História I (Can't) Say I'm In Love - Único: Eu (Não) Posso Dizer Que Estou Apaixonado

— Eu vou enlouquecer!

Foi o que eu disse, assim que me sentei em uma das mesas da cafeteria próxima á minha casa, onde se encontrava Jimin tomando um capuccino.

— O quê? Por quê?

— Como “por quê”? Por culpa do Taehyung é claro! —  Não era a primeira e nem a última vez que ele me fazia sentir ao ponto de enlouquecer, mas meu melhor amigo parecia conhecer de cor e salteado toda aquela história, já que revirou os olhos assim que eu disse.

— E lá vamos nós… — Suspirou enquanto tornava a beber de sua bebida. Poxa, custava me ouvir antes de tirar conclusões precipitadas?

— Você não sabe o que ele fez dessa vez!

— O que ele fez dessa vez? — perguntou visivelmente desinteressado, enquanto apoiava seu queixo na mão.

— Ele estava todo cheio de gracinhas com aquele “amigo” — fiz aspas com as mãos — dele.

— E o que ele fez exatamente? — Endireitando-se na cadeira estofada, quase que magicamente, Jimin passou a demonstrar interesse. Tsc, ele acha que me engana! Eu sei muito bem do penhasco que ele tem pelo amigo mais novo do Taehyung. E eu ia usar isso ao meu favor sim! Para ele ver que eu não era o único com problemas ali.

— Eu vi o Jungkook beijando ele! — ralhei irritado por conta do ciúmes, vendo meu querido amigo arregalar os olhos, surpreso. — Na bochecha, mas ainda era um beijo.

— ‘Ta de graça né Hoseok? E eu aqui pensando que ele ‘tava te chifrando com meu crush, seu idiota!

— Qual é Jimin?! Você não vê que ele fica cheio de gracinha ‘pra cima dos outros, não? E eu? E nós? — disse deixando claro minha frustração. Ele respirou fundo e pareceu contar até dez. ‘Tava prevendo que ia dizer algo ofensivo ao meu ego, então me preparei também.

— Hyung, acorda! Quando é que você vai entender que não existe “nós” na relação de vocês? — Abri e fechei a boca várias vezes, absorvendo aquelas palavras duras. E antes que pudesse retrucar, ele continuou: — Vocês não tem um relacionamento sério. Você não tem o direito de cobrar nada dele; afinal, foi você que quis assim, não foi?

Suspirei derrotado, sem ter o que responder, pois era a mais pura verdade.

Quando comecei a me envolver com Taehyung havia deixado claro que não queria um relacionamento sério. Não gostava de rótulos e me dava muito melhor sem eles. Então adaptei esse mantra contra rótulos em todos os pontos da minha vida, incluindo a amorosa.

E me parecia ótimo; isso é claro, até eu perceber que quando seu boy não tem um rótulo, ele não é de ninguém.

Nós havíamos nos conhecido do nada e por nada. Era algo tão simples e singelo, desde o começo, quando viramos amigos.

O que a gente tinha, nada se comparava. Havíamos pegado intimidade tão rápido, como se nos conhecêssemos há anos. Éramos parceiros; nos momentos bons, nos ruins e principalmente nas loucuras.

Não demorou muito tempo para que a famosa “tensão” se instalasse entre nós; afinal, Taehyung era um pedaço de mal caminho. Daí para que começássemos a nos pegar de verdade, e os amassos que surgiam do nada ficassem constantes, foi num piscar de olhos; bastava um olhar e já estávamos aos beijos. E até cruzarmos a linha foi menos tempo ainda.

Tínhamos uma química explosiva, e quando explodiu… Foi maravilhoso. Aí que ele fodeu de vez com a minha vida, ou melhor dizendo, quando eu fodi com ele.

Então nossa relação foi evoluindo cada vez mais. Vivíamos sempre colados um no outro, como se não houvesse motivos para estarmos separados. Havia momentos que eu nem me lembrava como era minha casa, de tanto tempo que passava dormindo na dele.

Estávamos juntos, mas sem um rótulo. Não tinha ciúmes, cobranças ou brigas que não fosse por algo bobo, como o controle da televisão. Era perfeito, mas não era oficial.

E me matava, principalmente por saber que era por única e exclusiva culpa minha.

— Já sei o que vou fazer ‘pra mudar isso — disse decidido, convicto de que essa ideia ia fazer tudo mudar. Jimin que já tinha um olhar esperançoso, desmanchou no mesmo instante ao me ouvir dizer. — Vou fazê-lo dizer que me ama.

 

(...)

 

Quando tive aquela brilhante ideia de fazer o Taehyung se declarar para mim, não parecia ter nada de difícil.

Grande engano.

Não me vinha nada! Nem uma ideiazinha que fosse. E, poxa, eu teria que fazer algo! Afinal ele não diria assim do nada, não seria tão fácil.

Sem ideias e esperanças, eu acabei me rendendo a mente fofa e extremamente safada de meu melhor amigo, Jimin.

Aquele ali só tinha cara de santo mesmo, mas as coisas que ele sabia… prefiro não comentar. Lembro bem que grande parte da minha inocência ficou naquela cafeteria.

Segundo ele, o jeito mais fácil do Taehyung ficar de joelhos pra mim — sem malícia, por favor — e me dizer exatamente o que eu queria ouvir, era enlouquecendo ele na hora H.

Eu nunca pensaria em nada assim, no máximo um jantar romântico era o que se passava pela minha cabeça. Jimin até mesmo me disse que era uma boa ideia, pra ir amaciando as coisas.

Mas o ponto é: eu não era um profissional na hora do sexo. Tinha meus fetiches e fazia gostoso — palavras de Taehyung — mas ainda sim havia minhas inseguranças, sobre o que deveria ou não fazer.

