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História I Can't Live Without Your Love - Capítulo 2


Escrita por: nsbenzo

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction I Can't Live Without Your Love - Capítulo 2

– E você o deixou sozinho para ler os casos? – Annie perguntou pela segunda vez.

– Sim, Annie. Eu deixei. – respondi impaciente, passando meu batom vermelho sobre os lábios. – Desde então, Peeta mal fala comigo. – suspirei, guardando-o na bolsa.

– Isso já faz quase uma semana. – comentou encarando meu reflexo no espelho. – Por que não me contou antes?

– Porque não achei que ele seria infantil e começaria a praticamente me ignorar.

– Ele não ligou nem para pedir socorro em um dos encontros dele? – indagou.

– Não. Só nos falamos no escritório, e sobre trabalho. – respondi, ajeitando meus cabelos. – Mas quer saber? Eu não ligo. – fiquei de lado para encarar minha amiga.

– Claro que liga. – Annie fez o mesmo. – Você o ama, Katniss.

Soltei um riso pelo nariz, e fechei meus olhos, balançando a cabeça em negativa.

– Eu não o amo, Ann. – respondi, observando minha amiga retocar o batom.

 

– Quantas estrelas consegue contar? – Peeta perguntou, encarando o céu, escuro pela noite, que estava estrelado.

– Isso é sério? – perguntei de volta, observando-o.

Estávamos sentados sobre uma toalha que ele mesmo trouxe em seu carro, aproveitando da areia que ainda estava morna.

– Não. – Peeta riu, me olhando. – Mas eu consigo contar duas estrelas.

Franzi o cenho.

– Seus olhos. Eles estão brilhando como se fossem duas estrelas. – explicou. – Parece que não errei em te trazer aqui. – ele sorrio.

– Como assim? – questionei. – Você disse que queria vir porque estava com saudades do mar. – comentei, usando o argumento que Peeta havia dado antes de conseguir me arrastar para cá, com uma pequena viagem de quase uma hora e meia de carro.

– E estava, mas não é por isso que estamos aqui. – ele se aproximou, e passou o braço esquerdo sobre meus ombros. – Eu sei que eu sou uma cruz enorme para esses ombros tão pequenos carregarem. – Peeta me olhava atentamente. – E mesmo assim você não desiste de mim. – ele sorrio. – Você me disse uma vez que quando era criança, você e seu pai iam até Santa Mônica durante a noite, e perdiam horas assistindo as ondas quebrarem na praia. – começou a explicar, fazendo meus olhos lacrimejarem. – Como eu sabia que você não chegou a conhecer Malibu, resolvi te trazer aqui.

– Peeta... – murmurei sem saber o que dizer.

– Não precisa dizer nada. – ele me aconchegou ao seu lado, e beijou o alto da minha cabeça. – Isso não é nada perto do que você realmente merece, Katniss. – falou baixo, voltando a dar atenção para meu rosto. – Você tem sido um anjo em minha vida, e não há nada no mundo que eu possa fazer para retribuir, ou para demonstrar o quando você significa pra mim.

Mordi o lábio inferior, respirando devagar.

– Não esqueça que eu te amo, tá bem? – ele sorrio, se aproximando, e depositou um beijo demorado em minha bochecha.

Meus olhos focaram em seus olhos azuis assim que Peeta se afastou para me olhar novamente. Meu coração batia forte no peito, deixando-me ligeiramente perdida.

– Eu também te amo, seu babaca. – murmurei, fazendo-o rir.”

 

Balancei a cabeça levemente, tentando espantar a lembrança.

– Tem certeza? – Annie voltou a me dar atenção.

– Não o amo do jeito que você pensa. – expliquei. – Peeta não é o tipo de cara que merece ser amado dessa forma.

– Que coisa mais fria de se dizer, Katniss. – murmurou, voltando a se olhar no espelho. – Ele é uma ótima pessoa.

