechei os olhos e segurei mais firme sua mão – Volte pra mim… – Supliquei. – Não me deixe aqui, não me abandone... – Chorei até adormecer perto dele... do meu amor... da minha vida. Do meu anjo.


Notas Finais


E aí?
Harry morre ou Harry acorda?
Me digam o que acham e até o próximo capítulo ❤️


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