Então como todo bom virgem — que eu não era, constrangedor — eu tratei de pesquisar. Varri todos os sites decentes — ou quase —, da internet e me consultei com as melhores especialistas do assunto, vendedoras de sexshop.

E cara… Eu ‘tava preparado. Ou ao menos achava que estava.

Então já no dia seguinte, eu passei a colocar meu plano em ação. E, felizmente, estava correndo tudo como o planejado. Comprei e preparei tudo para uma noite romântica e quente; de velas aromáticas à acessorios, havia até mesmo chocolate para deixar tudo no esquema.

E assim segui a tarde pesquisando e fazendo receitas variadas, tudo com muito capricho. Até mesmo seu prato favorito eu tinha preparado.

E era desse jeito, dando a ele a melhor noite de sua vida, que eu iria conseguir minha tão esperada declaração.

 

(...)

 

A campainha soou e eu dei um último suspiro nervoso, indo abrir a porta. Eu estava tão ansioso!

— Oi Hobi — Taehyung disse assim que eu abri a porta.

Meu coração falhou uma batida, mas eu iria me recuperar.

Ele estava tão lindo! Usava roupas despojadas, daquele tipo que não ficaria bem em outra pessoa, somente nele. Carregava a mochila nas costas, sinal de que estava vindo direto da faculdade, sem rodeios, só pra me ver. Os fios de seu cabelo castanhos-desbotados estavam todos desengrenhados devido a provável ventania lá fora; já que não era tão longe do campus até meu apartamento, ele devia ter vindo a pé, mas nem isso o deixava menos bonito. E por último, mas não menos importante, o seu sorriso; lindo, sincero e quadrado. Eu morria um pouquinho sempre que ele sorria para mim, e parecia que ele sabia disso pois me lançava vários a todo momento, arrancando suspiros meus, como se eu os visse pela primeira vez.

Eu era louco por todos os pedacinhos que completava Taehyung. E eu sabia exatamente o que isso significava, mas não ia admitir; não antes dele.

Selou meus lábios rapidamente, logo adentrando minha casa como se fosse sua. E cara, eu nunca diria o contrário.

Ele que não era bobo nem nada, logo seguiu para a cozinha que exalava o aroma dos pratos postos sobre a mesa. E eu tinha caprichado, viu.

Não era uma mesa digna de um restaurante, mas deixava claro o clima romântico que eu queria criar. Pratos e talheres organizados de forma simétrica, rosas vermelhas ao centro, e um vinho gelando no balde próprio de alumínio.

Não querendo me gabar nem nada, mas eu sou um cara bem romântico, daqueles que chegam a ser cafonas em prol do amor. Mesmo que tivesse segundas intenções, eu faria de tudo e mais um pouco pra agradá-lo.

— Uou! Isso tudo é para nós? — Sentando-se, Taehyung perguntou rindo nervoso. Será que ele tinha sacado algo?

— Claro que é. — Me sentei em seguida á sua frente. Ele puxou uma rosa do vaso, logo inalando seu perfume. Lindo, completamente lindo. — Por quê?

— Eu pensei que você tivesse esquecido... Não que houvesse um motivo para fazer algo especial, eu não cobraria isso de você. — Colocou a rosa de volta a seu lugar, voltando a me dar atenção. — Afinal, o fato de hoje fazer um ano que nos conhecemos não é tão importante assim. — Pendeu a cabeça para o lado, sorrindo doce.

Puta que pariu.

Não acredito que tinha esquecido! Estava tão focado em fazê-lo se declarar que nem me lembrei, porque, poxa, nós estávamos de molho há tanto tempo!

E se eu não desse o primeiro passo, ele também não daria.

— Mas é claro que é! — disse, rindo sem jeito e me esforçando para que a expressão de surpresa pela fala anterior não tomasse meu rosto. Eu estava tão nervoso que passei a repetir as sentenças por não saber mais o que dizer. Pode não parecer, mas datas comemorativas são importantíssimas para mim, principalmente quando Taehyung estava envolvido. — Não podia deixar isso passar em branco, sou muito feliz por ter conhecido você.

Ele sorriu e eu soube: estava fodido desde que havia colocado os olhos nele.

 

(...)

 

— Eu não acreditei quando vi o novo pôster! O berro que eu dei podia ser ouvido lá na América. — Ele riu pela milésima vez naquela noite, bebendo o restante do vinho que havia em sua taça.

O jantar tinha sido ótimo, para não dizer perfeito. Taehyung era aquela companhia gostosa de se ter, sabe? Bom de papo, que em um momento estava falando do seu dia, em outro falava de política e em um piscar de olhos falava sobre teorias loucas de vídeo clipes de seus artistas favoritos.

Mas a verdade era que nada daquele papo estava me interessando mais, tudo que eu queria ver aquela boquinha fazer era me beijar. E para minha felicidade, meu desejo não tardou acontecer, em poucos momentos já estávamos aos beijos sobre a mesa da cozinha.

E meu Deus, Taehyung era totalmente beijável!

Minhas mãos faziam pressão sobre sua cintura enquanto as suas puxavam de um jeito afoito minhas roupas, me trazendo para perto de si e colando nossos corpos. Era um beijo calmo e gostoso, que aos poucos tornava-se cada vez mais rápido e sensual.

Seus lábios eram meu maior vício. Eles se encaixavam com perfeição nos meus, como peças moldáveis que foram feitas para se completar.

Nossas línguas então, raspavam-se deliciosamente; em que, ora eu chupava a sua, ora ele sugava a minha. Eu já sentia-me enlouquecer, pouco a pouco.

O beijo, apesar de agitado, não tinha nenhum resquício de exaspero. Não era como uma briga de línguas a procura de espaço. A verdade é que nós somos bastantes flexíveis, em um momento eu dominava, no seguinte eu era dominado.