– Ele é um safado, galinha e aproveitador. – soltei em tom irritado, respirando fundo em seguida. – Não quero mais falar dele. – dei mais uma olhada no espelho, ajeitando minha franja. – Vamos. Gale e Finnick estão esperando.

Não esperei Annie responder. Apenas lhe dei as costas, e segui para fora do banheiro do restaurante.

Era a segunda vez que eu me encontrava com Gale. Eu havia gostado da companhia dele, porém eu tinha algumas regras para encontros, como por exemplo, não agir como as garotas sem cérebro que Peeta levava pra cama. E para deixar claro isso, acabava arrastando Ann e Finnick comigo, que namoravam há quase dois anos. Pelo menos até eu ter certeza de que valia a pena estar a sós com o cara.

Isso não acontecia. Quase nunca.

– Em qual banheiro vocês foram? No da minha casa? – Finnick perguntou assim que sentamos em nossos lugares.

– Que deselegante, Finn. – o repreendi.

– O que eu fiz? – perguntou olhando para a ruiva ao seu lado.

– Nada, amoreco. – Annie falou baixo, beijando os lábios do namorado, me fazendo rolar levemente os olhos. – O que vamos pedir?

Meu celular começou a tocar em minha bolsa, que já estava presa no encosto da cadeira. Franzi o cenho antes de alcança-la. Pude notar o olhar curioso dos outros três, enquanto eu tirava o aparelho pra fora e olhava o visor.

Peeta.

Ignorei a chamada, tirando o som do celular, e o coloquei sobre a mesa.

– Está tudo bem? – Gale perguntou.

Afirmei com a cabeça em silêncio, recebendo o olhar de Annie sobre mim. Desviei meus olhos para o cardápio assim que o peguei.

– Pra mim pode ser salada de agrião, e filé de frango ao molho de vinho branco. – falei, ainda concentrada no que lia, tentando ignorar o celular que vibrava sobre a mesa. – E você? – perguntei, olhando para Gale.

– Eu... Você não vai atender? – indicou o aparelho com a cabeça.

Suspirei, estendendo o cardápio para ele, e alcancei o celular, me levantando.

– Eu já volto. – falei, e não esperei por resposta. – Alô. – meu tom saiu impaciente sem que eu quisesse, mas não me importei.

Katniss. Por que você não me atende? – a voz de bêbado era evidente pra mim. Não o respondi, enquanto andava para fora do restaurante. – Katniss Everdeen Mellark, você é minha esposa, esqueceu? Você precisa falar comigo quando eu falar com você. – Peeta disse nervoso. Suspirei, encostando na parede mais próxima. – Katniss! – exclamou.

– O que você quer, Peeta? Eu estou ocupada. – resmunguei.

Eu tô com saudade da sua voz. – murmurou do outro lado. – Vem aqui me ver.

– Fale coisa com coisa. – pedi. – Você me ouviu ontem, antes de ontem, e a semana toda.

Não ligo. Tô com saudade da sua voz. Do seu cabelo. Dos seus olhos.

Respirei devagar. Não era a primeira vez que tínhamos esse tipo de ligação. Normalmente, quando Peeta ficava muito bêbado, e ainda não tinha conseguido nenhuma mulher, ele atingia um estágio de carência, o que sobrava pra mim ouvir suas cantadas baratas.

Katniss. Eu preciso de você. – murmurou. – Não me deixa sozinho aqui.

– Onde você está, Peeta? – perguntei tentando manter a calma.

Eu não sei. – resmungou. – Acho que... – ele parou de falar. – No bar do Carl.

– Me dê quinze minutos. – respondi, e desliguei a chamada antes que ele voltasse a choramingar.

Caminhei para dentro, lutando mentalmente comigo mesma. Por que eu não conseguia deixa-lo se virar sozinho? Seria tão mais fácil. Dei um suspiro longo antes de chegar até a mesa em que estávamos.

– Eu preciso ir. – falei, alcançando minha bolsa, e guardando o celular.

Gale me olhou com as sobrancelhas escuras franzidas.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou.