E falando sério, ser dominado por Taehyung era indescritível.

Mas naquele dia iria ser diferente. Eu iria fazer diferente, mostrar um lado meu diferente, e no fim da noite eu teria meu tão esperado “eu te amo”.

Entretanto, não era como se eu tivesse planejado uns amassos na minha cozinha, só estava me deixando levar. Se somente os lábios de Taehyung eram um convite para um abismo, eu ia me jogar de olhos fechados.

Não tardei em separar nossas bocas, ouvindo o estalo excitante e característico, para poder seguir com selos molhados pelo canto de seus lábios; sua bochecha; sua tez; seguindo por seu maxilar e depois para seu pescoço que, era um ponto sensível seu e meu lugar favorito de marcar. Os beijos, agora acompanhados por chupões e pequenas mordidinhas, o deixava cada vez mais mole, mais entregue, considerando que a pressão que ele fazia sobre meus ombros ficava cada vez mais forte, junto aos seus arfares sôfregos. Meu nariz roçava livremente por sua pele bronzeada inalando todo seu perfume que era mil vezes mais maravilhoso que qualquer fragrância provinda de uma flor.

Suas mãos largaram meus ombros, enlaçando meu pescoço, logo arranhando ali.

— Hobi… Que tal continuarmos isso no quarto, uh? — pediu manhoso, em um sussurro.

Outra coisa que preciso deixar registrado aqui: a voz de Taehyung, sussurrada bem ao pé do ouvido, é altamente prejudicial à minha sanidade.

Então com uma última sugada em seu lábio inferior, pedi no mesmo tom para que ele fosse na frente.

Quando me vi sozinho na cozinha, aproveitei pra derreter o chocolate. Não podia perder tempo. Afinal, quando se tem Taehyung deitado em sua cama esperando para foder loucamente com você, não dá pra enrolar né?

O coração já estava batendo forte em meu peito, de modo que eu não podia controlar nem se tentasse. Era somente um dos efeitos que Taehyung causava em mim, e eu nunca tive chance.

 

Heart's beating faster

{Coração está batendo mais rápido}

 

Might need some surgery

{Pode precisar de alguma cirurgia}

 

Entrei no quarto que estava do jeito que eu havia deixado, com pouca luz. As lâmpadas estavam apagadas, e a única luz provinha das velas aromaticas e do abajur que havia em cima do criado mudo ao lado da minha cama.

Eu tinha preparado um clima totalmente intencional.

Mas, sem dúvida alguma, a melhor parte não era o quanto a decoração deixava o clima envolvente e altamente sensual, era de longe a melhor coisa; pois veja bem, Taehyung deitado seminu em minha cama, enquanto adornava um sorriso ladino nos lábios, era.

Ah, se era!

 

Natural disaster

{Desastre natural}

 

You're taking over me

{Você está tomando conta de mim}

 

— O que é isso, Hobi? Chocolate? — Seus olhos brilharam, e arrisco a dizer que não só os olhos, mas ele por inteiro também. Como consequência, fiquei sem jeito e sem saber o que responder, logo coloquei a bandeja sobre o criado mudo e resolvi não responder nada, ou acabaria gaguejando.

Afinal, não precisaríamos falar para o que faríamos a seguir. Tudo que aquelas paredes iriam ouvir seria o som do nosso prazer.

— Shhh… — Levei meu dedo a sua boca, silenciando-a. — A partir de agora, sem palavras. Quero te ouvir de outro jeito.

 

And I s-s-stutter, vision per blurry

{E eu g-g-gaguejo, visão embaçada}

 

There ain't no other

{Não há nenhum outro}

 

That brings me to my knees

{Que me deixa de joelhos}

 

Tomei seus lábios em um beijo desejoso e, aos poucos, fui cobrindo seu corpo com o meu, até estarmos completamente colados.

De repente, o quarto que era preenchido por arfares e estalos, foi ficando cada vez mais abafado, e todos os lugares que nossos corpos tocavam-se pareciam queimar de tão, mais tão, quente. Sempre que estávamos a sós, meu corpo parecia entrar em combustão.

E, mesmo estando ciente de que já estávamos o máximo que podíamos estar juntos um do outro, eu queria mais. Queria estar junto dele em todos os sentidos, queria que fossemos um só. Descolei nossas bocas, abrindo os olhos para analisá-lo bem.

Ah, ele estava um pecado naquela boxer vermelha.

 

And it gets so hot whenever we're alone

{E fica tão quente sempre que estamos sozinhos}

 

But I can't say I'm in love

{Mas eu não posso dizer que estou apaixonado}

 

No, I won't!

{Não, eu não vou!}

 

Me inclinei em direção ao criado mudo, ficando de joelhos sobre o colchão, logo recebendo um olhar confuso ao pegar dois dos acessórios mais importantes da noite: um par de algemas e uma gravata preta.

— Opa, o que é isso Hobi? — perguntou sorrindo maliciosamente 'pra mim. Ele sabia muito bem o que era e, por sorte, era um fetiche seu e meu.

— Vem cá — chamei e ele logo atendeu ficando de joelhos em minha frente. Levei a gravata sobre seu rosto, mas sua mão prontamente me impediu.

— Não, não. Me deixe tirar isso antes — disse baixinho, guiando suas mãos até a barra da camisa que eu usava, tirando-a sem pressa. Quando enfim meu peito ficou desnudo, ele o encarou sem dó e, naquele momento, eu pude ver que ele me desejava tanto quanto eu o desejava. Rapidamente, Taehyung levou seus lábios até meu pescoço, onde sugou forte ali, deixando um selo molhado em seguida. Eu pude sentir sua boca, guiada por sua língua, deslizando por todo meu peito e abdômen, abrindo um sorriso safado ao parar no cós da minha calça jeans e notar o volume que se formava por lá. Ergueu a cabeça novamente, voltando a sua posição inicial. — Pronto, pode me vendar agora.

 

I don’t know what love is

{Eu não sei o que o amor é}

 

But I know I’ve never felt like this

{Mas eu sei que eu nunca me senti assim}

 

Amarrei a gravata sobre seus olhos, e ele sorriu maroto pra mim. Aproveitei que já estava próximo de sua nuca para deixar alguns beijos e sucções sobre seu rosto e pescoço, porque nossa! Minha vontade era de marcar ele inteirinho; mostrar que mesmo sem um rótulo, ele é meu e de ninguém mais.

Então Taehyung voltou a se deitar na cama, esperando meu próximo passo. E assim estava ele: tão entregue a mim e ao que eu tinha preparado, que não tardei ao algemá-lo em meio as carícias que deixava em seu tronco, ponderando em beijá-lo ou seguir com o planejado.

‘Tsc! Ele estava tirando o meu foco; fazendo-me perder o restante do juízo.

 

Your kiss is magic

{Seu beijo é mágico}

 

Like a circle

{Como um círculo}

 

Yeah, it's perfectness

{Sim, é perfeição}

 

Eu havia repassado inúmeras vezes como seria esse momento: o que eu faria, como eu faria, mesmo estando na ponta da língua o porquê eu faria.

Porém, nada passava em minha mente agora. Ela estava em branco. Um total breu.

Tudo que eu via era ele, tudo girava em torno dele. Meu desejos; meus sentimentos; meu eu. O que, no fim das contas, estava causando o efeito contrário. Era para ele estar sentindo toda essa confusão, para enfim se declarar, não eu.

 

And I could say yes

{E eu poderia dizer que sim}

 

Tell to me too

{Diga pra mim também}

 

Suspirei, tanto ansioso, quanto desejoso, jogando tudo ‘pro alto e, finalmente, decidido a fazer o que eu queria.

E eu queria Taehyung, sendo meu, em todos os sentidos.

Distribuí selos por seu corpo, sentindo sua pele se arrepiar sobre meus lábios e assim,    prossegui com o plano, dando início a parte mais saborosa de toda a noite: Taehyung sabor chocolate.

 

You say it first

{Você diz primeiro}

 

It's easy for you

{É fácil para você}

 

Suas costas arquearam e ele ofegou ainda mais sôfrego ao sentir a textura morna do chocolate, seguida pela minha língua sobre seu mamilo esquerdo. Sorri animado, as reações que eu tanto esperava estavam enfim aparecendo.

Despejei mais um pouco sobre o direito, logo recebendo a mesma resposta. Minha intenção era enlouquecê-lo da mesma maneira que ele fazia comigo.

Quando maltratei o suficiente daquela região, fui espalhando mais chocolate sobre seu torso, limpando com a boca em seguida.

Ah... Eu estava adorando aquilo! E via bem que ele compartilhava da mesma opinião, podendo escutar seus pedidos por mais sempre que eu sugava sua pele.

E só foi chegar à barra de sua cueca que pude senti-lo prender a respiração, me fazendo rir baixinho por isso. Tirei sua boxer lentamente, pois mesmo que ambos estivessemos necessitados ali, para que ter pressa?

No entanto, Taehyung estava afoito, se contorcendo em expectativa e, talvez, eu estivesse o atiçando de propósito. Só talvez.

Assim que se viu livre daquela peça ele arfou, soltando todo o ar que prendera. Já eu, ofeguei ao poder contemplar todo seu corpo sem nenhuma camada de tecido para atrapalhar.

Vê-lo de maneira tão íntima sempre me tirava o fôlego, não importava quantas vezes acontecesse. Ele era todo maravilhoso; todo perfeito; e eu jamais me cansaria de olhá-lo.

Nunca curvas masculinas pareceram tão belas aos meus olhos antes, pois nenhuma delas eram as de Taehyung.

 

Even though I know that it's true

{Mesmo que eu saiba que é verdade}

 

I can't say i'm in love

{Eu não posso dizer que estou apaixonado}

 

Segurei seu membro pela base, sentindo-o endurecer e pulsar sobre minha palma, deixando claro como ele estava necessitado por mim. E só de vê-lo tão duro e desejoso, senti uma fisgada lá embaixo, me fazendo suspirar sobre seu membro — que estava bem pertinho do meu rosto —, fazendo-o ofegar junto a mim.

Farto de ficar só olhando, pinguei um pouco de chocolate sobre seu falo lambendo logo depois. E então, finalmente o primeiro gemido abandonou seus lábios. Baixo e rouco. Orgasmático a um nível estratosférico.

Sorri deixando um beijo estalado em sua glande, só para fazer sua expectativa aumentar ainda mais.

Subi até seu rosto, onde derramei chocolate sobre seus lábios rosados, deixando-o com uma imagem extremamente pornográfica assim que Taehyung os lambeu para limpar.

Ele era o próprio pecado.

 

P-Paranoia

{P-Paranoia}

 

It's runnin' through my veins

{Está correndo pelas minhas veias}

 

Tomei seus lábios em outro ósculo quente e repleto de paixão, pois paixão queimava em nós.

E no fim, eu realmente gosto de como funcionamos juntos. Ali, junto a si, pensei que talvez as coisas fossem mais simples do que pareciam ser, mas eu insistia em complicá-las sem necessidade.

O quão bobo eu sou?

Sabia que Taehyung era a alegria dos meus dias, a tristeza de sua ausência e o amor presente em meu coração, por que negar mais.

 

I got to know ya

{Eu conheci você}

 

That was the end for me

{Esse foi o fim pra mim}

 

Permaneci olhando-o por um tempo, mapeando todo seu corpo, ponderando o que fazer e onde marcar. E como um estalo em minha mente, lembrei-me de algo que havia lido em um dos inúmeros sites que vi, algo que deixaria a nossa brincadeira muito mais divertida.