– Meu amigo está muito bêbado, e ele precisa de mim. – respondi, olhando em direção a Annie, que tinha a sobrancelha esquerda erguida. – Desculpa, Gale. Podemos nos encontrar outro dia? – perguntei depois de voltar a olha-lo.

– Claro. – foi a única coisa que ele respondeu.

– Desculpa, de verdade. – me aproximei, beijando sua bochecha em seguida. – Eu te ligo.

– Tudo bem.

 

~||~

 

– Eu devia odiar você. – falei ao joga-lo em seu sofá.

– Ai. – resmungou. – Cadê a delicadeza que só você tem? – Peeta perguntou tentando se ajeitar sentado, mas pelo o que eu havia notado, ele realmente estava mais do que bêbado. – Você tá tão linda. – ele disse quando parou de se mexer e seu olhar focou em mim pela primeira vez na noite. Peeta estreitou os olhos. – Não me diga que você estava com aquele merdinha do Gale.

– Isso não diz respeito a você. – respondi irritada, colocando a bolsa sobre a mesa de centro e me aproximei. – Agora senta direito. Você precisa de um banho.

– Claro que diz respeito a mim. Você é minha melhor amiga. Eu te conto sobre minhas garotas. – Peeta abriu um sorriso estranho, e fechou os olhos.

– Eu não quero saber das suas garotas, Peeta. – respirei fundo, e o ajudei a se ajeitar no sofá. – Agora para de falar. Você só está me irritando um pouco mais. – comecei a puxar sua gravata, fazendo-o me encarar. – Por que estava sozinho no bar do Carl? – perguntei, colocando a peça no braço do sofá.

– Glimmer furou comigo. – murmurou franzindo o cenho.

– Ela furou com você? – perguntei incrédula, mas precisei conter o riso. – Isso é inédito. – tirei seu paletó escuro, colocando-o junto da gravata, e passei a desabotoar sua camisa.

– Tanto faz. – Peeta moveu os ombros como se realmente não se importasse. – Por que você estava com o Gale? – perguntou.

– Porque ele é um cara legal, e eu gosto dele. – respondi, desabotoando os punhos de sua camisa, e a tirei com certa dificuldade, já que o mesmo não parecia querer colaborar. – Por que se incomoda tanto com Gale? – indaguei, encarando-o, depois de me livrar de sua camisa social, colocando-a junto da gravata e do paletó.

– Porque você tá linda demais pra sair com ele. – Peeta jogou seu corpo pra trás, apoiando as costas contra o encosto do sofá. – Você não pode sair linda desse jeito.

– Cala a boca. – rolei os olhos. – Levanta. – segurei sua mão e fiz força para puxa-lo.

Desequilibrei em meus próprios saltos quando Peeta me puxou, fazendo-me cair sobre ele. Seus braços passaram ao redor da minha cintura, prendendo-me contra seu tronco nu. Seus olhos estavam mais abertos, e pareciam mais azuis do que o normal. O cheiro do álcool atingia meu rosto pela proximidade. Meu coração reagiu de modo estranho, acelerando seu ritmo, e meu estomago começou a se agitar, parecendo dar cambalhotas. O oxigênio mal entrava, ou mal saía de meus pulmões, e eu sentia que não tinha controle sobre minhas pernas para sair do confortável abraço que Peeta havia me prendido.

– Esse batom vermelho. – começou a sussurrar. – Ele fica melhor em você, do que em qualquer outra mulher. – declarou, subindo uma mão por minhas costas. – Tudo fica melhor em você, Katniss. – seus olhos agitados passeavam por meu rosto.

Era como se ondas elétricas atravessassem desde meus pés até minha cabeça, enquanto eu sentia o carinho de Peeta, subindo e descendo pela extensão da minha coluna. Isso nunca havia acontecido antes. Não apenas o toque tão carinhoso dele causando arrepios a cada parte do meu corpo, mas sim a situação. Nunca ficamos tão próximos, por tanto tempo, a ponto de eu perder o foco, e me encontrar observando seus olhos, seus lábios, seu sorriso presunçoso.