Levantei às pressas indo até a cozinha, afinal, era uma ideia a ser levada em conta, já que Taehyung estava mesmo fervendo, tão quente e lascivo quanto a própria chama, e precisava urgentemente esfriar a cabeça, então, nada melhor que gelo para isso, certo?

— Hobi… Cadê você, uh? Eu preciso tanto de você… — Ah, que eu podia me acostumar facilmente com toda essa manha.

 

And I know I've got you holdin'

{E eu sei que eu deixei você segurando}

 

On to words that I can't say

{Em palavras que eu não posso dizer}
 

Voltei para o quarto com uma vasilha em mãos, o que Taehyung não podia ver por culpa da gravata em seu rosto. Coloquei um cubo de gelo em minha boca, subindo de volta a cama, parando em cima de si, recomeçando os atos que o levaria a insanidade.

Eu iria até o fim para ter o que eu queria. Queria reciprocidade. Queria que ele sentisse todo meu amor por si e correspondesse a ele.

Se o amor é uma fraqueza, queria que ele fosse fraco comigo.

 

And everything you feel for me

{E tudo que você sente por mim}

 

Just know I feel the same

{Só saiba que eu sinto o mesmo}

 

E com o cubo preso em meus lábios, fui arrastando minha boca em pontos sensíveis de sua pele. Os seus arfares já evoluíam a gemidos contidos e eu adorava ouvi-los, pois eram todos meus.

O gelo derretia, por conta do tamanho do calor de seu corpo, e deixava rastros por onde eu o levava. Então segui por todo seu tronco, desviando de seu ventre e passando pelo interior de sua coxa. Essas que são fartas e durinhas. Morenas e gostosas. Suplicantes por marcas naquela região tão imaculada.

Sorri travesso sobre sua derme, e com o cubo quase que completamente derretido em minha boca, eu passei a chupar e morder com vontade por dentro e por fora de suas coxas e panturrilha.

 

I don't know what love is

{Eu não sei o que amor é}

 

But I know I've never felt like this

{Mas eu sei que eu nunca me senti assim}

 

Quando me dei por satisfeito, parei o que fazia e peguei mais um cubo, colocando-o na boca em seguida. Por fim, fiquei de joelhos bem à sua frente — sem tocá-lo, somente o olhando — e comecei a chupar o gelo.

Mas a chupar com vontade!

Fazendo barulhos e pequenos estalos, o provocando, antecipando o que viria a seguir.

— Hoseok… Você vai-

Taehyung cortou a própria fala, soltando um gemido alto e rouco quando abocanhei seu membro de uma vez só.

Levei minha boca até sua base, sentindo sua glande tocar em minha garganta, prendendo a respiração para não engasgar. Ele tremeu, arrepiando-se com um calafrio por conta do choque térmico que minha língua gelada fazia sobre seu membro quente e pulsante.

Eu não o chupava com frequência. Não por falta de vontade, mas sim porque éramos ansiosos demais! Não ficamos perdendo tempo com preliminares, partimos logo para o que interessa.

Havia sim o companheirismo, o carinho e afeto e muito amor em nossa relação, mas a tensão sexual que existia quando estávamos a sós era quase palpável.

 

I could say yes

{Eu poderia dizer que sim}

 

Tell to me too

{Diga pra mim também}

 

Eu subia e descia, chupando seu membro e o gelo que ainda derretia em minha boca. Brincava com os sentidos de Taehyung a cada vez que sugava com vontade sua glande, ou arrastava meus dentes bem de levinho sobre suas veias saltadas.

Se para mim era ótimo senti-lo, dar-lhe prazer, para ele então devia ser maravilhoso, enlouquecedor. Eu quase podia ouvir minha declaração saltada de seus lábios juntamente com seus gemidos.

Ou talvez seus gemidos fossem sua declaração por si só.

 

You say it first

{Você diz primeiro}

 

It's easy for you

{É fácil para você}

 

— Amor… — Adorava, simplesmente adorava, quando ele me chamava assim. — Me deixe te ver…

Agora me diz se tem como negar um pedido desses? O dia em que eu resistir á algo dito de maneira tão, mas tão dengosa, estarei maluco. Ou melhor dizendo, talvez eu esteja sã, porque louco eu já estou.

Dei uma última sugada forte, soltando seu membro em seguida. Ele balbuciava coisas desconexas, tentando falar algo, mas seus gemidos engasgavam todas as falas desnecessárias.

Elevei meu rosto em direção ao seu, lambendo os beiços. Soltei o nó da gravata que tampava sua vista, revelando seu rosto por completo.

Mal havíamos começado e ele já estava do avesso.

Seus cabelos engrenhados, sua boca inchada por tamanha quantidade de vezes que ele puxava e repuxava os lábios ao tentar descontar seu prazer de alguma forma e seus olhos fechadinhos, escondendo as íris por não conseguir mantê-los abertos. Não tinha visão melhor no mundo, algo que sequer chegasse perto do que eu via naquele instante.

Taehyung era indescritível. E eu estava quase chegando onde queria.

 

Even though I know that it's true

{Mesmo que eu saiba que é verdade}

 

I can't say i'm in love

{Eu não posso dizer que estou apaixonado}

 

Abriu seus olhos lentamente, logo prendendo seu olhar ao meu. E, sem desviar um milímetro sequer, retornei-me ao seu membro teso que clamava por atenção.

Posicionei-me novamente entre suas pernas, voltando a deslizar minha língua sobre seu falo — ainda com o olhar cravado ao seu —, descendo da base, até enfim, alcançar seus testículos, os chupando um por vez, e assim, arrancando de si gemidos gradativamente mais altos a cada novo ato meu.

Voltei a sua glande inchada e molhada, sugando forte uma última vez, pois sabia que não precisaria de muito para que Taehyung se desfizesse, e eu não queria isso por agora.

 

Open up my heart

{Abra meu coração}

 

Open up my mind

{Abra minha mente}

 

Assim, abandonei seu membro em busca de mais um item essencial da noite, e me curvei em direção ao meu criado mudo outra vez, sentindo seu olhar queimando em mim, quase podendo ouvir um pedido mudo para que eu continuasse o que estava fazendo.

Ele ainda permanecia deitado do mesmo jeito — magnífico e incrivelmente sensual, vale ressaltar —, quando me dispus novamente à sua frente. Agora com um lubrificante em mãos.

Sabor menta, ultra refrescante.

Passei então a descer minha calça jeans bem devagar, dando a impressão de que não estava com pressa alguma, mesmo que por dentro eu estivesse me corroendo em ansiedade. Já Taehyung, não tirou seus olhos de mim e meus movimentos em momento algum, totalmente envolvido no meu jogo.

 

Everything is changed

{Tudo está mudado}

 

To color from black and white

{De colorido para preto e branco}

 

Então, finalmente, retiro minha boxer de cor preta — que por (não) coincidência, é sua cor favorita — de modo tão lento quanto a calça. No entanto, Taehyung, apesar de estar um tanto impaciente, não balbuciou uma palavra sequer, somente olhava-me como se quisesse acabar de uma vez só com tudo aquilo.

Porém, nós só iríamos parar quando enfim ele dissesse, pois eu precisava ouvir dele, eu precisava saber que ele era meu e só meu, assim como eu era dele.

Abri a tampa do lubrificante com a boca, enquanto estimulava meu membro com a mão livre, me esforçando para deixar Taehyung cada vez mais tentado. Não tardei em despejar uma grande quantidade sobre ele — sentindo-o formigar, refrescante —, massageando e ganhando ritmo em seguida, sem romper o contato visual ou o sorriso ladino que adornava meus lábios.

Eu realmente queria saber o que se passava em sua cabeça, tudo que vinha em sua mente, ao me ver tão duro por si.

— Gostoso. — Ri, pois Taehyung parecia saber o momento certo para dizer exatamente o que eu queria ouvir. — Ah… Me deixe chupar você Hobi…

— Hoje não — disse cessando o riso, subindo em cima de seu corpo, até estar rente aos seus olhos.

Por um instante, eu pude olhar bem no fundo de suas íris dilatadas e enxergar todas as respostas das dúvidas que me assombravam. Já não havia porquê, já não havia insegurança, não havia mais nada, a única coisa que restava ali era nós e era mais do que suficiente.

 

Everything I see

{Tudo que eu vejo}

 

Is a new reality

{É uma nova realidade}

 

Baby, is this love?

{Baby, isso é amor?}

Engoli em seco. Era assustador ver, mesmo que por um momento, algo tão intenso. Afinal, é de sentimentos que estamos falando. E nos olhos de Taehyung eu via tudo, e ao mesmo tempo não via nada, nada além do mar castanho que eles eram.

Era assustador, porque era a verdade estampada neles para quem quisesse ver. Ali eu tive a certeza de que ele me amava, tanto quanto eu amava ele.

Sem me conter, abrir o meu maior sorriso, que foi prontamente retribuído por um sorriso ainda maior e genuíno. Ah como eu amava aquele sorriso.

Ah como eu amava ainda mais o dono dele.

 

Is this love?

{Isso é amor?}
 

Is this love?

{Isso é amor?}
 

Yeah, this is love

{Sim, isso é amor}

Com uma das mãos, aproveitei que estávamos nesse nosso momento inerte, para abrir mais suas pernas. E com a outra, peguei o lubrificante, espalhando sobre os dedos.

Ele arfou quando acariciei de leve sua entrada com os mesmos, e desmanchou o sorriso quando penetrei o primeiro.

Tomei seus lábios em um beijo desajeitado, enquanto ia e vinha dentro de si. Ele ofegava, e eu não sabia se era por conta do desconforto que passava aos poucos, ou se era pelo formigamento gostoso que o lubrificante causava. E não precisou de muito, logo estava com os três dedos movimentando em seu interior apertado ao que ele gemia sobre meus lábios, que volta ou outra retornava o ósculo afoito.

— O que você acha de soltar essas algemas, uh? — pediu entrecortado, ofegante. Suas mãos atadas forçaram-se contra meu peito, em busca de mais contato.

Retirei meus dedos de si e destravei as algemas que prendiam seus braços um no outro. E então, tudo aconteceu de maneira muito rápida. Em um instante, eu estava sobre si recebendo sorrisinhos ladinos seus enquanto ele massageava os pulsos, e no seguinte, estava sendo empurrado bruscamente contra a cabeceira da cama, logo tendo um Taehyung totalmente dominante sobre mim.

Tsc, olha ele aí.

— Cansei desses joguinhos! Vamos pular essa enrolação toda e partir ‘pro que interessa, uh? — Sorriu travesso ao sentar em meu colo, bem em cima do meu membro ereto, rebolando devagar sobre ele. — Ah Hobi… Eu tô doidinho ‘pra ter você dentro de mim…

Nada do que eu planejei, nada do que eu pensei, ou até mesmo meu orgulho bobo era relevante ali. Era somente eu e ele. Amor e atração, vulpia e desejo. Éramos dois amantes afinal, mas não precisava ser só isso.

 

I know what love is

{Eu sei o que amor é}
 

And I know I've never felt like this

{E eu sei que eu nunca me senti assim}

 

Ele manejava para frente e para trás, ora aumentando, ora diminuindo o ritmo. Minhas mãos já estavam em sua cintura — era automático, instintivo — pressionando-o para baixo, seguindo o compasso que ele ditava. Já as suas não paravam um segundo sequer, arranhando onde podia, em busca de algum sustento.