Balancei a cabeça rapidamente, estendendo a mão para trás, para acertar as dele com um tapa, antes que Peeta alcançasse meu quadril.

– Ai. Pra que isso? – resmungou ao me soltar, e se moveu quando levantei, sentando-se ereto no sofá.

– Eu não sou suas vadias. – torci o nariz. – Vou embora. – anunciei, alcançando minha bolsa.

– Não. Você não pode me deixar sozinho. – implorou tentando levantar, mas não obteve sucesso, caindo sentado novamente. – Katniss. – Peeta suspirou depois de dizer meu nome em tom baixo. – Eu preciso de você.

– Eu sei que precisa. – ajeitei meu vestido que parecia estar fora de lugar. – Mas hoje você está mais bêbado do que o normal. Não vou conseguir lidar com você.

– Por favor. – pediu. – Prometo que vou colaborar. – Peeta passou a mão por seus cabelos, bagunçando os fios.

Suspirei impaciente, colocando a bolsa no lugar, e voltei a me aproximar, enquanto ele abaixava, tirando seus sapatos com dificuldade. Continuei a observa-lo de perto, deixando-o fazer ao menos esse serviço, mesmo que Peeta parecesse estar lutando com alguém, tamanho era o esforço que ele fazia para tirar suas meias.

Quando ele se endireitou no sofá, alcancei seu cinto, tirando-o em seguida.

– Agora você vai ficar quietinho aqui, enquanto eu faço um café. – me afastei, caminhando em direção a cozinha.

– Não é como se eu conseguisse sair daqui sozinho. – debochou de si mesmo, voltando a se jogar contra o encosto do sofá.

Acabei soltando um riso, negando com a cabeça, enquanto ligava sua cafeteira, que vivia arrumada pronta para passar o café pós bebedeira.

Eu não conseguia ficar com raiva daquele imbecil, por mais que ele tivesse abusado ao me tocar daquela maneira. Suspirei baixo ao lembrar do momento de alguns minutos atrás. Era como se eu ainda sentisse suas mãos em mim. Um arrepio atingiu minha nuca, me fazendo travar o maxilar e fechar os olhos. Eu estava enlouquecendo.

– Eu queria não ser assim. – Peeta murmurou do sofá.

Balancei a cabeça tentando me concentrar.

– Assim como? – questionei encostando na pia, depois de abrir os olhos.

– Isso o que você vê. Eu queria ser um cara legal. Do tipo que você gosta. – falou mais baixo a última frase, mas meus ouvidos funcionavam muito bem.

– Do tipo que eu gosto? – indaguei. – Você quer dizer, centrado e não mulherengo? – debochei.

Peeta não respondeu.

– Você está bêbado demais. Não está falando coisa com coisa. Amanhã você vai estar se odiando por ter dito coisas assim. – debochei novamente.

Peguei um xícara e enchi com café amargo. Caminhei de volta à sala, podendo ver seu olhar perdido em direção a um ponto especifico a sua frente.

– Peeta. – chamei, fazendo-o me olhar. – Você está se sentindo bem? – questionei. – Digo, além das consequências da bebida.

– Não tenho certeza. – ele uniu as sobrancelhas.

– Beba isso. Depois vou te ajudar com o banho. – estendi a xícara, e o mesmo a agarrou com as duas mãos, virando o líquido fervendo de uma só vez em sua boca. – Ei, vai com calma. – coloquei a mão sobre a dele. Peeta afastou a xícara dos lábios e me encarou. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, com certeza pela quentura do café. – Amanhã você não estará sentindo sua língua. – dei um pequeno sorriso. – Beba devagar. – continuei com a mão sobre a dele.

Peeta afirmou lentamente com a cabeça, e voltou a beber. Logo ele estendeu a xícara vazia, que eu peguei e coloquei na mesinha do abajur, ao lado do sofá.

Fiquei alguns minutos observando-o, notando que ele havia voltado a olhar um ponto especifico que não era eu, mas também não era nada em seu apartamento. Apenas mantinha seus olhos perdidos, como se pensasse em alguma coisa.