— Ah, Tae… — gemi sôfrego quando o mesmo quicou sobre meu membro, sem de fato penetrá-lo em si. Se tinha algo que Taehyung fazia com maestria, era provocar.

— O quê? — Colou seu peito no meu, passando a ondular o quadril bem devagar. — Você disse alguma coisa? — soprou baixinho bem ao pé do meu ouvido.

E eu? Fiquei todo arrepiado! Já era sacanagem, ele estava fazendo um jogo comigo? Ah, que eu cairia mil vezes nesses seus joguinhos com maior prazer.

— Isso é algum teste contra minha sanidade? — indaguei, puxando seu rosto em minha direção. — Não precisa bobinho, eu já sou louco por você.

Então ele sorriu pra mim, sapeca e satisfeito. Chegou mais perto, mordeu meu maxilar para enfim selar meus lábios em um singelo e casto roçar.

 

Your kiss is magic

{Seu beijo é mágico}
 

Like a circle

{Como um círculo}
 

Yeah, it's perfectness

{Sim, é perfeição}

 

Voltou a sua posição anterior, tão rápido quanto havia ficado nela. E em um único movimento, pegou meu membro pela base, pincelando-o em sua entrada, antes de finalmente sentar-se de uma vez, com vontade, engolindo meu falo por completo.

Arfei com seu ato brusco, sendo acompanhado por um gemido que lhe cortou a garganta, enquanto jogava a cabeça para trás.

O contato era ainda mais íntimo sem o preservativo. Assim que passamos a nos relacionar, concordamos em não usá-lo, pois gostamos do pele a pele, do contato nu e cru, mas não significava que deixávamos de nos cuidar por conta desse detalhe.

Perdi minha linha de raciocínio quase que automática quando ele passou a mover-se, ditando o ritmo o qual cavalgava, lento e frequente, tudo sem desviar o olhar do meu. Sorriu, certamente feliz por me ver à sua total mercê.

Mais entregue que isso? Só de quatro. Mas, huh! Hoje não.

Com o passar do tempo, suas reboladas passaram a ficar cada vez mais fortes e intensas. E, como se não bastasse tudo isso, senti Taehyung cravar suas unhas em meus ombros, em busca de impulso, e assim, soltou a pérola da noite.

— Ah Hobi… Eu amo o jeito que você me fode.

Porra! Quer declaração melhor que essa?

 

I could say yes

{Eu poderia dizer que sim}

 

Tell to me too

{Diga para mim também}

 

Então, aos poucos, ele foi diminuindo o compasso, certamente estava cansando. Taehyung tinha um senhor fôlego, mas não durava um round cavalgando tão forte quanto estava. Assim sendo, essa foi minha deixa para agarrar mais forte sua cintura, sair de si e jogá-lo contra o colchão.

Agora eu iria fodê-lo com vontade.

— Então você ama o jeito que eu fodo você, é? — falei, bem ao pé de seu ouvido, rindo baixinho. — Bom saber.

Agarrei suas coxas com força, abrindo suas pernas, penetrando novamente em si em uma estocada forte.

Logo seus gemidos fraquinhos passaram a ficar cada vez mais altos, sempre que eu lhe acertava com mais afinco.

E Taehyung gemia fodidamente bem. Ao mesmo tempo em que seus gemidos eram altos e potentes, não deixavam de ser manhosos e roucos, conseguindo arrepiar cada pelo do meu corpo com apenas um fio de voz.

 

I say it first

{Eu digo primeiro}

 

Only for you

{Só para você}

 

Meus movimentos eram frenéticos sobre si, e eu não tinha foco em nada além dos sons que saiam de nossos corpos, da sua boca e da minha. E, de fato, eu não estava desesperado para me desfazer, terminando rapidamente ali; ao contrário, eu só queria que todas essas sensações, que todo esse momento tão íntimo nosso, durasse o máximo possível.

Em uma estocada e outra eu finalmente acertei de leve seu ponto doce, fazendo gemer ainda mais alto e manhoso ao focar em massagear ali o máximo que eu conseguia. Ele remexia-se desengonçado embaixo de mim, tanto pelo vai e vem das estocadas intensas, quanto por estar em busca de mais contato, ondulando o quadril com maestria.

 

I'm starting to realize that it's true

{Eu estou começando a perceber que é verdade}

 

I say it first only for you

{Eu digo primeiro só pra você}

 

E vê-lo tão entregue a mim daquela maneira me fez pensar: talvez as pessoas tendem a se expressar de maneira diferente.

Eu sempre fui uma pessoa muito expressiva, em todos os sentidos. E, talvez por ser assim, eu constantemente precisava saber o que as pessoas pensavam e como se sentiam; e geralmente conseguia tal feito, menos, é claro, com Taehyung.

Ele era espontâneo, sempre dizia o que lhe vinha à cabeça, mas nem sempre sendo claro com suas palavras, totalmente imprevisível. E isso me assustava, porém, hoje não mais.

Ali, naquele momento, percebi que suas ações, gestos e jeito de ser dizia o que centenas de palavras não conseguiriam com tamanha precisão.

 

There's only one thing left to do

{Só tem mais uma coisa a fazer}

 

(Say it!)

{(Diga!)}

 

Enquanto eu ia fundo em si, ele puxou meu rosto, segurando-o com ambas as mãos, beijando meus lábios sem pudor e com um carinho sem igual.

O ósculo era deveras atrapalhado, por conta dos nossos corpos que se chocavam com força. As línguas se esbarravam, chupando-se dentro e fora das bocas, sugando e mordendo ambos os lábios no processo. Os arfares e gemidos iam se perdendo em meio às carícias do nossos músculos. É como eu havia dito, Taehyung tinha um fôlego e tanto.