– Levanta. – pedi de novo, recebendo seu olhar sobre mim.

Estendi a mão pra ele, e dessa vez, Peeta a segurou, e colocou-se de pé sem muito esforço, apesar de seu corpo parecer um pouco desgovernado ainda.

– Eu consigo tomar banho sozinho. – avisou. – Mas não vá embora. – pediu ainda segurando minha mão.

– Eu não vou. – abri um pequeno sorriso. – Certeza que consegue ir sozinho?

– Sim. – ele passou por mim, e com passos lentos e um pouco cambaleante, Peeta se dirigiu ao seu quarto.

Ele havia me tirado tanto do sério, que eu havia conseguido esquecer do ingrediente importante que era o café contra esses seus momentos. Talvez, se eu tivesse dado a ele assim que chegamos, Peeta não teria me dado tanto trabalho.

Fiquei quase 20 minutos esperando que Peeta voltasse para a sala, mas como ele não havia aparecido, decidi ir até seu quarto. Dei duas batidas leves contra a madeira.

Entra. – sua voz rouca soou do outro lado.

Abri a porta devagar, encontrando Peeta estirado na cama apenas com uma cueca preta, e os olhos fechados. Acabei sorrindo, balançando a cabeça.

– Feche os olhos, eu estou praticamente pelado. – ele falou sem se mexer, assim que meus saltos anunciaram que eu havia entrado.

Seus cabelos estavam molhados, o que me fez notar que ao menos ele tinha conseguido tomar banho.

– Não é a primeira que eu te vejo assim. – caminhei até sua cama. – Eu te vi de cueca mais do que qualquer garota que você já ficou, afinal, elas te veem apenas por uma noite.

– Sim. Apenas por uma noite. – repetiu minha frase. – Bom. Apesar que você é minha esposa. É normal que me veja assim mais do que elas. – Peeta deu um sorriso torto.

– Você parece amar me chamar de esposa. – provoquei, pegando seu lençol e o estendi sobre seu corpo.

– Eu gosto sim. – ele abriu os olhos para me encarar. – Se um dia em me casasse de verdade, teria que ser com você. – murmurou.

Ri baixo do comentário.

– Mas como você não pretende se casar, não poderei ficar à sua disposição. – brinquei, me aproximando e depositei um beijo demorado em sua testa. – Tente descansar, seu irresponsável. – passei os dedos por seus cabelos molhados.

– Fica aqui. – sua mão alcançou a minha, segurando meu pulso. – Dorme comigo.

Franzi a testa, claramente confusa com o pedido. Isso também nunca havia acontecido.

– Eu preciso ir pra casa, Peeta. – me desvencilhei de seu toque delicadamente, e me afastei.

– Por favor. Eu só quero companhia. – murmurou.

– Eu estou usando um vestido desconfortável, e eu só quero tomar um banho e dormir. – argumentei.

– Pegue roupas minhas, use meu banheiro. – ofereceu com certo desespero. – Fica comigo.

Hesitei, tentando pensar em outra desculpa.

A noite em que eu e Peeta fomos para Malibu havia acontecido há alguns meses, e desde então algo em mim havia mudado em relação a ele. Talvez Annie tivesse razão. Era uma boa explicação para a raiva que eu andava sentindo toda vez que Peeta saía com alguém. Ou pior ainda. Quando ele me fazia dispensar alguém por ele.

Meus pensamentos estavam a mil. Então eu estava apaixonada? Apaixonada por um cara mulherengo, que discursa pra mim há quase 5 anos, que não nasceu para casar. Não tinha cabimento sentir algo desse gênero por ele.

Continuei a encara-lo, sentindo algo em mim enfraquecer com seu olhar pidão. Eu ia ceder. Eu ia ceder e isso me fazia apenas ter certeza de que eu era uma idiota apaixonada.

– Por favor, Katniss. Nunca te pedi isso. – ele se sentou com esforço.