Só depois de ter maltratado meus lábios como bem queria, ele então separou nossas bocas, que permaneceram próximas em um fio de saliva, olhando em meus olhos, outra vez.

E novamente, meu corpo tremia e eu me via a beira de um colapso. Seu olhar tão lascivo; seu corpo tão quente junto ao meu; meu orgasmo tão próximo; tudo era demais para mim.

Meus olhos pousaram em sua imagem deslumbrante: seus lábios inchados; seu rosto corado e seus cabelos desgrenhados, molhados de suor. Ele esbanjava luxúria, sem perder o olhar inocente, e isso mexia de forma assombrosa comigo.

Por um instante, paramos de nos mover. Taehyung tinha uma mão sobre meu rosto e a outra enroscava-se em meus cabelos; seus cílios acariciavam minhas bochechas enquanto ele arranhava minha nuca ora ou outra. Eu me via perdido com tanta facilidade em suas carícias, que não ousei prender o que tanto quis saltar de minha garganta.

— Eu amo você.

 

Baby, I love you

{Baby, eu te amo}

 

Taehyung piscou rapidamente os olhos, arregalando-os em seguida. Ele parecia surpreso. Por que ele parecia surpreso? Achei que fosse tão óbvio — era até mesmo um dos meus medos: ser óbvio demais.

Voltei a me mover, rápido e sem pausas, podendo ver sua expressão suavizar. Ou quase. Já que eu ia ligeiro e certeiro, acertando outras vezes sua próstata, podendo ouvir assim todo e qualquer deleite seu.

E a cada nova investida, mais ele gemia e mais apertava meu pescoço e arranhava minhas costas, descontando todo seu prazer ali. Não demorou muito e logo senti suas pernas abraçarem minha cintura, me dando mais espaço e facilitando os movimentos.

Éramos frenéticos e intensos, indo e vindo em uma velocidade surreal. O quarto ficou mais abafado do que já estava e o recinto cheirava a sexo e baunilha, era delicioso.

Seu membro molhado friccionava em ambos abdomens sempre que eu impulsionava com mais fervor, sendo massageado de forma rápida. E, apesar que ser uma sensação para lá de gostosa senti-lo duro em meio a nossos corpos, eu somente percebi quando Taehyung finalmente se desfez, fazendo seu líquido viscoso e esbranquiçado se misturar em meio ao suor.

Ele arqueou as costas gemendo alto e em bom som o meu nome, e só isso já seria o suficiente para me fazer gozar, no entanto, Taehyung não ficaria satisfeito. Então, só para apelar, contraiu seu canal e ainda teve a audácia de puxar-me para perto, sussurrando e lambendo o lóbulo da minha orelha.

— Vem pra mim, Hobi.

Ah, que Taehyung só me fodia, e nem era do jeito que eu queria.

 

Baby, I'm in love with you!

{Baby, eu estou apaixonado por você!}

 

Não preciso nem dizer que foi o bastante para que eu me desfizesse gostoso dentro de si, né? Porque foi exatamente o que fiz.

Logo estávamos deitados lado a lado, respirações descompassadas e um sorriso bobo estampado em nos lábios.

— Uau, isso foi… Uau — Taehyung disse em uma lufada de ar e eu ri fraquinho e sem fôlego. Aproximou-se, deitando sua cabeça em meu braço e abraçando minha cintura em seguida. — O que te deu, uh?

— Nada. — Beijei sua bochecha, descendo até seu pescoço e passando a distribuir mais selos por ali, enquanto ele ria baixinho e se encolhia. — Só queria mostrar o quanto eu amo você.

Eu sou pura glicose, pode falar.

E, agora que tinha deixado sair de vez, planejava deixar claro sempre que pudesse, o quanto eu amo ele.

Ele cessou o riso quando parei de beijar sua tez e me inclinei para pegar algo no criado mudo, ouvindo-o dizer que eu guardava coisas um tanto interessantes no móvel. Voltei a si, me encostando na cabeceira, e então coloquei a caixinha de veludo preto em suas mãos.

Taehyung abriu a caixa sem nem pensar, mas com cuidado, até enfim poder ver as duas alianças de prata ali, não esboçando reação alguma.

— Quero que namore comigo, sério e de verdade. Quero que seja só meu, e quero que me aceite sendo só seu.

Ele tirou um dos anéis, olhou por dentro até encontrar a gravação, sorrindo por fim.

 

“Preso em você, Taehyung.”

 

Segurou em minha mão, colocando-o na direita, sem tirar o sorriso satisfeito do rosto.

— Até que enfim! — Pulou em mim, rodeando seus braços em meu pescoço, abraçando apertado. — Oh meu Deus, finalmente! Eu não aguentava mais ter que ver aquelas garotas do seu curso dando em cima de você sem poder fazer nada!

Ri alto, pois entendia perfeitamente o que ele queria dizer com aquilo. Ah, que já tinha passado da hora. E, agora que estávamos oficialmente juntos, eu sabia tudo o que precisava saber: nós pertencermos somente um ao outro dali em diante e isso era tudo o que eu mais queria.

Não havia prova de amor maior do que tê-lo sempre ao meu lado, sendo fiel e me fazendo feliz, eu agora tinha certeza de que isso era amor.

Nossos olhares se encontraram outra uma vez e eu já não sabia mais viver sem poder ver a paz que seus olhos transmitiam, era minha verdade. Ele se fecharam lentamente e seus lábios vieram ao meu encontro em um simples e singelo selar. Era um beijo calmo, um único toque, sem línguas, sem pressa, só um carinho trocado. E no fim, Taehyung separou nossos lábios — ainda que eu pudesse senti-los roçarem bem de leve sobre os meus —, o suficiente para dizer bem baixinho, só para que eu pudesse ouvir:

— Eu te amo tanto.

 

Baby, I love you