Não tinha condições de dormir ali, no mesmo lugar que Peeta dormia com garotas desconhecidas, noite após noite. Meu coração se apertou, e engoli em seco o nó que havia se formado em minha garganta.

– Eu preciso ir. – insisti. – Eu te ligo amanhã de manhã. – lhe dei as costas, pronta para caminhar pra fora do quarto.

Porém eu não esperava que Peeta estivesse tão ágil, quando o mesmo me alcançou, segurando meu braço. Resfoleguei quando ele me puxou contra seu corpo, obrigando-me a espalmar as mãos em seu peito por culpa do susto.

– Por favor. – implorou, apoiando as duas mãos acima do meu quadril. – Só hoje.

– Então me solta. – pedi em um fio de voz.

Seus olhos me analisaram antes de suas mãos se afastarem do meu corpo. Eu estava xingando-o mentalmente, enquanto caminhava em direção a sua cômoda, em busca de peças de roupa para mim. Eu conhecia a ordem de suas gavetas, uma por uma, como se fossem minhas, por isso tive facilidade de conseguir o que precisava.

Depois de encontrar uma toalha branca em seu guarda roupa, e já estar com um short, que Peeta costumava usar para ir a piscina, e uma camisa simples em mãos, me virei, podendo vê-lo sentado na borda da cama, me observando.

– Eu já volto. – anunciei, tirando meus sapatos, deixando-os jogados no meio do quarto.

Amarrei meus cabelos em um coque alto, assim que entrei no banheiro e fechei a porta. Meu banho foi rápido, apesar de ter aproveitado dele para xingar a mim mesma, já que eu havia cedido tão fácil ao seu pedido. Com certeza eu estava me odiando, mais do que eu o odiava por me colocar em uma situação dessas.

Me vesti com suas roupas, colocando a toalha no gancho, e juntei minhas roupas, dobrando-as e deixando sobre o cesto de roupas sujas de Peeta, que estava fechado.

Sai do banheiro, vendo-o deitado novamente, mas dessa vez ele não estava estirado. Peeta havia se ajeitado no lado que ele costumava dormir, parecendo me aguardar. Respirei fundo, fazendo-o olhar em minha direção

– Você fica bem com as minhas roupas. – comentou.

Não o respondi. Apenas caminhei em direção ao interruptor, e apaguei a luz do quarto.

– Você comeu alguma coisa? – perguntou assim que sentei no lado vazio da cama.

– Estou sem fome. – respondi, sentindo meu corpo tenso.

Deitei silenciosamente, escondendo-me embaixo do lençol. Algo passou por minha cabeça, fazendo-me torcer o nariz.

– Diz pra mim que esses lençóis estão limpos. – falei com certo nojo na voz.

Peeta riu baixo.

– Estão, Katniss. Estão limpos já faz alguns dias. – respondeu.

Franzi o cenho.

– Como assim? – perguntei, virando a cabeça para olha-lo, mas a escuridão do quarto impedia-me de enxergar seu rosto.

– Nada. – pela sua voz eu sabia que Peeta sorria. – Apenas estão limpos. – pude ouvi-lo se mexer ao meu lado. – Obrigado por ficar comigo. – não o respondi. – Boa noite, Katniss.

– Boa noite. – murmurei.

Eu tinha plena certeza de que seria impossível pregar os olhos para dormir. Respirei fundo, apertando a borda do lençol com as duas mãos. O que eu estava fazendo da minha vida? Como conseguiria namorar alguém, dedicando todo meu tempo apenas a Peeta e suas vontades? Como conseguiria namorar alguém, dividindo a cama com o cara que, agora eu tinha certeza, estar apaixonada?

Fechei os olhos com força. Eu estava apaixonada. Apaixonada por alguém que eu tinha certeza que não sentia o mesmo. Nem por mim, nem por ninguém, afinal, esse era Peeta Mellark, e eu o conhecia o suficiente para saber que eu apenas me magoaria, se eu continuasse a ser sua “babá”.


Notas Finais




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